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quarta-feira, outubro 17, 2012

Declaração de voto?

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sexta-feira, agosto 06, 2010

Equilíbrio no primeiro debate

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POR LUISINHO BASSOLI*

O primeiro encontro entre os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, transmitido ontem pela Band, foi marcado pelo equilíbrio. Dilma Rousseff demonstrou certo nervosismo, compreensível por ser seu primeiro debate e por estar no foco das atenções, ainda sob o impacto da pesquisa CNT/Sensus, divulgada horas antes, na qual aparece dez pontos à frente de Serra. Saiu-se bem, respondeu às perguntas, evitou usar o palavreado excessivamente técnico que a caracteriza – e que era a principal preocupação dos seus assessores –, sem deixar de apresentar dados e estatísticas. Buscou colar sua imagem à de Lula ao resumir que seu projeto é dar sequência ao atual governo.

"Modesto", Plínio de Arruda Sampaio afirmou se tratar de um dos grandes nomes da política brasileira. É, pessoalmente, uma reserva moral, detentor de sabedoria ímpar. Seu ponto fraco é seu partido, o pequeno PSol, cuja postura isolacionista inviabiliza qualquer prática de governo. Plínio prega o sonho, o ideal socialista, é impossível discordar de sua teoria. Porém, a responsabilidade nos obriga a lutar pelo possível, ainda mais quando vemos que as mudanças estão em curso. Cabe lembrar que Plínio tem a mesma origem de Dilma, foi candidato ao governo de São Paulo e deputado federal pelo PT até se juntar a outros dissidentes para fundar o PSol.

José Serra aparentou ser a pessoa certa na hora errada. O grupo político que lhe dá sustentação é por demais conservador, reacionário, e impõe uma agenda atrasada tanto em relação à economia quanto às políticas sociais. O tucano abordou temas de gestão pública, mas falta-lhe, contudo, uma marca definitiva, um projeto que o identifique. Serra não conseguiu sair da encruzilhada em que se meteu: poupou o presidente Lula sem assumir que seu governo é bom – se escolhesse por se opor ao presidente, iria desagradar à esmagadora maioria dos eleitores que o aprova; se optasse por elogiá-lo, acabaria credenciando sua rival Dilma. Na mesma esteira, tentou manter equidistância do ex-presidente FHC, nem defendeu nem criticou seu governo, e essa dubiedade não passou despercebida, refletiu a notória indecisão tucana.

Marina Silva foi previsível, não decepcionou, é certo, só que não conseguiu empolgar os espectadores. Confirmou que tem boa vontade, explorou bem o assunto meio ambiente, lema principal de sua campanha, e abordou com lucidez os espinhosos temas econômicos e administrativos. Seu bom desempenho, todavia, não foi suficiente para consolidá-la como a melhor candidata, na medida em que não tem uma base política forte o bastante para garantir que consiga governar. Assim como Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva construiu sua carreira no PT. Agora, sozinha em seu PV – partido que fará uma bancada ínfima de deputados e nenhum senador –, a ecologista não passou a sensação de segurança necessária para ocupar o mais alto cargo da nação. Teve o mérito de incluir a questão ambiental na pauta, como nunca havia sido feito.

Entre alguns momentos de tensão, prevaleceu a cordialidade. Um exercício de democracia, todos tiveram a oportunidade de expor suas candidaturas. Nada que pudesse alterar o quadro que vem se desenhando, nenhuma novidade sobre o que já está sendo discutido publicamente há tempos, em entrevistas, encontros, plenárias, comícios. A eleição segue com seu caráter plebiscitário, isto é, quem aprova o governo Lula e quer sua continuação, votará em Dilma.

*Luís José Bassoli é advogado, faz pós-graduação em Globalização e Cultura, dá aulas de Geopolítica no Colégio Objetivo e é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Taquaritinga (SP); na política, foi presidente do Diretório do PT naquele simpático município; no futebol, é sãopaulino roxo e cateano (sofredor pelo Clube Atlético Taquaritinga). Bebe muito uísque, "of course".

quinta-feira, agosto 28, 2008

Me esquerda que eu gosto! - Dois pra lá, dois pra cá...

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DIEGO SARTORATO*

Sempre foi difícil saber o que pensam exatamente nossos representantes políticos sobre a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), mecanismo de segurança criado pelo então presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (à esquerda) em 2000/2001 para, na prática, criar um meio legal para impedir o calote à dívida externa e interna com os banqueiros, mesmo que isso nos custasse menos investimento em saúde, educação e programas sociais. À época da criação da lei, o PT (onde ainda estavam futuros dissidentes do PSol), PSB, PSTU e PCdoB votaram contra e tentaram, mais de uma vez, derrubar a medida por meio das Adin (Ações Diretas de Inconstitucionalidade). Depois que assumiram o governo, porém, PT e PCdoB mudaram completamente o discurso, chegando até a gabar-se do cumprimento à risca da LRF em suas administrações estaduais e municipais - bem verdade que depois de terem fechado a conta do Brasil com o FMI.

O bloquinho PSTU-PSol manteve-se contra, mas nem por isso pode ser considerado mais coerente. Basta ver que nesta segunda-feira, 25 de agosto, o presidente Lula decidiu liberar a autorização para empréstimos de pelo menos mais R$ 9,5 bilhões para financiamento de projetos dos governos estaduais, independentemente de suas dívidas públicas. A direita deu início às críticas na base do "Estado inchado não funciona" e os esquerdistas foram atrás, na sanha de atingir a imagem de Lula. "Essa liberação para os empréstimos não adianta nada. As liberações de verba do governo Lula para os estados e municípios são um processo muito pouco transparente, em que a gente fica sabendo do montante final mas não acompanha o investimento", afirmou Fernando Gamelho, secretário de organização do PSol de São Paulo, em entrevista exclusiva ao Futepoca.

Assim, na disputa para saber quem é dono de qual bandeira e por quê, não é de espantar que os partidos tenham cada vez menos credibilidade no papel de organizar o debate com a população. Como já dizia o ex-candidato a governador pelo PSol, Plínio de Arruda Sampaio (à direita), "no começo, eu era considerado da direita dentro do PT. Aí, o partido foi indo mais pra lá, mais pra lá, mais pra lá, e acabaram me taxando de esquerda radical. Mas eu nunca saí do lugar". Do jeito que vai, daqui a pouco ele perde o lugar no partido da Heloísa Helena também...

*Diego Sartorato é jornalista, corintiano e bebe Zvonka. Filiou-se ao PCdoB, trabalha para o PT e simpatiza com o PCO. Às vezes, desconfia que não foi boa coisa "ser gauche na vida". "Mas é melhor que ser de direita", resume.