Destaques

sábado, maio 22, 2010

Um 4 a 2 para se despedir do Palestra Itália

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Na primeira partida após a saída do técnico Antônio Carlos Zago, o Palmeiras venceu por 4 a 2. E o resultado foi sobre o Grêmio, semifinalista da Copa do Brasil. A última partida recebida pelo estádio Palestra Itália antes da reforma que transformará o templo alvi-verde em arena multiuso, foi marcada por protestos contra a diretoria. Do lado de fora, muitas faixas com "Fora Cipullo" e coisas do gênero foram espalhadas por torcidas organizadas palestrinas.

O pós-Zago, o de mais breve permanência no cargo dos quatro últimos treinadores (em três anos e meio), teve Jorge Parraga com um time que recuava, marcava e saía rapidamente para o contra-ataque. Coisa de time fraco, limitado, diante de uma equipe com mais poder ofensivo. Nada de dar orgulho quando se joga em casa. Mas tudo bastante diferente da incapacidade criativa das últimas partidas.

Não fui ao estádio, apesar do convite de palmeirenses com o comovente apelo da despedida, por causa da participação no NaVaranda, podcast de brasilienses que comentavam a vitória da Inter na final da Champions League, a Copa, o Manguaça Cidadão etc.



Cleiton Xavier jogando bem significa o time melhor. Vinícius, de 16 anos, revelação do clube no lugar do demitido Robert, também mostrou serviço.

Três dos gols palmeirenses foram em jogadas de contra-ataques. Em dois, a bola foi roubada a dez metros da grande área defensiva, com ligação rápida para o campo ofensivo.

Em três gols, houve falhas ou lapsos – para ser mais generoso com os vitoriosos – da zaga gremista. Ewerthon fez o primeiro porque o defensor escorregou. No terceiro, Edinho subiu mais do que a zaga. No quarto, Vinícius fez o que quis na grande área tricolor.

No segundo gol, o camisa 88 do Palmeiras se aproveitou de uma falha da arbitragem, porque estava impedido. Mas registre-se o pênalti clamoroso ignorado no segundo tempo, sobre Armero.

Os gols sofridos, que levaram a partida a um empate parcial, saíram de uma roubada de bola e de uma falta na lateral. Mas o time estava fechado, com uma retaguarda bem armada. De novo, zero de orgulho. De novo, que diferença!

O Grêmio de fato é um time que não foge de tentar criar jogadas, como bem alertou – e me esculhambou – o Nicolau. Contra uma equipe com disposição retranqueira, não dá para saber se o fator saída do técnico teria sido suficiente. Se os gaúchos estivessem bem, errando menos passes, também poderia ser diferente.

O importante é que, se tudo correr bem, na última partida antes de dois anos de reformas, fica registrada uma vitória. Contra um adversário e com um placar respeitáveis. Tá bom.

Começa logo, Copa. Começa logo, reforma.

Outra hora escrevo mais sobre técnicos e o Palmeiras.

A esquerda que joga bola

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A notícia já foi dado no ótimo texto de Pedro Ribeiro Nogueira no portal Terra, mas como se trata de uma rara simbiose entre futebol e política, não pode passar batido aqui. O St. Pauli conseguiu assegurar o acesso à primeira divisão alemã em 2011, fato que seria irrelevante nas bandas de cá não fossem as peculiaridades do clube: ele e sua torcida se posicionam ao lado de movimentos anticapitalistas, contra o sexismo, o racismo, o fascismo e a homofobia.

Localizado no bairro homônimo de Hamburgo, o clube tem estreita ligação com o local, região portuária que tem 27,9% da sua população composta por migrantes. Também está próximo de Reeperbahn, lugar de agitada vida noturna que conta com muitos estudantes, artistas e "alternativos". Não à toa, a torcida do time, que tem fãs-clubes em todo o planeta, adotou o punk-rock nas arquibancadas e o time entra em campo ao som de "Hells Bells", do AC/DC.  Aliás, reza a lenda que o primeiro show internacional dos Beatles foi feito no bairro, em 1961.

Nos anos 80, o clube colocou em seu estatuto cláusulas específicas contra o fascismo, o racismo e a homofobia e vários episódios mostram que, para os torcedores do St. Pauli, há valores mais importantes que o futebol jogado em campo. Em 2002, por exemplo, no estádio Millerntor havia uma publicidade de uma revista masculina que foi considerada sexista, já que depreciava as mulheres. A direção mandou retirá-la. Atitudes como essa garantem a maior torcida feminina da Alemanha ao time. E isso não tem qualquer relação com falsos moralismos. Afinal, o presidente da agremiação, o diretor teatral e homossexual assumido Corny Littman, fechou recentemente um contrato de patrocínio com uma empresa de produtos eróticos vendidos na internet.

