Destaques

sábado, julho 01, 2006

Desperdício da nossa alegria

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O Brasil perdeu. E foi merecido. Se, como já comentado aqui, a Argentina foi eliminada pela sua covardia, Portugal não foi, mas para o Brasil não houve perdão. Até porque a França tinha Zidane, desmarcado, sozinho, leve, solto e motivado para enfrentar seu freguês.

Mas é hora de cobrar posições. Muitos atacavam o malfadado "quarteto mágico", exigindo a presença de Juninho Pernambucano. E ele começou a partida, a explicação era ocupar o meio de campo, já que a França tinha cinco homens no meio. Mas, o que Parreira não pensou, é que esses cinco poderiam estar atrás, não adiantando colocar um meia de contenção no lugar de um atacante, até porque se libera mais um meia do adversário para atacar.

Pois é. Mas os sábios comemoraram Juninho Pernambucano. Kaká não jogou anda, Cafu foi nulo, mas... e o tal Juninho, o "emplastro Brás Cubas" que tudo resolve? Não, ele não tem culpa. O Brasil, que já não tinha ligação do meio com o ataque, com Ronaldinho Gaúcho na frente e Kaká sobrecarregado, perdeu o pouco que tinha. Os dois isolados nada faziam. Quando o atacante catalão pegava na bola... perdia. Talvez pela fase ou porque não tinha com quem jogar.

Gaúcho jogou na posição que joga no Barcelona. E daí? Se o resto do time não chega, de nada serve. Mas o Brasil não jogou contra o nada. Zidane deu as cartas na França e às vezes parecia querer dizer: "meninos, vocês pensam que jogam isso?". Falta mais caldo para nossos "garotos". Falta um maestro, um Zidane.

Mas sobra o Parreira. E Pelé acertou mais uma.

sexta-feira, junho 30, 2006

O castigo que veio a cavalo

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A Alemanha se classificou para a semifinal da Copa, em casa, com méritos e mostrando uma força física admirável. Mas a Argentina poderia ter se classificado se o técnico Jose Pekerman não tivesse sido tão covarde e tirado Riquelme e colocado Cambiasso que, por sinal, ainda perdeu a penalidade final decretando a eliminação portenha.

Os argentinos dominaram a maior parte do jogo, mas aceitaram a pressão alemã e não souberam aproveitar os contra-ataques. Com as substituições na segunda etapa, nem os contra-ataques mais tinham. Oportunidades só surgiram na prorrogação, quando a defesa alemã já estava aberta e os europeus iam pra frente.

Nos pênaltis, a vantagem germânica ficou evidente. Dizem até que eles fizeram um levantamento pra saber como os jogadores das outras equipes batiam as penalidades. Pode até ser, mas o que decidiu foi a performance de Lehmann, que esperva antes dos batedores e sempre acertou o canto. Quem usa desse artifício, pega todos os chutes mal batidos, no que os argentinos se esmeravam. Uma pena para a América do Sul, mas não mereceram mesmo.

Roberto Carlos: "Pelé não é vidente"

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Na véspera da partida contra a França, pelas quartas-de-final da Copa-2006, o lateral-esquerdo Roberto Carlos pediu mais respeito de Pelé à seleção brasileira. O ex-jogador disse estar com um "mau pressentimento" para a partida.

"Ele é vidente?", questionou o lateral. "Vou falar o que para o Pelé? Ele representa muito para o nosso país, foi um dos jogadores mais importantes para o nosso país. Deixa ele falar, eu respeito. Mas se ele ficar tranqüilinho e respeitar nós que estamos aqui é melhor", continuou.

O técnico Carlos Alberto Parreira se esquivou da polêmica. "Não analiso comentários de outras pessoas, ainda mais sem ter ouvido. Não é porque é do Pelé."

Boca nervosa

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Pelé diz que está com "mau pressentimento" sobre jogo do Brasil

O ex-jogador Pelé disse ontem que está com um "mau pressentimento" e que acredita na vitória da França contra o Brasil, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, no sábado.

