Destaques

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 46

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

VOU PARAR DE BEBER
(Romilson Luiz/ Eládio Sandoval)

Piu Piu de Marapendi

Aí, garçom, vou sentar aqui, mermão
Vô comê, vô bebê, vô engraxá o sapato
Eu vô cuspir no chão e não vou pagar
Falô, então? Traz mais chopinho aí, gente boa!

Pensando bem
Eu vou parar de beber
Se continuar assim
Logo, logo eu vou morrer
(Que coisa triste, meu irmão!)

Pensando melhor ainda
Eu não vou parar de beber mais não
De que adianta eu parar agora
Se eu já tenho o pé dentro do caixão?
(Faloooouu...)

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

Aê, mermão, cavaquinho!
(entra solo de guitarra)

Pensando bem
Eu tô sozinho demais
(Que coisa triste, gente boa!)
Minha garota me deixou por outro
Porque reclamava que eu bebia demais
(Vê se pode!)

Tudo que vejo
Me faz lembrar do seu rosto
(É isso aí, malandragem)
Mas já descobri que meu destino
É tomar muito chopinho e muito tira-gosto

Por causa disso...

Garçom, desce mais um chope
Me chamam de pau d'água mas não ligo
Ou eu acabo com esse chope todo
Ou esse chope todo vai acabar comigo

Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Até o dia clarear
Chope, chope, chope, chope
Chope, chope, chope, chope
Pendura a conta que eu não vou pagar!

(Compacto simples, Gravadora Lança/Polygram, 1982)


Evite o mau hálito

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

São Paulo, capital, Praça da Sé, eleições de 1998, último comício do Partido dos Trabalhadores. Em uma das barracas montadas pela campanha, militantes fazem fila para disputar alguma coisa no chão. Questionada sobre o inusitado movimento, a pessoa que levou o cobiçado objeto afirma tratar-se de um antiséptico bucal. De fato, os mangua.., quer dizer, os militantes se aproximavam da barraca sussurrando: "-Cadê o Cepacol? Passa aí o Cepacol! Deixa um pouco pra mim!". Quanta preocupação com a higiene...do fígado!

Marcelinho Carioca 2010: um projeto, uma aposentadoria e uma ameaça nas urnas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Deu no Máquina do Esporte. O xodó da Fiel e pé de anjo Marcelinho Carioca está em vias de se aposentar aos 38 anos, mas pelo jeito já tem emprego garantido para 2010. Ele conversa com a diretoria do Corinthians para ser o "embaixador do Centenário", aproveitando sua alta popularidade entre os torcedores, que se manteve praticamente intacta mesmo atuando em outros clubes. Com três passagens pelo Timão (1993 a 1997, 1998 a 2001 e 2006 a 2007), o quase ex-atleta tem 427 jogos e 206 gols pelo Alvinegro.

Contudo, eesse não é o seu único projeto para 2010. Filiado ao PSB, ele almeja se candidatar a uma vaga na Câmara dos Deputados, juntando-se a outros nomes do mundo da bola que estarão nas urnas eletrônicas no ano que vem.

Para o guru do centenário alvinegro, o diretor de marketing Luis Paulo Rosemberg, Marcelinho é a figura ideal para a função. "O carinho que a torcida tem com ele é uma coisa incomparável. Queremos um rosto para o centenário, alguém que represente tudo que nós vamos fazer. Alguém que vá falar com as crianças e com os jovens, que promova essa interação com o clube. E não existe ninguém melhor do que o Marcelinho."

Diante disso, fica a questão: será que alguém vai lembrar da declaração dele sobre o Mundial do Corinthians?

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Cavalaria e cachorros em terras do Panetonegate

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Olha o panetone aí, minha gente!

Foto: Brunna Rosa
Cenas medievais no cenário planificado da capital Federal rodam o país. As imagens denunciam uma polícia truculenta em ação no dia internacional contra a corrupção, comemorado na quarta-feira, 9, justamente na unidade da federação que é a lama da vez no país.

Estive na manifestação e descrevo o que vi. A concentração era na praça em frente ao Palácio Buriti, sede do governo e palco da lama (ou do panetone) que sacode as terras planas daqui.

