Destaques

quarta-feira, março 28, 2007

Não é futebol nem política, só pode ser...

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Na pacata cidade de Cascavel, interior do Paraná, a maior rede de "lotéricas" se chama "Sucuri" e em cada canto da cidade tem um representante. O curioso é que a tal rede é, na verdade, uma série de espaços não-oficiais que se denominam casas de loteria mas só servem pra apostar no jogo... do bicho. A piada é tão pronta que nem me atrevo a imaginar a série de ilações possíveis...

De times e seleções

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Tento responder com este texto a questão objeto dos comentários e debate de uns posts abaixo (“Um outro Zé Roberto”). Que acabou com a seguinte indagação do companheiro Olavo: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká você escalaria o Zé [Roberto] tão à frente?”

Essa pergunta é importantíssima, porque é uma falsa questão. É uma questão limitada a um universo parreirista, no qual o camisa 11 (chamemos assim) é um cara obrigado a marcar o lado direito do ataque adversário. Mas quem disse que assim deve ser?
Didaticamente, abaixo seguem as escalações de quatro times campeões (ou quase) que eu gostaria de citar.

Brasil campeão do Mundo em 1970 - Felix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson, Tostão e Rivelino; Pelé e Jairzinho

Brasil derrotado pela Itália em 1982 – Valdir Peres; Leandro, Oscar, Luisinho e Junior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho Chulapa e Eder

Palmeiras bicampeão Paulista e Brasileiro 1972/1973 – Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir da Guia; Edu, Leivinha, César e Nei

Santos campeão Brasileiro de 2002 – Fábio Costa; Maurinho, Alex, André Luiz e Leo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; Robinho e Alberto

Eu gostaria de saber onde, nesses quatro grandes times, há um jogador engessado numa dada posição como Zé Roberto na seleção de Parreira. Mais do que um jogador “engessado” (Zagallo, Zé Roberto, Zinho...), o problema maior é o esquema engessado. O Márcio Guedes falou disso no Linha de Passe da última segunda-feira.

De maneira que, à pergunta: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká você escalaria o Zé [Roberto] tão à frente?”, eu responderia assim (se eu pudesse escalar a seleção brasileira hoje): Fábio Costa (ou Rogério Ceni ou Gomes ou Júlio César); Ilsinho, Alex, Lúcio e Kléber; Elano (ou Mineiro), Zé Roberto, Kaká (ou Diego) e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Vágner Love. Quem ia se defender desse time?

Pode-se pensar em muitas variações em relação à escalação acima, mas essa seria uma seleção. Em termos de seleção, eu nunca vi nada mais belo do que a Holanda de 1974. A Laranja Mecânica. Era um time divino.

Mas, voltemos a falar apenas de um time, um clube, chega de seleção. E voltando à questão inicial: “se o Santos tivesse dois meias como Ronaldinho Gaúcho e Kaká” (valha-meu Deus!, Olavo, você não quer mais nada?), eu faria assim: Fábio Costa; Dênis (ou Pedro), Antonio Carlos, Adailton e Kléber; Maldonado, Zé Roberto, Kaká (ou Cléber Santana) e Ronaldinho Gaúcho (ou Pedrinho); Tiuí Henry e (resgatando) Wellington Paulista.

Nesse time (como no Palmeiras de 1996, por exemplo), quem ia dizer que o Zé Roberto teria que ficar engessado, num esquema engessado, marcando e encerando o jogo? Fala sério!

Michael Moore e eu

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Não é a mim que se refere o título, mas à película de 77 minutos que coloca o documentarista norte-americano Michael Moore como alvo de investigação. Em Fabricando Polêmica, cuja estréia mundial ocorreu no dia 10, mas chegou por São Paulo na mostra É tudo verdade, a acusação é de manipulação de imagens, entrevistas e informações. O Farenheint 9/11 (2004) é dos mais atacados, segundo as resenhas espalhadas por aí.

Moore ficou famoso inicialmente por Roger e eu (1989), em que passava uma hora e meia mostrando suas tentativas de entrevistar o então presidente da General Motors, Roger Smith, intercaladas com a vida dos operários demitidos de uma fábrica fechada pela empresa em Flint, cidade natal do gordinho de boné. A grande sacada do filme é que a entrevista não ocorreu, mas uma interessante história sobre o processo de produção globalizado – com todas as facilidades dos novos meios de comunicação e estratégias de logística – têm na prática. Depois de Farenheint 9/11 ele foi projetado à condição de ícone político.

