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quinta-feira, novembro 28, 2013

'Até que fomos longe demais', reconhece Muricy Ramalho

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 Juvenal mereceu muito essa 'homenagem' (Foto: Ricardo Matsukawa/Terra)
Depois do excelente 3 x 1 conquistado no Morumbi, a Ponte Preta segurou o empate em 1 x 1 ontem contra o São Paulo, na partida de volta das semifinais da Copa Sul-Americana, e confirmou sua histórica presença na decisão do primeiro campeonato internacional que o clube disputa - e poderá ganhar o primeiro título em 113 anos de existência. O time de Muricy Ramalho, por sua vez, não caiu em pé: jogou de forma apática, atabalhoada, sem uma proposta definida no ataque e sem incomodar muito o adversário. Assistiu pacificamente a Ponte abrir o placar, no primeiro tempo, e continuou jogando de forma modorrenta até os 16 minutos da etapa final, quando, enfim, o treinador se dignou a colocar mais dois atacantes em campo, Luís Fabiano e Welliton. Mesmo com o primeiro deles marcando o gol de empate, eles pouco acrescentaram ao apático São Paulo que, pela sexta vez consecutiva, é eliminado de uma competição internacional por um clube brasileiro. Muricy, pelo menos, reconheceu a fraqueza do elenco:

"O ano não foi bom e a gente não merecia tanto, não. Até que fomos longe demais nesta Sul-Americana."

Exatamente. Tudo bem que a Ponte Preta vai ser rebaixada no Brasileirão e tem toda chance de ganhar o torneio internacional (provavelmente contra o argentino Lanús, time mais fraco do que o conterrâneo Vélez Sarsfield, que foi derrotado justamente pelo time de Campinas). Parabéns à Veterana, mas não podemos misturar as coisas. O São Paulo, como disse Muricy, não merecia um título neste ano vergonhoso. Seria um prêmio injusto demais para um gestor tão incompetente quanto Juvenal Juvêncio. E reforço: o time entrou com "salto alto" contra a Ponte, no Morumbi, e a soberba ficou explícita depois que Ganso abriu o placar e, num gesto inconsequente, deu um toquinho de calcanhar de primeira no meio de campo, cutucando a macaca com vara curta e incentivando o adversário a reagir e a dar o troco jogando sério (o que, de fato, aconteceu). 2013 tinha mesmo que ficar gravado, na história sãopaulina, como o ano do vexame, da vergonha, da infâmia. Que só não foi maior porque, milagrosamente, o time escapou da Série B.

Não tem nenhum problema reconhecer e assumir o papelão feito nesta temporada. É importante "cortar na carne" e assumi-lo publicamente, como fez Muricy após a eliminação na Sul-Americana. Para ter dimensão da importância de reformular o elenco e as práticas de gerência no clube para 2014. Caso contrário, a casa pode cair novamente (e de forma muito pior). É imprescindível que o desastre de 2013 seja tatuado na testa de Juvenal Juvêncio e de seu incompetente e irresponsável staff. Não se pode apagar essa história só porque o time não foi rebaixado no Brasileirão. Foi, sim, uma infâmia o que aconteceu no São Paulo, principalmente depois de maio, quando Juvenal tomou a medida intempestiva, demagoga e burra de expurgar seis atletas do elenco, sem qualquer tipo de critério, o que gerou medo e insegurança entre os jogadores, tirou completamente a autoridade do técnico (na época, Ney Franco) e precipitou o time naquela que talvez tenha sido a pior sequência de derrotas e vexames de toda a sua existência. Isso, repito, não pode ser esquecido. Mas 2014 já está aí, então é "bola pra frente". Vamo, São Paulo!


quinta-feira, novembro 21, 2013

'Boi da Cara Preta' dá três chifradas no 'Boi Bandido' e, sob muita chuva, a vaca vai mais cedo para o brejo

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Ganso comemora seu gol (Foto: Gazeta Press)
Quando Paulo Henrique Ganso recebeu passe do "Boi Bandido" Aloísio, fintou o volante pontepretano Baraka e tocou no canto do goleiro Roberto para abrir o placar para o São Paulo, ontem, minha filha Liz, de 11 anos, que assistia ao jogo comigo, improvisou uma paródia da tradicional cantiga de ninar: "Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ São Paulo vai ganhar/ 3 a 1 pra Ponte Preta...". Na hora, Liz percebeu seu engano no fim da musiquinha e tentou corrigir, cantando "3 a 1 na Ponte Preta". Mau presságio. Pouco depois, o mesmo Ganso que tinha aberto o placar no Morumbi deu um passe de calcanhar no meio de campo, demonstrando uma precoce - e preocupante - soberba do time de Muricy Ramalho. E, como o próprio treinador diz, "a bola pune". Antes do gol, o São Paulo jogava pra frente; depois, passou a esperar a Ponte Preta para dar o bote no contra-ataque. Mas não conseguiu fazer isso. Então, coube à Ponte fazer.

