Prometo que, daqui pra frente, não encherei mais o saco falando sobre o escritor irlandês James Joyce, como já fiz em outrosposts. Acontece que, como não poderia deixar de ser, o homem é onipresente aqui em Dublin. Muitas de suas estorias se desenrolam pela cidade e os personagens citam as ruas e os lugares por onde passam. Por esse motivo, esses locais foram marcados com placas de bronze no chão, como a da foto abaixo, feita em frente ao prédio Ballast House.
Um dos locais mais visitados em Dublin é o parque Saint Stephen's Green, na região central, próximo ao tradicional Trinity College e a famosa Grafton Street. Em Dublineses, Joyce menciona um pub dessa região. Estou lendo uma edição argentina que ganhei de presente e, por isso, a tradução de um trechinho do conto ¨Dois galantes¨ é aproximada:
Quando chegou a esquina da Rutland Square, dobrou a esquerda e se sentiu mais cômodo na obscura e silenciosa rua cujo aspecto sombrio se adaptava a seu estado de ânimo. Por fim se deteve diante da janela de um negócio sobre o qual se viam as palavras Refreshment Bar, escritas em letras brancas. Havia dois cartazes oscilantes por trás do vidro das janelas: Ginger Beer e Ginger Ale.
Pois bem, chega de falar em Joyce, figura que trombei perto da Henry Street (foto abaixo). No próximo post volto a falar só de cerveja. See you!
Com a queda de Muricy Ramalho, nasce e imediatamente ganha força a campanha “Volta Nelsinho!”, aproveitando a vacância do estrategista. Nelsinho, este é o seu lugar. Vai que é tua!
Deu hoje no Herald.am., o jornalzinho gratuito distribuíido nas ruas centrais de Dublin: 80% dos entrevistados em uma pesquisa bebem vinho em casa. O uísque (spirits) é consumido por 70% deles e 65% também enxugam cerveja, lager e cidra no aconchego do lar (interessante diferenciarem lager de cerveja).
O estudo foi encomendado pelo Aislinn Centre, de Co Kilkenny, um local de reabilitação gratuita para jovens alcoólatras de 15 a 21 anos. O jornal decidiu pegar outro gancho para abrir a noticia, chamando a atenção para o fato de 76% dos adultos entrevistados concordarem que adolescentes entre 15 e 18 anos que bebem estão mais propensos a experimentarem outros tipos de droga.
O grande problema, segundo o Aislinn Centre, é o fato de 90% dos adultos consultados terem admitido que estocam bebidas alcoólicas em casa. "Agindo assim, os pais estão oferecendo às criancas um caminho para as drogas", opina Declan Jones, do centro de recuperação. "Manter garrafas de vinho ou spirits ou cerveja em casa é deixar essas bebidas nas mãos dos adolescentes", acrescentou.
Eram 23h29 no relógio do micro-ondas. Mais ou menos 30 vozes foram ouvidas, vindas de apartamentos diferentes de prédios vizinhos, gritando impropérios dirigidos aos são-paulinos. Como de praxe, os secadores sugeriam todo tipo de escatologia como prática dos torcedores derrotados. Era a terceira vez que aquele mar de berros ocorria, em um coro meio tosco, cuja única manifestação publicável foi:
– Chora Bambi, eliminado! – leia-se "eliminadô".
O São Paulo está fora da Taça Libertadores da América, assim como o Palmeiras. O Cruzeiro venceu o Tricolor paulista por 2 a 0 em pleno Morumbi, resultando em vaias da torcida e pressão por vir sobre a comissão técnica. Como não assisti a partida nem sou são-paulino, deixo as análises da partida para quem é de direito. Vi os gols, o primeiro um chute no ângulo – exu forquilha? – e outro de pênalti.
Tombo das empáfias A quinta-feira também marcou a derrota da Itália sobre o Egito na Copa das Confederações. Em comum entre os times nos campos de São Paulo e de Joanesburgo, na África do Sul, há muito pouco em comum.
Qualquer comparação entre as forças dos times e mesmo estilos de jogo seria um exercício delirante da minha parte. Mesmo o peso das derrotas também é distinto. No torneio de clubes continental, o segundo revés nas quartas-de-final é sinônimo de eliminação, ao passo que os italianos ainda estão na fase de classificação.
A única semelhança é o efeito que isso produz nos secadores – ou pelo menos em parte deles. É que os campeões do mundo na Alemanha tomaram um toco em grande atuação do goleiro egípcio El Hadary.
E mesmo anunciada, a eliminação do São Paulo também é um certo tombo na empáfia dos torcedores tricolores. Parte deles tende a vir com o tom blasé, fingindo indiferença. Outra parte reage como torcedor normal.
Aqui, a contragosto, eu apontaria outra queda que me é dolorosa, mas também derrubou uma figura arrogante. Vanderlei Luxemburgo é apontado por parte dos torcedores como o vilão da eliminação alviverde. Agora, só com o Brasileiro pela frente, o treinador diz que tinha avisado que a equipe era jovem e que o certo era o planejamento ser voltado à Libertadores de 2010. Ele reconheceu o amadurecimento dos atletas, mas manteve que o motivo de o Palmeiras não estar nas semifinais é aquele.
É ruim a eliminação do meu time, o Palmeiras. É bom ver o triunfo de importância ainda incerta do Egito. Melhor ver o São Paulo eliminado. Mas os tombos em um intervalo curto são interessantes.
Estou hospedado por uns dias no apartamento de uns amigos que, acreditem ou nao, fica em frente a fabrica da cerveja Guinness. A foto abaixo mostra a visao que temos do corredor: centenas de barris de 50 litros a espera do transporte para os pubs - ah, se eu pudesse pegar pelo menos um....
Alem da tortura de olhar esse tanto de cerveja sem poder fazer nada, o cheiro que sai das chamines da fabrica (a direita) é absolutamente podre e empesteia toda a redondeza - uma mistura de pao embolorado, fermento azedo e cerveja estragada. O odor é tao porco e forte que, por vezes, minha amiga Agnes olha para mim e para o amigo Artur e pergunta, indignada: "-Qual dos dois foi o mal educado?". Sempre respondemos que é a Guinness e que nao temos nada com isso (muitas vezes temos, mas a cervejaria funciona como desculpa). Quando estamos de ressaca, o cheiro ruim da fabrica embrulha ainda mais nossos calejados estomagos.