"A França ganhou as últimas duas partidas de Copa contra o Brasil. Além disso, só uma vez uma seleção sul-americana conseguiu ganhar uma Copa na Europa", afirmou Pelé à agência alemã DPA.

Antes do começo do torneio, o tricampeão mundial havia comentado que "o favorito nunca vence", em clara alusão à superioridade da seleção brasileira com relação aos rivais.

As previsões de Pelé não costumam se levadas a sério, mas neste ano ele tem mais acertado do que errado. Primeiro, disse que Ronaldinho "ainda não é fato", dizendo não acreditar que o brasileiro "arrebentaria na Copa".

Pelé chamou ainda a atenção para o time do Equador, que foi às oitavas-de-final do torneio.

quinta-feira, junho 29, 2006

Negócios da China

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Infelizmente a China não conseguiu ir à Copa do Mundo, mas nem por isso os fanáticos por futebol de lá deixam de fazer loucuras para não perder um lance. Um torcedor chinês não se abalou com o fato de sua casa estar pegando fogo. "Quando os vizinhos gritaram 'fogo', eu peguei meu bebê e saí correndo ainda de pijamas", afirmou a mulher do maluco ao jornal chinês Pequim Daily Messenger. "Meu marido pouco se importou com o perigo, apenas pegou a televisão e a colocou embaixo dos braços. Após sair da casa, ele começou a procurar uma tomada para ligar e continuar a ver o jogo", relatou.

Outro fato curioso ocorreu com Li Jie que, após tentar vender lotes na lua, vende agora"ar da Copa" para os compatriotas que quiserem "sentir" o Mundial. Com somente 50 yuan (R$ 14), os chineses podem comprar um saquinho cheio de ar, que Jie alega ter sido obtido diretamente dos estádios da Alemanha. E olha que ele disponibiliza o ar de todos os estádios da Copa. Impressionante...

Homenagem ao nosso comentarista favorito

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É pra você, Noronha!!!

(O Youtube é a maior revolução da internet desde o Google!)

http://www.youtube.com/watch?v=2QjbCdYkL8w

Futebol, obesidade e cachaça

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Maradona diz que quer Ronaldo "gordo ou bêbado"

"Podem me dar o Ronaldo gordo, bêbado, ou como for, mas me dêem, quero sempre ele na minha equipe". A afirmação é do ídolo argentino Diego Armando Maradona, citado pela agência de notícias Ansa. O ex-jogador disse também que a Seleção Brasileira não está jogando bem na Copa.

Na foto, Maradona aparece com outro ídolo seu, o brasileiro Zico, durante uma partida no Maracanã, em 1979. Para muitos críticos, Zico só não é considerado melhor que Maradona porque não conseguiu ganhar uma Copa do Mundo.

Memória da Copa (9ª edição)

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A primeira estrela

Em 29 de junho de 1958, Amaro dos Santos ligou seu rádio valvulado e apoiou o cotovelo em cima da mesa para ouvir a final da Copa do Mundo entre Brasil e Suécia. A certa altura, o ponta-direita brasileiro levou uma entrada mais dura de um adversário e Amaro, já turbinado por meio litro de cachaça, tirou o canivete da cintura e extirpou o rádio sem dó. Por conta disso, não conseguiu ouvir o fim do jogo e só teve certeza de que o Brasil era campeão quando ouviu o foguetório espocar por toda a cidadezinha de Pau Grande. Paciência: a seu modo, vingara as pancadas recebidas por seu filho Mané Garrincha na distante cidade de Estocolmo.