Antônio Carlos faz contra (Foto: Gazeta Press)
Desde o início do jogo, Jorginho, o técnico adversário, gritava com insistência para o (bom) meia Rildo, um dos destaques da vitória sobre o Vélez Sarsfiield em plena Buenos Aires, atacar com mais contundência o lado direito da defesa sãopaulina. Muricy havia barrado o lateral/meia Douglas e escalado o meia mais ofensivo Lucas Evangelista em seu lugar. Assim, Paulo Miranda ficou sobrecarregado na marcação daquele lado, com o volante Denilson, em noite muito ruim, na sobra. E foi exatamente Denilson que levou um humilhante drible da vaca do lateral-esquerdo Uendel, que cruzou na pequena área e o zagueiro Antônio Carlos, na tentativa de salvar, acabou empurrando a bola pra dentro. Ali, a vaca sãopaulina começou a ir para o brejo. Na volta para o segundo tempo, Muricy tentou corrigir seu erro substituindo Lucas Evangelista por Wellington, para reforçar o lado direito. A emenda foi pior do que o soneto...

Ponte vira o jogo no rebote (Foto: Gazeta Press)
Sob muita chuva, a Ponte multiplicou a pressão que já havia imposto no fim do primeiro tempo e partiu com tudo para o ataque. Após conquistar uma sequência de escanteios, a bola sobrou livre para Fernando Bob, dentro da área, que fuzilou Rogério Ceni. O goleiro fez uma defesa fantástica, mas rebateu nos pés de Leonardo Silva, que virou o placar. Dupla falha da defesa: ninguém marcou Fernando e um defensor ficou parado na linha de fundo, dando condição legal para Leonardo fazer o gol. Completamente atordoados e sem articulação para reagir, os sãopaulinos (reforçados pelos atacantes Luís Fabiano, que entrou no lugar do volante Maicon, e Welliton, que substituiu o improdutivo Ademilson) viram o lateral Uendel entrar sozinho novamente pela "avenida" do lado direito da defesa tricolor e chutar para fazer 3 x 1, com desvio no volante Wellington - aquele que tinha entrado para "resolver" o setor. No duelo de treinadores sob forte temporal, Jorginho deu "banho" em Muricy.

Sob chuva, o terceiro gol (Foto: Gazeta Press)
Fim de papo. Satisfeita com o (excelente) resultado, que obriga o São Paulo a fazer no mínimo três gols fora de casa, no jogo da volta, a Ponte se fechou na defesa e só observou Luís Fabiano perder dois gols, um de cabeça e outro após driblar o goleiro Roberto, e Welliton desperdiçar o mais incrível, na pequena área, chutando em cima do zagueiro. A torcida do time de Campinas ecoou vários "olés" em pleno Morumbi, o que deve ter esquentado principalmente a orelha de Paulo Henrique Ganso, que quis fazer firulas no primeiro tempo, depois de abrir o placar. Foi uma partidaça da Ponte Preta e a comprovação de que em campeonato disputado em "mata-mata" um mesmo time joga de forma completamente diferente do que faz nos pontos corridos. Afinal, o time de Jorginho está praticamente rebaixado no Brasileirão e o de Muricy só escapou do rebaixamento há três rodadas. Na Sul-Americana, a Ponte é forte. E favorita.

Vitória da Ponte foi justa (Foto: Gazeta Press)
Porque, nessa competição, ela vem atuando muito melhor que os adversários ao compactar a defesa e aproveitar as brechas no contra-ataque. Coisa que o São Paulo não conseguiu fazer - tanto por incompetência do ataque quanto por seguidas falhas dos defensores. No jogo de volta, terá que partir no desespero atrás de três gols e, com isso, abrirá todo o espaço que os velozes pontepretanos Rildo, Elias, Leonardo Silva e Uendel precisam. Ou seja, se a situação já parece praticamente irreversível, tomar mais um gol da Ponte pode desmontar de vez qualquer tipo de reação. Paciência. Nós, sãopaulinos, não podemos reclamar nem lamentar nada neste fim de 2013. Digo, repito e reafirmo: o técnico Muricy Ramalho fez um milagre ao salvar o clube de um rebaixamento que, em setembro, parecia terrivelmente possível. Contra a Ponte, agora, o time tem que ir todo à frente, mesmo que perca de novo (afinal, "perdido por um, perdido por mil"). Que seja, pelo menos, um jogaço. Vamo, São Paulo!


segunda-feira, novembro 11, 2013

Ponte e S.Paulo levam 3x0 a dez dias de se enfrentarem

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Ganso jogou descansado contra
o Atlético-PR e nada produziu
 (Foto: Felipe Gabriel/Lance!Press)
Ponte Preta e São Paulo farão a primeira partida das semifinais da Copa Sul-Americana no dia 20 de novembro, com mando do time da capital (uma semana depois acontecerá o jogo da volta, em Campinas). Coincidentemente, as duas equipes foram derrotadas ontem, na 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, por placar idêntico: a Ponte levou 3 x 0 do Vitória em casa, mesma contagem aplicada pelo Atlético-PR sobre o Tricolor lá no Paraná. A diferença é que, faltando apenas 5 jogos e 15 pontos em disputa no torneio nacional, o time pontepretano ocupa a penúltima colocação na tabela, com apenas 34 pontos e sério risco de rebaixamento. Já os sãopaulinos, com 46 pontos, estão "mais ou menos" livres da ameaça de cair para a Série B - pois tem matemático que crava 48 pontos como patamar mais seguro.

