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quinta-feira, abril 07, 2011

Cenas da Arena Barueri

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Por Moriti Neto


Se não foi um show de técnica e habilidade, a partida de ontem entre São Paulo e Santa Cruz, pela Copa do Brasil, na Arena Barueri, foi rica em elementos dramáticos. O Tricolor Paulista só eliminou o valente time pernambucano depois de muita correria e já no fim da segunda etapa.

O São Paulo começou bem. Como era de se esperar, tomou o controle do jogo, apostando na movimentação de Dagoberto, Fernandinho e Lucas. Os três deslocavam-se constantemente e buscavam aproximação para tabelas rápidas, o que incomodava a defesa do Santa.

Contudo, não foram a velocidade e o toque de bola que abriram o placar, inaugurado quando Dagoberto, aos 8 minutos, bateu falta e o zagueiro Rhodolfo, bem colocado, desviou de cabeça, colocando longe do alcance do bom goleiro Tiago Cardoso.

Pouco tempo depois, Fernandinho levou uma pancada na perna direita e a equipe perdeu as saídas ofensivas pela esquerda. Marlos entrou. E, claro, o índice de produtividade do ataque caiu. Atabalhoado, o jogador erra quase tudo que tenta, porque tenta sempre o mais difícil. Fora isso, ainda atrapalhou Lucas, pois passou a atuar pelo mesmo lado que o camisa 7, que acabou por mudar de posicionamento.

Assim, o time passou a ter problemas para ligar meio e ataque, forçava os chutões e abusava dos passes errados. Porém, o zagueiro pernambucano André Oliveira, autor da falta que originou o tento são-paulino, fez pênalti infantil ao esticar o braço para derrubar Dagoberto e foi corretamente expulso, pois já tinha amarelo.



Era a chance de ir para o intervalo mais tranqüilo. Rogério Ceni cobrou a penalidade, mas inventou de bater “a Djalminha”, diversamente do que está acostumado, e o arqueiro rival teve condições de praticar a intervenção. Para mim, o goleiro/artilheiro/capitão/mito foi arrogante ao tentar, num momento decisivo, um artifício que não lhe é comum.

O segundo tempo começou e, o já antes recuado Santa Cruz, com um a menos, montou um ferrolho. Até o bom atacante Gilberto pouco passava do meio de campo. O São Paulo era detentor quase absoluto da posse de bola, mas a efetividade era mínima (não esqueçamos, Marlos estava em campo). Quando Carpegiani viu o problema, substituiu Casemiro por Ilsinho e Alex Silva por William José, coisa que deveria ter feito na volta dos vestiários. Considerando que o adversário estava com 10 atletas e se daria por satisfeito com a ida aos pênaltis, não havia necessidade de subir para a etapa final com três zagueiros e dois volantes.

Como era óbvio, Ilsinho passou a ser opção pela direita, procurando abrir o jogo, e William começou a puxar marcadores para fora da área pernambucana. Dessa forma, os dois conseguiram uma tabelinha em belo passe do atacante, finalizado com um disparo do ala/meia para as redes e selaram o 2 x 0 que garantiu a classificação.

A partir dali, iniciou-se a série chiliques. Renatinho, do Santa Cruz, numa jogada que não levava perigo, deu uma pancada em Ilsinho e foi expulso. Everton Sena, competente carrapato de Lucas nos dois jogos, tomou o vermelho. Só que o camisa 7 são-paulino também foi para o chuveiro. No momento, parecia não ter feito nada que justificasse a expulsão, mas a cena que protagonizou ao sair de campo, chorando pela exclusão que achou injusta, foi de lascar. A verdade é que os dois jogadores passaram a partida se provocando e trocando empurrões e, ao que tudo indica, o árbitro se encheu.

Agora vem o Goiás, que eliminou a Ponte Preta. O São Paulo tem muito a melhorar para enfrentar adversários de melhor nível que o Santa Cruz. Provavelmente, contará com Luis Fabiano, mas não terá o quase imprescindível Lucas que, aliás, para continuar com esse status, deve se adaptar a marcações cerradas de jogadores e árbitros, já que se tornou uma grande atração.