Naquele dia, há exatos 48 anos, o Brasil deixava de ser vira-latas no esporte coletivo mais popular do planeta. E o filho de Amaro foi decisivo no momento mais crítico da partida. Depois de levar um gol de Liedholm logo aos 4 minutos de jogo, o Brasil parecia atordoado num estádio obviamente lotado pela torcida da casa. Didi pegou a bola no fundo das redes e voltou caminhando lentamente para o meio do campo, comentando entre dentes com os companheiros: "-Vamos encher esses gringos". Garrincha ouviu e, em menos de 30 minutos, driblou duas vezes meio time da Suécia até a linha de fundo e, em ambas as oportunidades, cruzou com perfeição para dois gols de Vavá.

No segundo tempo, Pelé (duas vezes) e Zagallo ampliaram e a goleada fechou em 5 a 2. Festa brasileira em Estocolmo, explosão em todos os cantos do Brasil. Muitos já disseram que a popularidade da gestão Juscelino Kubitschek na presidência da República e a sensação de extremo orgulho que o país experimentou naquele final de anos 50 começaram naquele dia de junho de 58, com aquela vitória na Suécia. É claro que Amaro dos Santos, com nove ou dez caninhas acima da humanidade, nem suspeitava disso. Nem seu filho, que naquele momento era cumprimentado no gramado do estádio Raasunda pelo rei sueco, Gustav Adolf, em pessoa. E respondia como se estivesse num boteco de Pau Grande: "-Olá, meu chapa! Tudo bem?".

E o brasileiro, dessa vez no drible, mostrou o futebol como é que é.

Brasil 5 x 2 Suécia
29 de junho de 1958

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.Técnico: Vicente Feola.
Suécia: Svensson; Bergmark, Axbom, Börjesson e Gustavsson; Parling e Gren; Hamrin, Liedholm, Simonsson e Skoglund. Técnico: George Raynor.

Árbitro: Maurice Frederic Guigue (França)
Local: Estádio Raasunda (Estocolmo-Suécia)
Público: 49.737
Gols: Liedholm (4), Vavá (8), Vavá (32), Pelé (56), Zagallo (68), Simonsson (80) e Pelé (89)

Em defesa do Imperador

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Relendo meu post anterior, senti uma ponta de injustiça com Adriano. Do jeito que falam do rapaz, parece que ele é o mais perna de pau que os participantes desse blog, o que, acreditem, é grande ofensa (com a honrosa exceção da Thalita, grande jogadora de futsal).
Não é bem assim. Adriano está entre os melhores centroavantes do mundo, tem um chute de esquerda de força e precisão impressionantes. O problema não é com ele, é com o esquema tático. Não dá para jogar com dois atacates pesados (sem alusão à obesidade do Fenômeno) na frente. O time sente falta da movimentção de um Robinho.
No começo da Copa, quando Ronaldo parecia estar jogando em constante ressaca, defendi a permanência de Adriano no time. Mas com Ronaldo jogando bem, ele é melhor que Adriano. O que não é demérito algum. Afinal de contas, o Gordo é "só" o maior artilheiro de todas as Copas.
Ao deixar o Imperador da Inter em campo, Parreira o sacrifica. Ele tem que correr e abrir espaços para Ronaldo, volta ao meio-campo, tenta desarmar. Ou seja, é forçado a fazer tudo que não sabe e que Robinho faz tão bem. A comparação entre os dois não é correta, as posições são diferentes. Adriano está na seleção para ser reserva do Fenômeno. O que, insisto não é pra qualqeur um.