Comentando sobre meu time, o São Paulo, até entendo a desculpa de Muricy Ramalho ao dizer que devia ter poupado os que jogaram quarta-feira passada na Colômbia. É o velho artifício de jogar a responsabilidade no preparo físico, no cansaço e nunseiquelá. Mas é questionável: Ademilson não jogou nem 45 minutos contra o Atlético Nacional, assim como os quase homônimos Wellington e Welliton. Outros dois que jogaram ontem nem entraram na partida da Sul-Americana e estavam plenamente descansados: Ganso e Osvaldo. Ou seja, quase metade dos jogadores de linha. Reconheço que Muricy conseguiu vitórias milagrosas fora de casa nos últimos 40 dias, a principal e mais surpreendente contra o líder Cruzeiro, a mais heróica contra o Bahia e a não menos importante contra o Internacional.

Só que tudo isso, mais as vitórias decisivas dentro de casa contra Vitória e Portuguesa (o Náutico não conta, pois é surrado por todo mundo) e a progressão paralela na Copa Sul-Americana fizeram muitos sãopaulinos saírem um pouco da realidade e imaginarem briga pelo G-4 no Brasileirão e Ganso na seleção brasileira. Menos, menos. O Muricy achou um jeito - eficiente - de o São Paulo jogar, mas é um jeito pensado e estruturado sob medida para um time sofrível e irregular. Repito isso pela enésima vez (que o time é fraco) porque tenho certeza que, se permanecer no cargo, o treinador vai tentar fazer uma mudança radical no plantel. A defesa conseguiu um importante reforço (Antônio Carlos) e uma grata adaptação (Rodrigo Caio), mas comete falhas infantis em TODOS os jogos, mesmo nas vitórias. E, quando entram, Rafael Toloi e Edson Silva desafiam a resistência de sãopaulinos cardíacos.

Os volantes (Maicon, Denílson e Wellington) não são nenhuma Brastemp. Os laterais (Paulo Miranda improvisado, Douglas e Reinaldo) também estão muito longe de integrarem o planejamento ideal de qualquer treinador brasileiro. No meio, a exceção: Ganso titular e Jadson reserva são, sim, boas opções. Já no ataque, Luís Fabiano está abaixo do mínimo aceitável e Aloísio e Ademilson podem até estar atravessando uma boa fase juntos, mas são apenas medianos; isso me parece consenso. Portanto, levar uma invertida de 3 x 0 do Atlético-PR, mesmo placar sofrido contra o Santos, ou perder dos bons Grêmio e Goiás (todas essas derrotas já com Muricy no comando), para mim é normal. Nenhuma tragédia nisso, nem precisa ficar arrumando desculpas. Esse time do São Paulo, com tanta gente no máximo "esforçada", já fez muito mais do que podia. Merece os parabéns.

Aliás, depois de atingir 46 pontos e respirar um pouco mais aliviado, é natural que o time dê uma relaxada no torneio nacional. Na Sul-Americana, creio que o time vai encarar uma pedreira contra a Ponte, ainda mais com o segundo jogo fora. Mas Muricy me parece seguro e com elenco nas mãos, além de prestígio com a diretoria. Fora isso, ganhou a torcida. O fim de ano para os sãopaulinos está sendo muito melhor que a encomenda. E pode surpreender mais. Vamo, São Paulo!


quinta-feira, novembro 07, 2013

Se a Ponte passar pelo Vélez, pega S.Paulo na semifinal

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A Copa Sul-Americana vai afunilando e dois times já estão garantidos nas semifinais: o argentino Lanús, que eliminou o compatriota River Plate, e o brasileiro São Paulo, atual campeão, que garantiu a classificação ao segurar um empate sem gols na Colômbia, ontem, contra o Atlético Nacional. Por enquanto, o time de Muricy Ramalho aguarda o classificado do confronto entre o paraguaio Libertad e o também colombiano Itagui (os paraguaios venceram por 2 x 0 o primeiro jogo, em casa, e o segundo acontece hoje). Porém, como o regulamento veda a presença de dois times do mesmo país na decisão, o São Paulo poderá enfrentar na semifinal a Ponte Preta, caso ela consiga eliminar o argentino Vélez Sarsfield (houve empate sem gols em Campinas e a volta ocorrerá hoje, em Buenos Aires). Disputada desde 2002, a Copa Sul-Americana já teve, em suas 11 edições, cinco títulos argentinos (dois do Boca Juniors e outros do San Lorenzo, Arsenal de Sarandí e Independiente), dois brasileiros (Internacional e São Paulo), um peruano (Cienciano), um mexicano (Pachuca), um equatoriano (LDU) e um chileno (Universidad de Chile).