A ideia era não avançar pelas ruas de Brasília e passar o dia pedindo o impeachment do governador José Roberto Arruda (hoje desfiliado do DEM por livre e expontânea pressão). Mas alguns manifestantes fecharam o eixo monumental, de um lado e, depois de desobstruir uma via, correram para fechar também o outro.



















No destaque: O choque montado, em seguida o Bope em ação e a caixa com bombas sendo carregada. Pronto, todos a postos. A frente cavalaria, atrás Bope, com balas de borracha, bombas e cachorros...
Foto: Brunna Rosa


Prenúncio da desgraça. O impasse se dava entre manifestantes que queriam seguir pelo eixo monumental até a rodoviária. Obstruindo o caminho, havia o Batalhão de Operações da Polícia Especial (Bope). Junto à cavalaria, policiais com cachorros, caixas com bala de borracha e bombas de efeito moral.

Com o avançar dos estudantes, a cavalaria entrou em ação, deixado alguns feridos. Com a situação, os manifestantes decidiram seguir para a rodoviária, usando o canteiro, isto é, desobstruindo a via, para eliminar o “problema” para o qual os batalhões do GDF foram escalados.

Ao contrário dos relatos jornalísticos, o avanço dos manifestantes foi pacífico. Aliás, só a mídia para achar que ainda cola a história de "manifestantes armados com mangas" dispostos a enfrentar um batalhão devidamente munido para dispersar a multidão.

Ao seguirem pelo gramado, o Bope passou a usar bombas de efeito moral e cassetetes. Neste momento, os manifestantes corriam para o lado esquerdo do eixo monumental e paralisaram o transito novamente.

Nesta altura, o ambiente era de batalha campal. Sem maiores pudores, a PM usava todo o seu "legitimado" monopólio da violência. Não faltou para ninguém: foi impressa apanhando, curiosos levando spray de pimenta na cara, manifestantes sendo presos...

Desespero dos amigos e muita, mas muita fumaça das bombas de efeito moral em cenas que mais lembram um período que um certo jornalão prefere chamar de “Ditabranda”.

Vale a pena ver como a polícia do GDF se excede facilmente contra os manifestantes. E mais fotos da barbárie aqui.

E para acompanhar o movimento Fora arruda, vale visitar este site, ou seguir pelo Twitter @foraarruda ou ainda Fora Arruda e a Máfia ou #foraarruda

Imagem da manifestação desta quinta-feira, 10. Foto: Leylis



Em tempo
Novos protestos pararam Brasília nesta quinta-feira, 10, que apesar de terem bloqueado o trânsito, não houve confronto com a polícia. Durante a semana inteira a população se mobilizou para garantir que hoje as pessoas fossem trabalhar de branco (coisa que eu mesma esqueci) e colocassem fitas brancas nos carros. Tudo para simbolizar o repúdio a corrupção. A promessa é que amanhã aconteça pequenas manifestações e no sábado uma grande carreata até a residência oficial do governador Arruda, em Águas Claras.

Padre Marcelo Rossi apoia cerveja nos estádios

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ontem, em um evento do chamado G4, que une os grandes clubes de São Paulo, foi anunciado o primeiro patrocinador conjunto das equipes. Trata-se da Femsa, engarrafadora da Coca-Cola no Brasil e dona da Kaiser. O inusitado da parceria ficou por conta do garoto-propaganda, o padre Marcelo Rossi, mais conhecido pelas músicas da Renovação Carismática do que propriamente por tomar umas no bar.

Como é de interesse do patrocinador, levantou-se na ocasião um assunto que sempre fez parte das preocupações de futepoquenses e dos parceiros: a volta da cerveja vendida nos estádios. Segundo reportagem de Dassler Marques no Terra, o padre-cantor citou trechos da Bíblia e também a ligação entre Jesus Cristo e o vinho (sem dúvida, o mais aclamado dos seus milagres). Mesmo dizendo não ser fã de cerveja, afirmou que as bebidas mais problemáticas são as destiladas. Há divergências, caro pároco, mas tudo bem.


Da esquerda pra direita: Sanches, Norberto Moreira (vice de MT no Santos), Marcelo Rossi, Belluzzo e o já alegre Juvenal Juvêncio. O sorriso largo denuncia a felicidade pela parceria etílica.