Machucados e reservas

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Robinho, que perdeu uma grande chance de se firmar como titular no jogo contra Gana, ainda naõ é certeza contra a França. para melhorar o astral, Kaká e Emerson também estão no estaleiro e são dúvidas. Avaliemos pois as opções no banco caso se confirme o cenário mais negro:
A substituição de Emerson não é difícil. Gilberto Silva pode dar conta do recado, alguns dizem até que melhor que o jogador da Juventus. E no banco ainda está Mineiro, de quem não gosto, mas que pode cumprir a função.
Para a vaga de Kaká, o nome é o de Juninho Pernanbucano, que não foi lá essas coisas contra Gana. Aqui, a coisa não é tão simples. O estilo de jogo dos dois é diferente. Juninho marca mais e cadencia o jogo, enquanto Kaká tem mais características de meia-atacante, vindo com a bola dominada para chutar ou passar já dentro da área. E, sendo mais simplista, Kaká é melhor do que o Pernambucano. Além disso, quem seria o reserva caso Juninho se machuque durante a partida? Poderia ser o caonhoto Ricardinho, mas seria um risco grande. Como também seria grande a zica caso essa hipótese se confirme.
Mas o caso mais grave é o de Robinho. Quem na seleção pode cumprir as mesmas funções do atacante? Quem entre os convocados dribla, cai pelas pontas, tabela pelo meio, rouba a bola e ajuda a marcação? Aliás, a pergunta poderia ser quem no futebol mundial tem tais caracteríticas. Adriano ou Fredi podem entrar, mas muda o esquema tático. Parreira, que só agora dava mostras de que mudaria o sistema com dois centroavantes, será forçado por falta de opção a mantê-lo. Se isso de fato ocorrer, esperemos que Adriano tenha jornada menos infeliz doq ue contra Gana. Ou que, mesmo jogando mal, faça dos seus gols.

Notas irrelevantes

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Manguaça fatal
Mais uma morte na Copa. O assassinato envolveu o pênalti para a Itália contra a Austrália, pelas Oitavas-de-Final, mas nada de Hooligans ou brigas entre a Gaviões da Fiel e a Mancha Verde. O tailandês Rabieb Lukchan torcia pelos cangurus, enquanto Saran Channarong preferia os italianos. O primeiro disse ao segundo que a arbitragem havia garfado, ou melhor, palitado os amarelos da Oceania, mas o segundo discordou. A bebedeira durante toda a tarde aqueceu o debate. Channarong, de 20 anos, esfaqueou o outro manguaça e fugiu. O ocorrido deu-se na província de Nakohn Si Thammarat. Sugiro a penalização do árbitro espanhol Luis Medina Cantalejo.

Mais do que a NBA
A Copa do Mundo na Alemanha teve mais audiência nos Estados Unidos do que as finais da NBA e o campeonato de hockey, segundo o Instituto Ramussen. Isso porém representa apenas 6% dos televisores. Contradizendo ainda outro estereótipo estadunidense, para cada três homens assistindo às pelejas, apenas uma mulher.

Distante 2014
Felizmente para as pretenções brasileiras de sediar o Mundial em 2014, faltam oito anos para reformar os estádios. E haja cimento. O Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi, estádio do São Paulo, foi interditado hoje pela prefeitura, por meio do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), por falta de segurança. Está em tudo quanto é site, como na Gazeta Esportiva.

quarta-feira, junho 28, 2006

Roberto Carlos come criancinha!

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No mundo animal, a cadeia alimentar muitas vezes revela cenas surpreendentes. Curioso é o caso do hominídeo Robertu Carliens. Criada em cativeiro na concentração da seleção brasileira, durante a Copa do Mundo da Alemanha, esta espécie de pigmeu desenvolveu um estranho hábito antropofágico. Apesar de não ser comunista, Roberto Carlos (seu nome popular) foi flagrado comendo criancinha, como mostra o instantâneo acima, colhido pela National Geographic. Veterinários da Fifa deduzem que isso aconteceu, provavelmente, porque há muito tempo Roberto não mostra fome de bola.

terça-feira, junho 27, 2006

De novo, a amarelada da Espanha

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Como já citado em post anterior, a Espanha adora dar sonoras goleadas em Copas o Mundo, mas jamais consegue ir muito além. Grande importadora de talentos, suas seleções tem a sina de "amarelar" na hora H, e desta vez não foi diferente.

Já a França parece desmentir o estigma de "falso grande". Na decisão, Zidane, mesmo não sendo o mesmo de 1998, soube mostrar que ainda tem talento e fez o terceiro gol em uma bela jogada, além de armar e defender durante todo o jogo. A equipe também contou com o talento de Vieira, que novamente fez uma boa apresentação.