Para garantir o lugar nas semifinais deste ano, o São Paulo passou aperto em Medellín. Em 90 minutos, foram 7 finalizações certas e 15 erradas do Atlético Nacional, contra apenas 6 finalizações (erradas) dos brasileiros. Sim, a proposta era a de se defender, pois, se os colombianos somassem mais um gol aos que marcaram na derrota por 3 x 2 no Brasil, o time de Muricy Ramalho poderia se complicar. Porém, como o adversário precisava da vitória e se lançou ao ataque desde o início, o jogo deu várias brechas para contra-ataques dos sãopaulinos, infelizmente não aproveitadas. Culpa de Jadson, que mais uma vez não aproveitou a chance como titular para mostrar serviço como "garçom", ou seja, fazer a ligação do meio com o ataque, e de Luís Fabiano, que não fez NADA lá na frente e decepcionou totalmente (mais uma vez...). Assim, Ademilson deve mesmo ser efetivado como segundo atacante, junto com Aloísio, e Ganso ganha o respaldo e o incentivo tanto da comissão técnica quanto da torcida para comandar o time nesta reta final da Copa Sul-Americana. O título vale vaga na pré-Libertadores, não é pouca coisa. Vamo, São Paulo!



quinta-feira, outubro 31, 2013

Antônio Carlos: o nome da reação

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Zagueiro chegou e já estreou com vitória
Mais do que o afastamento de Jadson e Osvaldo, a recuperação de Ademilson e Maicon e a confiança total em Rodrigo Caio e Ganso, a nova passagem de Muricy Ramalho como treinador do São Paulo, que já alcançou uma reação inacreditável em menos de dois meses (após um longo período de derrotas e vexames), ficará marcada por um nome: Antônio Carlos. O zagueiro chegou em  meados de agosto para preencher uma lacuna de emergência, pois o clube havia emprestado Rhodolfo ao Grêmio e afastado o medalhão Lúcio definitivamente, a pedido do técnico Paulo Autuori. Por isso, precisou recorrer às pressas, mais uma vez, ao empresário Eduardo Uralam - que já havia trazido Juan, Cortez, Carleto, Edson Silva, João Fillipe, Maicon e Aloísio. O negociante trouxe os zagueiros Antônio Carlos e Roger Carvalho (que recupera-se de cirurgia e ainda não estreou) e o atacante Welliton. Logo na estreia de Antônio Carlos, no dia 25 de agosto, o São Paulo derrotou o Fluminense por 2 a 1 - a primeira vitória depois de 12 rodadas e quase três meses sem resultado positivo no Campeonato Brasileiro. Bom sinal.

Antônio Carlos no Botafogo: de 2011 a 2013
O curioso é que o zagueiro, cria das categorias de base do Olaria, foi revelado profissionalmente justo pelo Fluminense, onde jogou de 2003 a 2005, até se transferir para o Ajaccio, da França. E o segundo jogo com a camisa do São Paulo (um bom empate sem gols, no Rio) aconteceu, também curiosamente, contra o Botafogo - time pelo qual chegou a atuar neste Brasileiro e de onde veio contratado. Depois de ficar fora da derrota por 2 a 1 para o Criciúma, Antônio Carlos voltou na derrota por 2 a 0 para o Coritiba, que fechou o 1º turno e selou a demissão de Paulo Autuori. Foi então que Muricy Ramalho retornou e confirmou o zagueiro como titular, emplacando mais uma vitória logo de cara, contra a Ponte Preta (1 x 0). E a estrela de Antônio Carlos começou a brilhar: fechou o placar na vitória contra o Vasco por 2 a 0, no Rio (quando o Tricolor finalmente saiu da zona de rebaixamento), e marcou mais duas vezes no importante 3 a 2 sobre o Vitória. Porém, contundiu-se e saiu do time nas seis partidas seguintes.

Repatriado em 2007, jogador não emplacou
Ontem, a primeira partida das quartas-de-final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional da Colômbia, no Morumbi, marcou o retorno do zagueiro. E que retorno! Antônio Carlos voltou a marcar dois gols em uma partida, que decretaram a vitória por 3 a 2 e salvaram o São Paulo de amargar um resultado muito ruim, depois de tomar dois gols bobos (um em falha dupla de Rogério Ceni e Rodrigo Caio e outro, ironicamente, em um erro do próprio Antônio Carlos, que cabeceou a bola para trás e deixou um adversário livre para marcar). Muricy Ramalho rasgou elogios ao zagueiro-artilheiro e deu a entender que, se continuar no comando do time, o atleta será titular e um dos homens de confiança em campo - tudo o que o caríssimo Lúcio, o maior fiasco da temporada, não foi. Interessante é que o próprio Antônio Carlos já viveu decepção semelhante ao ser repatriado da França pelo Atlético-PR, em 2007, e não emplacar. Chegou a ser capitão e campeão paranaense em 2009, mas, na primeira crise, foi emprestado ao Atlético-GO. Depois, novo empréstimo e posterior venda ao Botafogo. Onde este ano, sem chances, pediu para ser vendido. Para sorte de todos nós, sãopaulinos!

Gol nos acréscimos e título carioca de 2005
Aos 30 anos, Antônio Carlos é a peça que faltava na defesa, no estilo de Fabão e de André Dias, que também marcavam muitos gols. E põe a bola na rede geralmente quando o time mais precisa, nos últimos minutos, como ontem, contra o Atlético Nacional, aos 45 do segundo tempo (veja vídeo com os gols da partida abaixo), ou contra o Vitória, faltando três minutos para o fim do jogo (assista clicando aqui). E está aí mais uma curiosidade sobre o jogador: foi exatamente um gol nos acréscimos, aos 47 da etapa final, que consagrou Antônio Carlos no Fluminense, ao decretar o título carioca de 2005 (assista clicando aqui) - fato que, com certeza, contribuiu para sua transferência para a Europa naquele mesmo ano. Tomara que essa impressão se confirme e que o zagueiro possa traçar uma longa passagem pelo São Paulo. Porque Edson Silva já veio apenas para ser opção no banco e Paulo Miranda (que ontem cometeu um pênalti não marcado pelo árbitro ao puxar um adversário pela camisa) e Rafael Tolói (que falhou feio no primeiro gol do Internacional, no domingo, pelo Brasileirão - assim como em dezenas de ocasiões na temporada) não inspiram muita confiança. E Roger Cavalho, que ainda não estreou, é uma incógnita e tem contrato curto. Antônio Carlos tem perfil para ser capitão do time, quando Rogério Ceni finalmente aposentar as chuteiras. Por enquanto, o zagueiro já é o nome da reação do time de Muricy. Vamo, São Paulo!


