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sábado, junho 28, 2014

Brasil x Chile - retrospecto em Copas favorece a seleção

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O retrospecto brasileiro contra os chilenos em Copa do Mundo é amplamente favorável à seleção canarinho. Foram três partidas em mata-mata, todas com vitória do Brasil, e saldo de oito gols a favor, com onze tentos anotados e três sofridos. Entre as curiosidades, a força da jogada aérea. Em todas as pelejas a seleção marcou pelo alto, três vezes em 1962 e uma vez em 1998 e 2010.

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sexta-feira, junho 27, 2014

Futebol em que bola na rede não é o principal

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Quatro crônicas de Mouzar Benedito que vêm a calhar antes das oitavas de final da Copa

O futebol nosso, da Copa e de cada dia (Gisele Porcaro/Flickr)

Jogador birrento

O Edmilson nem era tão craque que pudesse fazer exigências para jogar no time de criado pelo meu amigo Luizinho, mas era cheio de manhas.
Uma vez, num jogo com outro time de várzea dos extremos da zona oeste de São Paulo, o árbitro jogou a moeda e o Luizinho, que além de criador era o capitão do time, escolheu para iniciar o jogo um lado do campo de maneira que o sol batia no rosto do goleiro adversário, e aí o Edmilson, que jogava como lateral esquerdo, veio com uma exigência:
― Quero jogar na ponta direita.
O Luizinho não entendeu, perguntou porque ele resolveu mudar de posição na hora de iniciar o jogo, mas o Edmilson não falava nada, a não ser que se não fosse na ponta direita ele não jogaria. Como não tinha nenhum reserva naquele dia, o Luizinho acabou cedendo. E o Edmilson foi para a ponta direita.
Iniciado o jogo, todos entenderam o motivo da exigência. É que pertinho da risca do campo, naquele lado, ficava a birosca em que se podia comprar cachaça e cerveja. O Edmilson ficava ali, encostado no balcão e bebericando. Quando vinha uma bola, ele entrava correndo no campo, chutava e voltava para a birosca.
O Luizinho resolveu sacanear: “Vou mandar bastante bola pra ponta direita”, pensava. E começou a fazer isso.
Na terceira bola que mandou para lá, o Edmilson nem entrou no campo. Gritou da birosca, com um copo na mão:
― Não vou jogar mais, não!


Um time com muito assunto para o “terceiro tempo”

Houve um período em que meus amigos formaram um time que jogava aos sábados à tarde, na Cidade Universitária da USP, e eu fiz parte dele. Os jogos começavam sempre por volta das quatro horas, mas não tinham hora para acabar. Era só depois que escurecesse e não se enxergasse mais a bola. Aí, íamos para o Bar do Bilu, na avenida de entrada da Cidade Universitária, para o chamado “terceiro tempo”, que consistia em beber e gozar os adversários e os próprios colegas de time, lembrando as jogadas malfeitas, os frangos do goleiro, os dribles levados, as caneladas...
O que não faltava no nosso time era jogador perna de pau. Aliás, se não tivesse vários deles, o jogo não tinha graça. Uma vez levamos o Nicola pra jogar futebol com a gente. Tinha uma miopia de mais de dez graus e, mesmo usando óculos, tinha que quase colar os livros no nariz, para ler. Se de óculos ele não enxergava quase nada, imagine sem óculos. Ele mal tocava a bola, ela é que tocava nele de vez em quando. E quando alguém se aproximava dele, perguntava:
— Você é do meu time ou do adversário?
O Henrique, meu conterrâneo, pegou o apelido de Barroso, que era o sobrenome de um homem considerado o mais feio da minha terra. Ficou sendo o Barroso, não ligava para as brincadeiras. Era pura tranquilidade. Menos numa coisa: no futebol, virava uma fera. Dava chute até na sombra.
Estava jogando na lateral direita e pegou pela frente um ponta esquerda driblador e gozador. O sujeito ficou fazendo embaixada na frente dele, com a intenção de lhe dar um chapéu, mas o Barroso não foi na bola. Foi direto na canela dele. E justificou:
— Ele ficou petecando na minha frente... Petecou, eu quebro.
Outro jogador interessante, assunto permanente no terceiro tempo, no Bar do Bilu, era o Ricardinho, que por causa de um acidente, em que bateu com a cabeça no chão, ficou com problemas de movimento dos membros do lado esquerdo. Na primeira vez que foi jogar com a gente, ríamos bastante porque ele corria com uma perna e andava com a outra. Era esquisito. Mas nosso futebol fez bem para ele, seus movimentos foram melhorando. Mas como “atleta”, ele não melhorou nem um pouquinho.
Uma vez, alguém deu um chutão para cima e ele tentou cabecear a bola, olhando para baixo, mas errou. A bola bateu no chão, foi direto no rosto dele e ele caiu de costas. Ela subiu e, quando ele ia se levantando, caiu na cabeça dele, que caiu de novo. Um adversário ficou tão surpreso que nem entrou na bola. Na terceira vez que ela picou no chão, o Ricardinho conseguiu chutá-la. O tal adversário olhou para o cara que fazia o papel de árbitro e perguntou:
— Não foi falta não?
E a resposta foi:
— Só se eu apitasse falta da bola, que deu uma surra nele.


