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quarta-feira, dezembro 09, 2015

Muito simbólico também

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Ricardo Teixeira, Juvêncio e José Serra: Copa no Morumbi esfarelou-se
Outro dia observei aqui como foi simbólica a sova de 6 a 1 dada pelo Corinthians (ou melhor, os reservas do Corinthians) no São Paulo, fazendo um paralelo sobre a impressionante recuperação e reestruturação alvinegra, de 2008 pra cá, em contraposição à ainda mais impressionante e retumbante derrocada sãopaulina no mesmo período. Um saiu da Série B, ganhou o Brasil, o continente e o mundo, inaugurou um moderno estádio, que foi sede de abertura de Copa do Mundo, multiplicou suas fontes de renda (e sua torcida) e contempla uma sólida hegemonia estadual e nacional dentro de campo, nos próximos anos. O outro saiu do tricampeonato da Libertadores, do Mundial de Clubes e do Brasileiro, da perspectiva de sediar a abertura da Copa e de reformar seu estádio, da estabilidade de três anos de um técnico e das promessas das categorias de base para o jejum de títulos, a perda da Copa e do patrocinador master, o abandono do projeto para o Morumbi, a insolvência financeira, atraso de salários, lavação de roupa suja e porrada entre dirigentes em público e, mais do que tudo, para uma interminável série de surras e vexames dentro de campo.

Foi o 'soberano' Juvêncio quem elegeu presidente Carlos Miguel Aidar
Como já listei aqui, a maior responsabilidade por esse esfarelamento institucional sem precedentes, por esse verdadeiro caso de estudo que foi o que ocorreu com o São Paulo num curto prazo de sete anos, cabe ao ex-presidente Juvenal Juvêncio. Que morreu hoje, de câncer, na capital paulista. Como é, no mínimo, covardia ofender um falecido, que não pode mais se defender, não vou repetir e repisar a série inacreditável de decisões desastrosas que ele tomou quando dirigia o clube - e que, como disse, tiveram consequência direta na lamentável situação atual. Mas é muito simbólico, também, que, no momento em que o time termina mais uma temporada bem abaixo dos maiores rivais, sendo eliminado duas vezes pelo Santos (nas semifinais do Paulistão e da Copa do Brasil) e goleado impiedosamente pelo Palmeiras (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no Brasileiro) e pelo Corinthians (o já citado 6 x 1), que aquele São Paulo "soberano" bravateado (de forma muito infeliz) por Juvêncio esteja hoje inegavelmente morto. Como o dirigente. É o fim de uma fase, de uma mentalidade baseada na arrogância, na empáfia, no egocentrismo, na soberba, na "soberania".

Descanse em paz, Juvenal. Que, depois de você (e do Carlos Miguel Aidar, que você elegeu - lembrem-se disso!), precisará ser reconstruído totalmente. Das cinzas. Amém.


sexta-feira, julho 17, 2015

Coincidência macabra: Ghiggia morre num 16 de julho

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O adeus do último atleta que entrou em campo em 16/07/1950
Se 52 milhões de brasileiros choraram no dia 16 de julho de 1950 (principalmente os 200 mil que estavam no recém-inaugurado estádio do Maracanã), quando sua seleção de futebol perdeu a Copa do Mundo em casa, de virada, dependendo de um mero empate para ser campeã, 3,5 milhões de uruguaios também choraram ontem, exatos 65 anos após a inacreditável conquista de sua seleção no Brasil, com a morte daquele que fez o gol consagrador da vitória na ocasião: Alcides Edgardo Ghiggia, o herói do "Maracanazzo". A coincidência macabra leva muitos céticos a reconsiderarem seu desprezo pelo tal "destino". Foi num 16 de julho que Ghiggia, 23 anos, virou celebridade eterna do futebol mundial; e foi na mesma data, aos 88 anos, que morreu. E morreu, simbolicamente, de ataque cardíaco. Quantos brasileiros devem ter sofrido esse mesmo colapso no momento do segundo gol uruguaio, aos 34 minutos do segundo tempo, naquela decisão no Maracanã?

Um chute forte, de perna direita, e a bola passou entre Barbosa e a trave: 'Maracanazzo'

Mais simbologia: Ghiggia, justamente o protagonista, era o último atleta vivo dos 22 que entraram em campo naquela fatídica decisão. Além dele, o Uruguai jogou com o goleiro Máspoli (morto em 2004), Andrade (1985), Gonzalez (2010), Tejera (2002), Gambetta (1991), Obdulio Varela (1996), Julio Pérez (2002), Schiaffino (2002), Míguez (2006) e Morán (1978). Pelo Brasil, os infortunados que disputaram a partida foram o - mais infortunado de todos - goleiro Barbosa (morto em 2000), Augusto (2004), Juvenal (2009), Bigode (2003), Bauer (2007), Danilo Alvim (1996), Zizinho (2002), Jair Rosa Pinto (2005), Friaça (2009), Ademir de Menezes (1996) e Chico (1997). O regulamento da época não permitia substituições, portanto só estes jogadores pisaram o gramado naquele jogo.

A Roma indispôs Ghiggia com o Uruguai
O que muita gente não sabe é que, apesar de herói máximo do título uruguaio de 1950, Ghiggia fez a última partida pela seleção de sua pátria logo em seguida, em 1952, aos 25 anos. É que naquele ano ele se transferiu para a Roma, da Itália, e, para a Copa de 1954, a Associação Uruguaia o chamou, mas, surpreendentemente, o clube italiano não o liberou - mesmo o Mundial sendo disputado na vizinha Suiça. Apesar da responsabilidade ter sido do clube, o episódio fechou as portas para Ghiggia na seleção de seu país. Por isso, aproveitando sua ascendência italiana (a pronúncia original de seu sobrenome é "Guídja", ao contrário de "Jíjia"), decidiu jogar pela Squadra Azzurra. Curiosamente, como companheiro, teria o outro uruguaio que também marcou gol na decisão de 1950: Schiaffino, que fez sua última partida pelo Uruguai na Copa da Suiça, transferiu-se para Milan e Roma e também decidiu atuar pela seleção italiana. Porém, mesmo com ambos na linha de ataque, a Itália não conseguiu se classificar para a Copa da Suécia, em 1958.

Vã esperança: imprensa tupiniquim tentou forçar um 'tapetão' pra anular título uruguaio

Polêmica: uruguaio ou argentino? - Outra coisa que caiu no esquecimento foi a tentativa da mídia esportiva brasileira (ah, a mídia esportiva brasileira!) de usar Ghiggia e outro uruguaio campeão, Morán, para "anular" a partida que decidiu a Copa de 1950. Três dias após a tragédia brasileira no Maracanã, o Jornal dos Sports, do jornalista Mário Filho (que depois daria nome ao estádio), insinuou que os dois atletas, na verdade, teriam nascido na Argentina - o que tornaria irregulares suas atuações pelo Uruguai.  "Ontem as últimas horas da tarde”, dizia o jornal, “foi divulgado que o encontro Brasil x Uruguai seria anulado, em virtude de não ser uruguaio o ponteiro direito Ghiggia, por sinal fator preponderante na vitória dos 'celestes'. Segundo as aludidas versões, Ghiggia seria argentino de nascimento e estaria portanto em situação irregular na seleção oriental. O mesmo se daria com Morán, seu companheiro da ponta oposta." Como MUITAS coisas publicadas ainda hoje pela imprensa tupiniquim, comprovou-se depois que nada disso era verdade.