quinta-feira, outubro 24, 2013

Uma noite, dois goleiros (veteranos)

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"Um dia da caça, outro do caçador." Eis que, num prazo exato de dez dias, Rogério Ceni foi do inferno (ao perder um pênalti e desperdiçar a vitória no último minuto do clássico contra o Corinthians) ao céu (fazendo pelo menos seis milagres e outras duas defesas difíceis na partida contra o Universidad Católica, no Chile, que garantiu o São Paulo na próxima fase da Copa Sul-Americana). Muitos críticos e torcedores estão considerando a atuação de ontem como uma das melhores de toda a carreira do goleiro, comparável à da decisão do Mundial de 2005 contra o Liverpool.  Pelo o que ouvi do veterano e consagrado comentarista Claudio Carsughi, na Rádio Jovem Pan, o São Paulo teria levado uma goleada histórica do Universidad Católica não fosse o "muro" Rogério Ceni, como ele o classificou. Mesmo com tantas defesas fantásticas, o time de Muricy Ramalho tomou três gols e só venceu porque o atacante Aloísio também estava em noite inspirada - fez dois gols e deu passe para mais um, de Ademilson (Welliton fechou a conta em 4 x 3). Aos 40 anos, Ceni quer encerrar a carreira em dezembro, ao fim desta temporada.


Curiosamente, na mesma noite, outro goleiro veterano também viveu momento histórico. Mesmo que as cobranças de pênaltis dos corintianos Danilo, Edenílson e Pato tenham sido absurdamente péssimas (bem piores, por exemplo, que as quatro últimas perdidas por Rogério Ceni este ano), Dida, 39 anos, pegou as três e classificou o Grêmio para a próxima fase da Copa do Brasil. Foi simbólico, por dois motivos: 1) Dida, no fim dos anos 1990, destacava-se justamente como insuperável "catador" de pênaltis (e, ao contrário de ontem, defendia chutes muito difíceis); 2) O goleiro já havia praticamente encerrado a carreira e disputava partidas de futebol de areia quando, em maio de 2012, "ressuscitou" na Portuguesa, onde teve ótima passagem, a ponto de despertar o interesse do Grêmio (algo parecido com o que ocorreu com o atacante Edmundo, resgatado do Nova Iguaçu pelo Figueirense, em 2005, o que possibilitou sua volta ao Palmeiras e ao Vasco). A vitória na sequência de pênaltis contra o Corinthians pode não ter sido pela competência de Dida. Mas ele merece esse tipo de consagração, antes de se despedir dos gramados.


Outra coincidência é que Rogério Ceni e Dida são dois dos maiores goleiros de sua geração - ao lado do ex-palmeirense Marcos, que os deixou no banco de reservas na Copa (e no título) de 2002. Dida profissionalizou-se no Vitória em 1992, aos 18 anos, quando já faturou o campeonato baiano (e no ano seguinte despontaria no cenário nacional ao sagrar-se vice-campeão brasileiro). Ceni, por sua vez, profissionalizou-se em 1993, ano em que conquistou a Libertadores, a Supercopa e o Mundial como reserva, e destacou-se como titular do "Expressinho" (time B) do São Paulo campeão da Conmebol, no ano seguinte. Hoje, ambos estão próximos da aposentadoria. Mas, debaixo das traves, ainda são capazes de fazer atuações memoráveis - outro dia Dida, por exemplo, fechou o gol na vitória por 1 x 0 do Grêmio contra o São Paulo, no Morumbi. Mais interessante ainda é que eles têm estilos completamente diversos, assim como diferiam do já aposentado Marcos. Prova de que o Brasil sempre foi capaz de produzir goleiros de primeira linha, na esteira do recém-falecido Gilmar dos Santos Neves. Parabéns, Ceni! Parabéns, Dida!

quinta-feira, dezembro 13, 2012

Nós é que agradecemos, Lucas

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POR MORITI NETO

12 do 12 de 2012. Data inspiradora dos místicos. No entanto, nesta quarta, no Morumbi, na realidade concreta dos são-paulinos, não foi o 12 o número mágico a trazer boas energias. A senha para alegria e emoção vestia a camisa sete. E só precisou de um tempo para cumprir roteiro digno de decisão. Lucas fez de tudo em 45 minutos: gol, assistência. Agredido com chutes, pisão e cotovelada, o garoto de 20 anos teve frieza de veterano e desmontou os adversários do Tigre da Argentina, que apostavam num duelo mental baseado na violência e intimidação.