Ontem resolvi fazer essas fotos aqui para o blogue. Consegui entrar no patio e clicar os barris (a esquerda). O vaivem de caminhoes é intenso, o dia todo. A Guinness esta comemorando 250 anos e, no muro do patio de deposito, a beira do rio Liffey (que corta Dublin), ha uma placa falando sobre os navios que embarcaram barris de cerveja naquele local por quase um seculo (foto maior, abaixo). O complexo industrial tem uma area mais ou menos do tamanho de quatro ou seis quarteiroes ai do Brasil. Proximo a fabrica ha uma construcao bem antiga que, ha quase 300 anos, demarcava o final da cidade, como uma especie de posto de vigilancia.
A rua onde estou hospedado, Watling Street, tambem tem suas historias e, como quase tudo nessa cidade, é citada na obra "Ulisses", de James Joyce. Ha uma placa indicando o trecho do livro, que tambem fotografei:
No mais, sigo em busca de novas cervejas e, recentemente, experimentei num pub a holandesa Heineken (tirada na torneira é bem diferente da de lata ou garrafa), a dinamarquesa Carlsberg (idem) e a melhor delas, a irlandesa Smithwick's. Mas isso é assunto pra outra hora - ou rodada. Slantcha!
"Serra, a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!" (canto proferido pelos manifestantes)
Na quinta-feira, 18, cerca de 5.000 manifestantes, dentre eles estudantes, professores e funcionários da USP, Unesp e Unicamp foram às ruas protestar contra as medidas políticas do governo Serra e da reitoria da USP, que nos últimos meses têm intensificado a violência e cortado qualquer diálogo com as classes da universidade.
A manifestação começou em frente ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), às 12h. Dezenas de ônibus de várias partes do Estado trouxeram os manifestantes, alguns de outras universidades, para darem apoio aos grevistas. Membros de Centros Acadêmicos da UFRJ, UFMG e Ufscar (universidades federais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Carlos, respectivamente), além de representantes da Apeoesp e do Sindicato dos Previdenciários também compareceram para demonstrar apoio. No começo do percurso, flores e placas foram distribuídas aos manifestantes, que desceram a avenida Brigadeiro Luis Antonio até chegarem ao largo São Francisco.
O objetivo era mostrar à população externa à universidade os motivos pelos quais a greve começou e se estende. Para resumir, existem pautas relacionadas a reajustes salariais, congelados há muito tempo pela reitoria, perseguições políticas a líderes sindicais (a demissão de Claudionor Brandão, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Sintusp), o repúdio à Univesp (a universidade que oferecerá cursos á distância com o intuito principal de formar professores para a rede estadual de ensino), e, claro, a saída da Polícia Militar.
Desde o dia 1º de junho, a força policial ocupa o campus da USP para “proteger” o patrimônio público de piquetes, aapesar de piquetes serem uma forma legítima de manifestação de greve em todo o mundo democrático. No dia 9, os policiais atacaram os estudantes durante uma passeata feita dentro do campus, com bombas de gás pimenta e tiros de borracha, causando ainda mais repúdio e aumentando o movimento da greve. O movimento, por conta destes argumentos, exige eleição direta para reitor e mudanças estruturais na hierarquia das universidades públicas, para que situações antidemocráticas como essas não se repitam.
Uma vez concentrados na Faculdade de Direito, que se encontrava fechada desde às 22h30 de quarta-feira 17, por ordem do diretor Grandino Rodas, os manifestantes ouviram os discursos dos diversos representantes dos grupos que lá se encontravam, aplaudidos calorosamente. Entre estes discursos, houve três proferidos por professores e representantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, do largo São Francisco. Estes se declararam envergonhados pela ação de Rodas, tanto de fechar a faculdade no dia anterior, como de ter apoiado publicamente as ações da Reitoria nos últimos dias. Vale ressaltar que Rodas é um dos candidatos a futuro reitor da USP.
O que impressionou, além da enorme quantidade de participantes, foi a organização e a calma com que tudo se procedeu. O único relato de violência foi quando um morador de um dos prédios da avenida atirou uma garrafa e feriu uma estudante. Após o último discurso do dia – proferido por Claudionor Brandão, representante do Sintusp – a manifestação se dispersou e os estudantes voltaram para os ônibus que os aguardavam.
Sem nenhum incidente negativo, o movimento sai se sentindo fortalecido, apostando numa possibilidade de mudanças e já com nova manifestação marcada para segunda-feira, em frente à reitoria da USP. No dia da manifestação mesmo já houve uma vitória: durante os discursos foi anunciado que o projeto da Univesp será adiado para 2010. Até mesmo a pessoa que atirou a garrafa foi encontrada e encaminhada a uma delegacia, para pagar pelos seus atos.
Talvez a reitora Suely Vilela precise, após o dia de hoje, repensar o que foi dito na Folha de São Paulo, ao afirmar que “minorias radicais pretendem manter a universidade refém de suas idéias e métodos de ação política, fazendo uso sistemático da violência para alcançar seus fins". Afinal, a única violência veio de uma pessoa – ou seja, uma minoria – e 5.000 pessoas andando juntas e cantando pacificamente num só coro “Fora Suely!” mostram que deve haver algo de muito errado na administração da universidade.
Cristiane Toledo e Daniel Soares são alunos da USP e participaram da passeata desta quinta-feira.
