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A Fiel Torcida, maior patrimônio futebolístico do Brasil, acompanhou o gesto. Ali, estava selado o destino do campeonato. Os jogadores não se permitiriam deixar Sócrates partir sem essa homenagem. A torcida não os deixaria parar. Nada podia ser feito por Palmeiras ou Vasco.
Mas bem que eles tentaram. Nervoso, o Corinthians recuou demais, sofreu pressão e deu várias chances à principal arma do adversário. Se você vai jogar contra o Santos, coloca alguém pra marcar o Neymar. Se é contra o Flamengo, tenta anular Ronaldinho Gaúcho. Contra o Palmeiras, busca desesperadamente não dar faltas próximas da área para a batida mortífera de Marcos Assunção. Foram dez no primeiro tempo, quatro no segundo. Sem inspiração, rendeu apenas uma bola na trave em cabeçada de Fernandão, afastada pelo espírito do Doutor – e pelo fato, não menos místico, de que o grosso centroavante já havia feito no primeiro turno seu gol contra o Corinthians. Fosse um tosco estreante, ela teria entrado.
A primeira etapa foi toda alviverde. Na segunda, o Timão adiantou um pouco suas linhas e conseguiu umas chances. Jorge Henrique cavou a expulsão de Valdívia, compensada pouco depois pelo árbitro ao mandar Wallace para o chuveiro, confirmando o equívoco de Tite ao lançar o zagueiro no lugar do suspenso Ralph. Mas o treinador confiou em seu taco: sacou William para a entrada de Chicão, também de volante.
Faltando dois minutos para o fim, a notícia fez a Fiel explodir. Vasco e Flamengo empataram no Rio, acabando com as chances vascaínas. O Corinthians sagrava-se Campeão Brasileiro de 2011, o quinto título do Time do Povo. A cidade de São Paulo, o estado, o país entravam em festa. E o Doutor Sócrates mereceu justa homenagem.
9 comentários:
Foi o minuto de silêncio mais sensacional que eu já vi. Infelizmente não pude ir ao jogo, mas fiquei em pá no meio da sala com o braço direito levantado e o punho cerrado (e os olhos marejados). Sensacional! Descanse em paz, Doutor, e muito obrigado.
No mais, é nois que tá, mano!
PS: Deu certo a promessa! Amanhã eu volto a falar do Tite - rsrsrs.
...fiquei em pé...
Valeu a promessa, Camilo! Antes de começar a falar do Adenor, considere se não é forçar demais deixa-lo de lado até o fim da Libertadores, hehe! É nóis, mano!
Ano conturbado, time desacreditado, formado pelos chamados "operários" da bola, técnico contestado, muito sofrimento, muito disse-me-disse nas esferas políticas do clube e a "Fiel Torcida, maior patrimônio futebolístico do Brasil", quiçá do mundo, levando o time nas costas, mais uma vez.
Nada de muito original nesta nova conquista. Outra com roteiro tipicamente corintiano.
E sabedores de que Sócrates não só merece, mas tem tudo a ver com este triunfo, resta dedicá-lo a ele em forma de sincero agradecimento.
Em várias entrevistas Sócrates afirmou que o Corinthians mudou sua vida de modo definitivo e irrefreável.
E este gigante de cento e poucos anos não seria o que é hoje se não tivesse tido a fortuna de ter um gigante como Sócrates fazendo parte de sua história de modo tão definitivo quanto.
Todos já sabiam
A crônica foge de uma reflexão adulta sobre o péssimo nível técnico do Campeonato Brasileiro, especialmente dos times paulistas. Essa “emoção” que muitos comemoram tenta redimir a modorrenta fórmula de pontos corridos emprestando-lhe o apelo das decisões, estranhas à sua natureza previsível e manipulada.
Novamente os times que receberam mais dinheiro conquistaram as melhores posições. Novamente os menos favorecidos terminaram nos últimos lugares. O falso dinamismo insinuado pelas irrisórias exceções não perturba essa tendência geral, que se repete a cada temporada. Não temos a polaridade exclusivista do campeonato espanhol, por exemplo, mas, para as nossas dimensões, um rodízio entre seis ou sete concorrentes eternos possui o mesmo significado.
Falar em “justiça” e “regularidade” é absurdo. O sistema de pontos corridos só vigora no país porque a distribuição desigual de verbas garante o sucesso dos clubes mais influentes. Assim também as arbitragens marotas soam triviais e superáveis, embora tenham grande peso no resultado final. As únicas chances de um clube menos poderoso contrariar esse arranjo são destruídas pelo próprio regulamento.
O empate que selou o título do limitado time corintiano é uma síntese perfeita da maior competição do futebol nacional.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com/
o doutor estará comigo, sempre. devia ser canonizado: são sócrates.
Guilherme, a crônica não pretendia mesmo fazer discussão nenhuma, adulta ou dente-de-leite. Podemos discutir o sistema de jogo, a qualidade dos times, e o diabo a quatro, mas não no dia seguinte ao título. Nesse texto, eu queria emoção. Pode ser?
Sobre os pontos levantados:
- Sobre a qualidade dos times, discordo. Acho que temos jogadores de nível superior ao de campeonatos recentes, repatriados e revelações. Acho que o que falta é ques~tao de acertos no calendário, permitindo aos clubes se organizarem melhor e entrosarem mais os times. Mas isso é absolutamente discutível, é claro.
- Sobre a fórmula e a elitização que ela permite, pergunto: quantos campeões sem grana houve na história do campeonato antes dos pontos corridos - que só tem 9 anos, lembremos? A fórumula é tão boa quanto qualquer outra. A elitização não decorre dela, mas da concentração da grana. A manutençaõ da fórmula, seja ela qual for, é que é positiva, para dar previsibilidade e lógica ao torneio.
Tentei fazer uma discussão "mais adulta", mas sabe como é, eu sou assim mesmo, juvenil e jovial. Saudações alvinegras.
Corinthians É emoção.
Nicolau, de repente é uma boa ideia sua sugestão. Eu sei que pelo menos durante a competição não falarei do homem.
Em tempo, saca a ironia: o título veio com um... empaTITE!
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