Mais à esquerda

Mas o St. Pauli não é o único exemplo de um clube de futebol - e uma torcida - identificado com a esquerda. O Livorno, da Itália, localizado na cidade de mesmo nome e também região portuária, tem forte tradição socialista e sua torcida leva bandeiras com rosto de Che Guevara e Antonio Gramsci ao estádio.

Uma de suas figuras mais célebres foi Cristiano Lucarelli, ex-atacante da seleção italiana que não só realizou um sonho de infância ao jogar no clube de seu coração, aos 28 anos (entre 2003 e 2007 e de volta agora), como também fez de sua carreira futebolística uma missão política. Além de eternizar suas comemorações com o punho direito erguido, causou polêmica ao comemorar um gol em 1997, atuando pela seleção sub-21 da Itália, exibindo uma camiseta com a imagem de Che Guevara por baixo do uniforme.Também é um dos fundadores da torcida organizada do Livorno, as Brigadas Autônomas Livornesas (BAL, na foto abaixo), que costumam animar as arquibancadas inflamando os torcedores com gritos de "quem não pula é fascista".


Já na Espanha são célebres os bukaneros, uma torcida organizada criada em 1992 por fãs do Rayo Vallecano. Sua principal preocupação é adotar uma postura anti-fascista, mas eles também se colocam contra o "futebol negócio" e pregam respeito absoluto ao adversário, incentivando gritos e canções originais e criativas para serem usados nas partidas, ao invés dos corriqueiros xingamentos.

O Brasil também tem sua torcida de esquerda que combate a homofobia e o racismo. Trata-se da Ultras Resistência Coral, do Ferroviário (adesivos ao lado), que diz em seu site não enxergar os torcedores de outros times como "potenciais inimigos, já que a composição social das torcidas no Brasil é principalmente de trabalhadore(a)s ou jovens filho(a)s de trabalhadore(a)s". E seguem: "Nossos reais inimigos são os cartolas burgueses, capitalistas, que exploram trabalhadore(a)s em suas empresas e ainda comandam nossos clubes, planejando os aumentos abusivos de ingressos, nos impossibilitando de vermos nossos times de coração, limitando, assim, nosso direito ao lazer." Quem disse que o futebol é o ópio do povo?

Futepoca no #navaranda neste sábado!

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E hoje, a partir das 15h30, os leitores do Futepoca poderão ouvir a opinião destes nobres ébrios pela internet!

Ouvir? Isso mesmo, graças ao convite do pessoal do #navaranda, @emerluis @cesaraovivo @carineroos @gutocarvalho @fernandoike, o @futepoca junto com @anselmomassad, @brunnarosa @glaucofr e até, quem sabe, a @thalitapires direto de Londres, debaterá a liga dos Campeões da UEFA e Copa do Mundo.
Então, fiquem de olho pois a participação de todos e todas poderá acontecer via Twitter e Skype!

Na Varanda
Para quem não conheçe, o #naravaranda é produzido e realizado por um pessoal que habita as terras planas (e secas) da capital federal, justamente na varanda do apartamento de um de seus produtores.
Notebooks, cabos, banda larga, microfone e, claro, cerveja, fazem parte da produção desta galera que luta pela liberdade do conhecimento, com bom humor e alegria!

sexta-feira, maio 21, 2010

Orelhadas de bar (4)

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O nome do buteco é Seja Cerveja, em Jaú, interior de São Paulo.

- Minha vizinha cansou de fazer o serviço de casa mas não quer contratar empregada.

- Ué, e tem outro jeito?

- Ela diz que não quer explorar ninguém, mas mora sozinha.

- Como explorar? Não vai pagar?

- Ela é do movimento das mulheres, é feminista. Não quer subjugar outra mulher.

- Que besteira. Cada uma com sua função, é só tratar como igual.


Um cachorro entra no recinto. Um velho pica fumo e dá uma escarrada. O dono do bar espanta moscas com um pano imundo.

- Mas se a moça mora sozinha, será que não dá conta do serviço?

- Ela bebe muito. Disse que tomou uma garrafa de vinho e foi lavar roupa, vomitou tudo em cima, encheu o tanque de comida.

- Sério? Que foda...