Frame do vídeo no exato momento da mentira
Talvez para se vingar, Ghiggia acabaria topando, em 2013, uma brincadeira proposta por uma editora uruguaia e levada a cabo por quatro jornalistas locais: publicar que Obdulio Varela, o mítico capitão da conquista no Maracanã, era na verdade brasileiro. "Quatro meses, milhares de reuniões e mais de milhares de cervejas depois, o livro estava pronto. E o título também: 'Obdulio era brasileiro'. Impactante", conta Héctor Mateo, no texto de contratapa do livro "Obdulio era brasilero – Cuentos de fútbol". Para sua surpresa e de todos os envolvidos, ao entrevistarem Ghiggia e contarem sobre a molecagem, o herói de 1950 topou na hora - e gravou um vídeo atestando categoricamente a mentira sobre Obdulio, que, postado na internet, gerou repercussão avassaladora. "Foi uma loucura. Diário, canais de televisão, rádios, ATÉ A GLOBO, sabe a alegria que tinha minha mãe quando saímos na Globo? Éramos maiores que o Rei do Gado!". Temerosos das consequências, os mentores da brincadeira teriam ainda mais uma surpresa."Teríamos que saber até quando aguentaria Ghiggia sem nos mandar à prisão. Ligaram quinhentas vezes ao velho. E quinhentas vezes mais também. E bancou a história. Bancou como um duque", acrescenta Héctor Mateo.

Com Jairzinho, 'Furacão da Copa' de 1970: 'Amo o Brasil e torço pelo país', disse Ghiggia

Credencial de Ghiggia para a Copa de 2014
De toda forma, mesmo tendo sido o "carrasco" da maior tragédia futebolística brasileira, Ghiggia dizia ter apreço pelo país vizinho. "Amo o Brasil e torço pelo país. Se o Uruguai não puder ganhar, quero que ganhe o Brasil. Depois do que fiz, sou 'hincha' (torcedor) brasileiro. É uma terra linda, abençoada", comentou, ao jornal Lance!, às vésperas da classificação da Celeste para a Copa de 2014. "Sou sempre muito bem tratado e penso: se tratam assim quem lhes fez mal, imagine como tratam quem lhes fez bem?", completou. Ano passado, por ocasião da Copa, Ghiggia veio ao Rio de Janeiro como um dos convidados de honra da inauguração da Casa Coca-Cola, instalada ao lado do estádio do Maracanã. Junto dele, o ex-atacante da seleção brasileira Jairzinho, tricampeão em 1970. Na coletiva de imprensa, Ghiggia declarou: "Ganhamos, eu e meus companheiros, aquela Copa e demos alegria ao nosso país. Mas lamento que tenha deixado o Brasil inteiro triste". Uma grandeza que permite que nós, brasileiros, também fiquemos tristes, agora, com a morte dessa lenda do futebol.


quarta-feira, janeiro 07, 2015

Glückliches Jahr Alt! (Feliz Ano Velho!)

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quarta-feira, setembro 03, 2014

Política - Primeiros passos

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Nos tempos em que o debate político parece ter sucumbido ao ódio grosso e bruto, elogiar o governo federal - e, por associação (mesmo que involuntária), Dilma Rousseff e o PT - pode ser tarefa inglória e mesmo arriscada em determinados estratos sociais. Décadas de linchamento midiático maciço e diário, somado ao conservadorismo renitente, à ignorância e ao preconceito de classe, além de outros males, mesquinharias e baixezas da natureza humana, cozinharam um caldo virulento que borbulha mais feroz do que nunca. Na classe média despolitizada e suscetível ao noticiário tendencioso e aos discursos mais tacanhos e reacionários, há um policiamento agressivo contra possíveis "petistas", que passaram a encarnar tudo o que existe de pior no mundo, únicos responsáveis por tudo o que de ruim acontece neste país. Como disse, não se trata mais de política. É ódio. Uma explosão de ódio.

Minha filha Liz, de 12 anos, estuda em uma escola particular onde 90% dos alunos pertencem exatamente a essa classe média despolitizada e obediente ao coro anti-petista da mídia. Qualquer menção à Dilma, Lula ou PT provoca vaias, xingamentos e atitudes agressivas por parte de crianças que não fazem ideia alguma sobre o que estão hostilizando - apenas reproduzem e amplificam, de forma simplória, a atitude beligerante de seus pais e/ou responsáveis. É óbvio que, da mesma forma, as crianças que não agem assim, como a Liz, não são, necessariamente, "petistas" (ou filhas de "petistas" - como se isso fosse crime!). Mas, como nos tempos da ditadura, o simples fato de não tomarem parte nas manifestações de ódio, ou de não apoiá-las e incentivá-las, as colocam sob "suspeita". Nesta sociedade extremista e intolerante, se você não odeia o que eu odeio, então deve ser odiado também.

Liz é esperta e, como "ponto fora da curva" em sua turma, sabe manter a cautela. Prova disso ocorreu semana passada, quando ela me trouxe, toda orgulhosa, uma redação sobre a Copa do Mundo de 2014 que mereceu a maior nota da classe. O texto, elogiado pela professora, começava com o seguinte parágrafo:

A preparação da Copa foi ótima. Disseram que o dinheiro da Copa devia vir para escolas e hospitais. Eu concordo com isso, pois em vez de investir na população, investiram no futebol que é importante também, mas nem tanto quanto a população.

Ou seja, ela utilizou o principal chavão midiático para condenar o mundial de futebol realizado no Brasil. Mas eu, que já tinha ouvido a Liz reclamar muitas vezes desse coro anti-Copa, desconfiei. E minhas suspeitas se confirmaram: folheando um de seus cadernos, encontrei, escrita a lápis, a versão original do texto:

A preparação da Copa foi ótima. Disseram que o dinheiro da Copa devia ir para escolas, hospitais. Mas eu não concordo com isso, pois a Copa já tinha sido decidida que ia ser no Brasil e o dinheiro para a Copa é separado do da educação e o da saúde porque são assuntos diferentes.

Compreendi o que havia acontecido. Com receio de atrair o ódio irracional que fermenta raivoso nesses tempos de campanha eleitoral, Liz mudou a argumentação. Consternado, eu a chamei para conversar e apoiei sua atitude. Comentei que também já passei por esse tipo de situação e que sei o quanto é triste quando evitamos expressar nossas opiniões. Mas que é exatamente essa pressão, essa coação, que nos incentiva, no futuro, a não ficar quietos, a ter coragem para marcar posição - sem receios. Também aproveitei para elogiá-la porque, mesmo sem ter consciência disso, ao evitar um confronto desnecessário em momento desfavorável, ela tinha tomado uma decisão estratégica e política. Isso serviu para exemplificar que, mesmo que a gente não queira, é impossível se relacionar em qualquer grupo - familiar, de amizade, escolar, profissional ou comunitário - sem tomar decisões políticas, o tempo todo. Dizer "não gosto de política" é o mesmo que "não gosto de respirar".

O papo terminou com um longo abraço entre pai e filha. Um ato simbólico de adesão solidária e, por que não?, partidária. Um ato de união de convicções. Um ato político.

terça-feira, julho 22, 2014

Fora, Dunga 7 x 1 Fica, Dunga

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O Futepoca foi, em 2007, early adopter do "Fora, Dunga". Foi também precursor do "Fica, Dunga", quando ninguém queria ver o corte de cabelo arrojado do cidadão. O pessoal que aderiu ao "#xôDunga", as piadas sobre os sete anões e a Branca de Neve repetem muito do que se viu no passado.

Como o momento é de olhar para frente e afogar as mágoas, repetimos a dose, inspirados pela dor mais recente do cataclismo do Mineirão (o Mineiraço). A seguir, sete motivos para pedir a saída de Dunga e um para sua volta.

Dunga de novo, com gravata vermelha. Foto: Rafael Ribeiro / CBF

Fora, Dunga

1) Sem consistência tática
Contra-ataque eficaz é uma boa arma, mas depende de peças aptas e não resolve todos os jogos, só os contra times que atacam mais. Falta estofo tático ao capitão do Tetra.

