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quinta-feira, outubro 30, 2008

Kalil é novo presidente do Galo

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Acabou agora a apuração da eleição do novo presidente do Galo. Alexandre Kalil foi eleito por 271 votos contra 130 de Sergio Bias Fortes.


Para quem não sabe, Alexandre é filho de Elias Kalil, presidente do Galo no começo dos anos 80, quando o time disputava títulos, não rebaixamentos.

Num time fraco, com mais de 200 milhões de reais de dívidas, disputando rebaixamentos no ano do centenário, é a única boa notícia de 2008.

Alexandre tem pavio curto, mas parece honesto e anunciou na posse que a maior contratação vai ser a volta da torcida ao estádio e que o futebol será a prioridade.

Agora é torcer para dar algo certo.



13 comentários:

Anselmo disse...

a torcida pragmática do fredi emociona: "Agora é torcer para dar algo certo."

Glauco disse...

Não só a torcida, mas a consideração da qualidade do Calil: "parece honesto". Deus ou quem puder que salve o futebol brasileiro da cartolagem.

A propósito de cartolas, estou ávido por acompanhar o mandato de Marco Aurélio Cunha como vereador. Realmente...

Nicolau disse...

Falando na relação entre honestidade e cartolagem, quando liguei a TV no início do jogo entre São Paulo e Botafogo, o Kléber Machado estava falando alguma coisa sobre uma campanha contra a corrupção no Brasil que tinha, entre outros apoiadores, o Clube dos 13. O que não é a cara de pau...

Glauco disse...

Não só o Clube dos 13 como a Rede Globo.

fredi disse...

Ok, respondendo aos questionamentos, não tenho motivo nenhum para ser otimista, mas torço, óbvio, para que algo dê certo.

Mas não será fácil num time com dívidas milionárias e num ambiente do futebol em que o que mais tem são pessoas que querem se aproveitar da paixão dos torcedores.

Kalil é a melhor opção para o Galo no momento, mas orai e vigiai sempre. No meu caso, só vigiai (rs).

Marcão disse...

Mais de 200 milhões de reais de dívida? Como assim? Como isso aconteceu?

fredi disse...

Marcão, a história é longa. Em resumo, gastar mais do que se tem por muito tempo.

As dívidas com o governo, INSS, FGTS etc. chegaram a R$ 100 milhões por não serem pagas por muito tempo. Agora, para entrar na Timemania e aderir ao Refis, tem de ser quitada todos os meses.

De resto, a outra parte é em empréstimos bancários, com o ex-presidente Ricardo Guimarães e ações trabalhistas, principalmente.

A droga é que isso é feito por décadas, gasta-se mais do que se tem, e quando estoura fica na mão de quem não tem tanta culpa.

O déficit calculado hoje, pagando todas as obrigações, é de R$ 2 milhões/mês, que têm de ser cobertos com a venda de jogadores. O pior é que isso mata a possibilidade de segurar as revelações e montar times decentes e vendê-las mais caras lá na frente.

Anônimo disse...

Não conheço bem o Kalil, mas não tenho muita simpatia com o cara. Quando ele era presidente do conselho deliberativo do Galo, há uns 5 anos, era um verdadeiro Roque Citadini atleticano, buscando mídia em tudo quanto é canto e se especializando em bravatas.

Marcão disse...

Bom, levando em conta que a última grande fase do Atlético-MG ocorreu ali por 1999, quando disputou a final do Brasileirão, foi nessa época que essa dívida monstruosa começou a inchar, Fredi? E por culpa de quem?

Glauco disse...

Marcão, segundo relato do Marcelo Damato , muitos atribuem a responsabilidade pela maior parte dessa dívida a... Alexandre Kalil! Segue o trecho.

Alexandre Kalil venceu a eleição no Atlético-MG. Por um tempo, foi quase um co-presidente de fato, controlava parte do poder mesmo como presidente do Conselho Deliberativo.

Seus adversários atribuem a ele uma das maiores calamidades cometidas no clube: reduzir o salário dos jogadores. Por lei, isso é proibido mesmo com concordância explícita do empregado. É uma forma de proteger o empregado da pressão do patrão.

O Atlético fez isso e o que se viu depois foi uma enxurrada de processos trabalhistas, que respondem pela maior fatia das dívidas do clube.

fredi disse...

Glauco, história é parcialmente verdadeira.

Na realidade, o descalabro no Atlético vem de antes. Em 1995 o então presidente Afonso Paulino deixa o clube para seu sucessor, Paulo Cury com um passivo (dívida) de aproximados R$ 3,6 milhões. Na época.

Em seu lugar entrou Paulo Cury que serviu de ponte para a entrada de uma quadrilha. Desde então praticaram estelionato, crime de usura e peculato, segundo o conselheiro Manfredo Palhares. É dessa época a bobagem da selagalo.

Depois entra Nélio e o dinheiro que viria da parceria com a Koch Tavares, que se gastaram milhões a decoberto por conta de uma parceria que nunca veio.

A dívida aí já estava próxima dos R$ 100 milhões e sem pagamento nem dos juros explodiu.

A parte do Kalil nessa história de rebaixar salários é que o Nélio havia e ele haviam renovado os salários do Marques e Guilherme, por exemplo, em mais de R$ 300 mil por mês. Quando a dívida estourou chamaram esses e outros jogadores para negociar e reduziram seus salários e depois tomaram diversos processos, que, no conjunto, equivalem a cerca de R$ 20 milhões.

A tragédia continua com Ricardo Guimarães presidente, que começa a emprestar dinheiro para gastos sem receitas e hoje tem cerca de R$ 60 milhões para receber.

Somando-se a tudo isso a dívida com governo que não foi paga durante décadas em INSS e FGTS, principalmente, chega-se à tragédia dos R$ 220 milhões.

Como sair dessa enrascada e manter um time pelo menos mediano é que é o problema.

O único alento é que o Galo é um dos times mais ricos em imóveis, tem shopping center, terrenos em áreas nobres, centro de treinamento etc. Patrimônio que deve ser praticamente igual à dívida mas que pelo sei não pode ser vendido para pagar os gastos.

Sei que é uma resposta longa, mas necessária para pôr as coisas no lugar.

Abraço

Anônimo disse...

Sem ovos não se faz uma omelete (mas o autor já comentou isso).

O medo para o atleticano é que uma boa forma de colocar torcida no estádio é jogar 2ª divisão...

Marcão disse...

É realmente assustador, não pensei que um clube pudesse chegar a uma dívida dessa proporção. Mas eu vejo, em tudo isso, uma ponta do engodo chamado Plano Real. Muita gente acreditou na falácia da paridade com o dólar, pensando que isso ia durar para sempre, e se endividou de forma suicida justamente nessa época citada pelo Fredi, entre 1995 e 1999 (quando o dólar dispara e vai a 3 por 1). Fora isso, teve a maldição da Parmalat, que elevou os salários de jogadores, no Brasil, para um patamar surreal. O São Paulo é um exemplo curioso de exceção à regra: nesse período específico, não ganhou nada, nem montou times fabulosos ou contratou craques milionários. Mas também não se endividou. Acho que foi uma década em que a maioria da cartolagem só fez loucuras - e tem time pagando por isso até hoje, como o Atlético.