Já o presidente do Corinthians Andres Sanches foi menos polido e mais direto. "Acho essa lei [que proíbe a entrada de bebidas alcoólicas em estádios] ridícula. O cara fica duas horas antes do jogo bebendo muito mais no boteco porque sabe que não vai poder no estádio", reclamou segundo o Agora. "Sou a favor da liberação de bebidas mais leves como cerveja e champanhe [Nota do redator: heeein??? Champagne?]. Senão, fecha faculdade, metrô, bar, restaurante. É absurdo. Quem manda na nossa casa somos nós."

Como se vê, renovam-se as esperanças para que termine essa proibição absurda. O problema é se liberarem só a cerveja patrocinadora nos estádios... Pela democratização da oferta da nossa fermentada!

Um vazio

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tudo bem que no fim do campeonato, várias quartas-feiras já estavam desprovidas de futebol. Tudo bem que a quinta, seguinte, ficava meio sem assunto. Tudo bem que na quarta-feira, 9, teve um jogo de futebol feminino entre Brasil e Chile. Tudo bem que começou o mundial interclubes, na parte em que nem o campeão europeu nem o sul-americano participa. Tudo bem.

Mas fica um vazio depois que acaba o campeonato brasileiro.

Foto: Frigon/Divulgação

Não confundir com o bife de vazio. É que, sem assunto, me vi obrigado
a recorrer a um trocadalho visual

Como apreciar uma cerveja

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nos testes cegos do Futepoca, fica claro que ninguém entende muito bem de cerveja. A gente se esforça, mas não garante muita coerência nas avaliações. Mas é interessante a ideia de aprimorar o processo e aprender a vasculhar, num copo desta nobre e fermentada bebida, sabores e nuances que, na mesa de bar, costumam ser deixados de lado.


Ao ler os posts dos Tipos de Cerveja, abastecidos em informações pelo Cervejas do Mundo, a curiosidade aumenta. Quantas eu precisaria tomar para perceber o café, o chocolate e os outros sabores que, num copo da gelada no boteco normalmente ficam longe?

No lançamento da Paulistânia, conversei com Cilene Saorin, beer sommelier e mestre cervejeira. Para ela, um bom começo para se iniciar no universo das cervejas mais elaboradas são realmente as pielsen artesanais. Elas têm um papel importante porque funcionam como porta de entrada para os bebedores que, por algum motivo, resolvem se aventurar para além de "matar a sede e ficar com os olhos mareados".

Cilene explica que é preciso dedicar olhos, nariz e boca na tarefa e prestar atenção às sensações. Desenvolver essa sensibilidade também leva tempo, mas garante cada vez mais capacidade de perceber as diferenças. "Mas se alguém vai estudar Camões, não vai entender de Camões no primeiro verso", compara.
Antes do copo
Para começar, é preciso guardar a temperatura de serviço. Uma pilsener, recomenda a cartilha, precisa ser oferecida de 3º C a 5º C, de modo que o marcador de refrigeradores de botequim que marcam -5º C não são uma referência muito boa. "E é menos cinco para inglês ver, né? Uma pielsen congela a -2,3 ºC", avisa a mestre cervejeira.

No copo
Ao servir, cabe observar a variação de cores, a característica da espuma e até o brilho do precioso líquido. É comum ver entre as pielsen artesanais uma coloração mais escura do que as produzidas em escala industrial e que frequentam nossos copos na mesa do bar.

Sabor
Aqui há muita coisa para observar. A cerveja é produzida com água, malte, levedura e lúpulo. A maior parte do aroma vem do lúpulo. Só que não é no singular, mas no plural, porque existem mais de 80 tipos dessa flor, que adicionam sabores cítricos, herbais, condimentadas e assim por diante. Também garante, na cerveja, o amargo que refresca e abre o apetite.

Lá, na hora da entrevista, Cilene me propôs de contar quanto tempo durava o amargor depois de tomar um gole. Nas minhas contas, foram uns sete ou oito segundos, quase os dez de limite que ela havia buscado como proposta para a marca.