2) Conflito de interesses
Gilmar Rinaldi, Leonardo e Dunga são amigos. O primeiro vinha atuando como empresário de atletas. O segundo, foi cartola de clube italiano e técnico. O terceiro não tem histórico de feitos a partir do banco de reservas que justifique a (re) escolha. O valor das motivações privadas e obscuras ganham força.

3) Treino é treino
Dunga treinava muito, ensaiava muitas jogadas de bola parada, mesmo contra-ataques. Mas como sacramentou Didi na preparação para a Copa de 1958, treino é treino, jogo é jogo. Faltou à seleção de 2014, de fato, capacidade de aproveitar melhor as bolas paradas e contra-ataques, mas isso teve mais elo com as peças disponíveis do que com ensaio. Saber o que tinha de ser feito, até eu sabia. Fazer em campo depende de capacidade.

4) Escassez de craques ignorada
O momento do futebol brasileiro é de uma escassez inédita de craques. Reinventar o modo de jogo envolve saber explorar as peças disponíveis, pensar tanto em horizonte de quatro quanto de oito anos. Dunga não será esse cara capaz de articular ações para além da Rússia 2018. Os apelos por renovação e arejamento foram negados.

5) Repetir técnico em Copas não presta
Vicente Feola em 1966 (após o título de 1958), Mário Jorge Lobo Zagallo em 1974 e 1998 (após o tri de 1970), Telê Santana em 1986 (após a tragédia do Sarriá em 1982), Carlos Alberto Parreira em 2006 (após o Tetra de 1994) e Felipão em 2014 (após o penta de 2002). Repeteco do cidadão que ocupa o banco de reservas e recruta os selecionados deu água antes. E olhe que os nomes anteriores tinham, no currículo, campeonatos mundiais.

6) Faltou norte e cabeça no lugar, não só raça
Dunga foi chamado para a preparação da Copa de 2010 para recuperar a gana de defender as cores da camisa Canarinho, após a apatia de 2006, quando ninguém parecia querer jogar -- o que culminou na derrota para a França nas quartas de final. Em 2014, o sapeco sofrido diante da Alemanha e a derrota para a Holanda foram fruto da ausência de norte dentro de campo após a saída do 10 Neymar, por contusão. Raça não foi o atributo em falta (ou não foi o que mais fez falta). Chamar um técnico que tenha na capacidade de motivação seu forte pode não ser a resposta certa para as perguntas colocadas sobre o futuro do futebol brasileiro.

7) Figurino não ganha jogo
Um dos destaques da Era Dunga enquanto treinador foi o figurino. Desenhado pela filha, estilista, as roupas ganhavam mais atenção do que o futebol apresentado. Felipão usava o mesmo casaco todo jogo, por superstição. Joaquim Low vestia traje esporte, Sabella e Van Gal iam de terno e gravata. Não foi isso que deu resultado.

Mas como nem só de ranzinzas vivem os amantes do futebol, é preciso enxergar que pode haver algo dentro do Copa. De cara, alcançamos um ponto positivo... Pode nem ser um "copo meio cheio", mas talvez já sejam uns "dois dedinhos" no copo. Para manguaça sedento, dois dedos já é melhor do que nada. Proximamente poderemos ter mais...

Fica, Dunga

1) Anti-Globo, pelo menos até a página 2
Ao não privilegiar entrevistas exclusivas à Globo, criou-se a noção de que Dunga afrontou a emissora. A mudança na estrutura de comunicação da CBF com a saída de Rodrigo Paiva, em tese, pode permitir algum afastamento do veículo hegemônico. Só que os donos dos direitos de transmissão seguem os mesmos.

sábado, julho 12, 2014

A Laranja contra o bagaço - Brasil e Holanda disputam o 3º lugar da Copa

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Seleção tenta apagar péssima impressão do vexame contra a Alemanha, Holanda busca manter invencibilidade na competição

Brasil e Holanda entram em campo hoje para tentar superar o trauma das semifinais. A partida, que será disputada em Brasília, no Estádio Mané Garrincha, às 17h, dará à seleção de Felipão a oportunidade de apagar ao menos um pouco o resultado vexatório contra a Alemanha, enquanto o treinador Louis Van Gaal, após desdenhar do duelo, busca na manutenção da invencibilidade uma forma de motivar seus atletas.

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Disputa de 3º lugar nem sempre é jogo chato 

A disputa do terceiro lugar, desprezada publicamente pelo técnico da Holanda Louis Van Gaal, sequer existe em algumas competições e modalidades. No tênis, por exemplo, tal duelo não costuma acontecer e mesmo em Mundiais, em duas ocasiões, 1930 e 1950, não houve jogo pelo bronze do torneio. Ainda assim, o fato de a partida contar com seleções já desobrigadas pode resultar em pelejas emocionantes e com muitos gols.

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quarta-feira, julho 09, 2014

Fui à cozinha e tava 2 x 0. Voltei, tava 5!

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Sim, sou um cara esquisito. Desde aquela fatídica cobrança de pênaltis contra a França, em 1986, nunca mais consegui torcer pela seleção brasileira. Não torço contra, mas o selecionado não me diz absolutamente nada. Porque nunca concordo com a escolha dos técnicos nem com as convocações e muito menos com a escalação dos titulares. Também só assisto futebol pela TV com o som desligado. Não suporto o tanto de besteiras, lugares-comuns, obviedades e gracinhas sem graça de locutores, comentaristas e afins. Enfim, sou esquisito, não nego e pago quando puder!

Dito isto, fica mais fácil descrever a cena da tarde paulistana (nublada) de terça-feira, quando me postei sozinho em frente à TV (sem som) para assitir Brasil x Alemanha. Por ter aproveitado a dispensa do trabalho para me levantar o mais tarde possível, ainda não havia almoçado às 17 horas. Assim, depois de testemunhar (sem qualquer comoção) o primeiro e o segundo gols dos alemães, e já prevendo que dificilmente os brasileiros reverteriam tal placar, me levantei para ir à cozinha preparar o almoço.


Lembrem-se: a TV estava sem som. Peguei a comida na geladeira, botei num prato, levei ao microondas e teclei 3 minutos. Enquanto aguardava o alimento esquentar, espremi umas laranjas pra fazer um suco e temperei um pouco de salada. Silêncio absoluto na vizinhança. Transportei o almoço para a sala, me posicionei novamente em frente à TV e, por um segundo, tive um lapso de confusão mental. Porque o placar da partida, no canto superior esquerdo da telinha, não era mais 2 x 0. Era 5 x 0!

Mas, como assim?!!?? Somando a ida e a volta e o tempo do microondas, não gastei mais do que 5 minutos na cozinha! O que aconteceu?!? Apalermado, apanhei o controle remoto e acionei o som da TV. Na Bandeirantes, parecia que o locutor falava comigo: "Pra você que está ligando agora, é isso aí mesmo, está 5 x 0 pra Alemanha, com meia hora de jogo". Desliguei o som. Na vizinhança continuava o mais completo e absoluto silêncio. E permaneceu o silêncio mais ensurdecedor que jamais ouvi.

Depois da goleada mais bizarra, inacreditável, impensável, inapelável e acachapante que jamais imaginaria presenciar em toda a minha existência. E a Alemanha visivelmente "tirou o pé" e poupou o Brasil no segundo tempo (!). E foi "só" 7 x 1...

sábado, julho 05, 2014

Semifinais definidas. Veja como ficaram os confrontos da Copa

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E estão definidos os confrontos das semifinais da Copa do Mundo de 2014. Entre os quatro melhores, dez títulos mundiais e uma seleção que busca seu primeiro triunfo. As partidas que vão decidir os dois finalistas da competição acontecem na terça e na quarta desta semana (sim, você vai ter que aguentar agora mais dois dias sem jogos...).