- É, e outro dia jogou um balde d'água no chão de taco, pra lavar. Estragou tudo.

- Então ela deve estar querendo empregada pra poder beber em paz.

- Pode ser. Mas ela é doida.


O dono do bar aparece e oferece fatias de queijo mineiro. Uma mulher de seios fartos passa rebolando e tira a atenção dos manguaças. A tarde cai e o frio aumenta. Está na hora de uma dose de conhaque com mel e limão.

Onde andará Bobueno

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Bobueno foi um fenômeno da Copa de 2006. Nos moldes de um minijoão-bobo, o boneco destinado aos "chegados da galera e aos chegados dos chegados". Trazia o informe: "para sua diversão, bata com EMPOLGAÇÃO". A proposta era de aliviar "suas tensões na Copa", mas com a ressalva de que se tratava de um personagem fictício e de que qualquer semelhança com a vida real era mera coincidência.

A inspiração no locutor Galvão Bueno era, portanto, pura intriga da oposição; fantasia de uma mídia golpista e sem caráter. Claro.

Mas Bobueno sumiu. Escafedeu-se! Passaram-se quatro anos no ostracismo, longe dos holofotes e dos punhos cerrados dos torcedores. Diferente da tensão gerada pela falta de futebol de qualidade da seleção brasileira. As últimas referências são de 2006. Quase todas as referências são de 2006.

Um esforço de reportagem hercúleo, com auxílio do incansável Vitor Nuzzi, viu um dos exemplares da série limitada (RN-15). Bem humorado, o joão-bobo auri-verde até posou para fotos. E foi devidamente alvo de carinhosos murros.

É bom para relembrar:

quinta-feira, maio 20, 2010

Os repetecos tricolores mataram a Raposa

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Por Moriti Neto

Repetidos o placar, os artilheiros da noite e a boa atuação, o São Paulo venceu novamente o Cruzeiro, ontem, no Morumbi, por 2 x 0. Assim, após quatro anos, volta a figurar nas semifinais da Libertadores.

O Tricolor Paulista entrou em campo quase com a mesma escalação da vitória da semana passada, no Mineirão, à exceção da volta de Miranda no lugar de Xandão. E, se a vantagem já era grande, o atacante cruzeirense Kleber facilitou as coisas para o Tricolor. Em lance que lhe é característico, abriu os braços demais e, na corrida, atingiu o rosto de Richarlyson, sendo expulso no primeiro minuto de partida. A equipe paulista, empurrada pelas 52 mil pessoas que compareceram ao Cícero Pompeu de Toledo, mostrava uma defesa firme, meio campo marcando forte, constante movimentação de Marlos e Dagoberto, além de Fernandão, muito lúcido com e sem bola.

A impressão era de que o gol sairia logo, Marlos, Fernandão e Dagoberto tiveram oportunidades. E, aos 23, Júnior Cesar fez bonita jogada pela esquerda, deixou dois adversários na saudade, invadiu a área e rolou para Hernanes. O camisa 10, que chuta como poucos, arrematou em grande estilo: 1 x 0.

Com o domínio do jogo, a vantagem no placar e um atleta a mais, o Tricolor passou a tocar a bola à vontade, rondava a área da Raposa e, vez ou outra, criava chances em lances mais agudos, como ocorreu com Fernandão e Rodrigo Souto. Enquanto isso, do outro lado, Rogério Ceni não teve praticamente nenhum trabalho.

No começo do segundo tempo, Richarlysson tentou surpreender o goleiro Fábio com um chute do meio de campo. Aos 8 minutos, Júnior Cesar levantou para a entrada da área e Fernandão, de cabeça, preparou para Dagoberto matar no peito e encobrir, com categoria, o arqueiro celeste. No comando das ações até o final, o São Paulo trabalhava a bola e só não ampliou porque Marlos e Dagoberto foram fominhas.

Não que o São Paulo tenha exibido um futebol primoroso tecnicamente nos duelos das quartas de final. Porém, no placar agregado, enfiou quatro gols no bom time do Cruzeiro e não levou nenhum. Aliás, o time não é vazado, na Libertadores, faz oito partidas. Coincidentemente, desde a entrada de Alex Silva na competição. Se o time não é uma maravilha em termos técnicos, evoluiu demais taticamente, ganhou padrão e conta, ainda, com alguns jogadores em ascendência.  Agora é esperar a Copa passar para jogar as semi contra Inter, Estudiantes ou até o Flamengo e focar as cinco rodadas que restam no Brasileiro antes do Mundial começar.  