Tudo bem, fiquei contente, mas não consegui perceber os aromas herbais do lúpulo Hersbrucker, nem os detalhes relacionados ao malte que ela garantiu que estavam ali. Pode ser que tivesse mais coisa para observar, mas diante da minha limitação, já tem lição de casa para um bom tempo.

Preciso praticar mais.

Foto: Carol

No último teste cego do Futepoca

Aí tem o grande senão da história. Dependesse apenas da boa vontade e da disposição para o esforço, todo mundo tinha começado. O problema é que é mais caro. Uma artesanal sai por pelo menos o dobro de uma comercial. Quando não é mais ainda. Parar um pessoal que produz, como é o caso dos autores (e leitores) do Futepoca, isso significaria tomar menos da metade do volume. Será que vira?

terça-feira, dezembro 08, 2009

15 anos sem Tom

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Das paixões, daquelas de vida inteira, poucas vão aumentado no dia cada dia mais velho. Tempo sem jeito, com alento de ouvir Tom.


Aquele Jobim que partiu faz 15 anos. O das melodias que, dizem alguns, plagiadas dos mestres Villa, Chopin, mas que fazem rombos na´alma ( até de quem não crê em alma).

Coincidências dessas da vida por aí, nas mãos, sem saber da data, a biografia do maestro soberano por Sérgio Cabral. Centenas de páginas devoradas em poucos dias. Ali, sem disfarces, um homem que viveu para a música e para conseguir "pagar o aluguel". Amou, viveu, compôs, bebeu (e muito) no meio disso tudo.

Fez mais. Música popular chegar bem alto, o Brasil existir no mundo das canções. Fez a sabiá levantar voo, o Urubu chegar e cortar os céus, fez sonhos com Lígias, Luízas, garotas de Ipanema. Fez águas de março não anunciarem só tragédias.

Dessas outras coincidências não programadas, o disco Urubu cai nas mãos e lá um tesouro, a faixa Saudade do Brasil, de disco gravado em outubro de 1975 nos EUA. Como viver tanto tempo sem ter ouvido? Sem palavras, e precisa? O Deus da melodia existe.

No texto do maestro no disco, o verso final: "A vida era por um momento./ Não era dada./ Era emprestada./ Tudo é testamento.

Obrigado, maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Grupo da Argentina é o que mais compensa emissões de carbono na Copa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma) anunciou nesta segunda-feira, 7, um acordo com 17 seleções participantes da Copa do Mundo de 2010. Metade mais uma das representações nacionais topou plantar árvores para sequestrar o dióxido de carbono e outros gases causadores de efeito estufa produzidos por suas comitivas.

A principal fonte de emissões é o transporte. As viagens internacionais de espectadores e das equipes devem contribuir com dois terços (67%) do total previsto para a Copa. A estimativa é de 1,6 milhões de toneladas, cuja participação das equipes equivale a 13 mil toneladas.

Sérvia, Uruguai e Coreia do Sul prometeram zerar as emissões, compensando os gases que escaparem. África do Sul, Argentina, Brasil, Camarões, Chile, Costa do Marfim, Estados Unidos, Grécia, Inglaterra, Itália, Japão, Holanda, Nova Zelândia e Nigéria apoiam a ideia e só não sabem ainda como resolver a questão.

O grupo com mais seleções compensadoras de CO2 é o B, que tem a Argentina como cabeça de chave. Todas as seleções estão dispostas a neutralizar seu carbono. Depois, vem o E, da Holanda. Apenas a Dinamarca – cuja capital sedia a 15ª Conferência das Partes (COP-15) até 18 de dezembro – fogem à regra ecologica e politicamente correta.

Com menos seleções aderentes à proposta estão o D e H. Espanha, Honduras e Suíça deixam, até agora, o Chile sozinho na compensação de carbono emitido. Situação parecida, até agora, ocorre com a Sérvia, já que Alemanha, Austrália e Gana fingem que não é com eles.

O Pnuma ainda tenta convencer o resto da turma a participar.

Um outro acordo foi feito entre o Pnuma e a ONG GEF para reduzir o impacto ambiental do mundial em seis cidades sede no longo prazo. São placas com células fotovoltáicas (energia solar), lâmpadas mais eficientes etc. Um financiamento de U$ 1 milhão será usado para isso.