De cara, era possível perceber que o menino faria da partida o momento mais importante de sua vida profissional até então. Desde o primeiro minuto, chamava o jogo, pedia a bola e se movimentava pelo campo todo. No meio, pelas pontas. Armava, mas também marcava, dividia. Aliás, comportamento padrão. Ele não se limita a atacar. Auxilia constantemente no combate.
Quando o Tricolor, apesar das entradas duríssimas do maldoso time argentino, já ganhava a maioria das disputas de bola e executava boas trocas de passes, o personagem da noite, após pivô de William José e tentativa de finalização de Jadson, tirou, de esquerda, do goleiro Albil e inaugurou o placar. Eram 22 minutos da primeira etapa.
O gol desarticulou as linhas de pancadaria, digo, de marcação, do Tigre. De novo, aos 27, o camisa sete brilhou. Serviu Osvaldo, impedido por centímetros (lance dificílimo para a arbitragem), dar um toque preciso por cobertura. Título definido.
Só que o papel fundamental de Lucas não pararia por aí. Ele provocaria os adversários a ponto de tirá-los de vez do prumo. Sem violência. Na bola e na sutileza. Aos 37, o lateral Orban deu-lhe uma cotovelada que fez jorrar sangue do nariz. Ainda assim, o meia, apesar da agressividade adversária e da mansidão do árbitro chileno Enrique Osses, seguiu insinuante.
Na saída ao intervalo, sutilmente, o são-paulino mostrou o algodão ensanguentado àquele que o havia agredido. Mais que o suficiente para o Tigre colocar de vez no jogo a violência que o caracterizou desde o primeiro confronto, disputado semana passada, na Bombonera.
Acima de qualquer coisa, Lucas sempre quer jogar. E intensamente. A marca do menino neste ano é de 76 jogos, 59 pelo São Paulo e 17 na seleção brasileira. Não teve uma expulsão sequer. Não ficou fora por contusão. Que reúne agilidade, velocidade, resistência, conclui movimentos com precisão, além de não cair em qualquer trombada, era sabido. Porém, as capacidades de concentração e compromisso se mostraram bem acima da média. Negociado desde julho por R$ 108 milhões com o Paris Saint Germain da França, jamais se poupou. Disputou cada partida como se estivesse recém-saído da base. E é, sem dúvida, o principal responsável, dentro de campo, tanto pela conquista continental como pela bela campanha no segundo turno do Campeonato Brasileiro.

Durante a comemoração do título, Lucas pegou o microfone. Na rápida declaração à torcida, foi espontâneo nas palavras como é nos dribles. “Eu amo esse clube. Esse título é de vocês. Vou voltar pra defender essa camisa maravilhosa e comemorar muitos títulos. Obrigado por tudo”. Imagina, moleque do gol. Nós é que agradecemos.

A confusão
Este texto tem a intenção de enaltecer a atuação de um jovem ídolo que, além de jogar muito, fez a última atuação pelo time do São Paulo neste ciclo. Tomara, seja só a primeira passagem de Lucas pelo Tricolor. Além disso, o companheiro Glauco analisou bem os problemas na ação amadora da direção são-paulina em certos aspectos.
Contudo, impossível não dizer que os argentinos usaram, em demasia, o recurso das faltas e foram de uma violência injustificável nos gramados de La Bombonera e Morumbi. Não estou entre os que consideram faltas duras como “algo do jogo”. Se fossem, não seriam passíveis de punição com bolas paradas, advertências e expulsões. Equipes como o Tigre fazem o que fazem para compensar a fraqueza técnica e por que contam com arbitragens coniventes. As duas opções não são bonitas de ver.

Duas certezas sobre a final da Copa Sul-Americana

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Não se sabe e talvez nunca se saberá o que de fato aconteceu nos vestiários do São Paulo. A única certeza é de que houve uma briga entre seguranças privados do clube e jogadores e comissão técnica do Tigre. Se foi emboscada, quem começou, se a PM agiu de forma correta e se os argentinos exageraram sobre o que ocorreu, provavelmente vai ser daqueles mistérios incorporados ao futebol que vão gerar lendas e versões em profusão.

Mas há duas certezas sobre a final de ontem. A primeira é que, após um início tenso, o São Paulo colocou a bola no chão e dominou o jogo. Fez dois gols (um deles, irregular, a bem da verdade) e os rivais praticamente não ameaçaram o gol de Ceni. O Tricolor foi, realmente, soberano, justificando não só a diferença de tradição dos dois times como a distinção técnica dos dois elencos. Nada que justificasse, claro, a declaração tosca de João Paulo de Jesus Lopes que disse que até “há quinze dias nunca tinha ouvido falar” do Tigre. Só confirmou dois esteriótipos: o de que cartolas não costumam dar declarações muito sagazes e que torcedor só afirma a grandeza de seu time diminuindo os rivais (o que é um contrassenso, aliás).

Mas a segunda certeza é que, embora tenha sido gigante em campo, o São Paulo agiu como um clube mediano no tratamento dispensado aos argentinos, como mostra essa matéria na página eletrônica da ESPN. Aos fatos: o ônibus que trouxe os jogadores do Tigre foi atacado por torcedores que estavam aglomerados no estádio, quatro janelas foram quebradas por pedras e latas arremessadas.