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sexta-feira, julho 04, 2014

James Rodríguez, o camisa dez da Colômbia que quer fazer história

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Dezesseis anos depois de participar de sua última edição de Copa do Mundo, a Colômbia voltou a jogar um Mundial e conseguiu sua melhor campanha em todos os tempos. Foi quem conseguiu fazer fácil sua partida nas oitavas de final (contra o outrora favorito Uruguai), tem 100% de aproveitamento e conta com o principal astro do torneio até agora, o meia James Rodríguez. Mas quem é esse camisa dez que roubou a cena de astros com muito mais nome?

No caso do craque da Colômbia, o gosto pela bola vem de berço. O jovem meia nasceu em Cúcuta, em 12 de julho de 1991, e é filho de Wilson James Rodríguez, que jogou no Independiente de Medellín, e sobrinho de Antonio Rodríguez, que também jogou no clube. Mas não foi o pai que o introduziu no futebol.

Ainda na infância, seus pais se separaram e foi o segundo marido de Pilar Rubio, sua mãe, Juan Carlos Restrepo, que o inscreveu na Academia Tolimense aos cinco anos. O ídolo de infância de James Rodríguez não era um jogador de carne e osso, mas sim Oliver Tsubasa, garoto japonês do desenho animado Supercampeões. Aos 12 anos de idade, chamou a atenção ao marcar um gol olímpico na final do torneio infantil mais importante de seu país, atuando pela Tolimense.

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quarta-feira, julho 02, 2014

Hora da decisão: as oito melhores seleções da Copa 2014

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Como há um confronto entre duas seleções europeias para definir um dos semifinalistas (França x Alemanha), pelo menos um representante do Velho Mundo está assegurado entre os quatro melhores do mundo. O mesmo vale para os sul-americanos: Brasil x Colômbia são garantia de que alguma nação do Novo Mundo estará lá.

Curiosamente, na outra chave, os confrontos são entre seleções do continente americano contra times oriundos da Europa.

Todos os africanos e asiáticos já foram eliminados.

De um lado (a chave do Brasil), há três campeões do mundo e um azarão (ai, meu Deus! Parece um certo Grupo D, no qual dois bichos-papões caíram). De outro, uma bicampeã e três aventureiros.


Os favoritos que se cuidem.

Leia o post completo aqui

segunda-feira, junho 30, 2014

França x Alemanha - clássico europeu nas quartas de final

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Confira como foram as duas partidas das oitavas de final hoje que definiram mais um duelo de quartas de final da Copa do Mundo de 2014.

França 2 x 0 Nigéria: Em ótima partida, Azuis são mais objetivos e chegam às quartas 

Times fizeram jogo movimentado e cheio de alternativas, mas africanos cansam e franceses aproveitam

Leia aqui

Alemanha bate Argélia na prorrogação em jogaço no Beira Rio 

Partida disputada segundo a segundo teve chances para os dois lados e foi uma das melhores da Copa - mesmo sem gols no tempo normal

Leia aqui

sábado, junho 28, 2014

Brasil x Chile - retrospecto em Copas favorece a seleção

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O retrospecto brasileiro contra os chilenos em Copa do Mundo é amplamente favorável à seleção canarinho. Foram três partidas em mata-mata, todas com vitória do Brasil, e saldo de oito gols a favor, com onze tentos anotados e três sofridos. Entre as curiosidades, a força da jogada aérea. Em todas as pelejas a seleção marcou pelo alto, três vezes em 1962 e uma vez em 1998 e 2010.

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sábado, junho 21, 2014

Favoritas, Argentina e Alemanha jogam neste sábado

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Hermanos abrem a rodada às 13h, enquanto germânicos enfrentam Gana às 16h. Nigéria e Bósnia fecham os trabalhos do dia às 19h 

Dois dos principais favoritos a ganhar a Copa do Mundo entram no gramado neste sábado. Os argentinos enfrentam o Irã, e com um trio de atacantes promete uma partida bem mais vistosa do que foi a estreia contra a Bósnia. O jogo pode determinar a classificação antecipada dos hermanos às oitavas de final.

Mas se os sul-americanos querem apagar a estreia pouco empolgante, os germânicos jogam justamente para confirmar o ótimo desempenho do jogo de estreia contra Portugal. A peleja contra Gana, de acordo com o resultado do embate entre estadunidenses e portugueses amanhã (22), pode eliminar os africanos já na segunda rodada.

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sexta-feira, junho 13, 2014

Futebol ainda - e infelizmente - com racismo

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Em 2007, cerca de dois meses antes de o Brasil ser escolhido como sede da Copa de 2014, o meio-campista Hugo, então no São Paulo, foi suspenso por 120 dias pelo STJD por ter cuspido em um adversário durante uma partida contra o Paraná, no Morumbi. Até aí, nada de extraordinário. A punição foi justa porque, além da cuspida, constou na súmula do árbitro Elmo Resende que Hugo xingou e humilhou o oponente nos seguintes termos: "Porra, seu merdinha, joga a sua bolinha, fraquinho".

Hugo, ex-meia do São Paulo: 'Negros têm sempre de andar reto'
Hugo errou (feio) e admitiu sua culpa em uma entrevista coletiva. Mas o que procurei destacar na época, em post aqui neste blog, foi exatamente um trecho dessa coletiva, em que o jogador chorou e fez uma revelação incômoda: "Meu pai disse que, por sermos negros, temos sempre de andar reto, porque as coisas repercutem mais". O resumo do meu comentário, no post, foi: "Dizem que errar é humano. Mas ao negro, no Brasil, isso não é permitido. E eles sabem disso". Infelizmente.

O lateral Marcelo, após seu gol contra marcado a favor da Croácia
Ontem, no jogo de abertura da Copa, o placar foi aberto pela Croácia com um gol contra do lateral-esquerdo brasileiro Marcelo. O mesmo jogador que, em fevereiro deste ano, foi alvo de racismo, junto com o filho Enzo, de apenas 4 anos, após clássico de seu time, o Real, contra o Atlético de Madrid. Alguns torcedores do Atlético que ainda permaneciam no estádio começaram a xingar e ofender o brasileiro, que estava no gramado. Os boçais gritavam: "Marcelo é um macaco". E o filho dele ouviu isso. Infelizmente.


Hoje, abro minha página na rede social Facebook e vejo a imagem acima, reprodução do comentário de algum(a) outro(a) boçal que muitos internautas, estarrecidos com a frase, compartilharam e geraram (justa) indignação coletiva. Esse é o futebol ainda - e infelizmente - com racismo. Para os boçais, Marcelo, assim como Hugo, não pode, não tem o direito de errar. Triste. E mais triste é saber que, se o gol contra tivesse sido marcado pelo zagueiro David Luiz, que tem corte de cabelo semelhante ao de Marcelo, dificilmente tal frase (estúpida, racista, hedionda) teria sido publicada. Porque David tem pele, cabelos e olhos claros. E, provavelmente, nunca foi - ou será - alvo de racismo.

Marcelo e David: cabelos parecidos, mas cor da pele condiciona ofensa 'cabelo ruim'

sexta-feira, junho 06, 2014

Futepoca ajuda a trazer belgas para a Copa

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A belga Antje (à esquerda) e dois colegas: campanha para irem à Copa no Brasil
Na estação ferroviária de Bruges (cidade histórica europeia, Meca da cerveja, citada em outro post aqui deste blog), formos abordados por algumas garotas vestidas com o uniforme da seleção belga, meiões e chuteiras. Como não falamos francês e o inglês de ambas as partes não era particularmente favorável, foi com certa dificuldade que compreendemos que elas participavam de uma espécie de campanha para levar torcedores belgas à Copa no Brasil. Consistia basicamente em coletar 150 mil assinaturas, com caneta piloto, em painéis de lona espalhados por diversos lugares do país, como a tal estação de Bruges.