Uma das grandes revelações de Fabricando... é que a tal entrevista foi concedida e gravada, mas não aproveitada no filme.

Depois, o mesmo modelo foi parodiado por ele mesmo em The Big One (1997), em que o foco é o presidente da Nike e a denúncia do uso de mão de obra infantil na Indonésia, ou em Tiros em Columbine (2002), com Charles Heston.

Os diretores, o casal canadense Rick Caine e Debbie Melnyk, eram fãs do cineasta. Tanto assim que a descrição do documentário Citizen Black, escrito, produzido e dirigido por eles em 2004, é "Inquérito no estilo Michael Moore sobre a personalidade de Conrad Black (um dono de jornais canadenses extremamente conservador e metido em falcatruas)".

Ao que consta, eles começam querendo entrevistar Moore, mas passam a desconfiar de tanto esforço para fugir das câmeras. Um cinegrafista terminou atingido por um soco da irmã de Moore. O filme investiga as manipulações produzidas nas falas e depoimentos editados.

O nome original, Manufecturing Dissent, é um trocadalho com o título do livro do linguista Noam Chomsky com Edward S. Herman, Manufecturing Consent, traduzido por aqui como Consenso fabricado. Tudo bem, já que Citizen Black usava o mesmo recurso em relação ao original do Cidadão Kane...

E assim, o cara que praticava o esteriótipo do estilo norte-americano de produzir documentários, é posto em xeque... Na página do cabra, não encontrei nenhuma declaração a respeito.

Tem na quinta e na sexta, no É tudo verdade de São Paulo.

Site do PCdoB desafia Aldo Rebelo

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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, é autor do Projeto de Lei nº 1676/1999 que veda estrangeirismos na língua portuguesa.

Enquanto isso, no Vermelho, página do PCdoB na internet, estampava na segunda-feira à noite: "Veja o vídeo que explica o 'Manifesto Comunista' com cartoons".

(a propósito, veja mesmo, porque é mais divertido do que este post ranzinza, embora não seja genial).

terça-feira, março 27, 2007

Crássico é crássico e vice-versa

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Nada há de mais assustador na imprensa esportiva (talvez na imprensa em geral) que apelar para chavões quando se tem preguiça de pensar, não se pesquisa nem se conhece sobre o que se está falando.

Explico: o chavão aí do título (e outros) continua a ser aplicado indistintintamente pelos colegas (argh!) quando não têm muito o que falar.

Vou usar como exemplo o futebol mineiro, que conheço bem e acompanho por minha óbvia e declarada paixão pelo Galo mineiro, que completou 99 anos no último dia 25.

Antes do clásico com aquele outro time de Minas, a maioria da imprensa dizia que o outro era favorito, porque estava em primeiro lugar na tabela enquanto o Galo rastejava na penúltima colocação. Mas sempre deixando a muleta: em clássico tudo pode acontecer...

Para a maioria que não acompanha e dá palpites sem saber, apenas olhando a classificação na tabela, essa era a realidade.

Ledo e Ivo engano. Mesmo mal à época, o time do Galo era superior ao outro, que tem uma das piores equipes dos últimos tempos. O que se comprovou nos 3 a 1, sendo que quem assistiu ao jogo viu que poderia ter sido uma goleada vexatória.

Para os desinformados, valeu o epíteto: crássico é.... Ou outra muleta, de dizer que quem está pior sempre reage nessas situações. Para contrariar, no mesmo final de semana, o São Paulo, com time superior derrotou o Corinthians. Mais aí vale o outro lado do crássico é crássico e tudo pode acontecer. Assim, os desinformados nunca erram.

Não tenho estatística nenhuma à mão e até seria interessante acompanharmos daqui por diante, mas a impressão é que em 80% dos casos os times melhores tecnicamente acabam vencendo, mesmo em clássicos. (sei que é óbvio, rarará)

Mas é bom pensar em outro jargão que se usa como verdade absoluta – que o futebol é o único esporte em que o mais fraco pode vencer o mais forte. Creio que não. Numa partida isolada, realmente um time todo encolhido na defesa pode "achar" um gol e acabar ganhando. Mas se forem analisados todos os jogos de um campeonato creio que os times mais bem-estruturados levam vantagem em 90% dos casos.

