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Gomez e Nicolaiewski em ação (Ramiro Furquim/Sul21) |
Com
alguns dias de atraso, é preciso registrar aqui o falecimento, no
último dia 7, do
ator, músico
e compositor Nico Nicolaiewsky. Junto
com o parceiro Hique Gomez, ele protagonizou um dos espetáculos mais
originais da história do teatro brasileiro. Tangos & Tragédias
divertiu milhares durante 27
anos, tendo sempre uma temporada no Theatro São Pedro, em Porto
Alegre, além de correr todo o Brasil. E não eram poucos os que viam
a apresentação várias vezes, mesmo ela permanecendo praticamente
a mesma no decorrer dos anos.
Na
peça, Hique Gomez é Kraunus Sang e Nico Nicolaiewski
é o Maestro Plestkaya, ambos naturais da Sbørnia, país fictício
do qual foram
expulsos após a
chegada do rock and roll. Em palco,
apresentavam músicas folclóricas da nação, como “Aquarela da
Sbørnia”, que conta
a história do país, separado
do continente após
“sucessivas explosões nucleares malsucedidas”, sendo
hoje uma “lixeira cultural” do mundo que recicla o que vem de
outros locais.
O
lugar também é berço do “Copérnico”, coreografia na qual não
se pode mexer com as pernas nem com as mãos, momento do show em que o
público era convidado – ou desafiado – a incorporar a dança. Outro
ponto interessante do país é seu sistema político, o “anarquismo
hiberbólico”, definido assim: “Em época de grande indecisão o povo se reúne
em uma praça pública e fica naquele clima de indecisão, naquele
clima de indecisão, naquela coisa de indecisão... Insuportável
indecisão. Indefinível indecisão, indecisível indecisão, aquela
coisa, indecisão... Até que nasce uma flor, uma linda flor
maravilhosa flor, tão bonita flor...”
Além das canções sbørnianas, Gomez, ao violino, e Nicolaiewsky, no acordeon e piano, também apresentavam "obras de compositores brasileiros mundialmente esquecidos ou ignorados, como Vicente Celestino, Alvarenga & Ranchinho e Cláudio Levitan", conforme eles próprios definiam.
Nicolaiewsky ao piano (Raul Krebs/Divulgação) |
O
sucesso do espetáculo o levou ainda a ser tema da escola de samba
Imperatriz Leopoldinense em 1999 e, em 2007, fizeram um show
comemorativo dos 20 anos do espetáculo reunindo 20 mil pessoas na
Praça Matriz de Porto Alegre. Em breve, deve ser lançado no circuito
comercial o
desenho animado Até que a Sbórnia nos Separe,
em 3D.
Os 30 anos do Musical Saracura, grupo
que Nicolaiewsky integrou junto com Sílvio Marques, Flávio Chaminé
e Fernando Pezão também será tema de um documentário da diretora
Liliana Sulzbach. Sua última obra solo foi o impagável “Música
de Camelô”, levando ao palco interpretações de canções
populares, que mostravam "lados ocultos" das músicas.
3 comentários:
"Nós nascemos na sbornia".
Quem aprendeu o que é um istmo com a dupla presta homenagem dobrada.
Que peninha, eu vi ele no programa do Jô, não tem muito tempo, uma pessoa super bonita! Não tinha referência alguma sobre ele, ele foi lá deu entrevista e fez duas canções autorais no piano.
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