Agora, o Brasil tem a oportunidade de vingar as derrotas de 1986, nos pênaltis, e de 1998, na fatídica final no Stade de France. Se bem que uma das mais fabulosas partidas da seleção em uma Copa ocorreu justamente em 1958 contra os franceses, um 5 a 2 na semifinal, com três gols de Pelé contra a equiep que tinha o lendário Just Fontaine, maior artilheiro em uma única Copa, com 13 gols naquela ocasião.

Já a Espanha só pode lamentar mais um fracasso. Curioso que a Ucrânia, goleada pelo time na primeira fase, foi mais longe que o time merengue, já tendo garantido um lugar nas quartas-de-final. Acontece em Copas.

Gerd Müller: "O Brasil precisa de Ronaldo"

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Depois de ver o seu recorde de gols em Copas do Mundo quebrado por Ronaldo nesta terça-feira, o alemão Gerd Müller afirmou que o jogador da Seleção Brasileira é o atacante "mais completo" da atualidade.

Ao marcar o primeiro do Brasil na vitória por 3 a 0 sobre Gana, Ronaldo chegou ao seu 15º gol em Mundiais e superou os 14 gols de Müller.

O brasileiro ainda pode ampliar a sua marca, já que a equipe comandada pelo técnico Carlos Alberto Parreira garantiu a classificação para as quartas-de-final da Copa 2006.

"Na minha opinião, ele é o melhor, o atacante mais completo no momento. O Brasil precisa de Ronaldo. Eles não têm ninguém mais rápido do que ele na frente. Ele não estava em seu melhor nos dois primeiros jogos, mas contra o Japão poderia ter marcado uns cinco (gols)", disse Müller em entrevista ao site da Fifa.

Apesar de ter perdido o título de maior artilheiro das Copas, o alemão garante não ter ficado chateado.

"Mesmo antes de o torneio começar, era óbvio que ele (Ronaldo) conseguiria pelo menos dois gols e igualaria, se não fizesse três e registrasse um novo recorde. Não foi uma surpresa", acrescentou.

"Eu sempre disse que eu não era o recordista. Essa honra, para mim, é de Just Fontaine, que marcou 13 gols em um torneio. Apesar de Ronaldo estar agora em sua terceira Copa, ainda assim é um grande feito da parte dele", completou.

Müller chegou à sua marca de 14 gols no Mundial de 1974, na Alemanha. Ele disputou jogos nos Mundiais de 1970 e 1974, enquanto Ronaldo atuou em 1998, 2002 e 2006. Em 1994, o brasileiro foi convocado, mas não entrou em campo.

Roberto Carlos fora e outras considerações

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Até aceito discutir o Cicinho como opção eventual ao Cafu, mas não é necessário. O veterano recordista de partidas em copas do mundo se apresenta, não marca pior do que o lateral madrilenho etc. Mas Roberto Carlos está insustentável. Displicente na defesa e nulo no ataque, nem serviu para cobertura nos contra-ataques adversários, nem chutou no gol (acertou, quero dizer).

Mas não se pode culpá-lo pela falta de ligação entre defesa e ataque. Duas coisas ficaram claras na partida contra Gana. Primeiro que não se pode jogar em linha na defesa contra o Brasil e que o contra-ataque canarinho, mesmo longe da produtividade desejada, é muito perigoso.

Ao mesmo tempo, Gana mostrou que marcar a saída de bola cria dificuldades para o time de Parreira. Quando Gaúcho e Kaká voltam à intermediária defensiva, os atacantes voltam para a linha de meio de campo, comprometendo a ofensividade. A entrada de Juninho Pernambucano não ajudou em nada, mas Ricardinho conseguiu pegar bolas na entrada da área para deixar três jogadores na cara do gol em menos de 10 minutos.

Tocar a bola com rapidez, em tabelas no ataque, desbaratina a marcação da zaga brasileira, assim como qualquer defesa. Mas quem toca mais rápido a bola e tem mais perna para marcar pressão do que Gana nesta Copa?