Basta ver que neste ano (e em outros), apesar dos tropeços, em SP devem chegar pelo menos três grandes nas quatro vagas das semifinais. E nem dá para dizer que o Corinthians, o grande que falta, atualmente é um time bom. Pode até ser campeão, mas por tradição, torcida etc.

Em Minas o título acho que ficará com o Galo pelos motivos expostos anteriormente, mas não deve sair dos dois grandes. E vale lembrar que no outro clássico que existe no Mineiro, dos dois times contra o América, deu a lógica e o rubroverde, com equipe bem inferior, perdeu feio e não deve escapar do rebaixamento (infelizmente).

Nos outros Estados, a preponderância dos mais fortes deve se repetir sem piedade. A zebra será isso mesmo, apenas zebra, e acontecerá raramente.



P.S. Estava para escrever esse "post" desde o crássico mineiro, mas, por falta de tempo, adiava. Agora com o "puxão de orelhas" do camarada Anselmo resolvi me dedicar mais à tradição futepoquense...

Búlgaros arrancam orelhas de grego a dentadas

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Dois torcedores búlgaros arrancaram com mordidas as orelhas de um grego durante uma briga em uma cafeteria de Creta, por causa da vitória da Bulgária sobre a Turquia por 4 a 1, pelas Eliminatórias da Eurocopa. Incomodado com a festa dos estrangeiros, o dono do local pediu silêncio, e os búlgaros reagiram de forma violenta. A vítima foi levada para o hospital e operada. Os agressores foram detidos. E aqui no Brasil o pessoal faz um puta alarde por um mísero vaso sanitário voando entre as arquibancadas. Que bobagem...(com informações da AFP)

Caninha 1951, homenagem às cinco coroas

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Recebi de torcedores do Parmera a dica do blog Parmerista. Como inclui cachaça, é obrigatório:

A mais famosas das cachaças industrializadas do país é a Pirassununga 51. O que pouca gente sabe é que a origem do nome da famosíssima pinga está relacionada com o nosso Verdão. Trata-se de uma homenagem à conquista da Copa Rio, no ano de 1951, ano em que o Palmeiras concluiu a conquista de uma seqüência de cinco títulos, as chamadas "Cinco Coroas".
A suposta prova é esta, apesar de apresentada sem identificação de origem:


A história tem as seguintes brechas: 1) "produto adquirido dos melhores fabricantes de Pirassununga" é, historicamente, um fato de improvável comprovação dada a origem e a qualidade duvidosa promovida pelos galões de alumínio em que são envelhecidos os litros da marvada; 2) se a cidade é Santa Cruz das Palmeiras, o nome tende a vir daí e não do Palestra Itália de nome alterado nove anos antes. 3) De acordo com matéria da página do STJ, de outubro de 2005, fala-se de propriedade rural adquirida pelo patriarca da família Piccolo em 1952. Embora o texto não inclua o passado do Luiz Piccolo, foi a única referência a terras da família na cidade que o Google pôde apresentar.

O interesse em desconstruir a história, embora não alcançada plenamente, deve-se ao fato de que não há orgulho em ter inspirado o nome da caninha de Pirassununga. Fosse uma alambicada artesanal, podíamos conversar.

Mas é divertido.

Futebol, política e literatura

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Do mais novo parceiro do Futepoca, o Sapoti da Japaranduba, do jornalista e escritor Urariano Mota, reproduzo um trecho de O Dono da Bola. Apesar do título que irmanaria os blogs, é mais à política e literatura que se dedica o


Até onde lembra a memória, por mais seletiva de momentos honrosos que ela, trapaceira, ergue à consciência, um momento é inolvidável das minhas ações no futebol. Por mais seletivas jogadas das quais a memória faz um grande time, um dream team, esta que lhes vou contar é a número 10, o rei, a rainha das rinhas, de todas. Em resumo, já lhes digo, eu tinha oito anos.