Patricia tira onda das 'mulatas' rumbeiras e do 'samba' Buena Vista Social Club
O engraçado é que, para aquele local, eles levaram uma banda pretensamente brasileira para tocar um som pretensamente chamado de "samba" - mas os músicos só tocavam mambo e Buena Vista Social Club e as pretensas "mulatas" estavam vestidas como rumbeiras. O que levou minha esposa Patricia a alertá-los de que, ali, os únicos brasileiros legítimos éramos nós. No folder de campanha que nos deram, aliás, há uma foto do jogador brasileiro naturalizado belga Igor de Camargo, sob uma chuva de confetes, e empunhando... maracas!

Igor chacoalha maracas sob chuva de confetes, mas recomenda a caipirinha
Igor, que chegou a jogar pela seleção da Bélgica, mas não foi convocado para a Copa, parece ter esquecido do samba, do pandeiro, do tamborim... Mas, além do futebol, não esqueceu o principal: a cachaça! O folder da campanha diz que "nosso belgo-brasileiro preferido, Igor de Camargo, os aconselha a se preparar para o refrescante coquetel". O texto ainda observa: "A cerveja é a bebida preferida dos belgas, mas no Brasil os torcedores preferem caipirinha, coquetel preparado à base de limão, cachaça, gelo moído e açúcar".

Foto da nossa tradicional coxinha no folder: sonho de consumo entre os gringos
Para nossa surpresa, outra recomendação imprescindível aos belgas que se aventurarem no Brasil é a.... coxinha! Sim, a nossa tradicional iguaria de buteco, raríssima em terras europeias, é sonho de consumo de dez entre dez gringos. Em Amsterdã, nos hospedamos na casa de uma moça que morou brevemente em São Paulo, há 20 anos, e ela diz que chega a sonhar que está comendo coxinha. Taí, se já falamos de futebol e cachaça, podemos acrescentar a tag Política neste post, em alusão aos "coxinhas" que deturpam muitas das manifestações de rua no Brasil...

Contribuindo para a campanha que pretendia reunir 150 mil assinaturas em painéis
Enfim, pra encurtar o causo, não só assinamos nosso nome no painel, para ajudar os simpáticos belgas a conhecerem o "país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" (e, por tabela, a caipirinha e a coxinha - com ou sem maracas), como também registramos, para a posteridade, o nome do glorioso Futepoca entre os colaboradores. Só falta o time de Courtois, Hazard & Cia. aprontar pra cima da equipe brasileira, nessa Copa! Daí, quem vai sair tocando maracas, vestido de rumbeiro, sou eu! Mas brindando com as incontáveis e divinas cervejas belgas! SANTÈ!

Nosso glorioso blog imortalizado em Bruges, Meca dos cervejeiros de todo o planeta

quarta-feira, maio 21, 2014

Brasileiros que vestem a camisa. Dos outros

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Confira quem são os jogadores nascidos no Brasil que vêm ao Mundial de 2014 defendendo outras seleções e relembre outros brazucas que já disputaram Copas por outros países

Um dos efeitos da diáspora de jogadores brasileiros pelo mundo é a naturalização de alguns atletas que, sem chances de disputar uma vaga na seleção brasileira ou em função de gratidão (emocional e/ou financeira) aos países que os acolhem, vestem a camisa de outras nações. Logo na estreia da seleção brasileira, contra a Croácia, no dia 12 de junho, poderemos ter dois jogadores relacionados que exemplificam essa situação, já que a lista dos 30 pré-convocados da Croácia tem Eduardo da Silva, que atua no Shakhtar Donetsk, e o meia-atacante baiano Sammir, do espanhol Getafe.
Jogadores nascidos em um país e vestindo camisa de outro, aliás, não será algo incomum nesse Mundial. Com base nas pré-listas divulgadas até agora, 11,1% dos atletas chamados até agora são naturalizados, sendo os franceses os maiores fornecedores de “pés-de-obra”: 33 boleiros que atuarão em seleções como as da Argentina, Camarões, Portugal e, principalmente, Argélia, que conta com 21 conterrâneos de Ribéry. A Alemanha vem em seguida, com 15 jogadores e o Brasil tem 8. Somente a seleção brasileira, Colômbia, Rússia, Honduras e Coreia do Sul não possuem naturalizados em suas fileiras.
Thiago Motta, da Azzurra
O caso mais emblemático entre os brasileiros de outras seleções é, sem dúvida, o do sergipano Diego Costa, do Atlético de Madri. Convocado por Felipão para as partidas amistosas contra Itália e Rússia, em 2013, chegou a atuar 35 minutos em ambas as pelejas. Preterido nas convocações seguintes, acabou chegando a um acordo com a Fifa e obteve autorização para defender a Espanha, tendo possibilidades de ser titular na Copa. O atacante teria a companhia de Thiago Alcântara, filho do tetracampeão Mazinho que atua no Bayern de Munique, mas uma lesão o deixará de fora do torneio.
A seleção italiana tem uma dupla brasileira entre os seus. O volante da Internazionale Thiago Motta já é veterano em convocações, fazendo parte das listas da equipe de Cesare Prandelli desde 2011 e com um vice-campeonato da Eurocopa (2012) no currículo. Pode vir ao seu país de origem com outro volante, Rômulo, vice-campeão paulista pelo Santo André em 2010 e ex-atleta do Cruzeiro, que hoje atua no Verona e também faz parte do rol chamado pelo comandante italiano.
Além destes, há o zagueiro Pepe, que já defendeu a seleção de Portugal em 2010, à época, junto com outros brasileiros naturalizados, o meia Deco, hoje aposentado, e o atacante Liédson. Outro zagueiro, Marcos Gonzáles, ex-Flamengo e atual Unión Espanhola, veste a camisa do Chile.
O arrependimento de Mazzola
Já houve uma época em que jogadores de futebol, mesmo já tendo defendido uma seleção em Copa do Mundo, podiam se naturalizar e atuar por outro país. Foi o caso de José Altafini, o Mazzola, campeão pelo Brasil em 1958. Aos 19 anos, jogou duas partidas e marcou dois gols na campanha da seleção em solo sueco, quando a equipe canarinha se livrou do “complexo de vira-latas”, obtendo seu primeiro título.
Logo após o Mundial, o Palmeiras vendeu seu passe para o Milan e, por sua ascendência italiana, foi convidado a se naturalizar pelo país. Atuou em três das seis partidas da Azzurra na Copa de 1962 mas a Fifa determinou logo depois que um jogador não podia mais atuar por duas seleções diferentes. Como a norma retroagia, Mazzola, ou Altafini como era conhecido na Itália, encerrou sua carreira em seleções aos 24 anos, como conta o livro Futebol Exportação – a seleção expatriada (Senac Rio Editora), de Claudia Silva Jacobs e Fernando Duarte.
“Cometi um erro muito grande e me arrependo de ter aceitado o convite da Federação Italiana. Mas eu era muito novo, não entendia muito bem o que estava fazendo. Senti-me muito pressionado a dizer sim para os dirigentes. Fico achando que perdi a chance de ter sido tricampeão mundial com o Brasil. Tinha condições de ter chegado até 1970, de jogar ao lado de Pelé”, avalia o ex-atleta, que jogou até os 42 anos, no livro.
Ao lado de Mazzola, atuou também na Copa de 1962 o ex-santista Angelo Sormani, nascido em Jaú. E, bem antes dos dois, o ex-ponta-direita de Paulistano, Portuguesa e Corinthians Filó havia atuado pela seleção italiana em 1934, tornando-se o primeiro atleta nascido no Brasil a ser campeão mundial de futebol.
Mais recentemente, outros boleiros nascidos no Brasil vestiram a camisa de outras seleções como Alexandre Guimarães, que jogou pela Costa Rica em 1990; Zaguinho, que em 1994 e 1998 defendeu o México; Clayton, que atuou pela Tunísia em 1998 e 2002, e Francileudo Santos, atacante também da seleção tunisiana em 2006. No Japão, Wagner Lopes (1998), Alex (2002 e 2006) e Túlio Tanaka (2010) seguiram a trilha do meia Ruy Ramos, ídolo nipônico e pioneiro brasileiro no futebol local.
Outros dois brasileiros poderiam disputar o Mundial de 2014, mas acabaram de fora. O meia Edinho não foi convocado pelo treinador lusitano Carlos Queiroz para a seleção do Irã. O alemão Jurgen Klinsmann também não chamou o volante carioca Benny Feilhaber, que disputou a Copa de 2010 pelos EUA, para jogar na seleção dos EUA.
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terça-feira, maio 20, 2014

