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Nas Olimpíadas de
Inverno, realizadas em Vancouver, em 2010, os russos pretendiam
ganhar entre 30 e 50 medalhas, mas levaram pra casa apenas 15. Para
não repetir o feito nos Jogos de Londres, o Comitê Olímpico russo
já elegeu seu bode expiatório: a bebida alcoólica. De acordo com o
jornal Kommersant, de ontem, a delegação do país está
proibida de chegar perto de qualquer canjibrina na Inglaterra. Mesmo
os brindes comemorativos após as vitórias estão proibidos.
O porta-voz do vice-primeiro-ministro do país,
Dmitri Kozal, declarou a outro jornal local, o Olia Djous, que
"os valores olímpicos não são compatíveis com o álcool".
O Kommersant lembra que, na competição disputada no Canadá,
alguns atletas teriam passado um pouco do tolerável em relação ao
álcool. "Os resultados foram péssimos, mas as festas foram as
mais barulhentas", relata o periódico, citando uma noitada na
qual foram usadas duas imitações de bombas de gasolina que não
forneciam o combustível fóssil. Uma servia vodca e, a outra,
uísque.
Precedentes históricos
Pela sua íntima
relação com o álcool, em especial com a vodca, os russos têm
mesmo motivo para se preocupar. Como consta nesse texto
de Felipe Van Deursen, o destilado também foi considerado
culpado pela derrota do país na Guerra Russo-Japonesa, em 1905,
sendo que generais japoneses, em lapso de modéstia, atribuíram
algumas das suas vitórias ao excesso etílico dos soldados rivais.
Carregamento etílico na Rússia czarista |
O alcoolismo preocupa as autoridades do país, que tem como meta diminuir o consumo médio anual de álcool por pessoa – hoje em 15 litros – em 72% até o ano 2020. Mesmo sendo uma preocupação do poder público, a relação dúbia do governo em relação à bebida continua, tanto que o Kremlin lançou há pouco mais de dois meses sua própria marca de vodca, para ser servida em eventos oficiais. Haja garganta.
5 comentários:
Rapaz, já pensou se o Lula tivesse lançado a marca de cachaça oficial? Oficializar não seria um passo pra impulsionar o manguaça cidadão? Será que a Dilma tem coragem?
Se ele tivesse lançado uma marca de cachaça oficial, aí sofreria impeachment, rs. Mas a questão que fica é: se a Rússia for mal nas Olimpíadas, pode-se colocar a culpa na abstinência alcoólica?
mas a marca exclusiva do kremlin deve ter um componente de segurança nacional. o putin deve ter recebido relatório dizendo que as vodcas do país estão nas mãos de três grupos econômicos (leia-se máfias) que poderiam se articular, seja para envenenar o kremlin, seja para (mto mais grave) promover um boicote de abastecimento à sede do governo...
sobre fábricas ilegais de bebidas, isso daria um excelente livro ou um excelente documentário... desde a cachaça de abacaxi dos presos políticos à Maria Louca, passando por todos os alambiques clandestinos de lei seca ou de países onde há restrições sérias de venda de bebida...
é um fenômeno mundial e perene na história, em diferentes contextos sociais.
Sobre a abstinência, apenas posso tirar por base a queda no desempenho jornalístico - em algumas redações mais que outras - quando os profissionais ficam muito distantes do bar. Serve de instrumento comparativo?
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