Nessa idade em que nascem os craques, em que já desponta neles o talento, eu, como todos os craques, adorava futebol. Adorar, no caso, quer dizer não pensar nem sonhar com outra coisa, é jogar, jogar, dentro de campo, fora de campo, com bola, sem bola, como tempos depois demonstraria Tostão, na seleção brasileira de 1970 no México.

Eu havia ganhado uma bola em 1958, quando o Brasil fora campeão na Suécia, lembro bem. O meu regalo de aniversário, que no México chamariam de cumpleaños, havia sido uma bola de látex, de borracha cinza, boa, grande, um presente e um regalo superior para todos os meninos que jogavam com bola de meia, que ficava redonda à custa de papéis, panos velhos e de trapos socados. Assim posto, assim orgulhoso e contente, dirigi-me à rua, que no meu caso era sair para o beco, percorrê-lo e atingir a esquina, onde em frente a um prédio em construção reuniam-se os meninos para jogar com bola de meia e inventar o impossível, fazê-la rolar como rolam as bolas de borracha. Pero nesse dia resistente na memória eu era a seleção (...)


A íntegra, no Sapoti de Japaranduba.

segunda-feira, março 26, 2007

Edmundo – um jogador em extinção

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Em tempos de Romário, é legal lembrar de Edmundo. Animal ou não, esse jogador admirável vai levando um Palmeiras antes desacreditado a chegar mais longe do que a própria torcida esperava.
Edmundo vai completar 200 jogos pelo Palmeiras na próxima partida em que atuar. E fez 91 gols com a camisa alviverde. É um tipo de jogador em extinção. Aquele que se identifica com o clube, que gosta do clube, que fala do clube com autoridade. Numa época em que “o ter é mais importante do que o ser”*, é um jogador invejável e uma figura humana muito rica.

É interessante isso, de um craque se identificar tanto com um time a ponto de ressuscitar para o futebol motivado por essa identificação.
A torcida do Palmeiras e o próprio clube têm obrigação de homenagear o jogador quando ele fizer o 100° gol com a camisa alviverde.
Se o Verdão vai chegar às semifinais (e, mais difícil, às finais) do Paulista ou não, “o Palmeiras vai até onde Edmundo conseguir levá-lo”, como disse o Paulo Vinícius Coelho.

* A frase acima citada (o ter é mais importante do que o ser) eu fiz questão de destacar do texto porque é uma frase quase satreana, eu diria, e dita por um jogador de futebol, o próprio Edmundo, na excelente entrevista concedida ao Bola da Vez da ESPN Brasil que foi ao ar esses dias (foto). Quem quiser assistir ainda vai reprisar (veja na programação no site www.espn.com.br).
Na entrevista, ele disse que se arrependeu de ter saído do Palmeiras em 1994, e que muitos problemas surgiram depois da saída. Afirmou que o Palmeiras está mais tranqüilo com a atual diretoria (citou o vice-presidente Gilberto Cipullo como alguém que está tentando ajudar a colocar o clube nos trilhos).
Em tempo, Edmundo começou sua primeira passagem pelo Palmeiras justamente contra o Marília, em 27 de janeiro de 1993. O mesmo Mac que o Palmeiras não teria vencido no último sábado se não fosse as duas assistências espetaculares e o próprio gol que ele fez nos 3 a 2.

Ela cozinha. Eu lavo e passo

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Deu na Folha de S.Paulo. O derrotado candidato à Presidência da República e ex-governador de São Paulo, sobre as vantagens da temporada em Harvard. Além de dar palestras, "outra coisa positiva é que tenho dividido as tarefas domésticas com minha mulher, a Lu. Ela cozinha, eu lavo e passo."

Custódio Coimbra/O Globo


Cerveja com os amigos ficou no passado, no tempo da campanha... E olha que passar as peças da Daslu exige muito mais cuidado.

Robbie Williams na seleção de Dunga

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Philippe Huber, suíço dono da empresa Kentaro, que cuida da organização dos amistosos do Brasil, diz que o time de Dunga "é formado por 11 Robbie Williams."

O cantor a quem o empresário se refere é o britânico da foto, ex-Take That. Os 11 suplentes foram esquecidos, a despeito do fato de apenas três atuarem no Brasil (Josué, Ilsinho e Kléber).