Leitura labial

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Não sou daqueles que acham que a imprensa tem que "contribuir" para o bom ambiente da seleção, "ajudar" a equipe e pataquadas do gênero. Mas muitas vezes, por conta de um suposto interesse público que justificaria métodos, no mínimo, ortodoxos - como a famigerada câmera escondida - coloca-se em risco alguns direitos básicos de qualquer cidadão.

Falo isso por conta da polêmica leitura labial que tanto irritou Parreira. Pra quem não sabe, o programa Fantástico, da Rede Globo, utilizou deficientes auditivos para observarem vídeos da seleção e descobrir o que atletas e o treinador diziam durante o jogo.

Daí, descobriu-se que Parreira teria declarado ter "gostado muito" do desempenho de Gilberto Silva contra o Japão, tendo falado em seguida: "Pena, se nós tirarmos o Emerson, vai ser f...". O técnico em relação ao rendimento de Ronaldo, autor de dois gols na última partida da seleção. "Agora vamos ver. Filhos da p...", disse, completando em seguida: "Ainda pedem para o Ronaldo ir embora." Ontem à noite, no Jornal Nacional, Fátima Bernardes afirmou que direção do programa enviou uma carta pedindo desculpas a Parreira.

Já se fala na possibilidade de "racha" na seleção por conta do episódio, já que os mais velhos como Roberto Carlos, Cafu e Emerson acham que têm que jogar por conta da sua experiência, enquanto os outros também clamam por uma chance.

A questão é que, quando faz isso, a Globo de fato quebra a privacidade das pessoas. Se o jornalista obtém a mesma informação que eles divulgaram por meio de fontes de dentro da equipe, está praticando jornalismo de verdade e não haveria problemas. Mas quando recorre a um expediente desses, põe em risco o trabalho alheio, podendo fazer isso também com um engenheiro, um advogado ou qualquer outro profissional que teça comentários que não são para serem feitos em público ou para uma ampla gama de pessoas.

Violar o direito de um profissional de dizer algo a um auxiliar ou companheiro de equipe sem ser ouvido é grotesco. E não adianta invocar um tal de "interesse público" até porque Parreira é empregado da CBF, entidade privada. Talvez, para a emissora carioca, seu jornalismo deva ser regido pale mesma lógica de espetáculo que rege o seu deprimente Big Brother. Mais responsabilidade faria bem a quem já conta com tantos e tão competentes profissionais de imprensa.

segunda-feira, junho 26, 2006

Bolão é coisa de metrossexual, vai

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Desabafo refeito após um bom desempenho nas oitavas de final.

Acerto na mosca nas seguintes pelejas: Alemanha 2x0 Suécia, Itália 1x0 Austrália (viva Totti), Argentina 2x1 México (não tenho culpa que o bolão lá não interpreta o jogo como 1x1) e Ucrânia 0x0 Suíça - com a precisa indicação do avanço dos ucranianos nas penalidades.

E em tempo: pelo jeito, é mais fácil fazer bons chocolates e relógios precisos do que bater pênalti. O desempenho dos suíços hoje foi vergonhoso; me lembrou o São Paulo na final da Copa São Paulo de 1994 (dá-lhe Pitarelli) e do Boca Juniors na decisão da Libertadores de 2004. Alguém lembra mais de algum caso de times que zeraram nos pênaltis?

Que Itália!

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Tudo bem que Ucrânia e Suíça fizeram um dos piores jogos da Copa, onde os suíços não conseguiram sequer marcar gol de pênalti, apesar de não terem sofrido nenhum no Mundial e de irem pra casa invictos. Pros defensivistas, baita de um revés. Mas o desempenho da Itália contra a Austrália foi de doer.

