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terça-feira, setembro 30, 2008

'Planejamento' são-paulino: facão seletivo

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A vida zonza acaba de fazer mais uma vítima no mercado futebolístico: depois de levar diversas broncas, o lateral-direito Éder (à direita) finalmente foi dispensado pelo São Paulo por sua insistência em cair na noitada, nos parcos sete meses em que permaneceu no clube. O estopim foi uma balada na última quarta-feira, na qual estariam envolvidos também outros três ou quatro jogadores - incluindo o veterano lateral-esquerdo Júnior, que não foi relacionado nem para o banco na vitória contra o Cruzeiro, no domingo. Ou seja: dos cinco (ou quatro) atletas metidos no rolo, apenas dois foram punidos. Porque os outros envolvidos, pelo que comentam, são titulares absolutos no time de Muricy Ramalho. Isso pressupõe, portanto, que no São Paulo existem muitos pesos e várias medidas. Lá, a ocasião faz o ladrão - ou o mocinho.

Coisas como essa desmistificam o tal "planejamento" são-paulino. Foi-se a conversa do time que contratava bem, que só trazia bom, útil e barato. Um exemplo é exatamente a lateral direita. Depois de Cicinho (à esquerda), que jogou as temporadas de 2004 e 2005 (período em que chegou à seleção brasileira e conquistou um bom posto no exterior), o Tricolor do Morumbi peleja para efetivar alguém na posição. Aliás, mesmo naqueles tempos, a coisa já era feia: com a saída do reserva Gabriel, em 2004, Cicinho tornou-se o único lateral-direito de origem no elenco. Por isso, na metade de 2005, quando ele foi convocado para disputar a Copa América, o São Paulo apelou para o semi-aposentado Michel, ex-Santos, para fazer o papel morto-vivo em algumas partidas. No ano seguinte, com a venda de Cicinho e a vinda de Muricy, a coisa piorou.

O clube trouxe, inicialmente, outro semi-aposentado, Maurinho, que passou mais de um ano no estaleiro e saiu, no início deste mês, exatamente como entrou - sem ninguém notar. Depois, o São Paulo recorreu ao equatoriano Reasco, que pouco jogou, devido às seguidas contusões. Mas o Tricolor deu sorte e acabou "achando" o ex-palmeirense Ilsinho (acima) para a lateral direita, uma promessa que deu certo. Mas ele ficaria só um ano no Morumbi, até ser vendido ao ucraniano Shaktar Donetsk. A solução, a partir daí, foi improvisar o - hoje gremista - meia Souza no lado direito, posição em que foi muito bem, chegando a ser premiado. Mas era improviso, ponto.

E aí, quando ele foi vendido, no início deste ano, o presidente são-paulino Juvenal Juvêncio decidiu radicalizar, contratando Joílson (que, apesar de também ser meia de origem, destacou-se como lateral-direito no Botafogo em 2007), o agora defenestrado Éder (ex-Noroeste de Bauru, para onde voltou) e Jancarlos (ex-Atlético-PR). Nenhum conseguiu ser titular absoluto. Éder já foi banido, Joílson está encostado e Jancarlos quase foi negociado com Santos ou Fluminense durante a janela de transações, mas voltou e, na última partida, conseguiu até marcar um (belo) gol de falta. Porém, sua cotação na lateral direita não é tão grande quanto a do volante improvisado Zé Luís. Por isso, a "maldição" dessa posição continua e o tal "planejamento" do São Paulo está cada vez mais complicado de ser exaltado. Outra prova disso é que o punido Júnior é o único lateral-esquerdo de ofício no elenco. Assim, fica difícil sonhar com mais um título brasileiro.