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Acabou agora a apuração da eleição do novo presidente do Galo. Alexandre Kalil foi eleito por 271 votos contra 130 de Sergio Bias Fortes.
Para quem não sabe, Alexandre é filho de Elias Kalil, presidente do Galo no começo dos anos 80, quando o time disputava títulos, não rebaixamentos.
Num time fraco, com mais de 200 milhões de reais de dívidas, disputando rebaixamentos no ano do centenário, é a única boa notícia de 2008.
Alexandre tem pavio curto, mas parece honesto e anunciou na posse que a maior contratação vai ser a volta da torcida ao estádio e que o futebol será a prioridade.
Agora é torcer para dar algo certo.
13 comentários:
a torcida pragmática do fredi emociona: "Agora é torcer para dar algo certo."
Não só a torcida, mas a consideração da qualidade do Calil: "parece honesto". Deus ou quem puder que salve o futebol brasileiro da cartolagem.
A propósito de cartolas, estou ávido por acompanhar o mandato de Marco Aurélio Cunha como vereador. Realmente...
Falando na relação entre honestidade e cartolagem, quando liguei a TV no início do jogo entre São Paulo e Botafogo, o Kléber Machado estava falando alguma coisa sobre uma campanha contra a corrupção no Brasil que tinha, entre outros apoiadores, o Clube dos 13. O que não é a cara de pau...
Não só o Clube dos 13 como a Rede Globo.
Ok, respondendo aos questionamentos, não tenho motivo nenhum para ser otimista, mas torço, óbvio, para que algo dê certo.
Mas não será fácil num time com dívidas milionárias e num ambiente do futebol em que o que mais tem são pessoas que querem se aproveitar da paixão dos torcedores.
Kalil é a melhor opção para o Galo no momento, mas orai e vigiai sempre. No meu caso, só vigiai (rs).
Mais de 200 milhões de reais de dívida? Como assim? Como isso aconteceu?
Marcão, a história é longa. Em resumo, gastar mais do que se tem por muito tempo.
As dívidas com o governo, INSS, FGTS etc. chegaram a R$ 100 milhões por não serem pagas por muito tempo. Agora, para entrar na Timemania e aderir ao Refis, tem de ser quitada todos os meses.
De resto, a outra parte é em empréstimos bancários, com o ex-presidente Ricardo Guimarães e ações trabalhistas, principalmente.
A droga é que isso é feito por décadas, gasta-se mais do que se tem, e quando estoura fica na mão de quem não tem tanta culpa.
O déficit calculado hoje, pagando todas as obrigações, é de R$ 2 milhões/mês, que têm de ser cobertos com a venda de jogadores. O pior é que isso mata a possibilidade de segurar as revelações e montar times decentes e vendê-las mais caras lá na frente.
Não conheço bem o Kalil, mas não tenho muita simpatia com o cara. Quando ele era presidente do conselho deliberativo do Galo, há uns 5 anos, era um verdadeiro Roque Citadini atleticano, buscando mídia em tudo quanto é canto e se especializando em bravatas.
Bom, levando em conta que a última grande fase do Atlético-MG ocorreu ali por 1999, quando disputou a final do Brasileirão, foi nessa época que essa dívida monstruosa começou a inchar, Fredi? E por culpa de quem?
Marcão, segundo relato do Marcelo Damato , muitos atribuem a responsabilidade pela maior parte dessa dívida a... Alexandre Kalil! Segue o trecho.
Alexandre Kalil venceu a eleição no Atlético-MG. Por um tempo, foi quase um co-presidente de fato, controlava parte do poder mesmo como presidente do Conselho Deliberativo.
Seus adversários atribuem a ele uma das maiores calamidades cometidas no clube: reduzir o salário dos jogadores. Por lei, isso é proibido mesmo com concordância explícita do empregado. É uma forma de proteger o empregado da pressão do patrão.
O Atlético fez isso e o que se viu depois foi uma enxurrada de processos trabalhistas, que respondem pela maior fatia das dívidas do clube.
Glauco, história é parcialmente verdadeira.
Na realidade, o descalabro no Atlético vem de antes. Em 1995 o então presidente Afonso Paulino deixa o clube para seu sucessor, Paulo Cury com um passivo (dívida) de aproximados R$ 3,6 milhões. Na época.
Em seu lugar entrou Paulo Cury que serviu de ponte para a entrada de uma quadrilha. Desde então praticaram estelionato, crime de usura e peculato, segundo o conselheiro Manfredo Palhares. É dessa época a bobagem da selagalo.
Depois entra Nélio e o dinheiro que viria da parceria com a Koch Tavares, que se gastaram milhões a decoberto por conta de uma parceria que nunca veio.
A dívida aí já estava próxima dos R$ 100 milhões e sem pagamento nem dos juros explodiu.
A parte do Kalil nessa história de rebaixar salários é que o Nélio havia e ele haviam renovado os salários do Marques e Guilherme, por exemplo, em mais de R$ 300 mil por mês. Quando a dívida estourou chamaram esses e outros jogadores para negociar e reduziram seus salários e depois tomaram diversos processos, que, no conjunto, equivalem a cerca de R$ 20 milhões.
A tragédia continua com Ricardo Guimarães presidente, que começa a emprestar dinheiro para gastos sem receitas e hoje tem cerca de R$ 60 milhões para receber.
Somando-se a tudo isso a dívida com governo que não foi paga durante décadas em INSS e FGTS, principalmente, chega-se à tragédia dos R$ 220 milhões.
Como sair dessa enrascada e manter um time pelo menos mediano é que é o problema.
O único alento é que o Galo é um dos times mais ricos em imóveis, tem shopping center, terrenos em áreas nobres, centro de treinamento etc. Patrimônio que deve ser praticamente igual à dívida mas que pelo sei não pode ser vendido para pagar os gastos.
Sei que é uma resposta longa, mas necessária para pôr as coisas no lugar.
Abraço
Sem ovos não se faz uma omelete (mas o autor já comentou isso).
O medo para o atleticano é que uma boa forma de colocar torcida no estádio é jogar 2ª divisão...
É realmente assustador, não pensei que um clube pudesse chegar a uma dívida dessa proporção. Mas eu vejo, em tudo isso, uma ponta do engodo chamado Plano Real. Muita gente acreditou na falácia da paridade com o dólar, pensando que isso ia durar para sempre, e se endividou de forma suicida justamente nessa época citada pelo Fredi, entre 1995 e 1999 (quando o dólar dispara e vai a 3 por 1). Fora isso, teve a maldição da Parmalat, que elevou os salários de jogadores, no Brasil, para um patamar surreal. O São Paulo é um exemplo curioso de exceção à regra: nesse período específico, não ganhou nada, nem montou times fabulosos ou contratou craques milionários. Mas também não se endividou. Acho que foi uma década em que a maioria da cartolagem só fez loucuras - e tem time pagando por isso até hoje, como o Atlético.
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