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E o São Paulo é campeão. Os tricolores estão eufóricos com uma campanha irretocável, uma conquista obtida com antecedência e tranqüilidade incomuns. Alguns times ensaiaram jogar bonito, como o Botafogo e o Cruzeiro, mas não tiveram uma seqüência digna de nota. Sobrou para o pragmático clube do Morumbi que, se não deu show, deu um banho de competência nos adversários.
A dita "ausência de show" é justamente o argumento utilizado por boa parte dos rivais para desmerecer o título sendo que alguns chegaram a dizer – como o comentarista Fernando Calazans – que o São Paulo seria o "pior campeão brasileiro da História". Discordo da tese e acho que quem pensa assim oscila entre a mais pura dor de cotovelo e o desencanto dos que têm saudades de um tempo não tão remoto em que o futebol era mais bem jogado.
Mas a discussão pode gerar celeumas interessantes (ou não). Qual seria o "pior campeão brasileiro da história"? Com uma diversidade de fórmulas que faria corar qualquer literato adepto do realismo fantástico, o Brasileirão teve diversos campeões contestados. Ou por desobedecer um suposto critério de "justiça" ("ah, o campeão deveria ter sido o outro que jogou melhor o tempo todo...") ou porque chegou lá com ajudas extra-campo, ou até mesmo porque não deixaram sequer um atleta na memória do torcedor no ano seguinte. Aqui, uma lista dos campeões mais contestados da história dos 500 anos deste país. Escolha o seu "pior campeão" e dê seu voto na nossa enquete.
O São Paulo de 1977
A equipe não era brilhante e a fórmula do campeonato era esdrúxula. Tanto que o vice, Atlético (MG), perdeu o título sem ter perdido uma partida sequer, assim como o Botafogo, quinto colocado. A decisão foi em partida única, no Mineirão. No tempo normal, Chicão pisa em cima do mineiro Ângelo, já caído, e não é expulso. O São Paulo levou na decisão por pênaltis, com Valdir Peres se adiantando nas cobranças. O árbitro era Arnaldo Cézar Coelho. A regra não parecia muito clara.
O Coritiba de 1985
A gloriosa final do Coxa foi contra o Bangu. Que duelo! Os 20 clubes mais bem colocados num tal ranking da CBF foram reunidos em dois grupos A e B, e o campeão e o vice da Taça de Prata (similar à segunda divisão), mais 22 clubes de 22 estados estavam em outros dois. Todos tratados de forma igual. É como se hoje classificassem times da segunda e terceira divisão para uma fase final. Um espetáculo ímpar.
O Botafogo de 1995
Uma final que relembrava os anos 1960, Santos e Botafogo. Na primeira partida da final, três impedimentos mal marcados impediram que o craque do campeonato, Giovanni, saísse na cara do gol de Wagner. No segundo jogo, um assalto que repercutiu até no exterior, com um gol irregular de Túlio e outro mal anulado de Camanducaia. O ábitro, Márcio Rezende de Freitas, daria uma mão para outro campeão contestado dez anos mais tarde.
O Vasco de 2000
A CBF não podia organizar o campeonato brasileiro e sobrou para o Clube dos 13, outra organização impoluta, tal tarefa. Surgiu a Copa João Havelange, a maior competição das terras tupiniquins, com 116 clubes em uma única divisão. A fórmula era assustadora e não me arriscaria a descrevê-la. São Caetano, vindo direto do que seria a “segunda divisão” chega à final com o Vasco, que nas oitavas desclassificou o Bahia (rebaixado no ano anterior e guindado de volta com o Fluminense), e nas quartas superou o Paraná (outro da “segunda divisão”). A segunda partida da final, disputada em São Januário (como?), teve como coroação um estádio com mais gente do que pdoeria suportar. Grade de arquibanda desabando, gente pisoteada... Punição para o Vasco? Não, o castigo foi ter sido campeão.
O Atlético (PR) de 2001
No ano seguinte à famigerada Copa João Havelange, a decisão foi um confronto com ares épicos entre o campeão e o convidado São Caetano – aliás, o de melhor campanha na primeira fase.. No mata-mata, as quartas e semifinais foram em partida única. A final, ida e volta. Junto do time do ABC, o Paraná e o Botafogo de Ribeirão Preto foram vips. Detalhe: o time que revelou doutor Sócrates e Raí havia sido rebaixado em 1999.
O Corinthians de 2005
Na manhã de domingo, o Internacional, líder do certame, acordava vice. Onze jogos anulados que renderam quatro pontos a mais para o Corinthians. Na partida decisiva contra o Inter, Fábio Costa faz pênalti em Tinga. Márcio Rezende de Freitas (aquele de 1995), não marca e dá o segundo cartão amarelo para o melhor atleta em campo. O título, então sob judice, foi conquistado com uma derrota em que os atletas, perdidos, não sabiam se podiam ou não comemorar de fato.
O São Paulo de 2007
Por mim, não entraria na lista. Mas, pra satisfazer os birrentos e justificar o post, está aqui também. Aparentemente, só se justificaria pela baixa qualidade do nível técnico da competição. Até aí, mais culpa dos outros times do que dele.
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