Confira os neutralizados por grupo:

Grupo A
África do Sul
Uruguai
México
França


Grupo B - o mais neutralizado
Argentina
Nigéria
Coreia do Sul
Grécia

Grupo C
Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovênia

Grupo D - os mais desencanados
Sérvia
Alemanha
Austrália
Gana


Grupo E
Holanda
Japão
Camarões
Dinamarca

Grupo F
Itália
Nova Zelândia
Paraguai
Eslováquia

Grupo G
Brasil
Costa do Marfim
Coreia do Norte
Portugal

Grupo H - os mais desencanados
Chile
Espanha
Suíça
Honduras

Domingo também foi dia de decisão na Copa Indígena de Futebol do Amazonas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foto: Divulgação/Seind

E quem disse que o São Paulo não foi campeão no domingo? Ao menos na primeira Copa Indígena de Futebol do Amazonas deu São Paulo de Olivença, que na final disputada neste domingo, 6, ganhou por 1 x 0 do Autazes. O gol marcado pelo atacante Evanir, logo aos 7 min do 1º tempo, no Estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão, em Manaus (AM).

Evanir agora é conhecido como o último jogador a marcar gol no estádio Vivaldão, que será demolido para a construção de uma nova arena para a Copa do Mundo de 2014. Apesar da derrota, o goleiro Alberney Mura, do Autazes, foi o menos vazado da competição, em seis partidas disputadas ele sofreu apenas um gol, o da partida final. Já o artilheiro da Copa Indígena de Futebol foi o atacante César Silva, do time Barreirinha, com sete gols. Barrerinha aliás ficou com o terceiro lugar da competição, após golear o Benjamin Constant por 10 a 3.

Eu escrevi 10 a 3.

Os jogadores do São Paulo de Olivença receberam R$ 2 mil de premiação. Os atletas que ficaram com a segunda colocação vão receber R$ 1 mil.


Foto: Divulgação/Seind


A competição
Com direito a flautas para o incentivo ao time e guaraná em pó, ralado durante o próprio jogo, o esporte que também predomina nas aldeias teve sua primeira Copa, disputada de 30 de novembro a 6 de dezembro, simultaneamente à realização do Fórum Amazonas Indígena (Forind).

O torneio contou com a participação de dez seleções, representando 25 povos amazonenses e seguiu quase todas as regras oficiais da Board.

Organizada Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind) e a Secretaria de Juventude, Desporto e Lazer (Sejel), de Manaus (AM), a competição contou com partidas com limites de tempo estabelecidos em 30 minutos, cada tempo, com intervalo de dez minutos. A fase final teve 40 minutos para cada tempo e também dez minutos de intervalo. Já os atletas participantes apresentaram, no ato da inscrição, a identidade indígena expedida pela Funai, ou de declaração da organização do município, documentos obrigatórios com foto.

A Copa Indígena serviu também como prévia para os Jogos Indígenas do Amazonas (Jieam), confirmados pela Seind para a segunda quinzena de fevereiro do próximo ano.

Foto: Divulgação/Seind
Musa da Copa
A primeira Copa Indígena de Futebol teve direito até a musa da competição. A votação foi feita pelos próprios indígenas e a vencedora foi a estudante saterê-mawé Suelen Pereira, de 15 anos.

Com o título, a representante do município de Barreirinha recebeu R$ 500 como prêmio. Em segundo lugar ficou a tikuna Maria Mônica Pereira, de Tabatinga, que recebeu R$ 300; e em terceiro, a rainha de São Paulo de Olivença, que levou R$ 200.

Dez candidatas concorreram ao título. As outras sete representam os municípios de Manaus, Iranduba, São Gabriel da Cachoeira, Nhamundá, Autazes, Tabatinga e Borba.

Confusão no Couto Pereira e a publicidade mais mal colocada da história

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Agora cedo, fui assistir ao vídeo da confusão no Couto Pereira. Torcedores do Coritiba, revoltados com a queda para a segunda divisão após o empate com o Fluminense, invadiram o gramado, entraram em confronto com os policiais militares – que, dentro do gramado, ficaram completamente na defensiva – e destruíram bancos de reservas, placas de publicidade e o que viram pela frente. Além da queda para a série B, o clube tem agora de lidar com os prejuízos. Para piorar, um torcedor do time foi baleado e outras nove pessoas ficaram feridas, das quais três ainda estão internadas.