A preocupação ocorre após ataques de hooligans, cuja ação seria, no Brasil, atribuída a torcidas organizadas, ao ônibus da delegação brasileira (uma pedra no vidro e ganchos de ferro (?) atirados no gramado durante um treino). Por isso, foram escalados 400 seguranças para proteger os brasileiros, o que explica a comparação pra lá de duvidosa. O contingente equivale a um terço do número de agentes das polícias Civil e Militar empregados na segurança do presidente norte-americano George W. Bush, em sua visita a São Paulo, no início do mês.

O tal do Huber é quem garante as partidas da seleção canarinho em território europeu, seja na Inglaterra, na Suíça ou na Suécia. Tudo pra facilitar a organização. Os direitos de transmissão do campeonato suíço e da seleção do país vermelho e branco são da Kentaro.

O sujeito robou a cena ao supostamente chamar os torcedores suécos de idiotas por causa dos "atentados". "Disse que foram alguns idiotas", explicou neutramente o suíço. "Eles (jornais) é que generalizaram", propalou. As informações estão na Folha On Line.

É curioso como a CBF escolhe bem seus parceiros.

Os velhinhos também marcam

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Com o perdão do trocadalho com a tradução do clássico do bangue-bangue gringo Shane (de George Stevens, de 1953), faço a segunda referência do dia a outros blogs. Desta vez é ao Torero, que reparou que os artilheiros (ou matadores) dos estaduais de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco são "balzaquianos" ou quase.

O quase é o Somália, do São Caetano no Paulista, e o Araújo, do Cruzeiro de no Mineiro, ambos na marca dos 29. Alex Mineiro, no Paraná, pelo Atlético, Marcelo Ramos no Santa Cruz de Pernambuco, Leandro Amaral e Romário (este com "trinta e onze anos", segundo o blogueiro santista), do Vasco, também fazem a festa. E ele não citou o Edmundo que, com 9 gols, corre por fora com fôlego de um menino de 35 anos. E vem salvando a pátria do Palmeiras.

Moral da história: "No atual estágio do futebol nacional, no qual os craques vão embora mal largam a mamadeira, (...) vida longa aos velhos matadores!"

Parece que funcionou...

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Como já noticiado pelo Futepoca, a diretoria do Palmeiras vinha tentando fazer a CBF e a Fifa reconhecerem como campeão do mundo o vencedor da Copa Rio de 1951, o alvi-verde, no caso. O blog do PVC dá como definida a disputa, favorável à demanda dos cartolas paulistanos...

Por mais que eu considere meio patética a tentativa, é claro que divertido pensar que o meu time seja campeão do mundo... Mais claro é que eu preferiria que isso fosse conquistado (ou que pelo menos que se chegasse mais ou menos perto) de um título atual. De preferência mundial, mas Paulistinha também serve.

A impressão que me dá, sinceramente, é que o Della Monica vai dizer que se o Verdão foi campeão da Libertadores durante a gestão do rival Mustafá Contoursi, na sua e atual, o clube de Parque Antártica foi campeão mundial. Ainda que no tapetão.

No frigir dos ovos, se isso garantir que o Mustafá não volte, tá valendo.

sexta-feira, março 23, 2007

Um outro Zé Roberto

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Outro dia o treinador Émerson Leão comentou que seu ex-pupilo Robinho, campeão brasileiro de 2002 pelo Santos comandado pelo “rei da selva”, estava triste, que não demonstrava mais a alegria de antigamente. Agora, leio uma matéria do Uol segundo a qual “o meia-esquerda Zé Roberto jamais havia vivenciado um período tão fértil como goleador”.

Segundo a matéria, “em seis jogos na competição sul-americana Zé Roberto marcou três vezes - 0,5 gol por jogo”, enquanto “precisou de 53 jogos na Liga dos Campeões da Europa para fazer também três gols - média de 0,05 gol”. Ou seja, na média, dez vezes mais. Segundo o site do Santos, Zé Roberto (na foto acima, comemorando o gol contra o Gimnasia na Vila Belmiro, dia 14) fez 44 gols nos 597 jogos de sua carreira (0,07 por jogo). Se ele mantivesse a média recente da Libertadores, teria feito no mesmo número de partidas não 44, mas 298 tentos. Enquanto Robinho está mais triste, Zé Roberto está mais alegre. Por que será?

