Compartilhe no Facebook
No 500º jogo de Marcos, o Goleiro, com a camisa do Palmeiras, quem operou milagres foi... o imponderável. Ou talvez a torcida. Do contrário, como explicar dois gols de Tadeu e um de Marcos Assunção, aos 44 minutos do segundo tempo? O alviverde bateu o Vitória por 3 a 0 na segunda partida da Copa Sul-Americana.
Com o placar, o Verdão reverteu a vantagem de 2 a 0 que o time baiano tinha obtido na partida de ida, no Barradão. Realmente poucos palmeirenses com quem conversei nos últimos dias acreditavam no feito. Todos estavam seguros de que algum resultado positivo viria, mas nenhum apostaria a sério na classificação.
Luiz Felipe Scolari conseguiu convencer a torcida a apoiar ensandecidamente durante toda a partida. Bastou um pedido com o "carinho" que é peculiar ao treinador gaúcho. O futebol apresentado indica que o time não exatamente respondeu à "festa no chiqueiro".
É que foi uma partida de poucas chances criadas e muitos passes errados. Mas o resultado é o que importava para quem estava nas arquibancadas vestindo verde (ou verde-limão-siciliano). Foi a segunda vitória (e consecutiva, diga-se) do treinador no comando da equipe.
Ainda sem meias de criação, já que Lincoln segue de molho e Valdívia continua sem inscrição para o torneio continental, as jogadas dependiam de Tinga e Marcos Assunção. O 3-5-2 que deu certo na última partida, foi mantido, e funciona melhor.
Mas tampouco dá para falar em grandes testes superados, porque o arqueiro alviverde não teve trabalho. Teve de sair para se antecipar em dois cruzamentos. E também precisou torcer, claro. Mas o fato é que o Vitória não criou muito perigo, dispensando o goleiro de operar milagres.
O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Tadeu. Mais ou menos 15 minutos antes, o mesmo atacante havia mandado no travessão de Viáfara. Trabalho para o goleiro visitante só tinha ocorrido ainda alguns minutos para trás, quando Rivaldo, na lateral-esquerda, finalizou com perigo.
Na segunda etapa, os passes tortos repetiram-se, mas o mundo ficou melhor. Primeiro com 12 minutos, quando Viáfara quis sair jogando fora da área, mas errou o passe. O ataque conseguiu aproveitar e, em um breve momento pinball na área, Tadeu conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes – com um desvio na zaga. Era a sorte sorrindo.
Com o segundo tento, o jogo caminharia para os pênaltis. Era mais do que os pessimistas acreditavam e menos do que um time que joga em casa deve fazer. Era hora de pressionar, apertar, só que o time não conseguia. Parava na defesa rubro-negra (e na baixa qualidade do passe, especialmente nas proximidades da área).
Então, Tinga sofreu uma falta que poderia ser classificada como desnecessária. Em disputa de bola, o defensor do Vitória empurrou o palmeirense. A bola estava, então, nos pés de Marcos Assunção, justo no pênultimo minuto do tempo regulamentar.
O chute do camisa 5 foi no ângulo, na forquilha, onde a coruja faz o ninho. Com efeito, numa parábola perfeita e indefensável, o terceiro gol palmeirense garantia a classificação.
Fazia tempo que o Palmeiras não dava uma satisfação, pequena que fosse, para o torcedor. Quem olhar de fora, vai achar que é muita alegria para muito pouco, que vaga nas oitavas da Sul-Americana não vale tanto contentamento.
Ante o primeiro semestre, o resultado é um sinal de que as coisas melhoram. Alguma hora isso tem que começar. É essa esperança que essa vaga representa. Longe de fazer do time de Felipão favorito na competição e menos ainda no Brasileirão, resta torcer para que essa evolução se confirme.