O porquê dos apelidos das 32 seleções da Copa

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Fennecs, Charrúas e guerreiros de diversos tipos disputarão a Copa no Brasil. Veja a lista de apelidos de cada seleção e não confunda na hora de torcer - ou secar

Apelido é uma forma carinhosa (ou jocosa) de tratamento. No caso de uma seleção nacional de futebol, a alcunha tem elementos históricos. Confira como a mídia ou os torcedores tratam cada uma das seleções.

Alemanha: Mannschaft ou Nationalmannschaft
O quê: literalmente "equipe" ou "equipe nacional"
Por quê: É que… é uma equipe nacional. Né?

Argentina: Albiceleste
O quê: branca e azul-celeste
Por quê: Pelas cores da bandeira e da camisa, estúpido!

1280px-TA_ZOO_orna_Pict0224.jpgArgélia: Fennec, ou Les Guerriers du Désert
O quê: Feneco, ou Raposas-do-Deserto ou Guerreiros do Deserto
Por quê: Consta que 80% do território argelino é coberto pelo deserto do Saara. O Feneco é uma espécie de raposa típica do deserto e um símbolo do norte da África. Já os guerreiros são símbolos autoexplicativos em se tratando de competições esportivas. O difícil é imaginar que um feneco fofo como o da foto possa um dia vir a ser um temível guerreiro. (Foto: Ladypine/Wikipedia-CC BY-SA 3.0)

Austrália: Socceroos
800px-Kaenguru_Hinterfuss-drawing.jpg O quê: trocadilho de "Soccer" com "Kangaroos", ou "futebol" e "cangurus", em inglês.
Por quê: O esporte mais popular do país é o críquete. O futebol corre por fora (Foto: Wikicommons).

Bélgica: Le Diable Rouge
O quê: Os Diabos Vermelhos
Por quê: Alcunha conferida ainda em 1906, quando o diabo era mais temido do que atualmente (#sqn), após uma vitória estrondosa sobre a seleção da Holanda em um jogo amistoso. Considere-se que Bélgica e Holanda, ambas nações dos países baixos, possuem alguma rivalidade correlata a um Brasil e Uruguai.

Bósnia e Herzegovina: Plavo-žuti ou žuto-plavi
O quê: Azul e amarelos ou Amarelo e azuis
Por quê: Porque assim a gente aprende pelo menos duas palavras em sérvio. Falta conhecer o restante do idioma dos Balcãs para poder fazer turismo. A remição às cores dispensa mais explicações.

Brasil: Canarinha, Verde-amarela
800px-Gelber_Kanarienvogel.JPG O quê: Referência à cor da camisa e da bandeira
Por quê: Até 1950, o time jogava de branco; depois disso, em um concurso cultura, foi escolhido amarelo-ouro para exorcizar o Maracanazzo. A cor foi associada pelo radialista Geraldo José de Almeida, da Rádio Globo, ao simpático passarinho que, muito antes de uma certa rede social, piava por aí. Se fosse hoje, a depender do topete da vez adotado como penteado pelo Neymar, alguém talvez associasse a calopsitas. Melhor não dar ideias (Foto: Wikicommons).

Camarões: Les Lions Indomptables
O quê: Os Leões Indomáveis
Por quê: Leões são parte da fauna nativa camaronesa. E, exceto pelos que integram elencos circenses, a maioria dessa espécie de felinos não está domada (Foto: Severin Meyer/Flickr).

Coreia do Sul: Os Tigres Asiáticos ou Guerreiros de Taegeuk
Flag_of_South_Korea.svg.png O quê: referência a um animal símbolo do continente asiático ou a defensores do símbolo que consta na bandeira sul-coreana.
Por quê: tigres são bravos. Asiáticos, o continente. Vale lembrar que a associação também se fazia no âmbito econômico para designar, nos anos 1980 e 1990, países do continente que cresciam à reboque da economia do Japão, até a crise de 1998. Já o Taegeuk pede explicações bem mais sofisticadas, tipo yin-yang, origem das coisas e um papo que não cabe em dois tweets (Foto: Wikicommons).

Costa do Marfim: Les Elephants
O quê: Os Elefantes
Por quê: O marfim é material nobre e nada ecológico, produzido a partir das presas dos elefantes. Na África, poucos países tiveram sua economia tão marcada pelo material -- e pela caça aos pobres paquidermes. No bullying infantil (infantilizado) elefante pode remeter a alguém muito pesado. Na fala do lugar comum, à memória. O símbolo do país, porém, tem relação com potência e força de grupo. Fato é que se recomenda evitar ficar na frente de uma manada de elefantes em movimento.

Chile: La Roja ou El Equipo de Todos
O quê: A vermelha ou a equipe de todos.
Por quê: Referência à camisa vermelha usada pelo país. O Chile comumente gosta de jogar ofensivamente. Isso fez da seleção ser benquista por torcedores de outros países em competições internacionais. Diferentemente de uruguaios e argentinos, o time do país de Michelle Bachelet joga pra frente. E se acha bem visto por isso.

Colômbia: Los Cafeteros, La Tricolor
O quê: Os "cafeicultores", em traduçaõ aproximada, ou a tricolor
Por quê: Referência a um dos principais produtos do país, o café. Pela centralidade até geográfica que o grão possui na economia e na vida nacionais, o termo “cafetero” é aplicado ao futebol em diferentes aspectos. Mas o “Craque-Café” é brasileiro. A tricolor, naturalmente, diz respeito à bandeira.

Costa Rica: Ticos ou La Sele
O quê: Os garotos ou “Selê”
Por quê: Os costa-riquenhos se chamam de ticos e de ticas. A extensão à seleção nacional é natural. Segundo uns, é porque todo diminutivo por lá termina em “tico”, em vez de “ito”. Mas, como isso também acontece no castelhano falado no restante da América Central, a origem remeteria a “hermanitico” (em vez de “hermanitos"), usado em episódios específicos da história. Resta saber se o tamanho da bola apresentada pelo país será “una pelotica” ou um bolão.

Croácia: Vatreni
O quê: Ardente
Por quê: Apesar de usar uma camisa que, por vezes remete a toalha de cantina italiana, a seleção nacional se entende raçuda. Uma pegada meio “Vai, Corinthians!”, mas com chamas.

Equador: La Tri
O quê: A tri(color)
Por quê: Curiosamente é a terceira copa com participação do país de Rafael Corrêa. Mas o apelido tem a ver com as três as cores da bandeira equatoriana, amarelo, vermelho e azul. "Tri", de "tricolor", vai no gênero feminino, diferentemente dos mexicanos, que usam o masculino.