Como se sabe, o camisa 10 do Santos está jogando hoje mais avançado e com mais liberdade sob Luxemburgo do que em sua época de futebol alemão e também da seleção brasileira do bolha do Parreira, que eternizou a célebre verdade de que “o gol é um detalhe”.

Pena que seja inevitável que eles tenham de viver mais tristes, amarrados sob táticas dos “gênios” fascistas como o Fabio Capello e outros. Inevitável pela grana que, como disse Caetano, “ergue e destrói coisas belas”.

quinta-feira, março 22, 2007

Romário maior que Pelé

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Sempre dá pra brincar com estatísticas, dados, números e tudo aquilo que é quantificável, mas não dá pra dizer que a Placar não arranjou uma pauta curiosa. Abaixo, o texto do autor da matéria André Rizek, retirado do seu blog Carta-Bomba.


É isso mesmo o que você está lendo aí em cima... Romário maior que Pelé. Pelo menos em uma coisa: gols marcados em competições oficiais.


Para quem diz que Placar não respeita o Baixinho porque não avalizamos a sua lista com 998 gols (contar gols nas categorias de base e em peladas de casados x solteiros não faz parte de nossos critérios), eis a capa da edição de abril, que começa a chegar sexta-feira nas bancas.


Trabalho do pesquisador Severino Filho mostra que o Rei marcou de 1957 a 1977 nada menos que 720 gols em torneios oficiais, jogando como profissional. Campeonato Brasileiro, Copa do Mundo, Campeonato Norte-Americano, Copa Rocca... Se o jogo é de campeonato, entra na lista. Ao todo, foram 63 torneios oficiais disputados por Pelé.


Romário jogou mais torneios: 87. Sua média é menor. Mas em números absolutos está para superar o Rei. Marcou de 1985 a 2007 a bagatela de 716 gols em competições oficiais (como profissional). Ou seja: depois de marcar aquele que considera o seu gol mil, o Baixinho estará a dois gols de se igualar a Pelé como o maior artilheiro de competições oficiais da história do futebol.


E ainda tem mais. Romário foi artilheiro em 27 competições (das 87 que disputou). Pelé foi o goleador em 24 (nas 63 que disputou).


Fica claro aqui que, na média, Pelé ainda é insuperável. Estamos falando de números absolutos, quantidade de gols. Como se fala de número absolutos (e não em média de gols) para dizer que Ronaldo é o maior artilheiro da história das Copas, que Souza foi o goleador do Brasileiro de 2006.


O mais curioso disso tudo: Romário estás prestes a superar Pelé e nem sabia disso...

Lula chama banqueiro para pasta do desenvolvimento

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O vice presidente recursos humanos e assuntos corporativos e jurídicos do Santander Miguel Jorge é o nome para o Ministério do Desenvolvimento, segundo o Estadão de hoje. Ele seria o substituto de Luiz Fernando Furlan, de origem da industria alimentícia (era o cara na Sadia).

Ter numa pasta cujas ações são voltadas ao setor industrial e de exportação alguém do sistema financeiro é complexo.
Furlan foi um dos ministros que mais brigaram contra a política de juros e de metas apertadas de inflação durante o primeiro mandato do presidente Lula.

O cabra é ex-editor-chefe do jornal que deu a notícia. Foi, década de 90, vice-presidente da Autolatina, a joint venture formada naquela época pelas montadoras Ford e Volkswagen na América Latina. Depois, ficou na subsidiária da empresa alemã até ir para o banco espanhol.

Apesar de estar num banco, pode ser que ele não seja tão liberal – economicamente falando – ainda assim, preocupa. O lado bom é que ele gosta de futebol. Pelo menos respondeu ao Minton Neves.

quarta-feira, março 21, 2007

Futebol sem empate?!