Ainda me acostumando com a rigidez burocratica da Irlanda, recordei esses dias, com amigos, alguns absurdos do servico publico brasileiro. Claro que nao e o caso de detonar, dizer que tudo o que e publico na terrinha nao presta, como um seriado da TV Globo tentou fazer um tempo atras, mostrando uma reparticao onde todos faziam questao de nao trabalhar. Mas e inegavel que muita coisa funciona mal e, as vezes, beira as raias do surreal. Me lembrei, por exemplo, do amigo jornalista Joao Paulo, que uma vez foi ao Rio de Janeiro fazer uma reportagem e abordou um policial civil para pedir informacoes. Enquanto ele falava, o guarda, brincanco com um palito de dente na boca e ostentando correntes de ouro e prata no pescoco, observava alguma coisa. De repente, gritou para um rapaz que passava pela outra calcada: "- Ae, vasshhhcainooo, si fudeu, hein!!!". O Joao desistiu da reportagem.
Outro colega, o Artur, que tambem esta aqui em Dublin, conta outra historia estapafurdia. Ele foi tirar um novo passaporte em Juiz de Fora, Minas Gerais, e antes checou o horario de funcionamento do servico: das 9h as 17h. Munido de seus documentos, chegou ao local as 14h. "- Olha, nao vai ser possivel. A gente so faz isso pela manha", observou a atendente. Sem conseguir uma explicacao convincente, ele se resignou e disse que voltaria na manha seguinte. No que a mulher atalhou: "Ah, mas amanha a gente so trabalha a tarde". Artur desistiu de entender. Mas a minha historia e ainda mais inacreditavel.
Em Sobral, no Ceara, me dirigi a uma especie de saude que funcionava como unico local para tirar uma nova carteira de identidade. E o servico funcionava das 7 as 7h30 da manha - tambem nem quis tentar entender. La chegando, um velhinho me informou: "Ah, hoje nao tem. O rapaz nao vai vir". Perguntei, entao, quando seria possivel. "Meu filho, acho que so daqui uns dois meses". Perplexo, perguntei por que raio de motivo. "O rapaz teve que fazer uma operacao, vai ficar de licenca", explicou, candidamente, o velho. E acrescentou, sem a menor necessidade: "Ele operou da hemorroida. E aproveitou pra operar tambem da fimose". Nisso, outra pessoa que passava por ali arrematou: "Eita! Esse ai ta lascado! Nao entra e nao sai nem pela frente e nem por tras!". Nem preciso dizer que nunca mais voltei la...
Corinthians e Internacional fizeram um dos melhores jogos do ano no Pacaembu. Um jogaço mesmo, digno de final (para não fugir do chavão). Claro que ficou bem melhor da minha perspectiva pela vitória alvinegra por 2 a 0, que deu uma bela vantagem para o jogo de volta, no Beira Rio.
Foi um jogo bastante pegado no meio campo, como se poderia imaginar pelas escalações dos dois times. De um lado, Guiñazu, Magrão, Sandro e Andrezinho. Do outro, Christian, Elias e Jorge Henrique, contando com ajuda de Douglas, que correu muito, mas não foi o destaque. Mas a marcação não conseguiu evitar que os dois times tivessem boas chances de gol desde o início do jogo. Quem roubava a bola tentava imediatamente uma jogada de ataque – às vezes até com certa afobação.
O Corinthians começou melhor, o Inter equilibrou, mas quem abriu o placar foi o Timão. Jorge Henrique fez um bom giro na frente da área e viu Marcelo Oliveira chegando na esquerda. O lateral passou pelo zagueiro Danilo e teve tranquilidade para levantar a cabeça e dar um passe certeiro para o mesmo atacante botar pra dentro de primeira. Jogada bem tramada e belo gol.
O Inter pressionou bastante no fim da primeira etapa. Na segunda, o equilíbrio voltou, mas foi o Corinthians que ampliou. Douglas sofre uma falta no meio campo, pela direita. Elias cobrou rápido – e com o bola rolando, é fato – e acertou um belo passe para Ronaldo. Ele recebeu, entrou na área, olhou para o meio pra ver se vinha alguém chegando, cortou o zagueiro Indio com a direita e arrematou no canto de Lauro de canhota. Belo gol, ainda que irregular. José Roberto Wright argumentou que o juiz Heber Roberto Lopez não havia marcado a falta, porque o árbitro não sinaliza com os braços a infração. Mas dá pra ouvir o apito.
A partir de uns 20 minutos, o Inter aplicou um sufoco monstruoso no Timão que durou até a expulsão de Leandrão. Aí, foi a vez de Felipe salvar a pátria. Ele fez pelo menos três defesas brilhantes e mais algumas menos difíceis, mas cruciais. Foi o maior responsável pela vitória, ao lado de Jorge Henrique, que foi muito bem em sua função múltipla de armador, atacante e marcador. Ronaldo melhorou muito em relação aos últimos jogos – o que não chega a ser vantagem – e deixou o seu. De resto, as habituais boas atuações de Christian, Elias e Alessandro, o último mais preso na marcação pela descida constante de Taison e Marcelo Cordeiro por seu lado - e como joga o camisa 7 colorado.
Mas meu destaque especial vai para o garoto Marcelo Oliveira. Ficar dois anos parado, quase perder a perna, voltar ao time titular fora de posição e dar passe para gol não é para qualquer um. Em 2007, aos 20 anos, ele já mostrava personalidade, inteligência, noção de posicionamento e bom passe. Hoje, aos 22, depois de tudo que passou, espero grandes coisas do rapaz.
Outro fato muito positivo foram as entrevistas de Dentinho e Felipe na saída de campo. Os dois foram muito sóbrios ao lembrar a final contra o Sport no ano passado, quando a vitória em São Paulo fez o time jogar recuado e displicente em Pernambuco, levando ao final que todos conhecem. Que todos – e principalmente Mano Menezes – não se esqueçam e façam lá o que fizeram cá: jogar com vontade, concentração e buscando sempre o gol.
O Inter tem um belo time – ainda mais com o retorno de Nilmar e D’Alessandro – e vai vir com tudo em casa. Mas precisa ganhar por três gols de diferença para levar direto e o Corinthians de Mano Menezes nunca perdeu por essa diferença de gols. Se o Timão marcar um, o Colorado passa a precisar de quatro. E o pior é que eles têm condições de fazer. Vai ser outro jogaço e o resultado fica aberto até o fim dele, homenageando o Conselheiro Acácio.