A seleção européia mostrou mais uma vez sua total falta de qualidade técnica, algo que pelo jeito não surpreende nem mesmo seus jogadores. "Agora eu acho que podemos ir longe no campeonato", celebrou Totti, que cobrou o pênalti inventado escandalosamente pelo árbitro do jogo nos descontos da etapa final e que deu a vitória aos italianos. Por esse jogo grotesco, Totti acha que "agora, vai!".

O arsenal de cretinices do jogador não parou por aí. Assim como FHC fez com Lula, dizendo que o presidente "carcareja em cima dos ovos que não são dele" (pelamordedeus, alguém interne o FHC!) Totti rebateu as críticas recebidas na primeira fase. "Agora deixo que os críticos falem de mim. Até agora me massacraram. Estou certo de que agora devem estar felizes". Ele, que entrou no fim do segundo tempo, bateu e marcou um gol de pênalti. Isso cala alguém? Do que ele está falando? Ganhar roubado dos australianos é algo digno da tradição italiana?

Pelo que se pôde ver hoje, Itália e Ucrânia vai ser um jogo duro... de assistir.

Memória da Copa (8ª edição)

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A batalha de Berna

Amanhã faz 52 anos que o Brasil disputou uma de suas partidas mais famosas em Copas do Mundo. O confronto de 27 de junho de 1954 contra a Hungria, sensação daquele mundial, ficaria conhecido para sempre como "a batalha de Berna". Nem tanto pelo jogo em si, válido pelas quartas-de-final. O que entrou para a história foi a pancadaria.

A seleção brasileira chegou pessimista à Suíça. O trauma da derrota no Maracanã ainda não tinha sido superado. Criticado por não ter convocado Zizinho, o técnico Zezé Moreira tinha em mãos outros remanescentes de 1950, como Nilton Santos e o capitão Bauer (na foto, pouco antes do início da partida contra a Hungria).

Porém, mais do que o abatimento pela derrota em casa, o grande problema era, mais uma vez, a desoganização. Na segunda partida do mundial, por exemplo, os dirigentes brasileiros não sabiam que um empate com os iugoslavos garantia a vaga para as quartas-de-final. Com 1 a 1 no placar, desgastaram-se inutilmente em busca da vitória.

O sorteio colocou o time contra a Hungria. Os brasileiros temiam enfrentar os campeões olímpicos de 1952, time de lendas como Puskas, Czibor e Hidegkuti. Zezé Moreira tentou amenizar: "Não me interesso pelo time dos outros". Kocsis, que terminaria o mundial como artilheiro, com 11 gols, rebateu com convicção: "Venceremos o Brasil e seremos os novos campeões do mundo".

Mas o Brasil já sairia derrotado do vestiário, depois que o chefe da delegação, João Lyra Filho, comparou os jogadores aos pracinhas brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial e exigiu a vitória. Todos entraram apavorados e nervosos com o peso da responsabilidade. Com 7 minutos de jogo, já perdiam por 2 a 0.

Reagiram, mas a Hungria venceu por 4 a 2, em jogo tenso e violento. Quando os jogadores dos dois países iam saindo de campo, Czibor estendeu a mão para Maurinho, que aceitou o cumprimento. Só que o húngaro retirou a mão e o brasileiro deu-lhe um soco na barriga. Zezé Moreira afastou seu jogador do bolo, mas os húngaros pronunciaram seu nome - "Moreira!" - e cuspiram no chão.

Zezé estava com uma chuteira de Didi na mão e atirou-a contra os inimigos, acertando o rosto do técnico da Hungria, Gusztav Sebes, que era simplesmente o vice-ministro de Esportes de seu país. A trava de madeira fez um talho no rosto e o sangue esguichou. Em represália, Puskas deu uma garrafada na testa do zagueiro Pinheiro. No meio do rolo, o jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque ainda derrubou um policial suiço com uma rasteira.