Foto: Reprodução

Mas teve uma coisa que conseguiu chamar mais minha atenção do que as imagens, foi a publicidade inserida nos vídeos do campeonato no GloboEsporte na internet. Para um anúncio do SportTV, surge uma mensagem no canto esquerdo:

Publicidade
O Brasileirão 2009 pegou fogo
O anúncio faz uma brincadeira com os destaques da competição, tratando-os como incendiários, por usarem "artilharia pesada" e outros trocadilhos com metáforas-chavão comumente usadas em transmissões esportivas.

Só que o anúncio sobre os policiais e torcedores em conflito, ficou uma coisa bem ruim, de mau gosto mesmo.

Provavelmente é algum sistema automatizado que inseriu esse anúncio em tudo quanto era vídeo. Mas que neste ficou bem ruim, isso ficou.

Foto: Reprodução

domingo, dezembro 06, 2009

Ranking sobre uma década de Brasileirão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hoje, além da última rodada do Brasileirão atual, encerrou-se uma década de futebol brasileiro. A década em que, seguramente - e falo sem ironia - o futebol nacional mais se mostrou sério. Afinal, depois da pataquada da João Havelange em 2000, chegamos a 10 Campeonatos Brasileiros consecutivos sem uma virada de mesa sequer. Quem caiu, foi rebaixado e jogou à Segunda Divisão, voltando para a elite (ou não) dentro de campo. E tudo isso é muito bom.

Com 10 anos também se pode fazer análises mais precisas sobre o desempenho dos clubes. Ver quem foi bem, quem foi "fogo de palha" e quem se sustentou como referência no futebol.

O Futepoca fez um levantamento com o "pódio" dos Campeonatos Brasileiros de 2000 pra cá. Com a listagem dos primeiros, segundos e terceiros colocados de cada edição elaboramos dois rankings, com os seguintes critérios: o primeiro, para continuar o espírito levantado pela palavra pódio, é o Olímpico - nele, uma única medalha de ouro vale mais que milhares de medalhas de prata, a mesma coisa valendo para a combinação de pratas e bronzes. E outro critério tem como inspiração uma referência cultural aos jovens da minha geração, o jogo Jogos de Verão, do Master System. Nele, para se definir a classificação final dos competidores após o término das provas, se adotava o seguinte critério: o primeiro lugar em cada prova rendia cinco pontos, o segundo três, e o terceiro apenas um. Aí se fazia a somatória dos pontos para se chegar à tabela definitiva.

Antes dos rankings, só a citação rápida de todos os pódios. Respectivamente, primeiro, segundo e terceiro colocados. 2000: Vasco, São Caetano, Cruzeiro; 2001: Atlético-PR, São Caetano, Fluminense; 2002: Santos, Corinthians, Grêmio; 2003: Cruzeiro, Santos, São Paulo; 2004: Santos, Atlético-PR, São Paulo; 2005: Corinthians, Internacional, Goiás; 2006: São Paulo, Internacional, Grêmio; 2007: São Paulo, Santos, Flamengo; 2008: São Paulo, Grêmio, Cruzeiro; 2009: Flamengo, Internacional, São Paulo.

Critério Olímpico:


Critério "Jogos de Verão":


Agora, um pouco de reflexão sobre os números encontrados.

Natural a ponta do São Paulo em ambos os critérios. Por pouco que o Tricolor não dispara ainda mais nestre 2009, já que passou perto de levantar a taça mais uma vez. E o segundo lugar é do Santos - confirmando que a relação "boa administração" e "bom desempenho em pontos corridos" não é tão precisa quanto se fala.

Mais relevantes são as ausências. Do grupo dos 12 times mais geralmente considerados grandes, não figuram na lista Atlético-MG, Botafogo e o Palmeiras. Também não há nenhum nordestino - o "bronze" solitário do Goiás é a única consagração de um time de fora do eixo Sul-Sudeste.

E quais as reflexões de vocês a respeito?