No topo do Futepoca deveria estar a vitória do Corinthians na primeira partida da Copa do Brasil por 2 a 0 no Pacaembu. Mas esse não foi o único fato lamentável do meu ponto de vista da noite de quarta-feira, 17. Muito mais trágica foi a desclassificação do Palmeiras da Libertadores.
Faltaram gols no estádio Centenário de Montevidéu na partida entre Palmeiras e Nacional. Faltaram para o time brasileiro, que precisava tirar o zero do placar para avançar na Taça Libertadores. O empate em 1 a 1 conquistado pelos uruguaios no Palestra Itália dava vantagem no critério de desempate de gols marcados como visitante.
Se há um motivo para a desclassificação do Palmeiras não foi o pênalti não marcado a seu favor no fim do primeiro tempo. Obviamente, o problema foi o gol sofrido em casa. A vantagem de não precisar marcar desde que não sofresse gols foi bem administrada pelos uruguaios.
Mesmo com esse cenário, esfriar a cabeça é dureza.
Poderia ter baixado o exu forquilha em algum jogador do Verdão aos 45 do segundo tempo para achar um gol milagroso. O fato de ter mandado bolas no travessão e conseguido criar suas chances não resolve.
Para o Parmerista Conrado, Vanderlei Luxemburgo errou duas vezes. Primeiro, ao manter o esquema com três zagueiros por tempo demais precisando vencer. Depois, por tirar Willians para pôr Armero. Tendo que remar no Brasileiro, ele pede a saída do treinador.
Eu tenho trauma da última vez que o treinador esteve no time. Ou melhor, da última vez em que ele deixou o clube, em 2002. Há todo tipo de diferença entre os cenários, mas tendo a considerar que Luxemburgo provocaria mais dano ao deixar o emprego do que permanecendo nele. Talvez se inventasse (errasse) menos na escalação fosse um começo.
E o país que mais agitou a geopolítica internacional estará nos holofotes do mundo esportivo em 2010. Na tarde (no horário de Brasília) de hoje, a Coreia do Norte empatou sem gols com a Arábia Saudita fora de casa e garantiu sua classificação para a Copa do Mundo da África do Sul. Austrália, Japão e Coreia do Sul são os outros asiáticos* já garantidos na Copa. Bahrein e Arábia Saudita se enfrentarão em uma repescagem para definir quem pega a Nova Zelândia, campeã da Oceania, na decisão da última vaga desses continentes.
Será a segunda vez em que a Coreia do Norte chega a umMundial. A primeira foi no distante ano de 1966, quando a seleção surpreendeu o mundo ao mandar a Itália para casa. Apesar de tanto tempo de ausência, a classificação dos conterrâneos de Kim Jong-Il (foto) não chega a ser uma verdadeira surpresa, se analisarmos certa evolução que a seleção local tem mostrado de uns tempos pra cá - é só pensarmos que em 2007 o país esteve presente nos Mundiais Sub-20 e Sub-17.
Ainda falando em termos esportivos, já antevejo a pedreira que os jornalistas esportivos terão para falar sobre a seleção da Coreia do Norte nas análises prévias e na Copa propriamente dita. É que o país, um dos mais fechados do mundo, pouco fala sobre si próprio e não há nenhum jogador norte-coreano em ligas famosas (aliás, não há nenhum que atue fora do país, se não me engano). A página da Coreia do Norte no site da Fifa traz poucas informações e, aparentemente, não existe um site oficial da confederação local. Trata-se de uma seleção desconhecida, portanto.
Agora a análise política, que não tem como deixar de ser feita. Em primeiro lugar, é curioso que o retorno da Coreia do Norte aos mundiais tenha se dado justo agora, quando há menos de um mês o país fez testes nucleares e provocou agitações em todo o planeta. É uma ironia dos diabos.
E arrisco a dizer que este talvez seja um dos poucos impactos que a presença norte-coreana na Copa vai gerar - o aumento das discussões, das conversas, do blábláblá e por aí vai. Até porque é isso que os exemplos históricos nos sugerem. Em 1988, a Coreia do Sul sediou as Olimpíadas e a Coreia do Norte - ainda oficialmente em guerra com os vizinhos - esteve presente. Há alguns anos, houve até a formação de uma seleção unificada de futebol que disputou campeonatos da base na Ásia. Ou seja: o esporte já proporcionou algumas aproximações, que infelizmente não se estenderam ao "mundo real".
O que fica agora é a expectativa de qual será o grupo em que os norte-coreanos estarão. Que tal se entre seus adversários na primeira fase estiver a seleção dos EUA? Aí teremos que aguentar aquela lenga-lenga do "jogo da paz", como o que americanos e iranianos fizeram em 1998, que foi bonito, épico, mas não amenixou em nada o quebra-pau que as nações seguem travando do ponto de vista político.
Para relembrar:
* - sim, o Futepoca sabe que a Austrália não fica na Ásia. Mas futebolisticamente falando, os australianos estão filiados à federação asiática desde 2006.
Quem dera fossem loiras de carne e osso, mas o post refere-se, mais uma vez, às cervejas que venho bebendo aqui pela Irlanda. Num sábado chuvoso, preparei um macarrão com sardinha (a mussarela daqui é bem diferente) e abasteci a geladeira com duas latas de 500ml da holandesa Amstel, meia dúzia da compatriota Dutch Gold (fotos à direita) com a mesma medida e mais uma caixa com oito garrafinhas de 250ml de uma cerveja "genérica", francesa, intitulada apenas como Bière Especiale. As duas holandesas quase não tinham muita diferença, apenas a Amstel tem uma cor dourada um pouco mais escura. São boas, um bom investimento por um custo variável de 1,75 a 1,90 euro a lata. Ambas tem 4,2% de teor alcoólico.
