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quarta-feira, janeiro 27, 2010

Meneghetti, o ladrão que não roubava pobres nem gostava de futebol. Já de vinho...

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Nesta quinta-feira, 28, o geógrafo, jornalista, saciólogo e cachaceiro (aquele que bebe, não aquele que produz cachaça) Mouzar Benedito lança Meneghetti, o gato dos telhados, biografia do anti-heroi italiano que virou lenda em São Paulo.

Foto: Polícia de São Paulo/"Nosso Século"da Editora Abril - 1910-1930, página 269

Preso, foi fichado com e sem disfarce pela polícia

Parte da coleção “Pauliceia”, a obra conta com o tradicional tom bem-humorado de Mouzar. E inclui um gibi de Luiz Gê, datado de 1976, sobre as desventuras do gatuno, que jurava roubar apenas as joias dos ricos, “bens supérfluos que só servem para alimentar a vaidade”.

Gino Amleto Meneghetti nasceu em Pisa, na Itália, mas fez fama em São Paulo, onde morreu com 97 anos, em 1976. Foi tema de curta-metragem, livro, e muita conversa de bar.

Foto: Polícia de São Paulo/"Nosso Século"
Muitas dessas histórias estão no livro. Mas a pedido do Futepoca, Mouzar separou quatro trechos da obra relacionados aos temas tão bem quistos por aqui: futebol, política e cachaça. Aí vão:

Ele não gostava de futebol:

“Vem um sujeito de calcinha, dá um pontapé numa pelota e fica milionário. Isto é absurdo. O outro fica rico dando murro na cara do outro. São espetáculos que para mim (...) o governo apoia, uma nova política para distrair o povo, como em Roma.”
Mas em compensação...
“Isto [vinho] faz bem para a alma, para a barriga e para o cérebro.”
E política? Bem... Ele tinha um filho chamado Lenine e outro Spartaco. E dizia:
“Tanto na Itália como na Inglaterra, como em todos os países burgueses, a maioria das pessoas é pobre, vive na miséria.”

“Jamais roubei um pobre. Só me interessa tirar dos ricos, e tirar joias, que são bens supérfluos que só servem para alimentar a vaidade.”

“O comerciante é um ladrão que tem paciência.”
Ladrão? Assim lhe disse seu avô:
“Muitos dos homens bem colocados que você vê aqui em Pisa são ladrões refinados, mas roubam dentro da legalidade. São ladrões da pátria, ladrões de salão. Roubam e a lei ainda lhes presta honras, porque depende deles para aumentos, nomeações e outras coisas. Durante sua vida você vai ver muitos destes, vá em que país for, porque o mundo está cheio deles. São vigaristas e ladrões, mas vigaristas e ladrões bem sucedidos. Roubam milhões e nada acontece.”

Meneghetti, o gato dos telhados
de Mouzar Benedito
Com história em quadrinhos de Luiz Gê
Pesquisa: Marcel Gomes e Antonio Biondi
Boitempo Editorial
Lançamento dia 28 de janeiro, 19h, Livraria da Vila, r. Fradique Coutinho, 915,
Vl. Madalena, São Paulo-SP