O Flamengo campeão e as mudanças (ou não) do futebol brasileiro

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foi emocionante, ora o Flamengo era campeão, ora o Internacional. Mas a vitória – mais do que esperada – do rubro-negro (sem o Grêmio entregar, apesar do time reserva que jogou com mais vontade do que jogaria o titular), traz algumas novidades para um futebol brasileiro que vinha se acostumando a uma certa mesmice nesse era de pontos corridos. Não só quebra a hegemonia DO São Paulo no campeonato, como também a DE São Paulo. Isso porque desde 2004 o título sempre ficava nas mãos de um paulista, o que não aconteceu agora.

Além disso, desta feita ocorreu algo inédito desde 1992. É a primeira vez que um time paulista não fica entre os dois primeiros. A última oportunidade em que isso tinha ocorrido foi justamente na final entre Flamengo e Botafogo, há 17 anos.

Isso significa o fim da tal hegemonia paulista? Não, até porque no Brasileirão de 2010 teremos um time sem tradição como o Barueri, e outro paulista, por enquanto o Guarani (pode ser que seja a Portuguesa conforme a Justiça Desportiva), na dita elite do futebol. Uma sobre-representação que faz mal ao futebol, mas também deixa evidente o tamanho das desigualdades regionais que parecem mais pétreas no mundo da bola do que no resto da sociedade. Isso por conta, em grande parte, da distribuição grotesca de direitos televisivos que pune os pequenos, médios e até mesmo alguns grandes.

Já que o modelo de pontos corridos foi feito para se adequar ao estilo europeu, justo seria que a distribuição de recursos vindos dos direitos de televisão também o seguisse, certo? Errado, por conta do monopólio de uma rede de TV e de alguns clubes que não querem abrir mão de seus privilégios.

Assim, em um campeonato de pontos corridos, os pequenos vão sendo mais afetados, sujeitos a malas brancas e de outras cores e não tendo chances de competir nem sequer perto de qualquer igualdade com os grandes. Claro que no futebol sempre haverá quem tenha mais valor de marca e quem tenha menos, e isso se reflete no valor dos patrocínios individuais e mesmo na negociação de jogadores para fora, mas já que os pontos corridos são um modelo europeu, olhem para a Europa no quesito direitos de transmissão e vejam como é lá. Ou vamos continuar com nossa fórmula jabuticaba e conviver com a força da grana sendo preponderante. E torcer para que a incompetência de quem tem mais recursos equilibre o campeonato, como ocorreu em 2009.

*****

Outro ponto interessante desse Brasileirão foi uma revisão no que diz respeito à importância dos treinadores para levar uma equipe à glória. Andrade, além do que já falou o Olavo aqui, é humilde, um interino que deu certo, que soube motivar o grupo. Aliás, semelhante em trajetória ao Carlinhos, treinador campeão brasileiro de 1992, como bem lembrou o Moriti outro dia.

Muricy Ramalho, comandante badalado – de forma justa, diga-se – sentiu como é ter um elenco com poucas opções de suplentes, como é o Palmeiras. Conseguiu abrir cinco pontos de vantagem mas, quando se viu às voltas com as contusões de Cleiton Xavier, Pierre, Maurício, e as convocações de Diego Souza, sentiu como é lidar com um elenco mal montado (pelo seu antecessor). A não-classificação para a Libertadores coroou o processo.

Já Ricardo Gomes, com aquele que talvez seja o melhor elenco em número de opções do campeonato, até pareceu que ia vingar, mas não segurou a instabilidade emocional de um grupo que corria, brigava... Mas brigava demais. Acabou na mão e não soube lidar com a pressão na hora H. Pode ser que melhore no ano que vem, mas os planos B da diretoria tricolor já devem estar sendo traçados.

E o “gênio” Luxemburgo? Esse demorou meses para achar a formação ideal do Santos, que se assemelhava muito à de Mancini no primeiro semestre. Pastou, ficou chorando pelos cantos, ressentido com a demissão do Palmeiras, e acabou no olho da rua mais uma vez com a mais que bendita eleição da nova diretoria do Santos. Sombra do bom técnico que já foi, simulacro do gênio que nunca será.

E o Santos ganhou

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


As eleições do Santos, ontem, foram diferentes. Diferentes do que se via nos pleitos anteriores na Vila, diferentes do que, acho, acontece nas eleições de clubes no Brasil.

