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segunda-feira, abril 13, 2009

A segunda semifinal: a (rara) ousadia de Mano Menezes

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O Corinthians entrou em campo buscando a vitória, enquanto o São Paulo fez o que pode para manter o empate. Venceu o mais ousado – que dessa vez, surpreendentemente, foi Mano Menezes. Ele escalou o time quase num 4-3-3, com Dentinho e Jorge Henrique abrindo o jogo pelos lados e Ronaldo centralizado. Douglas – que não fez partida ruim – aramava o jogo, auxiliado por Elias. O São Paulo veio recuado, buscando o contra-ataque e as chances de bola parada. No entanto, a presença dos atacantes pelos lados prendeu os alas sãopaulinos Júnior César e Arouca, que mais marcaram do que apoiaram. Como Hernanes não apareceu pra jogar, o time ficou com poucas opções.

Mesmo assim, apareceu a principal arma do Tricolor nas últimas temporadas: a bola cruzada de Jorge Vagner, especialmente em bolas paradas. Falta boba de Dentinho na lateral esquerda da defesa corintiana, cruzamento do meia e gol de cabeça de Miranda, em falha de marcação de Chicão (teve impedimento de Miranda – por centímetros e totalmente desculpável ao bandeira – e reclamaram de empurrão do sãopaulino no defensor alvinegro, mas Chicão marca a bola e não o jogador, que aparece sozinho).

Minutos depois, Elias, o melhor em campo, recebeu bola de Jorge Henrique na entrada da área, passou por dois zagueiros e mandou um bico de esquerda no canto de Rogério Ceni, que nem se mexeu. Golaço e justo empate, para o time que tinha mais posse de bola (em certo momento, vi 63% para o Corinthians a 37% para o São Paulo), apesar de não ter criado chances tão claras. Elias ainda salvou bola em cima da linha em outra cabeçada de Miranda – em falha idêntica de Chicão.

No segundo tempo, a toada seguiu a mesma, com mais posse de bola do Corinthians e contra-ataques do São Paulo. Até que Elias – sempre ele – roubou bola mal passada na defesa sãopaulina e foi obstruído por André Dias, que levou o segundo amarelo e foi expulso. A bola ainda sobrou para Douglas que deixou Ronaldo na cara de Ceni, que fez bela defesa em jogada que o centroavante não costuma perder.

Daí pra frente, o São Paulo se fechou totalmente atrás, fazendo o jogo virar praticamente ataque contra defesa. Algumas escapadas ainda obrigaram Felipe a boas defesas (pegou muito), mas o domínio era alvinegro. O Corinthians, no entanto, tocava a bola, mas criou poucas chances. Jorge Henrique teria feito o gol da virada se fosse 10 centímetros mais alto, em cruzamento de Dentinho. Ronaldo foi travado por Miranda em arremate dentro da área. André Santos teria saído na cara do gol após passe do centroavante, não fosse a bizarra participação do árbitro.

Ceni até tentou frangar, soltando bolas estranhas em chute de Elias (bateu no pé da trave) e Chicão. Mas a coisa se encaminhava para mais um empate – dessa vez com gosto de derrota. Meu pai, com quem via o jogo, estava puto desde uns 25 minutos. Eu joguei a toalha aos 43 e já preparava o discurso mental de que tem que ser difícil, que vai ser melhor jogar no Morumbi sem a vantagem (pra frear o retranquismo de Mano), essas coisas. Só quem acreditava era a aniversariante Angélica, amiga da minha mãe, que se mostrou mais torcedora do que eu imaginava. Foi com empurrão dela que Christian roubou a bola de Jorge Vagner e acertou aquele canudo no canto de Rogério aos 47 minutos. Presentão para Angélica (parabéns de novo!) e para o volante corintiano, que vem jogando muita bola.



Classificação aberta – A vitória foi boa, emocionante, um grande jogo. Mas nada está definido. O São Paulo deve mudar o esquema e pressionar no Morumbi. O Corinthians pode aceitar essa pressão e tem que agredir o rival. Se Mano Menezes – que já disse que “talvez precise de mais alguém no meio” na segunda partida – resolver retrancar pra segurar resultado, vai atrair o São Paulo e as faltas na intermediária se multiplicarão, dando chances aos cruzamentos de Jorge Wagner e Hernanes. Não vai ser toda hora que Elias vai estar em cima da linha. Mas creio que Mano pensa em colocar Boquita no meio, no lugar de Jorge Henrique. Não chega a ser uma retrancada em termos de escalação, mas reforça a marcação no meio. Vai depender da postura do time para determinar até que ponto o Timão vai aceitar a pressão que deve vir do Tricolor.