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Por Moriti Neto
Foi ruim, sim. A derrota do São Paulo para o Botafogo, no Engenhão, pelo placar de 3 x 2, é daquelas duras de engolir e de descrever também (por isso, a demora para a saída deste post).
O Tricolor, com seis desfalques, entrou em campo desfigurado, saiu perdendo, virou o placar, mas tomou dois gols que normalmente não leva. Tudo bem, a defesa estava desmantelada. Sem André Dias na cobertura e Jean combatendo à frente da zaga, o setor, que é o esteio do time, mostrou muita vulnerabilidade. Renato Silva, por exemplo, que sempre é carregado nas costas pelos parceiros, desfilou toda a grossura no Rio de Janeiro. Ofensivamente, Dagoberto fez muita falta. Embora Marlos tenha atuado bem, a experiência do atacante titular provavelmente pesaria em certos momentos.
Consideradas as ausências, contudo, avalio a derrota como fruto da afobação, que deveria ser do rabaixável adversário e não são-paulina. Os paulistas se atrapalharam de todas as maneiras. Esqueceram de jogar nos 20 minutos iniciais, bateram cabeça na defesa e erraram finalizações por falta de inteligência.
O jogo dos afobados: um tinha motivo, o outro não
O Botafogo, lutando para fugir da degola, começou a peleja apertando o São Paulo e o golaço de Jobson, de fora da área, no ângulo de Rogério Ceni, aos 14, foi absolutamente justo. O Tricolor era apático e só depois do susto resolveu sair da letargia. Após o tento botafoguense, Marlos criou boa chance, Miranda mandou bola na trave e Washington, aos 49, de cabeça, empatou.
No segundo tempo, o confronto foi pautado pela imprevisibilidade. Washington, aos 10, fez o pivô e Jorge Vagner estufou as redes do Glorioso. Era a virada e a alegria, mas ambas duraram pouco, pois Jobson – que estava infernal – foi à linha de fundo, o sistema defensivo são-paulino deu bobeira e Renato estabeleceu nova igualdade, aos 15.
Aos 25, Richarlyson, para variar, costumeiramente afobado, foi expulso corretamente ao tomar o segundo amarelo depois de falta em Vitor Simões. Com um a mais, o Botafogo partiu para o tudo ou nada e o Tricolor teve as melhores chances. Hernanes mandou uma paulada no travessão e Marlos, num contra-ataque, tentou o gol ao invés de passar para Washington, que tinha melhores condições de marcar.
Aos 38, Juninho foi excluído e o jogo ficou 10 contra 10. Aos 44, quando o empate parecia definido, Jobson driblou Miranda e fez outro golaço. Em seguida, foi expulso por tirar a camisa na comemoração. E o resultado acabou 3 x 2, ainda que o Fogão tenha ficado com oito, já que Rodrigo Dantas também tomou o vermelho.
Depois de terminada a partida Flamengo 0 x 0 Goiás, que realmente frustrou o Maracanã lotado, ouvi muitos são-paulinos dizerem que o resultado do Tricolor acabou não sendo mau. Apesar do risco de dizer uma obviedade, derrota nunca é boa. Pior ainda em situação como a de domingo, em que a equipe foi atabalhoada e tomou três gols de um time pressionado, abalado psicologicamente pela fraca campanha no certame e com as notícias vindas de Recife, que mostravam o Fluminense goleando o Sport.
Além disso, o São Paulo, fora de casa, com os desfalques já ressaltados e um calor de derreter, chegou a inverter um placar desfavorável. Um pouquinho mais de calma não custava nada e poderia ter deixado o título nas mãos. Alguém quer mais motivos para achar ruim?
Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...