Foram mais de 3 mil votos. Um recorde - historicamente, esse patamar gira em torno dos 2.500, 2.400. Luís Álvaro de Oliveira Ribeiro, da oposição, teve 1.882 votos; Marcelo Teixeira, que tentava emplacar 11 anos consecutivos na presidência, teve 1.129.

A derrota de Teixeira, que soava como impossível há poucos meses, começou a se mostrar viável com a mobilização que se fazia em torno da Vila antes da eleição. Muitas faixas e cartazes pediam a reeleição de Teixeira - incluindo termos como "vote Teixeira para que o Santos continue sendo dirigido de Santos". Mas a mobilização viva, das pessoas, estava a favor de Luís Álvaro.


O que gerou uma inevitável tensão. A Torcida Jovem estava ao lado de Marcelo Teixeira e, com instrumentos, batucadas e uma bela dose de provocações, colaborou para que as brincadeiras entre os militantes dos dois lados ganhassem um clima mais sério do que o esperado. Ao longo de todo o período de votação o cenário foi esse - os torcedores dos dois lados agitavam, se provocavam e volta e meia alguns empurra-empurras e discussões mais acaloradas se faziam.

Mas o momento mais tenso do pré-apuração não se deu com o protagonismo da TJ. Aconteceu quando seguranças do Santos resolveram tirar associados que estavam fazendo boca de urna no lugar reservado para os votantes. O problema é que eles iniciaram o processo excluindo apenas os oposicionistas, e não havia o menor indício que a ação também seria feita com a turma pró-Marcelo... então houve resistência e, após um certo entrevero, um torcedor caiu e teve fratura exposta no braço. Vi a cena de perto. Coisa feia. Sangue no chão. Não é o que o processo eleitoral - ou melhor, que o Santos - merecia.

E quando acabaram os votos e a apuração se iniciou é que a coisa complicou de vez. Os anúncios da vitória da oposição, com larga margem, nas quatro primeiras urnas, deixaram claro que apenas uma reviravolta estatisticamente impossível daria a vitória a Marcelo Teixeira (faltavam mais seis urnas a serem apuradas). Então a tensão explodiu em pancadaria entre membros da Torcida Jovem e integrantes da chapa de oposição. A coisa ficou bem feia, com direito a cadeiradas e gás de pimenta.

Não vou, aqui, apontar acusados e nem colocar o dedo na cara de ninguém como sendo responsável pela briga. O que posso dizer com segurança é que não houve um controle bem feito de quem entraria no local destinado para a apuração. Onde deveriam estar apenas sócios, estava um monte de gente (das duas chapas), o que certamente colaborou para que a confusão se instalasse. Vi funcionários do clube - na minha frente, a dois metros de mim, se muito - falando abertamente que apenas gente da chapa 2 (a chapa de Marcelo Teixeira) que deveria entrar no local. Sendo sócios ou não.

Passada a confusão, a vitória de Luís Álvaro se confirmou e Marcelo Teixeira teve a nobreza de subir no palco, desejar boa sorte ao novo presidente e cantar o hino do Santos, entoado com muita força por todos os presentes.

Luís Álvaro e Odílio Rodrigues (o vice) foram simbolicamente empossados ontem mesmo. A data da posse real dos dois - e dos conselheiros eleitos com a chapa - será ainda marcada pelo Conselho Deliberativo do clube, e deve ocorrer ainda esse ano.

A nova diretoria terá a dura missão de reerguer um Santos em frangalhos, dentro e fora do campo. O biênio 2008/2009 foi de péssimo desempenho futebolístico - flerte com o rebaixamento em 2008, eliminação para o CSA em 2009, entre tantas outras coisas - e, no que se refere à administração, aumento de uma dívida de padrões estratosféricos.

Acredito que Luís Álvaro tem tudo para fazer um bom trabalho, a despeito das dificuldades que encontrará. O Santos conseguiu, sem cair para a segunda divisão, espantar o continuísmo que atingiu outros grandes como Palmeiras, Vasco e Corinthians - todos campeões e, depois, rebaixados por dirigentes que se entronizaram no poder.

Por isso o título do post. Mais do que Luís Álvaro, ontem foi o Santos que ganhou.