Já a Bière Especiale, que estou bebendo na foto ao lado, é uma curiosa seleção do supermercado popular Tesco, que salva a vida dos brasileiros aqui. Essa rede tem bilhões de produtos como marca própria, de comida a vestuário, produtos de limpeza, cosméticos, enfim, todo tipo de coisa - inclusive cerveja. O rótulo da simpática garrafinha (parece um guaraná caçulinha brasileiro) nada diz além da procedencia francesa. Mas a cerveja tem um amarguinho interessante e um gosto muito bom, realmente compensa os 5,49 euros pagos pela caixa com 8 unidades. O teor alcoólico é maior do que o das holandesas: 4,8%. Virei fã de carteirinha...
Voltei a beber a Bière Especiale na despedida do hostel (albergue) Isaac's, quando conheci a tal velhinha Margareth (a direita). Entre as quase três dezenas de músicas de bar que ela cantou, consegui recuperar a letra de uma delas, talvez a mais tradicional, "The wild rover" ("O vagabundo selvagem"): "I've been a wild rover for many a year/ And I spent all my money on whiskey and beer/ And now I'm returning with gold in great store/ And I never will play the wild rover no more/ And it's no, nay, never (4 claps)/ No nay never no more/ Will I play the wild rover/ No never no more" - o que significa, numa tradução aproximada: "Eu fui um vagabundo selvagem por mais de um ano/ E eu gastei todo o meu dinheiro com uísque e cerveja/ E agora estou voltando com ouro em uma grande loja/ E eu nunca vou bancar o vagabundo selvagem de novo/ E não, nem, nunca (4 palmas)/ Nao nem nunca não mais/ Vou bancar o vagabundo selvagem/ Não nunca jamais".
Os judeus ortodoxos acharam uma alternativa para acessar a internet e não ferir seus princípios religiosos. Acaba de ser criado o Koogle, uma ferramenta de busca kosher ("pura") idealizada para permitir o acesso à internet, algo não visto com bons olhos por alguns rabinos.
O site tem uma série de restrições para atender aos critérios ortodoxos. Segundo o administrador Yossi Altman, a página eletrônica omite "conteúdo religiosamente questionável" como fotografias de mulheres tidas como indecentes. É bom lembrar que as moças dessa vertente do judaísmo vestem-se com saias e vestidos e nunca usam roupas tidas como masculinas, como calças ou ternos. As casadas cobrem os cabelos com um lenço ou uma peruca. Ou seja, a "indecência" é um conceito bastante abrangente neste caso.
Também são disponibilizados no Koogle links direcionando para sites de notícias israelenses e de compras. No entanto, aí também há restrição. Não é possível fazer compras online durante o sábado judaico, que tem ínicio no pôr-do-sol da sexta-feira e termina depois do pôr-do-sol do sábado. Itens que a maior parte dos israelenses ultra-ortodoxos não pode possuir em suas casas, como aparelhos de televisão, têm seu acesso bloqueado.
Pra quem estranha todas as proibições, saiba que há quem não aceite sequer a existência de computadores. Há dois anos, os "gerrer", seita hassídica (corrente religiosa judaica) lançou uma campanha para proibir o uso de computadores. A justificativa era de que os pobre PCs seriam “o mal disfarçado” e o autêntico “Satã”.
Em Jerusalém, no bairro de Mea Shearim, o ortodoxo Yoel Kreus contava em reportagem receber relatórios de uso ilícito de tecnologia pelos membros da sua comunidade, e confessava: “se nos descobrimos alguém tem um computador em casa, retiramos imediatamente as suas crianças da escola”.
Diante disso, pode-se considerar o Koogle um avanço... Será que o senador Eduardo Azeredo vai tomar a página como inspiração para modular seu AI-5 digital?
No tempo regulamentar, foi 2 a 1. O Palmeiras havia saído na frente, com Evair aos 19, mas sofreu o empate cinco minutos depois, com Zapata, que bateria o pênalti decisivo para fora. Oséas marcou o segundo na etapa final, levando a decisão para os pênaltis. Na primeira partida, o Deportivo Cali havia vencido por 1 a 0. Nas cobranças alternadas, brilhou a trave e a sorte de Marcos, o Goleiro, e o Palmeiras conquistou a Taça Libertadores da América.
O treinador era Luís Felipe Scolari. Precisando vencer, o treinador mandou o veterano Evair a campo no lugar do lateral-direito Arce, uma das armas para cruzamentos desde os tempos de Grêmio do mesmo técnico. Evair fez o primeiro gol, mas foi expulso antes do final da partida. O meia Alex, um dos melhores do time e autor de dois dos três gols do jogo de volta nas semifinais contra o River Plate, foi substituído por Euller. Eram quatro atacantes em campo. Incrível lembrar que Zinho permaneceu em campo, tinha a confiança do técnico.
Tanta confiança que era de Zinho a responsabilidade de bater o primeiro pênalti, mas o consagrado atleta mandou no travessão. Depois, a tensão do torcedor só aumentaria a cada cobrança, até as duas últimas do Deportivo Cali: uma na trave e outra para fora. Marcos, que se consagraria definitivamente pela defesa do pênalti de Marcelinho Carioca no ano seguinte pela mesma competição, não teve tanto sucesso.
Mas tudo bem. O herói para a torcida estava no banco. Felipão montou um time menos virtuoso do que outros do período da co-gestão Palmeiras-Parmalat, mas era uma equipe aplicada, cheia de raça e com uma sorte genial.
O elenco era muitíssimo superior ao atual, um padrão fora da realidade brasileira. O risco que ele assumiu com as alterações é inacreditável. O que elas representaram em termos táticos – até o ponto da anulação do esquema tático, porque com quatro atacantes isso quase deixa de existir – explica porque tanto torcedor é saudoso do treinador.
O time Cabe lembrar que Junior Baiano era o zagueiro central depois da fracassada empreitada brasileira na Copa do Mundo de 1998. César Sampaio e Rogério compunham a parte marcadora do meio de campo. O lateral-esquerdo Júnior despontava como valor e Roque Júnior completava o trio dos que têm o mesmo nome do pai naquele time. Arce pela direita também vivia um bom momento.