Além disso, os atletas não puderam fazer o reconhecimento de gramado no dia anterior à peleja, como está previsto no regulamento da Conmebol. Cerca de 40 minutos antes do início da final, o os jogadores foram impedidos de aquecer no gramado, e forçaram a entrada depois de discutirem com seguranças do clube. A justificativa foi a de que o gramado precisava de “descanso” depois dos shows da Madonna. Ora, se não havia condições de se cumprir o que o regulamento exigia, porque não mandar o jogo em outro estádio, como no Pacaembu? Durante o jogo, já com a vantagem, ainda no primeiro tempo os gandulas são-paulinos sumiram das laterais, mais uma mostra daquilo que muito se condena quando acontece lá fora contra equipes brasileiras. Mas quando é aqui...

Pode-se reclamara da Conmebol, da arbitragem ou do comportamento de equipes rivais de países vizinhos. Mas uma coisa é certa: em certos aspectos, os clubes brasileiros não são nem um pouquinho melhores, ainda que parte da imprensa e da torcida acredite em suas ilusões xenófobas.

quinta-feira, dezembro 06, 2012

Carta ao “fabuloso justiceiro” e LF já conquistou, sim, algo pelo Tricolor

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POR MORITI NETO
Já tantas horas depois, não há sentido em tecer longos comentários sobre o jogo entre São Paulo e Tigre, na noite desta quarta, na Argentina. Ao menos, no que diz respeito à bola rolando. O que vale analisar é o comportamento de Luís Fabiano. Embora muitos já o tenham feito, alguns com competência em poucas linhas, caso do Menon, o sujeito é uma situação à parte quando se trata de estupidez.
Sim, é isso, LF, o senhor foi de uma estupidez cavalar na expulsão cavada aos 13 minutos do primeiro tempo. Dessa maneira, ficará praticamente fora de toda a decisão da Copa Sul-Americana. Não disputa a final num Morumbi lotado pela torcida do Tricolor Paulista, que não tem uma sensação semelhante – de grande possibilidade de título – faz quatro anos.
O senhor é artilheiro, isso é incontestável, mas disse, depois do jogo, que tentou dar um pontapé no zagueiro Donatti, também excluído, para defender Lucas que, naquela altura, nem no lance estava mais (aliás, Donatti estava na dele e teve menos motivos para ser expulso). Pois bem, campeão dos fracos, o seu “espírito coletivo”, de “defesa dos companheiros”, é fruto de uma visão distorcida da realidade. Lembre-se, para “defender” o garoto, você abandonou a equipe, deixou-a sem referência na área. Mais do que isso: permitiu que os outros atletas são-paulinos permanecessem o restante da partida apanhando, encarando um adversário violento, inclusive o “seu protegido”.
Dessa forma, meu caro, após passar a semana inteira dizendo saber que seria provocado, o “justiceiro”, o cara que “não leva desaforo pra casa”, deu à equipe do Tigre, fraca tecnicamente, munição a uma das poucas armas que tem; a tão falada catimba argentina. Forte para ganhar o duelo psicológico, algo que pode ser imprescindível numa final contra o São Paulo de baixa média de idade.
Claro, eles venceram as brigas mental e emocional. Muito, pois um dos jogadores mais experientes do time brasileiro e ótimo finalizador, o senhor mesmo, o “grande salvador dos mais frágeis”, caiu na provocação do adversário. Parabéns.
O problema é que, além desse ser o maior erro que cometeu na carreira, é igual, no formato, a tantos outros que já fez. E não se trata de condená-lo pelo passado, mas por condições que nunca mudaram, por sua irresponsabilidade, por seu egocentrismo. Sinto-me livre para dizer: LF, o senhor, em momentos decisivos, ou falha tecnicamente ou é expulso. Em ambos os casos, o preparo emocional para decidir se mostra zero.
É um matador, goleador? Sem dúvida. E para por aí. Sempre que seus serviços são chamados em decisões, e não precisa ser necessariamente numa final, o senhor dá um jeito de se furtar da responsabilidade. Não reclame, goleador recordista, quando a torcida lhe chamar de pipoqueiro. Ainda que seja inconsciente, até quando é expulso parece querer fugir. Onde está o compromisso com o coletivo? Inexiste.
Assim, “senhor fabuloso”, iremos, jogadores e torcedores, para cima do Tigre na próxima quarta. E se não teremos a esperança de que, a qualquer momento, o senhor nos fará explodir com o prazer do gol, também não nutriremos o sentimento negativo de que pode ser expulso.
Ganhar ou não o título, difícil saber, até porque os argentinos seguirão apostando no confronto psicológico e mostraram que são bons nisso. Porém, independentemente do resultado, meu caro, tenha certeza, você largou a bucha para a moçada. Férias adiantadas? De novo, parabéns. Já conquistou algo no Tricolor.

sexta-feira, novembro 30, 2012

Boas novas, Tricolor?

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POR MORITI NETO

Já mais do que sabida a passagem do São Paulo às semifinais da Copa Sul-Americana, este escriba precisava, para voltar a publicar, de uma desculpa melhor – aos leitores e companheiros do Futepoca – do que uma análise do jogo com a Universidad Católica do Chile. A superação de tal bloqueio, além da fama nem tão justa de que são-paulino só dá as caras em momentos decisivos, dependia de um fato sintetizador do momento Tricolor. E não é que a partida serviu?        