As melhoras

Claro que Fernandão é a referência que faltava na parte ofensiva do time. Não referência como homem de área, mas, sim, no sentido técnico e tático. Ele se posiciona muito bem, joga sem a bola e, com a gorducha nos pés, sabe tocar de primeira com objetividade e eficiência. No entanto, outros aspectos podem ser destacados. Marlos deu mais velocidade e contundência ao Tricolor, principalmente nas chegadas de contra-ataque. Os laterais melhoram a cada jogo, assim como a zaga. A estrutura de meia cancha também progrediu. Com Richarlyson, que é rápido, pode-se ter ora um segundo volante, ora um terceiro zagueiro cobrindo os avanços dos laterais e de Hernanes, que está muito mais participativo. Rodrigo Souto vem fazendo com competência a função de primeiro homem de contenção, embora, em princípio, isso fugisse das características dele. Está marcando bastante – anulou o selecionável Gilberto nos dois jogos com o Cruzeiro – e melhorou a qualidade na saída de jogo.

Sobre Ricardo Gomes, nunca teci nem elogios nem críticas severas. O fato é que chegou ano passado, brigou pelo título do Brasileiro até a última rodada e está classificado às semifinais da competição mais importante do continente. Também, desde que aportou no Morumbi, disse que iria fazer o São Paulo jogar diferente e, isso, dá pra dizer que conseguiu, afinal usa muito o 4-4-2 e trabalha lances com bola no chão. Tem mais: toda vez que se fala em sua demissão, fico pensando: “quem viria? O Cuca?”.   
                                                                         
Elenco

Alguns medalhões contratados no início do ano estão sendo sabiamente negociados. Cléber Santana, velho sonho de consumo do presidente Juvenal Juvêncio, veio ganhando um dos salários mais altos do grupo e não jogou nada. Irá, junto com o grosso e destemperado zagueiro André Luís, para o Fluminense, de Muricy Ramalho. Léo Lima, jogador instável, deve ser transferido para o Al Nassr, da Arábia Saudita. No caso de Santana, o clube se livra da dívida de mais R$ 3 milhões com o Atlético de Madrid, da Espanha, e, no de Lima, deve botar nos cofres R$ 3,6 milhões. Já com André Luis, na pior das hipóteses, fica livre da ruindade.     

Quanto a Washington, outro que pode sair, cansei de defendê-lo aqui no Futepoca. É bom centroavante, artilheiro por onde passou, já anotou 45 gols com a camisa do Time da Fé, mas parece que não tem clima para permanecer. Creio que ainda pode ser útil ao elenco, mas, ao menos por hora, teria que se conformar com o banco, o que é improvável. Deve sair. Fluminense, Atlético Paranaense e Goiás mostraram interesse.

Com tantas saídas, talvez haja mais oportunidades para garotos da base que, inclusive, teve o time campeão da Copa São Paulo deste ano. Enfim, atualmente, falar sobre as categorias de baixo no São Paulo é assunto para um post inteiro.                  

Coragem na Palestina

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O vídeo parece que não é novo, mas não tinha visto ainda. É na palestina e mostra uma manifestação reprimida a tiros por soldados de Israel. Os palestinos revidam com pedras atiradas por fundas, cena que se fosse um filme seria tratada como metáfora visual em referência à história bíblica de Davi e Golias.

No meio da coisa, a equipe da TV coreana vê uma cena de chorar. Uma jovem palestina fica na frente de dois soldados israelense e os impede de atirar. “São só crianças, vocês estão atirando em crianças”, ela diz. “Por que vocês estão atirando?”. E se coloca na frente dos fuzis. Fiquei chocado.



Lembra aquela cena do rapaz na frente dos tanques na Praça da Paz Celestial, em Pequim. Mas aquela imagem apareceu em todas as grandes redes de TV, como lembra o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), dono do Tijolaço, blog pelo qual cheguei ao vídeo e que colocou a legenda nas frases da moça, enquanto essa, que eu saiba, só no YouTube. Como disse o deputado, “coragem, para a mídia mundial, é ideologicamente seletiva”.

Para a história

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O Santos fez história hoje. Fez por realizar, desde já, a melhor campanha do clube na Copa do Brasil (antes, foram duas semifinais, em 1998 e 2000). Fez por eliminar um bom time do Grêmio, que tem tudo para brigar pelo título do Campeonato Brasileiro. E fez pelo segundo tempo que realizou hoje, e pelos golaços que eliminaram o tricolor gaúcho.