Moriti Neto é torcedor do São Paulo e escreve sobre o Tricolor Paulista no Futepoca. Qualquer são-paulinismo exacerbado não é de responsabilidade de quem publica, hehe...

terça-feira, setembro 30, 2008

'Planejamento' são-paulino: facão seletivo

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A vida zonza acaba de fazer mais uma vítima no mercado futebolístico: depois de levar diversas broncas, o lateral-direito Éder (à direita) finalmente foi dispensado pelo São Paulo por sua insistência em cair na noitada, nos parcos sete meses em que permaneceu no clube. O estopim foi uma balada na última quarta-feira, na qual estariam envolvidos também outros três ou quatro jogadores - incluindo o veterano lateral-esquerdo Júnior, que não foi relacionado nem para o banco na vitória contra o Cruzeiro, no domingo. Ou seja: dos cinco (ou quatro) atletas metidos no rolo, apenas dois foram punidos. Porque os outros envolvidos, pelo que comentam, são titulares absolutos no time de Muricy Ramalho. Isso pressupõe, portanto, que no São Paulo existem muitos pesos e várias medidas. Lá, a ocasião faz o ladrão - ou o mocinho.

Coisas como essa desmistificam o tal "planejamento" são-paulino. Foi-se a conversa do time que contratava bem, que só trazia bom, útil e barato. Um exemplo é exatamente a lateral direita. Depois de Cicinho (à esquerda), que jogou as temporadas de 2004 e 2005 (período em que chegou à seleção brasileira e conquistou um bom posto no exterior), o Tricolor do Morumbi peleja para efetivar alguém na posição. Aliás, mesmo naqueles tempos, a coisa já era feia: com a saída do reserva Gabriel, em 2004, Cicinho tornou-se o único lateral-direito de origem no elenco. Por isso, na metade de 2005, quando ele foi convocado para disputar a Copa América, o São Paulo apelou para o semi-aposentado Michel, ex-Santos, para fazer o papel morto-vivo em algumas partidas. No ano seguinte, com a venda de Cicinho e a vinda de Muricy, a coisa piorou.

O clube trouxe, inicialmente, outro semi-aposentado, Maurinho, que passou mais de um ano no estaleiro e saiu, no início deste mês, exatamente como entrou - sem ninguém notar. Depois, o São Paulo recorreu ao equatoriano Reasco, que pouco jogou, devido às seguidas contusões. Mas o Tricolor deu sorte e acabou "achando" o ex-palmeirense Ilsinho (acima) para a lateral direita, uma promessa que deu certo. Mas ele ficaria só um ano no Morumbi, até ser vendido ao ucraniano Shaktar Donetsk. A solução, a partir daí, foi improvisar o - hoje gremista - meia Souza no lado direito, posição em que foi muito bem, chegando a ser premiado. Mas era improviso, ponto.

E aí, quando ele foi vendido, no início deste ano, o presidente são-paulino Juvenal Juvêncio decidiu radicalizar, contratando Joílson (que, apesar de também ser meia de origem, destacou-se como lateral-direito no Botafogo em 2007), o agora defenestrado Éder (ex-Noroeste de Bauru, para onde voltou) e Jancarlos (ex-Atlético-PR). Nenhum conseguiu ser titular absoluto. Éder já foi banido, Joílson está encostado e Jancarlos quase foi negociado com Santos ou Fluminense durante a janela de transações, mas voltou e, na última partida, conseguiu até marcar um (belo) gol de falta. Porém, sua cotação na lateral direita não é tão grande quanto a do volante improvisado Zé Luís. Por isso, a "maldição" dessa posição continua e o tal "planejamento" do São Paulo está cada vez mais complicado de ser exaltado. Outra prova disso é que o punido Júnior é o único lateral-esquerdo de ofício no elenco. Assim, fica difícil sonhar com mais um título brasileiro.