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sábado, agosto 22, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 42

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MOVIDO À ÁLCOOL
(Raul Seixas)

Diga, seu dotô, as novidade
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou

Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar

Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai acabar?

Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais sem graça ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos nós temos que sonhar

(Do LP "Por quem os sinos dobram", WEA, 1979)

sexta-feira, abril 03, 2009

A piña colada e a manguaça intrínseca

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Essa é para mostras que generalizações e preconceitos (ou pré-conceitos) não são necessariamente do mal e podem render ótimas histórias. E também para reafirmar que a manguaça está no sangue, não importa a concentração alcoólica no corpo.

Aqui em Londres eu trabalho como garçonete em um restaurante que também tem um bar. Ou seja, se o cliente quiser só tomar uma, e não comer, não tem problema. Estava eu trabalhando numa tarde, horário em que não há barman, quando entram um homem e duas mulheres perguntando se podiam só beber. Claro, como não?

As pessoas estavam felizes e já chegaram conversando. O cara, que depois descobri ser italiano, me disse que as duas mulheres estavam loucas por uma piña colada, mas estavam tomando antibióticos, e ele estava tentando convencê-las a não beber.

Eu disse que tudo bem, imagina, o máximo que ia acontecer era cortar o efeito do remédio, mas elas não iam passar mal. Conversa pra vender, verdade, mas argumento de manguaça. Bom, eu estava preparando o drinque o e cara me perguntou o que eu tinha de não-alcoólico, já que ele não bebia. Eu apontei para os copos e disse que tínhamos piña colada sem álcool. Só que ele entendeu que eu achava aquele drink tão fraco que era praticamente sem álcool.

Aí ele olhou bem pra mim - eu, branquela de cabelos vermelhos, a pessoa que no ranking das adivinhações aqui em Londres é polonesa disparado - e disse:

- Não é possível, falando desse jeito de álcool você deve ser brasileira.

Quase caí pra trás. NUNCA alguém tinha adivinhado a minha nacionalidade. Mesmo brasileiros que vão ao restaurante e me ouvem falando inglês não conseguem perceber o sotaque e saber que eu sou brasileira. Até ele riu quando eu disse que eu era brasileira mesmo.

Vendo a minha surpresa - foram alguns minutos com os olhos arregalados - ele explicou que tem um grande amigo, brasileiro, que fala de álcool exatamente do mesmo jeito que eu falei. As duas mulheres também não acreditaram, porque jamais diriam que eu sou brasileira.

Claro que isso me levou a divagações 'antropológicas'. Será que os brasileiros são mesmo liberais desse tanto com álcool? A ponto de eu ser reconhecida como manguaça mesmo estando na Inglaterra, reconhecidamente uma terra de bêbados? Ou o fato do cara conhecer dois brasileiros manguaças não passou de coincidência? Preciso de ajuda dos meu companheiros manguaças para reponder a esses questionamentos tão profundos.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Álcool, doping e Olimpíadas

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Lendo o Almanaque Olímpico Sportv, que o Futepoca está dando ao leitor na Promoção Mico Olímpico, tem-se algumas informações curiosas da relação entre álcool e esporte.

A primeira delas ser refere aos Jogos Olímpicos de 1932, em Los Angeles. Aliás, quem acha que usar as Olimpíadas para enaltecer a grandeza de um país é algo inventado por chineses, não conhece a história dessa edição norte-americana. Depois do fracasso da organização em Saint Louis, em 1904, os EUA não só usaram a competição para dizer ao mundo que podiam realizar um evento desse porte (pela primeira vez condensado em 16 dias) como também ansiavam por passar uma imagem de recuperação, após o crash da bolsa em 1929. E dá-lhe uso político!

Mas, voltando à manguaça, a Lei Seca estadunidense, que propiciou o surgimento de mafiosos, livros, filmes e seriados por todo o mundo (além de cenas como essa ao lado, de puro desperdício), vigorava àquela altura. No entanto, o esporte deu uma boa desculpa para que alguns pudessem burlá-la. As delegações francesa e italiana conseguiram autorização para consumir vinho durante os jogos, alegando que a bebida fazia parte da dieta alimentar de seus atletas. Talvez não seja mera coincidência que, em meio aos sentimentos ébrios e alegres proporcionados por Baco, a Itália tenha terminado em segundo e a França em terceiro no quadro de medalhas, atrás apenas dos donos da casa. Na edição anterior, em Amsterdã, italianos e franceses foram quintos e sétimos colocados respectivamente.

Álcool é doping?

Mas o que leitor deve estar se perguntado, já que agora, motivado pelas Olimpíadas, vai passar a praticar esportes, é se álcool é considerado doping. Conta o Almanaque que nos jogos do México, em 1968, foi feito pela primeira vez o controle anti-doping. O primeiro resultado positivo foi do sueco Hans-Gunnar Liljenwall, do pentatlo moderno. O motivo: excesso de álcool.

O fato é que a boa e velha cachaça não é vetada em todas as modalidades. De acordo com a Agência Mundial Anti-Doping, somente duas modalidades olímpicas, o pentatlo moderno - na prova de tiro desportivo -, e o arco e flecha, consideram o álcool como substância proibida.

Aliás, não totalmente proibida. O álcool é permitido até o limite de 0,1 grama por litro de sangue. Isso equivale à metade da quantidade máxima permitida pela nova Lei Seca brasileira, 0,2. A propósito, os mesmos 0,1 grama são o limite estabelecido para as categorias do automobilismo nas competições da FIA, como a Fórmula-1. Já a Lei seca tupiniquim serve como quantidade máxima permitida às modalidades reguladas pela Federação Internacional de Aeronáutica, como paraglide, balonismo e similares.