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Há 60 anos, começava a Copa Rio 1951. Eram dois grupos, um do Rio de Janeiro, outro de São Paulo. Em 30 de junho daquele ano, o Palmeiras começou sua trajetória rumo a seu título mundial interclubes. Por dever de alviverde, quando cada partida tornar-se sexagenária, um post recontará essa história.
Quem viveu o período conta que a imprensa esportiva dava mesmo estatuto de mundial à competição. Diz uma fonte notadamente palestrina que o presidente da Fifa à época, Jules Rimet, articulou a criação do torneio.
Tudo ocorreu um ano depois do Maracanazzo, da tragédia que se abateu quando Gigga fez o segundo gol do 2 a 1 que sagrou o Uruguai bicampeão mundial de seleções.
Foto: Reprodução/Milton Neves
Polêmicas à parte, a competição vencida pelo alviverde paulistano teve alguns dos grandes times da época.
Grupo do Rio de Janeiro
Vasco da Gama - Brasil - Campeão carioca de 1950
Sporting - Portugal - Campeão português da temporada 1950/51
Áustria Viena - Áustria - Campeão austríaco da temporada 1949/50
Nacional - Uruguai - Campeão uruguaio de 1950
Grupo de São Paulo
Palmeiras - Brasil - Campeão paulista de 1950 e do Torneio Rio-São Paulo de 1951
Juventus - Itália - Campeão italiano da temporada 1949/50
Estrela Vermelha - Iugoslávia - Campeão iugoslavo de 1951
Olympique de Nice - França - Campeão francês da temporada 1950/51

Diferentemente do que aconteceria nas partidas da segunda fase, o goleiro palmeirense era Oberdan Cattani, o titular e camisa 1. Depois, o reserva Fábio Crippa, morto neste ano, foi quem guardou a meta verde.
No mesmo dia, pelo grupo carioca, o Áustria Viena foi a campo enfrentar o Nacional do Uruguai e venceu por 4 a 0.
Ficha técnica
Palmeiras (Brasil) 3 x 0 Olympique Nice (França)
Data: 30/06/1951, às 16h
Local: Estádio do Pacaembú, São Paulo
Árbitro: Franz Grill (Áustria)
Gols: Achilles (pênalti) aos 8, Ponce de Leon aos 11 e Richard aos 30/2º.
Palmeiras: Oberdan; Salvador, Juvenal, Waldemar Fiúme, Luis Villa, Dema; Lima, Achilles (Richard), Ponce de Leon, Jair (Rodrigues) e Canhotinho / Técnico: Ventura Cambon.
Olympique Nice: Germanin, Parini, Firaud, Rossi, Golzales, Belva, Bonifaci (Camiglia), Leso (Cortoux), Bengtson, Carre e Jamalsson.
4 comentários:
Ô, Anselmo, só tem uma questão aí: a Fifa voltou atrás do "reconhecimento" da CopaRrio como Mundial, já que começaram a chover pedidos de reconhecimento similares. Na prática, ela estabeleceu uma posição de só reconhecer torneios (e gols também, a propósito de Romários e Cenis) organizados por ela. Ou seja, a Copa Rio não é um Mundial. Mas o reconhecimento da Fifa é importante mesmo?
E desse time aí, quem formaria (termo da época) no elenco atual?
O torneio é importante e histórico, mas o esforço que alguns palmeirenses fazem para equipará-lo a um mundial é patético.
Não sabia que o Ponce de Leon tinha jogado no Palmeiras. Ele está enterrado no mesmo mausoléu onde repousa Arthur Friedenreich, no cemitério de Pinheiros, avenida Cardeal Arcoverde.
Pergunta: se um clube brasileiro disputar um torneio Ramon de Carranza da vida do qual participem, sei lá, o Barcelona, o Manchester United e o Milan, e for campeão, poderá pedir posteriormente a homologação da conquista como um título mundial? Acho que não. Não se trata da grandiosidade da conquista ou da força dos adversários, mas só é campeão mundial quem disputou um torneio com esse status PRÉVIO (ex: Mundial da FIFA) ou, para ser um tanto concessivo, uma disputa em que haja um consenso PRÉVIO de que está em jogo o conceito de campeão mundial (ex: o interclubes jogado antes do Mundial da FIFA). A propósito, se o Corinthians ganhar uma Sul-Americana, poderá pleitear o título de campeão da Libertadores?
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