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quinta-feira, agosto 23, 2012

A estreia dos candidatos no horário eleitoral de São Paulo

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O que muitos consideram o pontapé inicial de fato na campanha eleitoral foi dado ontem, quando os candidatos a prefeito de São Paulo fizeram sua primeira aparição no horário eleitoral (não) gratuito. Na verdade, em inserções eles já haviam aparecido no dia anterior, mas com mais tempo as estratégias de TV ficaram mais evidentes.

Paulinho da Força, em seu primeiro programa, usou a velha cantilena da “biografia comovente”, realçando a "infância pobre" na qual só comia macarrão e tomava guaraná no Natal, para depois ressaltar seus feitos na luta pelos direitos dos trabalhadores. Uma reprise de Sessão da Tarde. Melhor fez Celso Russomano, cujo programa explorou sua afinidade com as câmeras, além de mostrar seu "contato com o povo", aquele abraça lá e beija aqui de toda eleição. Isso foi quase metade do seu tempo, a outra ficou a cargo do vice D'Urso contando uma parábola, algo pouco usual (pra não dizer bizarro), e que provavelmente faz parte da tentativa do candidato de se aproximar da classe média. Se a ideia foi essa, deveria ter escolhido uma historinha melhor...

Soninha e a bicicleta: reforço da marca
Soninha Francine investiu no seu público preferencial, com uma linguagem audiovisual jovem. Mas também teve o lado “família”, aparecendo com suas duas filhas. Uma delas, Sarah, disse que a mãe é “bem ecológica". “Ou tá a pé, ou de bicicleta, ou de metrô, ou de carro. Quando tá de carro, só abastece com álcool", falou, sobre a mãe. É bom lembrar que há controvérsias sobre se o álcool polui menos que a gasolina, mas deixa pra lá.

"Homem novo para um tempo novo", o slogan de Fernando Haddad permeou todo o seu programa, tecnicamente bem feito, praticamente apresentando o petista ao eleitorado não com narração em off, como os rivais, e sim com o próprio candidato se expondo. Haddad anda por muitos lugares de São Paulo durante o programa, e a música triunfante às vezes dá a impressão de que o petista é uma espécie de herói talhado para resolver os problemas da cidade. Troças à parte, o programa vincula Haddad a Lula e Dilma, frisando o sentimento de mudança que está bem patente nas sondagens eleitorais, e ataca Serra dizendo que São Paulo não quer mais prefeito de “meio mandato ou de meio expediente”, embora o candidato cometa o ato falho de que vai ser um prefeito que irá trabalhar "de manhã e de noite", deixando uma certa dúvida sobre o que fará no período da tarde.

Já o programa de Gabriel Chalita confirmou sua estratégia de campanha: a de ser a dita terceira via. Conseguiu explicar bem no tempo que tinha disponível essa linha, ao usar o exemplo das UPAs, programa do governo federal que não existe em São Paulo, segundo ele, por conta da rixa entre tucanos e petistas. A paternidade é reivindicada para o seu partido, o PMDB e, como ele tem "amizade" com Alckmin e é "amigo de Dilma", seria o mais apto para aparar as arestas que atrapalham o desenvolvimento da capital paulista. Conseguiu fazer a crítica a PT e PSDB sem ser agressivo, na base da “paz e amor”, perfil que conquistou muitos professores da rede estadual, ainda que não tenha feito uma gestão brilhante à frente da Secretaria de Educação. Atentem para esse homem, que pode crescer, principalmente com a troca de farpas alheia.

E o dileto José Serra? Até arriscou uma aproximação com a linguagem jovem, faixa na qual ele tem 50% de rejeição, ao usar um "tudo junto e misturado" em sua fala, contudo, só transpareceu mais ser aquilo que se chama "tiozão". Também fez as vezes do ausente mais presente das eleições paulistanas ao expor obras e supostas obras, lembrando Paulo Maluf. Justifica-se, já que o pepista, apesar de aliado ao PT, teve seu espólio transferido para a dupla Serra/Kassab em 2004 e 2008, agora disputado também pelo ex-malufista Russomano (que espectro esse Maluf, hein?). Embora seja uma canção original (sic) de sucesso, "Eu quero Serra, eu quero já" tem tudo pra saturar o ouvido do eleitor, talvez fazendo um efeito contrário do que o pensado pelos tucanos.

Gianazi, a despeito dos recursos e tempo exíguos, poderia ter feito um programa mais criativo, cuja produção parece improvisada. Gente para fazer melhor que isso o PSOL tem.

domingo, setembro 02, 2007

Vem aí o "bloco da esquerda"

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PDT, PC do B, PSB, PRB, PMN e alguns outros partidos cujos nomes me fogem à memória lançam, nessa segunda, o "bloco da esquerda". A idéia das siglas é manter unidade de votações no Congresso e assim adquirir um bom prestígio - o bloco só ficaria aquém de PT e PMDB em número de congressistas.

O "esquerda" no nome não ajuda a entender para que lado penderá o bloco. Sua composição é muito heterogênea. Estão ali o PC do B, fiel escudeiro do PT há décadas, o PSB, de apoio ao governo federal, mas com muitos integrantes anti-Lula (São Bernardo que o diga) e o PDT - que, apesar de ter fechado consenso com o PT no início do ano, não dá para ser chamado de "aliado" com todas as letras.

Três figuras desses partidos mencionados, que deverão estar na cerimônia de lançamento do bloco, expressam bem essa heterogeneidade. Ciro Gomes (PSB) foi ministro de Lula, defende o barbudo no Congresso e é tido como nome certo para a corrida presidencial, caso o PT abra mão de indicar um nome. Do lado do PC do B, a deputada - gatinha e injustamente esquecida na eleição das musas da política - Manuela D'Ávila acena concorrer à prefeitura de Porto Alegre no ano que vem e sugere um racha com o PT, que pensa em indicar Maria do Rosário para o posto. E o PDT terá como expoente o deputado Paulo Pereira da Silva, o famigerado Paulinho da Força, crítico ferrenho do governo federal e ex-aliado de Mário Covas.

Aliás, o local da cerimônia do lançamento do bloco sugere a influência de Paulinho: será o Palácio do Trabalhador, sede da Força Sindical.

A impressão que dá é que esse bloco quer angariar força para mostrar ao PT que uma coligação para 2010 seria mais do que uma estratégia - seria sim uma necessidade de sobrevivência. Mas eu, sinceramente, não consigo prever quais serão as consequências dessa aliança. Alguém arrisca?