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Para quem não agüenta, este é o penúltimo "post" sobre o centenário do Galo. Amanhã, 25 de março, data do aniversário, termina a série.
Vale dizer que a torcida está em vigília desde as 18h desta segunda-feira e promete bonita festa madrugada adentro. Alías, o último texto será exatamente sobre essa torcida, o maior patrimônio do clube.
Mas, antes, vai o time que gostaria de ter visto jogar um dia, a seleção do Galo, meu time dos sonhos, com alguns comentários. Observação, será um 4-2-4, como no tempo em que comecei a gostar de futebol.
O critério é pessoal, são apenas os jogadores que vi entrar em campo.
Goleiro:
João Leite
Recordista de atuações com a camisa do Galo, chegou a ser convocado para a seleção brasileira. Tinha muito sangue frio, presença no gol e sabia defender pênalties. Lembro de sua estréia, no campeonato brasileiro de 1977, quando o Galo dispensou o argentino Ortiz depois da final do mineiro de 1976. Participou do time do Galo vice-campeão brasileiro em 1977, defendeu dois pênalties na final contra o São Paulo. Poderia escalar o Taffarel, mas ele jogou pouco tempo no Galo.
Lateral direito:
Getúlio
Posição que tive mais dificuldades, porque o melhor mesmo que vi foi Nelinho, que terminou a carreira no Galo, mas foi excluído por ser cruzeirense. Getúlio era um lateral voluntarioso, que marcava gols e chegou a ser convocado pela seleção. Foi campeão brasileiro, ironicamente, pelo São Paulo contra o Atlético (em 1977) e Fluminense (1986). Começou no Galo aos 14 anos, em 1968.
Zagueiros
Luizinho
Foi contratado junto ao Villa Nova em 1978 e participou de toda a campanha do hexacampeonato mineiro. Sempre foi reconhecido por sua classe na hora de sair jogando e pela eficiência para desarmar o adversário sem fazer faltas. Foi titular da seleção brasileira de 1982, a melhor que vi jogar. No Galo, conquistou conquistou dez títulos estaduais.
Cláudio Caçapa
Zagueiro vigoroso, com boa recuperação e capacidade de dar arrancadas e sair para o ataque. Veio dos juniores do Galo e foi vice-campeão brasileiro no time de 1999. Chegou à seleção, disputou poucas partidas, até se transferir e ficar por anos no Lyon. Está atualmente no futebol inglês. Poderia escalar também o Cléber (Clebão) formado no Galo, mas que ficou mais famoso por sua passagem pelo Palmeiras.
Lateral esquerdo
Dedê
Foi lançado por Leão em sua primeira passagem pelo Galo, conquistando o título da Conmebol. Transferiu-se muito novo para a Alemanha, onde joga há quase dez anos no Borrussia Dortmund.
Meio campo
Gilberto Silva
Único jogador do Atlético campeão mundial como titular da Seleção Brasileira, Gilberto Silva chegou ao clube em janeiro de 2000. O volante conquistou o estadual de 2000 e ajudou o Galo a chegar as semifinais do Brasileirão de 2001. Após a conquista do pentacampeonato em 2002, foi vendido para o Arsenal, da Inglaterra.
Toninho Cerezo
Menino pobre, filho do palhaço Moleza, Cerezo chegou ao Atlético após de destacar no Ferroviário, time amador de Belo Horizonte. Em 1974 fez a sua estréia no time profissional e logo se firmou como uma das principais estrelas do clube com o seu forte poder de marcação, agilidade, velocidade e grande capacidade para armar as jogadas. Nas entrevistas coletivas, sempre se referiu ao Atlético como o 'Glorioso'. Foi o jogador do Atlético que mais vestiu a camisa da Seleção Brasileira, 50 jogos, e participou das Copas de 78 e 82. Participou de todas as conquistas do hexacampeonato regional do clube de 1978 a 1983.
Atacantes
Marques
Como é time dos sonhos, vou jogar com quatro atacantes, com Marques de ponta-direita, embora ele atue mais pela esquerda, mas ali é do Éder. Marques chegou ao Galo em 1997. Sua primeira passagem durou cinco anos e meio. Virou ídolo da torcida. Conquistou quatro títulos: Copa Centenário e Copa Conmebol (1997) e o bicampeonato mineiro (1999/2000). Voltou ao Galo em 2005, mas amargou o rebaixamento do time à segundona do Brasileiro. Em 2008, foi carregado em volta triunfal pela torcida. É o 9º maior artilheiro do clube com 126 gols e um dos maiores ídolos da história recente atleticana.
Reinaldo, o Rei (foto: arquivo Estado de Minas)
“Rei Rei Rei, Reinaldo é o nosso Rei”. O grito contagiava o Mineirão no período em que me tornei atleticano, no final da década de 1970. Maior artilheiro da história do Galo, com 255 gols, Reinaldo chegou ao clube em 1973, vindo de Ponte Nova, interior do Estado. No seu primeiro treino no time profissional, enfiou uma bola entre as pernas de um zagueiro e teve de sair para não apanhar.
Subiu para o profissional com 16 anos, quando já havia marcado 53 vezes nas categorias de base. Com seu talento, técnica insuperável, habilidade e capacidade para executar dribles em espaços mínimos, tornou-se o maior goleador da história do Mineirão, com 153 gols marcados.
Tem também a melhor média de gols em uma edição de Campeonato Brasileiro, em 1977, com 28 gols em 19 jogos, média de 1,47. Foi o artilheiro do Atlético na campanha do hexacampeonato mineiro (1978 a 1983), com 46 tentos. Encerrou a carreira precocemente aos 27 anos vítima da violência dos adversários e dos joelhos que já haviam sido operados diversas vezes.
Dario
Sem grande técnica, Dada Maravilha soube inventar-se. É o jogador que fez o gol mais importante da história, no campeonato brasileiro de 1971.
Depois de uma infância e adolescência de sofrimentos ao ver a sua própria mãe se suicidar e de fugir da polícia após furtos, o jogador chegou ao Galo em 1968, comprado por 100 mil cruzeiros junto ao Campo Grande, do Rio de Janeiro. Depois de ser vaiado pela torcida em várias oportunidades, em 1969, Dario começou a dar a volta por cima com a chegada do técnico Yustrich que teve paciência para tornar aquele camisa 9 desengonçado, que fazia a torcida rir com a sua falta de habilidade e arrancadas desajeitadas, em um dos principais atacantes do Brasil.
Em 1969, foi o artilheiro do Campeonato Mineiro e brilhou nas vitórias alvinegras sobre a Seleção Brasileira e da União Soviética. Além de fazer gols de todas as formas imagináveis, o atacante também tinha como principais características a sua dedicação, velocidade e impulsão. Dario se define com a célebre frase: 'Só três coisas param no ar: o helicóptero, o beija-flor e Dadá'. É o segundo maior artilheiro da história do Atlético. Em 290 jogos, marcou 211 gols.
Éder
Éder chegou ao Galo em 1980, numa troca por Paulo Isidoro, do Grêmio. Habilidoso com a perna esquerda, com um chute forte e incrível capacidade para colocar a bola onde queria, ganhou o apelido de “Bomba de Vespasiano”. Sempre teve uma identificação muito grande com a torcida e nunca escondeu que seu time do coração é o Atlético. Participou da Copa do Mundo de 1982.