Tal qual na primeira partida da decisão contra o Santo André, o Santos precisou de apenas metade do jogo para vencer. No primeiro tempo, o time esteve nervoso em campo. Praticamente ninguém conseguia acertar uma jogada de qualidade. O (justamente) incensado Paulo Henrique Ganso chegou a perder uma bola que, se o Grêmio tivesse um pouco mais de qualidade ofensiva, poderia ter mudado toda a história do confronto. Neymar estava inseguro e acuado pela boa marcação adversária. E o meio-campo sentia a ausência de Arouca - apesar da partida correta de Rodriguinho, não dá para negar que o ex-tricolor (paulista e carioca) acrescenta um outro toque de qualidade no setor central do gramado.

Mas veio o segundo tempo. A torcida estava mais ligada, e o time também. Começou a etapa sufocando o Grêmio e foi recompensado com um golaço de Ganso, que mandou um tiro indefensável em Victor. Aí chegou a confiança. O Santos foi outro. Conseguiu, verdadeiramente, mostrar seu futebol.

Robinho (o segundo melhor em campo) marcou o segundo gol, antológico como fora o primeiro. O Grêmio chegou a descontar; num gol duplamente estranho, por ter sido proporcionado por uma falha de Felipe (que arrebentara no jogo de ida lá no Sul) e pelo fato de seu anotador, Rafael Marques, estar em posição irregular.

Mas aí Wesley (o melhor em campo) tratou de fazer o terceiro gol e decretar a classificação santista. Que foi indiscutível, pelo que se viu hoje. O Grêmio é bom, mas o Santos é e foi melhor que o time gaúcho no mata-mata.

***

Convencionou-se definir Ronaldo como exemplo de "volta por cima" no futebol. Justo, pelo que o atacante fez na Copa de 2002, depois de frequentar pelos três anos anteriores mesas de cirurgia e clínicas de fisioterapia. Mas o que está acontecendo com Wesley no Santos merece também muita atenção por parte dos admiradores de futebol. A volta por cima do rapaz é assustadora, impressionante. Em 2008, foi um dos principais protagonistas do pior Santos de todos os tempos. A insistência do técnico Leão em escalá-lo fez com que Wesley se tornasse uma das figuras mais hostilizadas da história da Vila Belmiro. Passou um ano no Atlético-PR e, quando se começou a se falar em sobre seu retorno, ofensas impublicáveis se manifestaram. Amigos meus diziam que o Santos faria uma boa troca se mandasse Wesley em definitivo para o Furacão e recebesse em retorno um grampeador e uma máquina de escrever. Sorte que isso não ocorreu, e Wesley ficou no Peixe. É, hoje, um monstro. Se manter a regularidade durante o longo Campeonato Brasileiro, tem tudo pra ser um dos melhores jogadores do Nacional.

***

13.896 pagantes na Vila hoje. Num jogo em que, no visual, o estádio estava repleto de clarões impensáveis em uma partida com essa magnitude. Volta e meia a Vila registra públicos "estranhos", com uma numeração oficial sempre inferior ao que se vê na prática. Hoje, aconteceu o contrário. Havia muito, mas muito espaço, em setores como a arquibancada habitualmente ocupada pela Torcida Jovem. Nem de longe parecia a lata-de-sardinhas que o estádio estava no jogo contra o Atlético-MG, na etapa anterior da Copa do Brasil.

Simplesmente não consigo entender o que acontece.

quarta-feira, maio 19, 2010

Tabela para acompanhar a Copa

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O BROffice.org publicou uma tabela para acompanhar a Copa do Mundo de 2010. Está no formato .ODS, acessível para quem usa o conjunto de programas de escritórios em código aberto. Mas a gente salvou uma versão em .XLS (só não conte para eles).

A tabela é livre e funciona bem para bolões, apostas e acompanhamento offline do Mundial.

Na minha primeira simulação, a seleção do Dunga sagrou-se campeã diante dos anfitriões sul-africanos. E veja bem, eliminou a Espanha nas oitavas, a Holanda nas quartas – qual em 1994 – e o Paraguai (?!?!) nas semi. Já os Bafana-bafana ultrapassaram a Grécia (na prorrogação), Eslovênia e Inglaterra. Mas a experiência de Carlos Alberto Parreira não resistiu à simulação-arte da tabela! Só não sei qual das chaves é menos provável.

