Destaques

Mostrando postagens com marcador Kremlin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Kremlin. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, novembro 28, 2013

Os Beatles, esses comunistas hipnotizadores!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

'I wanna hold the sickle and the hammer'
O peculiar apreço por bizarrices literárias já me levou a ler, por exemplo, um dos livros "Universo em Desencanto", da Cultura Racional, que fisgou Tim Maia nos anos 1970. Por ele fiquei sabendo que descemos de uma planície do mundo superior e, quando o sol começou, regredimos para a energia animal, ressurgindo deformados a partir da resina e da goma - ou algo parecido. Como acredito que todas as pessoas são loucas, em maior ou menor grau, explícita ou implicitamente, diferenciadas apenas pelos milhares de tipos de distúrbios conhecidos ou ainda não catalogados, esses delírios publicados com a chancela de "coisa séria" comprovam minha orientação filosófica de que "nada faz sentido e tudo está absolutamente fora de controle". Sob o "estandarte do sanatório geral" do Chico Buarque.

Pôster dos quatro rapazes de Leningrado
Por isso, fuçando coisas inúteis, acabei encontrando meu próximo alvo: o livro "Comunismo, hipnotismo e os Beatles" ("Comunism, hypnotism and The Beatles"), do reverendo David A. Noebel, publicado em 1964. O que mais espanta é que o autor classifica sua obra como uma "tese" e desenvolve uma teoria da conspiração absolutamente sincera de sua parte - o que torna tudo ainda mais divertido. Impregnado pela paranoia anti-comunista disseminada nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial e indignado com a beatlemania que tomava conta do país naquele início dos anos 1960, Noebel afirma que os quatro rapazes de Liverpool foram treinados em um laboratório de "hipnose em massa e neurose artificial" na União Soviética para hipnotizarem os jovens e torná-los histéricos, retardados, rebeldes, promíscuos e... comunistas! Como é que ninguém percebeu?!??

Lembre-se: 'She loves you, yeah,yeah,yeah!'
Deliciem-se com o seguinte trecho do livro: "Os comunistas, através de seus cientistas, educadores e artistas, inventaram uma técnica elaborada, de cálculo e científica, voltada para fazer uma geração de jovens americanos inútil, para, através do nervo óptico, atingir a deterioração e o retardo mental. O plano envolve reflexos condicionados, hipnotismo e certos tipos de música. Os resultados, destinados a destruir a nossa nação, são precisos. Não é de admirar o Kremlin dizer que não vai levantar a bandeira vermelha sobre os norte-americanos, pois eles mesmos irão fazê-lo. Se o seguinte programa científico destinado a fazer os nossos filhos mentalmente doentes não for exposto, os americanos ficarão mesmo mentalmente degenerados". Excelente! Sim, é paranoia, delírio, mistificação e mais um monte de disparates interessantes!

Pra quem quiser me dar um presente de Natal, fica a dica. E EU SOU NORMAL!

'Nada faz sentido e tudo está absolutamente fora de controle'

P.S.: Caso não encontrem essa obra prima, tá valendo essa aqui também, ó:

Elvis não morreu: ele está vendendo incensos em uma tenda no Nepal

terça-feira, maio 22, 2012

Rússia proíbe álcool para atletas nas Olimpíadas de Londres

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nas Olimpíadas de Inverno, realizadas em Vancouver, em 2010, os russos pretendiam ganhar entre 30 e 50 medalhas, mas levaram pra casa apenas 15. Para não repetir o feito nos Jogos de Londres, o Comitê Olímpico russo já elegeu seu bode expiatório: a bebida alcoólica. De acordo com o jornal Kommersant, de ontem, a delegação do país está proibida de chegar perto de qualquer canjibrina na Inglaterra. Mesmo os brindes comemorativos após as vitórias estão proibidos.

O porta-voz do vice-primeiro-ministro do país, Dmitri Kozal, declarou a outro jornal local, o Olia Djous, que "os valores olímpicos não são compatíveis com o álcool". O Kommersant lembra que, na competição disputada no Canadá, alguns atletas teriam passado um pouco do tolerável em relação ao álcool. "Os resultados foram péssimos, mas as festas foram as mais barulhentas", relata o periódico, citando uma noitada na qual foram usadas duas imitações de bombas de gasolina que não forneciam o combustível fóssil. Uma servia vodca e, a outra, uísque.

Precedentes históricos

Pela sua íntima relação com o álcool, em especial com a vodca, os russos têm mesmo motivo para se preocupar. Como consta nesse texto de Felipe Van Deursen, o destilado também foi considerado culpado pela derrota do país na Guerra Russo-Japonesa, em 1905, sendo que generais japoneses, em lapso de modéstia, atribuíram algumas das suas vitórias ao excesso etílico dos soldados rivais.

Carregamento etílico na Rússia czarista
Já na Primeira Guerra Mundial, em 1914, o czar Nicolau II decretou a primeira lei seca da história, e os militares russos conseguiram se aprontar para o combate na metade do tempo esperado. Mas, como a vodca era um dos principais pilares econômicos do país, o governo passou a arrecadar um terço a menos em impostos, veio a hiperinflação, o contrabando de bebida ilegal que era mais prejudicial à saúde, além de as pessoas terem ficado desprotegidas diante do frio que assola boa parte da Rússia no inverno. O czarismo caiu, não só por causa da vodca, obviamente, mas ela parece ter ajudado...

O alcoolismo preocupa as autoridades do país, que tem como meta diminuir o consumo médio anual de álcool por pessoa – hoje em 15 litros – em 72% até o ano 2020. Mesmo sendo uma preocupação do poder público, a relação dúbia do governo em relação à bebida continua, tanto que o Kremlin lançou há pouco mais de dois meses sua própria marca de vodca, para ser servida em eventos oficiais. Haja garganta.