Espanha: La Fúria
O quê: A fúria
Por quê: Há referências que associam os espanhóis a atributos furiosos desde o saque de Antuérpia, na Bélgica, um episódio de 1576 em que a Espanha promoveu a união territorial com os países baixos. Foi um pouco antes de existir futebol. No contexto do ludopédio, a primeira aplicação teve a ver com a Olimpíada de 1920, justamente na referida cidade belga, quando os ibéricos ficaram com a medalha de prata, mostrando força e agressividade.

Estados Unidos: The Star and Stripes
O quê: Time das Estrelas e Listras
Por quê: Na bandeira estadunidense há estrelas e listras. Como, em termos de popularidade, o beisebol e o futebol americano estão muito na frente do nosso soccer, sobraram para o futebol os marqueteiros mais fraquinhos pra dar apelido.

França: Le Bleu
O quê: Os Azuis
Por quê: É a cor da camisa. E se aplica a qualquer esporte que use uniforme. Como ensina a trilogia de Krzysztof Kieslowski, a bandeira francesa tem também as cores vermelha e branca. Mas a estas os conterrâneos de Asterix e Obelix não dão muita trela.

Gana: Nsoroma Tuntum
O quê: No idioma Akan, quer dizer Estrelas Negras
Por quê: No centro da bandeira nacional, há uma estrela negra. Que, na bandeira, representa os 98% de negros que compõem a nação. A aula de Akan é cortesia da casa.

Grécia: Piratiko
O quê: Navio Pirata
Por quê: Por causa do desempenho como azarão na Euro 2004, por uma piada de um comentarista grego de TV. Se ele tivesse alguma vivência futebolística no Brasil, teria falado em zebra. Mas a afinidade com os helenos ficaria bem pouco clara.

Holanda: Oranje ou Clockwork Orange
O quê: Laranjas (em holandês) ou Laranja Mecânica
Por quê: A cor da camisa é laranja. A "mecânica" é referência à seleção de 1974 e 1978, em que Cruyff e cia. encantaram o mundo com o "futebol total", aplicado apenas três anos depois do lançamento do filme homônimo, dirigido por Stanley Kubrick.

Honduras: La Bicolor ou Los Catrachos
O quê: a bicolor e os Catrachos
Por quê: Referência ao general Florencio Xatruch, aplicada também a qualquer hondurenho, enquanto seguidores do militar. O termo "catracho" é uma corruptela do nome do herói pátrio.

Inglaterra: Three lions
O quê: Os Três Leões
Por quê: No brasão da associação de futebol e no do exército real há três simpáticos leõezinhos.

Irã: فدراسیون فوتبال ایران, príncipes da pérsia, leões da pérsia
O quê: Seleção do povo ou da nação (Team melli, em uma transliteração do farsi para o inglês).
Por quê: Os caracteres árabes usados na escrita farsi correspondem ao termo para “seleção nacional”. Alusões aos persas apareceram da Copa da Ásia de 2011 em diante, em frases-lema adotadas para cada seleção. Vê-se que não inventaram a moda no Brasil.

Itália: Azzurra, Gli Azzurri
O quê: A Azul, Os Azuis
Por quê: A cor da camisa é azul, embora a bandeira seja verde, branca e vermelha, escolhida em homenagem aos Savoia, família real responsável pela unificação no século XIX.Curioso é que, no bicampeonato de 1938, usaram uniforme inteirinho em preto, por ordem de Benito Mussolini. Tudo ficou azul de novo, já em 1950.

Japão: サムライ・ブルー
O quê: Os Samurais Azuis
Por quê: Samurais eram os soldados aristocratas do Japão pré-industrial. Guerreiros são legais. E porque não haveriam de escolher "lutadores de sumô" como símbolo -- embora certos craques brasileiros pudessem merecer essa alcunha. Ah, e a camisa é azul.

México: El Tri, La Verde
O quê: O Tri, A Verde
Por quê: De "tricolor", por causa da bandeira. Diferentemente dos equatorianos,o apelido vai no gênero masculino. La Verde vincula-se à cor da camisa. E não à pimenta jalapeño.

Nigéria: Super Eagles
O quê: As Superáguias
Por quê: A águia está no brasão da associação de futebol nigeriana. O "super" é pela hipérbole.

Portugal: Seleção de Quinas, Os Navegadores
O quê: Símbolos nacionais
Por quê: O brasão da bandeira e da federação de futebol remete à união do cinco reinos promovida por Affonso I, nos idos de 1143, e inclui cinco escudos -- ou quinas. Assim como o da Portuguesa de Desportos, clube brasileiro tradicional de São Paulo.

Rússia: Сборная
O quê: Equipe, em russo
Por quê: Antes, na época da URSS, eram os soviéticos. Agora, só uma equipe. Melhor do que "Seguidores de Putin", vá?

Suíça: Schweizer Nati pelos germanófilos, La Nati pelos francófonos e Squadra nazionale ou Rossocrociati pelos italófilos
O quê: Seleção Nacional ou “da cruz vermelha”
Por quê: A cruz vermelha está na bandeira. E, poliglotas, os suíços chamam o time no idioma que mais falam. Pelo jeito, Alpes, bancos e chocolates não ficariam bem como apelidos.

Uruguai: La Celeste ou Los Charrúas
Charrúas, indígenas do Uruguai O quê:A Celeste ou Charrúas
Por quê: Cor da camisa é azul-celeste. E charrúas a etnia principal de indígenas que habitavam aquelas pradarias, do Rio Grande do Sul brasileiro ao Uruguai. Os nativos foram exterminados em 1831 no massacre de Salsipuedes (saia se puderes), por tropas de Bernabé Rivera, sobrinho do primeiro presiente uruguaio. Mesmo assim, a garra dos indígenas orgulha os conterrâneos de Pepe Mujica. (Foto: Wikicommons)

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sexta-feira, maio 16, 2014

#VaiTerCachaça na Copa

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Se vai ter Copa, pode ainda haver controvérsia. Mas haverá cachaça.

Parte da cultura brasileira, a xambirra será valorizada durante o Mundial de futebol. Com recursos do Ministério da Cultura, liberados por meio da categoria Gastronomia de edital Cultura 2014, o divertido Mapa da Cachaça promete levar informação sobre a marvada para cada uma das cidades-sede do Mundial.



Ao que parece, eles não vão precisar levar cachaça. É que, pelo enraizamento do goró pelo território nacional, costuma ter caninha em praticamente qualquer canto de virtualmente qualquer cidade brasileira.

O Mapa das Cachaças promete ações de conteúdo como publicação de receitas, promoção de eventos e gravações de vídeos com chefs, mixologistas, especialistas e pesquisadores.

Se precisarem levar um apreciador, ou um par de amigos da cachaça, os sóbrios autores do Futepoca estão à disposição para visitar as cidades-sede da Copa. Politicamente, a gente se voluntaria a propagar o Manguaça Cidadão pelo mundo.

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quinta-feira, maio 15, 2014

Em Copas, Brasil anda com "apito amigo" do lado

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A seleção brasileira é penta e ninguém contesta. Porém, uma olhada mais atenta para alguns erros de arbitragem que beneficiaram o time canarinho ao longo da história em Copas não deixa dúvidas: uma fração das nossas glórias se deve à ajuda de juízes míopes. Abaixo, sete dos equívocos que nos ajudaram a ganhar (ou não) um título.

1 – Pênalti não marcado e gol da Espanha anulado (Brasil x Espanha, 1962)

Combo pró-Brasil nesse jogo. Nilton Santos comete pênalti, percebe que está dentro da área e dá dois passos para fora. O lance é tão ostensivo que parece jogo de criança de pré-escola. Mas o árbitro cai no truque e marca apenas falta. A essa altura a Espanha já ganhava por 1 a 0.
Na cobrança da falta, Puskas marca um golaço de bicicleta, mas bandeira vê um impedimento que nem Arnaldo marcaria, e anula a jogada.