Clique aqui para baixar no formato original e aqui para arriscar na versão compatível com o Excel (fiz uns testes, e classifiquei a Austrália nas duas vagas do grupo D. Então, não garanto nada na versão da Microsoft).

Tipos de cerveja 49 - As American Wheat

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Esse tipo de cerveja é uma versão americanizada das Hefeweizens, pois, como elas, variam do amarelo claro até ao âmbar claro. São cervejas leves, com bom nível de gás e bom volume de espuma. Não têm sabor a fruta tão forte como as congêneres alemãs (notadamente banana), sendo que, por isso, o lúpulo ganha realce. Em termos alcoólicos, variam entre os 4% e os 7%. São boas para acompanhar bifes, queijos e saladas. Exemplos: Three Floyds Gumballhead (foto), Karl Strauss Windansea Wheat Hefeweizen e Sacramento Hefe Weizen.

Os herois de 70 também erravam. E como!

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Todo mundo já viu lances belíssimos da seleção de 70, incluindo o quarto gol contra a Itália, considerado por muitos o mais bonito de todas as Copas. Mas, como toda equipe, aquele Brasil também tinha seus momentos de pixotadas grotescas.

O vídeo acima mostra 30 desses lances, quase que democraticamente distribuídos (não vi nenhuma barbeiragem do goleiro Félix, por exemplo). Curioso como os defensores brasileiros tinham certo gosto por virar o jogo na frente de atacantes adversários e também é interessante observar como houve cobranças de falta mal batidas.

Mas, obviamente, jogadas estapafúrdias todos cometem, até os melhores profissionais. Lances geniais, como os proporcionados por essa seleção, são para poucos. Ainda assim, vale o registro de que eles também erravam... 

Vídeo visto por meio do Twitter de Marcelo Orozco retuitando Ricardo Lombardi. Publicado originalmente no www.classicofc.com.br, ver aqui

terça-feira, maio 18, 2010

Beleza, cachaça e sabedoria

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Nossa musa Ana Paula Oliveira, em uma cachoeira de Pirenópolis (GO), dá o recado na camiseta: "Li tudo sobre parar de beber. Resultado: parei de ler".

Kaká mantém favoritismo no bolão do cortado

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O anúncio de contusão de Luís Fabiano às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul pouco alteraram o "favoritismo" do Bolão do Cortado do Futepoca. A bolsa de apostas-urubu mantém Kaká o favoritismo com 15% dos palpites. O meia vem em processo de recuperação há meses de uma contusão crônica na região do púbis, o que restringiu as possibilidades de uma boa temporada. A maioria dos secadores, porém, parecem não acreditar que ele estaria se guardando para quando o Mundial chegar.

Foto: 20 Minutos/Wikipedia




No Bolão do Cortado, o leitor do Futepoca aposta em quem será o primeiro jogador brasileiro cortado da seleção de Dunga. A exemplo de edições anteriores do mundial em que Ricardo Gomes (1994), Romário (1998), Émerson (2002) e Edmilson (2006) foram vetados pelo departamento médico, a expectativa é de que a escrita se repita. Assim que a primeira tesoura for acionada, os acertadores concorrem ao prêmio.


Em outras seleções, como a alemã, a bruxa já operou das suas, deixando Michael Ballack, de 33 anos, na base do saci. Ele teve a confirmação de que seus tendões rompidos não lhe permitirão almejar a Copa. Antes, Adler, arqueiro da terra de Angela Merkel já havia sido vitimado por uma lesão na costela.

O inglês David Beckham deve deixar a Copa menos atrativa para o público interessado em atributos puramente estéticos dos jogadores. O galã do gramado e da Victoria sofreu uma ruptura total do tendão de aquiles e não coloca o pé no chão antes de agosto.

Cotação
A cotação da bolsa de apostas-urubu tem, depois do camisa 10 de Dunga, Kléberson em segundo, com 12% da "preferência". Ele tomou o vice-favoritismo do também volante, Gilberto Silva, agora em terceiro, com 10%. Ramires, Júlio Baptista e Gilberto vêm a seguir. Luís Fabiano tem apenas 2%, o que mostra que o torcedor confia na reabilitação do homem-gol canarinho.

Foto: Reto Stauffer www.hopp-schwiiz.ch
A predileção por atletas de defesa – e de meio de campo – na hora de secar e de torcer por desgraça alheia indica, segundo fontes, insatisfação e até desejo de ver um dos jogadores da lista de espera (ou lista dos sete) incluídos. Além da raiva, ódio e rancor, analistas (não) consultados pela reportagem consideram ainda um outro fator: o excesso de jogadores defensivos entre os relacionados para participar da Copa pela representação nacional. A assessoria de imprensa da CBF não foi consultada a se manifestar.