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Eu não sabia que a International Board pensa em acabar com o empate no futebol. Algo que pra mim seria absurdo, triste e idiota. Mas, melhor que eu, o Tostão, na sua coluna da Folha de hoje, fala brilhantemente, em poucas linhas, tudo o que poderia ser dito sobre o tema:

Dizem que os velhinhos da International Board estudam acabar com o empate no futebol, por meio de cobranças de pênaltis após o jogo ou de outras formas, como a adotada na Liga Independente dos EUA, onde há uma disputa depois da partida entre o atacante, que sai com a bola da intermediária para fazer o gol, e o goleiro. Apesar de a mudança de acabar com o empate ser simpática e de poder estimular o aumento do número de gols, sou contra. O empate faz parte da vida e do jogo. É também uma metáfora de justiça e de generosidade. Essa idéia de que tudo tem de ter um vencedor, que a derrota é um fracasso e que a vida é uma busca de conquistas, sucesso e prêmios, é característica da utilitária e hipócrita sociedade americana, exportada para o Brasil e para o mundo.

Som na caixa, manguaça! (Volume 12)

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Mesa de Bar


Marlene
(Composição: Gianfrancesco Guarnieri/ Toquinho)

Mais uma noite foi passada
Se despede a madrugada
Hoje o sol não tem calor
Essa gente tão cansada
Esperando quase nada
Implorando por favor
Um canto seu, sua morada
Ter talvez a namorada
Um pouquinho de amor

É na mesa de um bar
Que se bebe ilusão
Que se sofre demais
Que se pede perdão

É na mesa de um bar
Que se engana a razão
Que a saudade
Maltrata o coração

(Do LP “Botequim – Trilha sonora da peça teatral”, RGE, 1973)

terça-feira, março 20, 2007

Será que agora vai?

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Como noticia o parceiro Tribuna dos Esportes, o treinador Paulo César Gusmão estreou de forma muito melhor do que esperava no comando do Naútico. Um sonoro 6 a 0 do Timbu no Cabense. Está certo que o adversário não era grande coisa, com craques como Jamesson, Geraílton e Mi, mas ainda assim, para o combalido PC Gusmão, pode ser o início de uma tentativa de ressurreição. Ou não.

PC Gusmão foi auxiliar de Vanderlei Luxemburgo e pintou como bom técnico a certa altura. Mas ultimamente tem vivido um verdadeiro inferno astral, com uma seqüência sensacional de fracassos. No Cruzeiro, em 2006, depois de cinco partidas sem vitória foi demitido. Pegou o São Caetano e durou quatro jogos. Depois foi para o Fluminense e acumulou um "cartel" de 3 vitórias, 6 empates e 8 derrotas. Nada invejável.

Para tentar um difícil título do Pernambucano, PC Gusmão vai ter que bater outro pupilo de Luxemburgo. Gallo, técnico do Sport, alcançou uma marca digna de nota. Na temporada, em 16 partidas, a equipe de Luciano Henrique e Fumagalli conseguiu 14 vitórias e 2 empates, com 39 gols marcados e somente 5 tentos sofridos. Pelo jeito, restará a Gusmão esperar pelo Brasileiro.

segunda-feira, março 19, 2007

Pelo amor dos meus filhinhos!

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O confronto entre Palmeiras e Sertãozinho (clube conhecido como "Touro dos Canaviais") deixou jornalistas, comentaristas e veículos de comunicação muito "inspirados". Primeiro, o Lance! publicou uma retranquinha com o título "Touro joga hoje para fugir do abatedouro". Depois, ouvi a seguinte chamada na rádio Jovem Pan: "Palmeiras vai ao interior desbravar o Sertãozinho". Mais tarde, assistindo o jogo pela SporTV, o locutor Milton Leite soltou a seguinte pérola: "Outra bola para o alto, é o chamado bumba-meu-boi - ou melhor, por ser o Sertãozinho, é um bumba-meu-touro". E hoje, para completar, o Benjamim Back me sai com essa no já citado Lance!: "Era mais fácil o sertão virar mar do que o Palmeiras perder para o Sertãozinho". Olha, poucas vezes vi um jogo de futebol render uma seqüência tão caprichada de piadinhas infames...

Ah, e aproveitando o espaço para homenagear o autor da expressão que dá título ao post, o folclórico Silvio Luiz (foto), reproduzo aqui a explicação didática que ele deu aos telespectadores da TV Bandeirantes no início da transmissão de Ituano x Santos: "O auxiliar número 1 é este cidadão que ficará de frente para o seu sofá, e o número dois, aquele que estará de costas para a sua poltrona". Sensacional.