O meia Zinho, já veterano, havia deixado há muito o padrão "enceradeira" criticado na Copa de 1994, embora vital para o esquema de então. Sobre Alex, não é preciso escrever muito e, passada uma década, não houve um camisa 10 que lhe fizesse sombra nos domínios de Palestra Itália. Paulo Nunes e Oséas formavam uma dupla de ataque de respeito.
Entre os reservas, além de Evair e Euller, havia Rivarola em fim de carreira. E ilustres desconhecidos. Jackson, Rubens Júnior e Tiago Silva. Entre os consagrados antes e depois com a camisa alviverde, havia os goleiros Velloso e Sérgio, o zagueiro Cléber e o volante Galeano, titular absoluto na empreitada do ano seguinte.
História Em 2007, o colombiano Fernando Rodríguez Mondragón concedeu uma entrevista em que declarava que o Cartel de Cali havia feito uma tentativa de suborno ao árbitro da partida, Ubaldo Aquino (Paraguai). A tentativa só teria fracassado por resistência de João Havelange. A principal falha na história era que tudo envolvia o América e não o Deportivo Cali. Pequenininha a brecha.
Na vida real, a trajetória do Palmeiras foi sensacional, incluiu vitórias sobre o Vasco, Corinthians (nos pênaltis), River Plate antes da partida final. No vídeo tem a trajetória contada em clima de videoclipe:
Todo leitor palmeirense do Futepoca tem obrigação de brindar àquela conquista. E que ela inspire o Verdão na partida desta quarta-feira, 17, contra o Nacional do Uruguai.
Hoje comemora-se o Bloomsday aqui na Irlanda, em homenagem ao personagem literário Leopold Bloom, de James Joyce. É o único feriado em todo o mundo dedicado a um livro, com exceção da Bíblia. No classico "Ulisses", o escritor irlandes relata 16 horas da vida de Bloom no dia 16 de junho de 1904. A escolha de Joyce nao foi nada prosaica: nessa data, ele fez sexo pela primeira vez com sua futura companheira Nora Barnacle (a direita), uma virgem de 20 anos. Em uma carta escrita mais tarde, ele observou que Nora teve medo de chegar ao final e o masturbou "com os olhos de uma santa". Pode-se, portanto, apelidar esse feriado irlandes de Noraday ou Holyfingersday, algo do gênero...
Pelas ruas de Dublin, podemos ver hoje dezenas de pessoas, do mundo inteiro, vestidas com roupas do início do século passado (à esquerda). Varios eventos ocorrem o dia todo pela cidade, enquanto entusiastas, simpatizantes, turistas, desocupados e bêbados relembram os acontecimentos vividos pelos personagens em 19 ruas da capital irlandesa citadas em "Ulisses". Nao se sabe ao certo a origem desse feriado literário. Alguns apontam 1925, três anos após o lançamento do livro, outros dizem que foi na década de 1940, logo após a morte de James Joyce. Mas a hipótese mais aceita indica que foi em 1954, na data do quinquagésimo aniversário do dia retratado no livro.
Como nao poderia deixar de ser, um livro escrito por um irlandês e ambientado em Dublin não poderia excluir a manguaca. O capitulo 12 narra uma visita ao Barney Kiernan's Pub, célebre no início do século XX (foto abaixo). "- Come around to Barney Kiernan's, says Joe. I want to see the citizen." ("- Vamos até o pub Barney Kierna's, disse Joe. Eu quero ver o cidadão."). Se o bar ainda existisse, na rua Little Britain, e alguém me emprestasse 5 euros, bem que eu arriscava uma Guinness por lá...
Dando sequência a série que o camarada Anselmo batizou amigavelmente de ¨Eu e minhas cervejas¨, fui outro dia com dois amigos a um pub que vende a australiana Foster's em jarras de 2 litros, o que dá um pouco mais de três pints, o copo padrão dos pubs. Sai por 10 euros. Como o companheiro DeMarcelo já observou em um comentário, a Foster's é muito consumida aqui na Grã-Bretanha. Trata-se de uma cerveja clara mas encorpada, com gosto distinto de cereais e malte. Até perguntei mais detalhes para a garçonete piauiense Adriane, mas ela não sabia. No site da cerveja australiana consta que a versão lager possui 5% de teor alcoólico, mas parece que é a envasada em lata - e não sei se há diferença para a que é tirada no balcão do pub para onde nos dirigimos. Mas, enfim, foi uma boa escolha.
Assim como a polonesa Tyskies, que tomei em meu último dia no hostel Isaac´s, com direito a churrasco (barbecue ou BBK, como eles abreviam) de hamburguer, som ao vivo, gente do mundo inteiro e bagunça até mais de meia-noite. Conheci uma velhinha irlandesa bem simpática - e bêbada, como não poderia deixar de ser - chamada Margareth, que cantou pra nós 27 hinos do tradicional cancioneiro de bar de Dublin. Ela pediu segredo sobre seu nome e nos instruiu a chamá-la de Linda, pois, pelo pouco o que entendi, havia um galanteador querendo rastrear sua vida (pelos únicos três dentes que ela tinha na boca, acho mais provável tratar-se de delirium tremens). Mas foi depois que a velhinha sumiu e que nos aproximamos de uma mesa com sete polonesas e dois caras meio manguaçados que provei a tal Tyskie. É amarelo escura, forte (5,6% de teor alcoólico) e bem amarga. Gostei. Antes havia bebido uma cerveja francesa, mas essa já será outra história. Salut!
Com cinco minutos, o Brasil abriu o placar. Depois de dois minutos, sofreu o empate. Logo, já estava 2 a 1 e o primeiro tempo viraria 3 a 1. Veio a etapa final, o Egito vem avassalador sobre o Brasil. Com gols aos 9 e 10 minutos da etapa final, empatou a partida em 3 a 3. Foi só aos 45 minutos do segundo tempo que, de pênalti, Kaká garantiu a vitória do time de Dunga. E uma defesa de Julio Cesar, aos 49 minutos, ainda salvou o placar de 4 a 3.
Se essa era a barbada do grupo, a Copa das Confederações será uma pedreira para o Brasil.