Apesar da concentração, há palpites de cortes para 21 jogadores. Apenas o volante Felipe Melo e o meia Elano escaparam da ira dos participantes. Caso eles mantenham-se livres e, por infelicidade, um deles seja o primeiro barrado, o kit caipirinha que compõe o almejado prêmio será sorteado entre todos os participantes.

Ainda não participou? Aposte agora.

segunda-feira, maio 17, 2010

Acumulando gordura

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Não, o título não tem nada a ver com o atacante Ronaldo, que nem entrou em campo domingo. O Corinthians venceu o mistão do Grêmio, em Porto Alegre, por 2 a 1. Os gols foram marcados por Ralf (o primeiro dele com a camisa do Timão) e Souza. O Grêmio diminui com Maílson no segundo tempo.

Foi contra os reservas, a gauchada tava muito mais preocupada com o Santos na quarta-feira e coisa e tal. Mas vitória é bom, fora de casa é melhor, e contra time forte melhor ainda.

Com isso, o alvinegro passará a semana como o líder do campeonato nacional, com acachapantes 100% de aproveitamento. Além disso, o centroavante Souza marcou novamente e ostenta impressionante média de um tento por partida neste Brasileirão.



Piadas a parte, é bom acumular gordura - e é essa a missão que Mano Menezes quer que seus comandados realizem - enquanto um pessoal aí ainda está olhando para outros torneios com mais interesse.

E sobre Souza, o Ricardo do parceiro Retrospecto Corintiano lembra que o atacante chegou a seu sexto gol em 2010, número que o rapaz levou a temporada inteira para atingir no ano passado. “Mais alto que o Nelson Ned”, dirá o mal humorado e politicamente incorreto comentarista. E terá razão, a menos que os gols continuem saindo.

No Paraná, padre bêbado dirige de cueca e propõe dinheiro e sexo oral para os guardas

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Mais uma de padre manguaça, só que desta vez aqui em terras tupiniquins. Na madrugada de domingo, em Ibiporã (PR), o padre Silvio Andrei Rodrigues dirigia um Fiat Idea alugado, apenas de camisa e cueca, com uma garrafa de cachaça no colo. A batina estava no banco traseiro. Abordado por dois policiais militares, Rodrigues ofereceu R$ 490 que tinha na carteira para não ser preso. Depois disso, teria proposto sexo oral a um dos guardas. O advogado do bebum, José Adalberto Cunha, alegou que o padre só tirou a batina porque "passou mal e vomitou". Segundo Cunha, depois de celebrar o casamento, Rodrigues teve um surto e se perdeu quando se dirigia para a casa de familiares. "Ele toma antidepressivos e bebeu vinho no casamento, perdeu a memória, passou mal e vomitou, por isso tirou a batina" (essa desculpinha é velha, né, Vanucci? Né, Lúcia Hippolito?). A "justificativa" surtiu efeito e levou o juiz Sérgio Aziz Neme a acatar o pedido de liberdade provisória ao padre, que é acusado de ato obsceno, corrupção ativa e embriaguez ao volante. Porém, o delegado chefe de Ibiporã, Marcos Belinati, garantiu que não foram encontrados "indícios de vômito" na batina apreendida.

Serra dá "furo" sobre Diego Souza e pode estar buscando alternativa pós-eleição

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O pré-candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) parece estar buscando um emprego alternativo para o período posterior às eleições deste ano, caso não seja eleito. Em seu Twitter, ele anunciou a contratação do meia Diego Souza pelo Atlético-MG. O furo universal motivou toda a mídia esportiva a correr atrás do prejuízo.

"Sortudo é o Atlético Mineiro, que levou o Diego Souza de graça. Um craque", escreveu. Os rumores se arrastam há pelo menos três dias, mas reacenderam nesta segunda-feira.

Enquanto os clubes negociam, Serra anunciou o sucesso – para os atleticanos mineiros – da transação. Amigo de longa data do presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-governador não esclarece se teve informação privilegiada ou se apenas fez uma projeção usando o presente como tempo verbal em vez do futuro do pretérito.

Com Vanderlei Luxemburgo, o tucano não deve ter relação. O treinador do clube mineiro chegou a tentar articular uma candidatura pelo PT ou pelo PSB de Tocantins ao Senado Federal. A não ser que tenha debandado de lado, a informação tampouco teria vindo desta fonte.