Goleador desobediente

Em Nova Resende, o São Lourenço, apesar de ter um campo na cidade, era praticamente um “time de roça”, só jogava contra times da zona rural.
Uma vez foi jogar no Cedro, município de Conceição da Aparecida, cidade mais conhecida como Barro Preto, e os jogadores foram muito bem recebidos, tratados com carinho. Depois do jogo, houve um jantar regado a cachaça e cerveja, tudo de graça, e o Amado, técnico que era na verdade dono do time, convidou os adversários para jogar no domingo seguinte em seu campo, na cidade.
Sábado à noite, véspera do jogo, Amado reuniu a equipe para dar instruções para o dia seguinte e insistiu numa coisa:
— Eles trataram muito bem de nós lá. Vamos tratar eles bem aqui também. Então, nada de fazer gol neles. Como é que pode um pessoal ser tão bom e a gente fazer gol neles?
Mas na hora do jogo houve um problema: o time do Cedro estava desencontrado, jogando muito mal, e o São Lourenço estava afinadinho, jogando bem. Vira e mexe, sobrava bola direto para algum atacante cara a cara com o gol e ele tinha que fingir tropeçar ou chutar muito mal, propositalmente, para não marcar o gol.
Um dos atacantes era um filho do Amado, o Subaco, um molecão de 16 anos, que jogava relativamente bem. Errou vários chutes de propósito, mas houve um momento em que não aguentou, meteu um bolaço no ângulo. Gol do São Lourenço!
Indignado, o Amado entrou correndo no campo e deu uma surra no filho, diante da torcida que não entendia nada do que estava acontecendo.


Tira o Cuca ou deixa o Cuca?

Eu trabalhava como orientador social no Sesc, numa unidade móvel que percorria o interior do estado de São Paulo, desenvolvendo várias atividades, inclusive esportivas. Conforme o lugar, orientávamos grupos de jovens para trabalhos sociais, culturais, esportivos etc. Em Porto Feliz, encontrei um grupo bom, já formado e bastante ativo.
Resolvemos fazer uma “Olimpíada” municipal, com vários esportes praticados em quadras e jogos de salão, incluindo pingue-pongue, dominó, damas e xadrez. Uma preocupação do grupo era evitar que certos grupos brigões entrassem nas competições com intenção prévia de arrumar encrenca. Como esses grupos só jogavam futebol de salão, pusemos no regulamento que cada equipe interessada em participar teria que se inscrever em todas as modalidades.
O resultado é que mesmo as equipes de jovens não tinham gente para todas as modalidades, e foi preciso treinar algumas equipes na última hora. Uma delas foi a da Polícia Militar, que nas modalidades femininas inscreveu mulheres dos policiais, filhas e amigas. Mas mesmo para modalidades masculinas havia problemas: nessa equipe da PM, por exemplo, ninguém jamais havia jogado vôlei. Mas se inscreveram. Algun professores de educação física se encarregaram de tentar ensinar alguns esportes para equipes formadas uma semana antes da abertura dos jogos.
No sorteio, uma coisa esperável: o primeiro jogo seria de vôlei masculino, entre a equipe da PM e uma de jovens já experientes na modalidade. Primeiro saque, logicamente ganho pelos adversários da PM, dois policiais correram de lados opostos em direção à bola, deram uma baita cabeçada no meio da quadra e caíram meio desmaiados. Demorou um tempão pra se recuperarem
A segunda partida da noite foi de basquete feminino, entre duas equipes que com muito agrado poderiam ser classificadas como “iniciantes”. Logo em seguida, começou o jogo de basquete, que deveria entrar para o Livro dos Recordes. Resultado final: 2x1.
Apesar de tudo, a “olimpíada” foi um sucesso, com bom público nos jogos, que afinal eram divertidos. Sempre aconteciam coisas esquisitas e a torcida era animada. A grande festa era nos jogos de futebol de salão, com a torcida gritando para o jogador Cuca: “Tira o Cuca... deixa o Cuca... tira o Cuca... DEI-XA-O-CU-CAÍ...”





quinta-feira, junho 26, 2014

Separados no fio do bigode

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'Mas hein? Depois dizem que o Coalhada é isso, que o Coalhada é aquilo...'