2
2 – Cotovelada de Pelé (Brasil x Uruguai, 1970)

Ok, era revide de outro lance não marcado, um pisão de Fontes no Rei. E, convenhamos, foi uma demonstração da arte da vingança. Mas isso não muda o fato de que Pelé deu com vontade na cara do rival. Deveria ter sido expulso e, consequentemente, perdido a final de 1970. Obrigada, deuses da bola. A História não teria sido escrita se o juiz não. tivesse perdido esse lance.



3 – Gol anulado da Espanha (Brasil x Espanha, 1986)

A Espanha não tem mesmo sorte contra o Brasil. Depois de ser garfada em 62, voltou a ser prejudicada em 86. No início do segundo tempo, com o placar ainda no zero, Francisco chuta da entrada da área, a bola bate na trave, bate dentro do gol e sai. Árbitro e bandeira não viram e placar seguiu inalterado. Brasil vence por 1 a 0. A partir de 3:04. O vídeo vale também por conta da pré-história do tira-teima.



4 – Falta de Branco não marcada (Brasil x Holanda, 1994)

O vídeo é cristalino. Branco meteu a mão no rosto e no pescoço do Overmars, seu marcador, antes de ser derrubado. O lance deu origem ao histórico gol de falta do próprio Branco. Mas, justiça seja feita, a miopia não foi seletiva. Depois de ser derrubado, o lateral esquerdo (que só atuou porque o titular Leonardo foi expulso após cotovelada criminosa desferida na partida contra os EUA) leva um chute de Koeman, aparentemente nas partes baixas, e ficou por isso mesmo. A partir de 0:56.



5 – Pênalti mal marcado para o Brasil (Brasil x Turquia, 2002)

A Copa de 2002 tem na conta grandes vergonhas por parte da arbitragem. Dois desses lances favoreceram o Brasil. No primeiro, a seleção ganhou um pênalti de presente na tensa estreia naquele Mundial. Aos 40 minutos, com o placar em 1 a 1, Luizão sofre falta fora da área e mergulha com vontade, tentando cavar o pênalti. Conseguiu convencer o árbitro, que ainda expulsa Ozalan. A partir de 3:52.

Também nessa partida, Rivaldo protagoniza papelão ao simular uma bolada no rosto. Enquanto esperava o time brasileiro posicionar-se para o escanteio, ele leva uma bolada no braço, desferida por um jogador da Turquia. Já era suficiente para que o adversário fosse expulso, mas ele resolveu fingir que havia sido atingido no rosto. Unsal foi de fato expulso, mas o teatro passou despercebido pela arbitragem. Rivaldo chegou a ir a julgamento pelo lance, mas levou apenas uma multa. A partir de 5:10.

 

6 – Gol anulado da Bélgica (Brasil x Bélgica, 2002)

O segundo lance que beneficia o Brasil aconteceu nas oitavas de final. O placar ainda estava no zero e a Bélgica jogava melhor. Aos 35 minutos, Wilmots sobe mais que Roque Júnior e cabeceia para o gol. Árbitro benevolente viu falta – que só ele e o Arnaldo viram, aliás. A partir de 1:40.



7 – Gol ilegal validado (Brasil x Costa do Marfim, 2010)

Esse lance pode não ter mudado o rumo do jogo, mas já está na história como um daqueles erros escandalosos. A partida já estava 1 a 0 para o Brasil quando Luís Fabiano dominou a bola com o braço duas vezes antes de meter para o gol. A partida terminou com 3 a 1 para o Brasil. A partir de 1:40.



Bônus – Juiz some com súmula (Brasil x Inglaterra, 1962)

Nas quartas de final do Mundial de 62, contra a Inglaterra, Garrincha foi expulso e desfalcaria o Brasil na semi contra o Chile. Desfalcaria, porque o craque brasileiro não apenas jogou como marcou 2 gols na semifinal. O motivo? O árbitro peruano Arturo Yamasaki sumiu. Não entrgou a súmula a tempo da realização do julgamento do brasileiro, que foi liberado para brilhar na partida seguinte. Curioso, não?

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domingo, maio 11, 2014

Os piores frangos em Copa do Mundo

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O post abaixo faz parte da parceria do Futepoca com a Rede Brasil Atual no Copa da Rede

Desde tempos imemoriais, nos estádios de futebol ou no mais surrado terrão, quando um goleiro falha clamorosamente a reação é uma só: "Que frango!"

Ao escapar das mãos do goleiro ou ao passar por baixo de suas pernas, a bola faz as vezes de galináceo que fugiu da granja para não servir de almoço. No galinheiro, a vítima normalmente mostra ginga e malemolência para se livrar do algoz. Nos gramados, faz rir e chorar.

Em tempos de avícolas industrializadas, a cena imaginada vai ficando até menos comum – para desespero dos trabalhadores e dos defensores de direitos dos animais. Mas, em épocas de Copa do Mundo, falhas acontecem. O Futepoca consolida o melhor de três listas de frangos históricos em mundiais de futebol. As imagens, espalhadas por diferentes canais do YouTube, são de dar pena.
As referências para os interessados nos domínios galináceos do ludopédio são Esporte Fino, Oba, Oba e o Planeta que Rola.

Robert Green - Inglaterra x Estados Unidos, 2010 

Uma falha terrível contra os Estados Unidos na Copa da África do Sul foi o primeiro frango (ou peru dado o seu tamanho) daquela edição. Também o maior.



Chaouchi - Argélia x Eslovênia, 2010 

Outro frango de 2010, desta vez do arqueiro argelino Chaouchi, contra a Eslovênia. Ele quase foi bem.



Zubizarreta - Espanha x Nigéria, 1998

Na Copa da França, o goleiro espanhol ajudou a ceder o empate, que culminaria em virada dos africanos. Nem todo cruzamento fácil é fácil para um goleiro (a partir de 1m5s).



Kopke - Alemanha x Iugoslávia, 1990

O goleiro alemão campeão do mundo em 1990 teve seu momento de frangueiro naquela edição contra a Iugoslávia (a partir de 51s).



Nery Pumpido - Argentina x Camarões, 1990

O país africano foi o azarão da Copa da Itália. Apesar do nome ser de um crustáceo, o time verde de Roger Milla fez fama de criar frangueiros. O primeiro foi logo na estreia: Pumpido, da Argentina, daria lugar a Goycochea (goleiro da seleção dos melhores do Mundial) – a partir de 45s.



René Higuita - Colômbia x Camarões, 1990

Nas oitavas da mesma Copa da Itália, há mérito do atacante Milla. Embora não seja um frango na acepção do termo, a lambança do colombiano René Higuita merece a menção na lista pelas qualidades cômicas.



Waldir Peres - Brasil x Rússia, 1982 

Exímio pegador de pênaltis, questionado por ter sido preferido por Telê Santana em uma época em que Leão era quase um apelo nacional, o então goleiro do São Paulo protagonizou uma cena patética na estreia contra a União Soviética.



Hellström - Suécia x Itália, 1970

Permitam-me citar Max Gehringer em "A grande história dos mundiais. 1962, 1966, 1970" (à pág. 80): "Aos 11', o goleiro Hellström engoliu o maior frango da Copa, num chute rasteiro e fraco de Domenghini de fora da área, pela meia esquerda. Helström saltou certo, junto à trave direita, mas a bola passou sob seu corpo" (a partir de 24s).



Lev Yashin - URSS 2 x 2 Inglaterra, 1958

O mítico Aranha Negra salta como uma aranha bêbada no cruzamento inglês. Ou um voo de galinha. A lenda soviética, do Dínamo de Moscou, podia até ser capaz de milagres. Mas também protagonizou seu momento de frangueiro (em 32s).



(Foto: Liz West/Flickr-CC-BY)

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