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E o país que mais agitou a geopolítica internacional estará nos holofotes do mundo esportivo em 2010. Na tarde (no horário de Brasília) de hoje, a Coreia do Norte empatou sem gols com a Arábia Saudita fora de casa e garantiu sua classificação para a Copa do Mundo da África do Sul. Austrália, Japão e Coreia do Sul são os outros asiáticos* já garantidos na Copa. Bahrein e Arábia Saudita se enfrentarão em uma repescagem para definir quem pega a Nova Zelândia, campeã da Oceania, na decisão da última vaga desses continentes.
Será a segunda vez em que a Coreia do Norte chega a umMundial. A primeira foi no distante ano de 1966, quando a seleção surpreendeu o mundo ao mandar a Itália para casa. Apesar de tanto tempo de ausência, a classificação dos conterrâneos de Kim Jong-Il (foto) não chega a ser uma verdadeira surpresa, se analisarmos certa evolução que a seleção local tem mostrado de uns tempos pra cá - é só pensarmos que em 2007 o país esteve presente nos Mundiais Sub-20 e Sub-17.
Ainda falando em termos esportivos, já antevejo a pedreira que os jornalistas esportivos terão para falar sobre a seleção da Coreia do Norte nas análises prévias e na Copa propriamente dita. É que o país, um dos mais fechados do mundo, pouco fala sobre si próprio e não há nenhum jogador norte-coreano em ligas famosas (aliás, não há nenhum que atue fora do país, se não me engano). A página da Coreia do Norte no site da Fifa traz poucas informações e, aparentemente, não existe um site oficial da confederação local. Trata-se de uma seleção desconhecida, portanto.
Agora a análise política, que não tem como deixar de ser feita. Em primeiro lugar, é curioso que o retorno da Coreia do Norte aos mundiais tenha se dado justo agora, quando há menos de um mês o país fez testes nucleares e provocou agitações em todo o planeta. É uma ironia dos diabos.