A reação do Egito foi louvável. O time voltou marcando muito bem no meio de campo e acabando com o poder ofensivo brasileiro. Se algum técnico dos adversários brasileiros assistiu a partida, é melhor Dunga inventar alguma variação tática, porque ninguém vai enfrentar o Brasil de outra forma.
Kaká foi bem, mas parte da plasticidade do primeiro gol se deveu ao nervosismo da zaga. O sangue frio do pênalti e a bola no canto esquerdo do goleiro também são mérito dele. Luís Fabiano e Juan fizeram os outros gols.
Robinho e Kléber estiveram apagados. Tanto que foram substituídos. Ramires vem se consolidando como sombra a Elano, a peça fundamental do esquema de Dunga que quase sempre é sacrificada.
Diferentemente de outras surpresas, especialmente em eliminatórias, a seleção não ficou apática ao sofrer o empate. Continuou tentando, mas pareceu estar anulada taticamente. Se algum time brasileiro quiser trazer um técnico, vale estudar o currículo do Hassan Shebata.
Logo mais, às 11h de Brasília, a seleção brasileira enfrenta o Egito em sua estreia na Copa das Confederações 2009. Jogando em Bloemfontein, cidade da região central da África do Sul, o time de Dunga começa na competição contra o time mais fraco tecnicamente de seu grupo. Estados Unidos e Itália serão, nessa ordem, as próximas partidas.
É o test-drive para o clima de Copa do Mundo.
Foto: Divulgação/CBF Funcionários do hotel onde a seleção se hospeda fazem festa para cantar parabéns a você ao aniversariante Elano
A Copa das Confederações só ganhou essa conotação a partir de 2001, quando foi realizada na Coréia e no Japão. Desde que foi criada, em 1992, foram sete edições e cinco países vencedores. Até 2005, o caneco era disputado a cada dois anos. Nas três primeiras edições, a sede foi a Arábia Saudita. Quando o Brasil faturou o título, por duas vezes, em 1997 e 2005, o fez diante da Austrália e da Argentina. A França, hegemônica em 2001 e 2003, conquistou o caneco sobre Japão e Camarões por 1 a 0.
Nesta segunda, o palco é um estádio de rugby, o segundo esporte mais popular do país, atrás do críquete (o primeiro) e na frente do futebol. Bloemfontein é a sede do poder Judiciário do país. Pretória, cidade ao norte de Joanesburgo, é onde o presidente delibera. E a Cidade do Cabo é onde vivem os parlamentares. A divisão republicana dos poderes no país inclui uma separação de dezenas ou até milhares de quilômetros.
Primeiras partidas No domingo, 14, a seleção da casa empatou com o Iraque em 0 a 0. Foi um jogo difícil de assistir, com poucas oportunidades criadas e a certeza de que Joel Santana vei ter trabalho para não dar vexame em 2010. O Iraque correria riscos de rebaixamento no campeonato brasileiro (exagerei?).
Na segunda partida do grupo, a Nova Zelândia não viu a cor da bola nos primeiros 25 minutos do primeiro tempo, quando o placar marcava 4 a 0. Depois, era melhor ter terminado a partida, porque foi em ritmo de treino.
Brasil Era mais ou menos isso que o torcedor gostaria que a seleção brasileira fizesse com o Egito. Claro que não é tão simples, mas o treinador brasileiro parece até já ter combinado com os representantes do país das pirâmides. Quer uma escalação dialética na primeira fase da Copa das Confederações. Vai com uma escalação titular na primeira partida, quando abre três pontos. Depois, ainda nos planos do treinador, avança com um mistão com umas quatro substituições para enfrentar os Estados Unidos. Uma síntese emerge para encontrar os campeões do mundo.
Se depender do histórico, tá fácil. O Brasil enfrentou a seleção do país de Hosni Mubarak por quatro vezes, sempre na década de 60, sempre em amistosos, sempre com vitórias verde e amarelas. Em 1960, foram três jogos em uma semana, com placares de 5 a 0, 3 a 1 e 3 a 0. Três anos depois, a vitória simples (gol de Quarentinha no Cairo) foi a última lembrança do confronto.
Vale dizer que terminar a primeira fase em primeiro lugar pode ser importante para adiar até a final o confronto com a seleção espanhola. A Fúria só tem baba pela frente e só não fica com a liderança se o pessoal preferir parar no bar no dia anterior.
Dunga anda bravo com a mídia mundial que só quer saber do futuro de Kaká no Real Madrid e com os brasileiros que nunca estão satisfeitos com o escrete canarinho (chavão) mesmo depois das vitórias sobre Peru, Uruguai e Paraguai pelas eliminatórias.
As oscilações de jogadores-chave também favorecem a posição dos céticos. Que Dunga cale-os todos – desde que não diga que "vocês" serão obrigados a engoli-lo.
Até os 23 minutos do primeiro tempo, a semana de treinos em Atibaia mostrou fez efeito num começo forte com boas chances de ataque. Mas não impediu o Cruzeiro de abrir o placar no Palestra Itália aos 24. O agravante é que o time azul de Minas Gerais foi a campo com muitos desfalques.
Nove minutos depois, o lance polêmico da partida. Cruzamento da direita para o zagueiro Marcão que se desloca em velocidade para fugir do impedimento. Cabeceia a bola em direção ao travessão e, dali, ao chão. O bandeira vê a bola dentro da meta e o gol é validado. Na imagem de trás, a impressão é que não entrou. Mas em uma tomada lateral, a sensação é inversa. Tem um ângulo que dá para ver uma nuvem de cal subindo, o que indica que a bola pega na linha e, portanto, não entra. Como ainda não vi o tira-teima, a única certeza é que a bola entrou menos do que no lance da última rodada, a favor do Vitória.
Com o placar igual, foi a vez de Keirrison avisar que ainda está vivo e que a torcida precisa reconhecer isso. Marcou dois e assegurou três pontos que colocaram o Palmeiras na terceira colocação do campeonato. Ainda na primeira etapa, acertou um voleio no presente recebido de Léo Fortunato. Golaço. No segundo tempo, aos 13, Cleiton Xavier lançou Wendel, que foi à linha de fundo passar para o centroavante dar números finais ao marcador.