A investida no jornalismo esportivo ocorreu entre a divulgação de pesquisas eleitorais do Vox Populi e do Instituto Sensus, que mostram Serra empatado tecnicamente e ligeiramente atrás de Dilma Rousseff. Por isso, já surgem rumores de que Serra estaria já preparando terreno para o caso de um fracasso eleitoral, tornar-se comentarista de futebol.

O Futepoca, em nota oficial, desmente qualquer intenção de aceitar ou sequer convidar o ex-governador de São Paulo José Serra entre seus membros. Os ataques frontais sofridos ainda não foram esquecidos, mesmo 10 meses depois.

Instabilidade

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Durante a semana, o técnico Dorival Júnior declarou que não pouparia os jogadores do Santos no duelo contra o Ceará, realizado ontem, em Santos, pela segunda rodada do Brasileirão (as exceções seriam Léo e Robinho). A medida, segundo o técnico, se justificaria pelo fato do Brasileiro ser um campeonato no qual pontos não podem ser desperdiçados, e eventuais tropeços nessas primeiras rodadas seriam cobrados no futuro.

Pois bem: os titulares foram a campo, o time não venceu o Ceará e deixou uma bela pontada de preocupação na alma do torcedor, que agora vislumbra o duelo contra o Grêmio, na quarta, pela Copa do Brasil.

Não apenas pela futebol em si propriamente dito. Que foi bem fraquinho, é bom registrar: o Ceará poderia ter vencido a partida, se a arbitragem tivesse validado gol erroneamente anulado ainda no primeiro tempo, que deixaria os nordestinos com uma vantagem de 2x0. Mesmo na segunda etapa, o Santos não rendeu e o empate, pelo que se viu, caiu de bom tamanho.

Mas a outra preocupação que fica para os torcedores é em relação ao preparo físico do time. Contra o Ceará, se notou com facilidade uma dificuldade dos atletas para correr, marcar os adversários, se fazer presente em todos os lados do campo. Dorival falou sobre isso ao término da partida: disse que é complicado para um time que joga "quarta e domingo, sem folga". Ora, treinador! Estamos em um campeonato no qual quase a metade dos times está jogando "quarta e domingo, sem folga". Ou seja, essa não cola.

A expectativa entre os peixeiros é que o que aconteceu ontem tenha como explicação justamente uma concentração maior para o jogo contra o Grêmio.

domingo, maio 16, 2010

Um 0 a 0 de dar sono em São Januário

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Vasco e Palmeiras deixaram o gramado do estádio São Januário com o placar inalterado. Um jogo ruim em que os visitantes conseguiram jogar pior do que os mandantes. No primeiro tempo, o Vasco foi melhor. No segundo, errou tanto por nervosismo que permitiu que o alviverde equilibrasse. Por equilíbrio, entenda-se: todos tentavam igualmente não fazer gols.

O Palmeiras jogou num 4-4-2 de três volantes (Pierre, Márcio Araújo e Marcos Assunção). Combinado a Ewerthon e Robert na frente, tendo só Cleiton Xavier como fornecedor de bolas, não rolou. O meio de campo defensivo não prestou nem para trocar passes.

Se o adversário fosse melhorzinho, o time teria problemas, mas felizmente a equipe cruzmaltina não teve pontaria. Nem mesmo quando Cleiton Xavier trombou com Marcos, o Goleiro, e a sobra ficou para Souza.

Para a próxima partida, contra o Grêmio no Palestra Itália, o sucesso do Palmeiras depende do tamanho da ressaca do Tricolor Gaúcho no meio de semana.

Chega logo, Copa!

Irritação de Serra tem nome. Ou melhor, números

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É fato que o nefasto José Serra (à direita) nunca foi educado ou uma flor de delicadeza, mas mesmo os tucanos mais ferrenhos estranharam seu destempero recente em algumas entrevistas para TV e rádio. Por que tanta irritação? Serra não lidera as pesquisas de intenção de voto? Pois é exatamente aí que está a raiz do nervosismo do tucano: ontem, o Vox Populi divulgou pesquisa encomendada pela Rede Bandeirantes que mostra Dilma Rousseff à frente, com 38%, contra 35% de Serra. A Globo fez que não viu. E pesquisa interna do PT paulista mostra que o chuchu Geraldo Alckmin está muito longe dos 53% que a Datafolha mostrou em março, na disputa pelo governo de São Paulo. Será que ele também vai começar a brigar com jornalistas?