Compartilhe no Facebook
Lendo "The Doors por The Doors", compilação de entrevistas dos membros da banda estadunidense feita por Ben Fong-Torres (Editora Agir, 2006), cheguei a um trecho que discorre sobre os excessos do vocalista Jim Morrison (foto), morto aos 27 anos. "À parte todas as teorias (...) sobre o Morrison dionisíaco e o Morrison xamã, os membros da banda tinham também de lidar com o Morrison alcoólatra", diz Fong-Torres. Em seguida, uma observação do próprio Jim:
- Todos da minha geração se drogam. A droga é o que há agora. Pois bem, eu tenho sempre que nadar contra a corrente. Não me sinto à vontade entre a maioria. A coisa mais revolucionária que você pode colocar em seu organismo nos dias de hoje, em meio a todos esses drogados, é uma boa dose de manguaça barata. O álcool é como o leitinho da mamãe para mim, só que melhor ainda que qualquer leite vindo de qualquer mãe. Odeio aquele tipo pobre de conotação sexual vinda das pessoas que procuram comprar dorgas. É por isso que gosto de álcool; você pode ir a qualquer bar ou loja da esquina e encontrá-lo sobre a mesa... É uma coisa tradicional.
Mais tarde, em 1970, o vocalista reconheceu o exagero:
- Passei por um período em que bebia muito. Havia muita pressão sobre mim e não conseguia lidar com aquilo. Acho que beber é uma maneira de lidar com um ambiente lotado e também um produto do tédio. Mas gosto de bebida, ela deixa as pessoas mais soltas e estimula a conversa às vezes... de certa forma é como os jogos de azar. Você sai para uma noite de bebedira e não sabe onde vai parar no dia seguinte. Pode levar a algo bom ou a algo desastroso. É como o rolar dos dados.
Em julho de 1971, Morrison morreu de ataque do coração. Não há confirmação, mas especula-se que foi provocado por overdose de heroína.