É fato que o Palmeiras jogou bem melhor do que o Cruzeiro. Mas a polêmica da arbitragem vai tirar o foco da evolução do time. Se Vanderlei Luxemburgo faz de tudo para desviar a atenção de seus erros, ninguém pode reclamar quando o inverso ocorre. Eu continuo achando ruim que o treinador tem errado mais do que acertado.
A partida marcou a volta de Willians ao ataque. Obina mostrou raça quando esteve em campo, mas nunca o mesmo tipo de velocidade para o time. Além dos desfalques do Cruzeiro, vale ressaltar que o gol de empate saiu pouco depois de o zagueiro Gustavo sair de campo contundido, antes de o técnico Adilson conseguir rearrumar o time.
Por ter apresentado um futebol melhor do que nas últimas partidas, a vitória aumenta as esperanças alviverdes para a Libertadores no meio da semana. Que os acontecimentos de 10 anos atrás inspirem os alviverdes em Montevidéu.
Nos últimos tempos, anos mesmo, sempre estive mais preocupado com a parte de baixo da tabela. Cronista de rebaixamento não por opção, mas por paixão ao Galo que não saía da zona do desespero. Hoje, líder, pela primeira vez desde a existência dos pontos corridos, fico com os dois pés atrás.
O que se pode destacar do jogo de hoje, contra o Náutico, no Mineirão, é que mesmo perdendo um jogador aos 9 minutos do primeiro tempo, o time soube se segurar. Com a expulsão de Thiago Feltri, fez um gol aos 13 minutos. Depois aguentou a pressão e segurou o resultado até o final do primeiro tempo.
Mas o lance decisivo da partida foi uma defesa à queima-roupa feita pelo goleiro Aranha aos 5 minutos do segundo tempo. No rebote, o jogador Vítor, do Náutico, entrou por trás em Jonílson e foi expulso, igualando o 10 contra 10. A partir daí o Galo foi para cima, empurrado por mais de 40 mil torcedores. Aos 18, com a expulsão de Derley, o Náutico ficou com um a menos, e o Galo fez os gols e consolidou a vitória, podendo ganhar até de mais.
Mas quando falo que não há a comemorar é porque os jogos mais difíceis, contra os times que vão disputar o título, começam no próximo final de semana, contra o Santos, na Vila.
Sem contar que, da mesma forma em que garantia a todos que este ano o Galo não disputaria rebaixamento, acho que não tem elenco para chegar ao título, vai disputar uma posição entre os dez primeiros, com sorte entre os 5.
Durante esses dez dias sem jogar, muito se falou do ataque e da defesa do Santos. Na frente, o melhor ataque do campeonato, muitas variações de jogada e atletas que pareciam se entender por música. Atrás, falhas individuais e desentrosamento que comprometiam o sucesso dos avantes, que viam seus esforços caírem por terra por conta do sistema defensivo.
Ontem, o Santos entrou em campo parecendo estar mais preocupado em salvar a honra da sua defesa do que consolidar a boa fama do seu ataque. A equipe não ofereceu perigo ao Botafogo durante toda a partida e o adversário, mesmo tecnicamente inferior e sem oferecer grandes riscos, mereceu a vitória simplesmente porque a procurou.
E olha que a torcida, acostumada a culpar Kléber Pereira por gols perdidos, nem disso pode se queixar. O centroavante, mais que isolado, não teve uma chance clara de gol, voltando todo o tempo para receber a bola que não chegava. Madson parecia sentir as dores musculares que o tiraram dos treinos da semana e pouco produziu. Molina não rendeu, o que, aliás é habitual. Ele finaliza bem de fora da área e também é bom cobrador de bolas paradas. Mas é quase só isso. Pode até definir uma partida em um lance desses, mas a experiência mostra que isso não é a regra.
Porém, o que impressionou ontem foi o desempenho de Paulo Henrique Ganso. E aqui não se trata de cornetar, mas sim de cobrar de um atleta que tem muito potencial, já mais do que provado. Uma coisa é quando um atleta tem um dia ruim e não consegue desenvolver uma jogada boa sequer. Acontece. Outra é quando dá passes de lado, para trás, e não tenta um lance incisivo quando se espera justamente isso dele.
A jogada do primeiro gol do Botafogo se inicia justamente quando Ganso tem a bola na ponta esquerda e, ao invés de tentar um cruzamento ou o drible no defensor, toca para Roberto Brum atrás. O volante perde a bola, o Botafogo avança, e sai o tento. Não sei se o meia peixeiro se impressionou com os elogios e o oba-oba recente, com declarações de Pita, do técnico do Milan Leonardo, e o assédio da mídia. Mas ontem parecia um veterano em campo, correndo pouco, marcando idem, e sem ímpeto para ir em direção ao gol, como ficou evidente, aliás, em uma bola que Léo passou aos 17 do primeiro tempo, quando o lateral tocou para o meia que não se deslocou para receber.
É preciso que Mancini fique atento e não deixe que o excelente meia se torne uma versão alvinegra de Keirrison, do Palmeiras. Até porque, com o elenco que tem, o Peixe não pode se dar a esse luxo. Por enquanto, Ganso tem crédito.
A defesa
Não entendi porque Fábio Costa não tentou pular no chute de Batista. Aliás, novamente, nos únicos lances efetivos do adversário, o goleiro não evitou. Alguém, sinceramente, acha que se o arqueiro fosse o mediano Douglas o resultado teria sido pior? Ainda que se diga que FC não tenha tido culpa, o maior salário do elenco mais uma vez não fez diferença. E teve que contar com a ajuda do desafeto Fabiano Eller para não tomar mais um gol por cobertura.
Fabão, no segundo gol, resvalou na bola que foi parar nos pés de Laio. Ainda que não tivesse participado do lance, o lançamento provavelmente deixaria o atacante do Botafogo em condições de marcar. Ou seja, mais culpa do próprio posicionamento da defesa, típico de time desesperado que vai à frente de qualquer jeito, do que do defensor santista.