O juiz inglês Arthur Ellis foi o bode expiatório para os brasileiros explicarem a derrota, por causa das expulsões de Nilton Santos e Humberto. Assim, não bastasse o vexame do quebra-pau, o árbitro brasileiro Mário Vianna, que tinha apitado um dos jogos da Copa, foi ao microfone de uma rádio brasileira e acusou Ellis de fazer parte de um complô comunista para classificar a Hungria.

Resultado: o infeliz cartola João Lyra Filho enviou protesto por escrito à Fifa, acusando a arbitragem de "estar a soldo do Kremlin". Vexame completo.

Brasil 2 x 4 Hungria
27 de junho de 1954

Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nílton Santos; Brandãozinho, Bauer; Julinho, Didi, Índio, Humberto, Maurinho. Técnico: Zezé Moreira
Hungria: Grosics; Buzansky, Lorant, Lantos; Boszik, Zakarias; M. Toth, Kocsis, Hidegkuti, Czibor, J. Toth. Técnico: Gusztav Sebes.

Local: Berna (Suiça)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Expulsões: Nílton Santos, Boszik e Humberto
Gols: Hidegkuti (3), Kocsis (7), Djalma Santos (17), Lantos (61), Julinho (75) e Kocsis (88)

domingo, junho 25, 2006

À flor da pele

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A partida entre Portugal e Holanda teve toda a dramaticidade que conviria a um jogo eliminatório de Copa do Mundo. Emoções fortes, belas jogadas, imprevisibilidade e um duelo entre gigantes que manteve o suspense até o final. Final que, se fosse outro, talvez não fosse injusto.

A dramaticidade começou com a violência holandesa contra Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído após uma entrada violenta de Boulahrouz. Apesar do time já estar ganhando por 1 a 0, belo gol de Maniche, era uma perda inesperada para a equipe de Felipão. Desalento para Portugal, que era pressionado pelos adversários com um toque de bola rápido e jogadas pelas pontas.

A partir daí, se travou uma guerra. Quase no sentido literal. Jogadas violentas, algumas vistas pelo árbitro e outras não, deram a tônica da batalha em que Portugal se defendia com um a menos desde o primeiro tempo. Portugal se igualou em número de jogadores com os holandeses durante somente 14 minutos, pois, após a expulsão de Boulahrouz, Deco também foi expulso do lado português.

Cera, catimba, raça, garra, vontade. Portugal não mostrou apenas isso, elementos que faltaram contra Angola, mas mostrou capacidade de variação tática conforme o momento da partida e também que possui opções no banco, além de um brilhante - em mais de um sentido - comandante. Felipão amplia seu recorde de vitórias em Copas, Portugal chega a uma quarta de final (feito que não conseguia desde 1966) e também segue invicta há 18 partidas. Tudo depois de um jogo de tirar o fôlego.

Acima de tudo, uma partida de um time que já entrou para a história como vencedor. Mas pode chegar mais longe e, hoje, acredito que ninguém duvide dessa possibilidade.

Hermanos na descendente

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Depois do joguinho entre Brasil e Austrália, que por coincidência aconteceu no dia seguinte ao massacre argentino contra Sérvia e Montenegro, teve comentarista dizendo que o problema da Argentina era ter alcançado o topo da qualidade na primeira fase. Achei um dos maiores papos furados da Copa. Naquele dia, tristemente vislumbrei os hermanos levantando a taça.
Mas não é que eles realmente caíram de produção? Não, não foi um jogo ridículo. O México jogou tudo o que podia (e ainda estava guardado). O toque de bola tranqüilo surpreendeu. Mas a Argentina não foi aquela. Sofreu demais e jogou de menos, comparando com o 6 x 0 da primeira fase. A diferença entre os dois times ficou na técnica mais refinada dos argentinos, porque o número de bolas que os mexicanos deixam bater na canela e espirrar é impressionante. E o golaço do Maxi Rodriguez não acontece toda hora.
A pergunta é: a Argentina recupera o fôlego? Vai ter bala para enfrentar a regular, competente e surpreendente - sim, surpreendente - Alemanha?

Eu acho que vai, mas não custa sonhar!