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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Inter e Estudiantes e a mediocridade do overlaping

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Na final de hoje o Internacional pode mostrar que um dos principais dogmas do futebol brasileiro não é assim tão verdadeiro: a necessidade de laterias que ataquem e defendam.


O time joga com quatro zagueiros de origem: Bolívar (adaptado este ano como lateral por Tite), Índio (hoje substituído por Danny Morais), Álvaro e Marcão (este o único que tinha experiência anterior como lateral).

Com isso, os laterais não têm de ficar naquela insana prática de ter de defender e atacar o tempo todo. Sobram para armar as jogadas atletas mais técnicos, como D´Alessandro, Alex e Nilmar, com poucas ou quase nenhuma função defensiva.

E é bom técnicos pensarem bem nessa opção. Porque nada mais fácil de marcar do que os times brasileiros que só jogam de um jeito só: o lateral sai desesperado da defesa, passa para alguém e recebe na frente (o chamado overlaping) para fazer chuveirinho. Qualquer escalador medíocre sabe, por exemplo, que para marcar a seleção brasileira é só tirar espaço dos laterais.

E a praga vem de longe, mas se torna mais evidente com o fim dos pontas no futebol. No tempo que eles ainda existiam, o técnico Cláudio Coutinho passou a usar esse termo overlaping, repetindo aquilo que praticamente todo time brasileiro hoje faz: o lateral traz a bola, toca e é lançado na passagem para pegar as costas da defesa. Como falta técnica e a jogada é manjada demais acaba não dando certo creio que em 90% dos casos.

Coutinho chegou na Copa de 1978 a tirar o ponta-direita Gil e escalar em seu lugar dois laterais direitos, Toninho (que era do Flamengo) e Nelinho (à época no Cruzeiro). Pouco depois disso os pontas morreram definitivamente no futebol brasileiro.

Se antes a jogada até funcionava pela qualidade técnica de um Nilton Santos, de Júnior, de Leandro, dos três pulmões de Cafu, hoje revela-se uma estratégia das mais repetitivas e medíocres. Ao contrário de muitos times europeus que usam dois atacantes/armadores pelas pontas, com laterais com funções mais defensivas.

Que o Inter nos resgate antes que outra praga seja completada, a de substituir todos os armadores por "volantes que sabem jogar, que marcam e atacam"... Mas isso fica para outro dia.