O que se viu no 0 x 0 do Morumbi na noite desta quarta-feira, foi um retrato claro da mudança de postura são-paulina em relação a tempos bem recentes. É clara a evolução do time se tomados como comparação os tempos de Leão, Adílson Batista e até Carpegiani.

Sofrendo com a falta de padrão e, consequentemente, sem condições técnicas para um bom jogo coletivo, o São Paulo, desde 2010, se arrastava e dependia de lampejos individuais. Na mão contrária, o Tricolor de Nei Franco é bem resolvido como equipe. Não transfere a posse de bola ao adversário. É compacto. Avança quando perde a redonda. Reduz os espaços dos rivais. Mesmo atuando contra uma retranca fortíssima, por vezes bem violenta, como a da Católica, abafa a saída e rouba o esférico rapidamente.

Outro ponto que chama atenção é o intenso uso das pontas. Lucas, pela direita, e Osvaldo, na esquerda, contando, respectivamente, com os apoios do surpreendente Paulo Miranda e de um redivivo Cortez, atacam forte e marcam os laterais adversários, sem a baboseira do cansaço para seguir na produção ofensiva.

Os cabeças de área combatem, saem jogando e atacam. Aliás, Wellington é daquele jogador que contribui demais no acerto de uma equipe. Depois da volta dele, fora o óbvio ganho no poder de marcação, Denílson passou a render melhor, já que saiu da função de primeiro homem no meio e foi para a posição onde fica mais à vontade, a de segundo volante.

Por tudo isso é que a contenda da noite de quarta serve a este impontual fazedor de textos. Na atuação contra os chilenos, que garantiu a ida do São Paulo a uma decisão internacional depois de seis anos, a equipe escondeu a bola do adversário. Circulou-a. Trabalhou em campo grande com a posse dela e encurtou os espaços.

Boas novas?

Faltou o gol. Porém, o problema não foi de criação, mas de finalização. Muitas oportunidades foram perdidas no Morumbi, algo que ocorreu até em maior escala no Chile. O que alivia é que isso parece questão de treino de fundamento ou de falta de inspiração dos finalizadores. Não é um problema coletivo, como era praxe há poucos meses.

Por outro lado, preocupa o excesso de chances desperdiçadas e as dificuldades que isso traz quando o assunto é futebol. No caso do adversário de quarta, a falta de qualidade técnica impunha que os chilenos ficassem postados atrás e esperassem a bola salvadora.  Contra um time razoável ofensivamente, o castigo a quem perde tantos gols é mais provável.

De qualquer forma, mesmo esse jogo sem gols, somado a belas apresentações recentes, como contra Botafogo, Palmeiras e Vasco, pelo Brasileiro, e os dois jogos contra o Universidad de Chile, pelas quartas da Sul-Americana, mostraram qualidade e padrão que os são-paulinos clamávamos há tempos. Alvíssaras?     

quinta-feira, outubro 27, 2011

Volta com eliminação esperada, desastre até agora e um vai tarde

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Por Moriti Neto


Bastaram 9 minutos para que o Libertad tirasse a vantagem do São Paulo ontem, em Assunção, no Paraguai, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana. Ali se dava o inicio da história que marcaria a volta com derrota e eliminação do técnico Emerson Leão ao Tricolor Paulista.

Leão chegou com a missão de dar um “choque” e “postura de time grande” – palavras do presidente Juvenal Juvêncio – ao São Paulo. Antes do jogo, disse que optaria por não valorizar a vantagem obtida no confronto de ida. Ao menos na escalação, essa era a proposta. Denílson e Cícero foram sacados para as entradas de Carlinhos Paraíba e Marlos, teoricamente mais ofensivos. O problema é que a qualidade de ambos é baixa. Os dois correm muito, fato, mas, cada qual a um estilo, têm baixa efetividade com a bola. Assim, a aparente posição agressiva caiu por terra e os donos da casa é que tomaram conta da peleja.

Já na primeira bola perdida, aos 2 minutos, o torcedor são-paulino relembrava que os defensores não têm a força necessária para suportar anfitriões impetuosos, ainda que o ímpeto parta de um time mediano, como o Libertad. Outro bônus encontrado pelos paraguaios foi a habitual fraca marcação são-paulina pelos lados.

Foi mais que justo o tento que começou a desenhar a desclassificação tricolor. Os paraguaios, com tabelas pelos flancos, ganharam o campo de cara e forçaram os são-paulinos a recuar. Tal foi a postura de recuo que Luis Fabiano apareceu na grande área defensiva para cometer pênalti em Maciel. Eram 9 minutos. Sergio Aquino não desperdiçou. Chutou forte e abriu 1 x 0.


Leão mostra alguma coisa; não foi suficiente

Na sequência do gol, Rogério Ceni, que vinha com um problema no tornozelo esquerdo, pediu para trocar a proteção no local. Após a parada, Dagoberto virou armador, Marlos foi adiantado e Lucas flutuava entre o ataque e arrancadas pela meia-direita. Leão orientou Carlinhos Paraíba e os laterais para fazer a bola chegar a Luis Fabiano. Com as mexidas, Dagoberto lançou Piris, que chutou na trave, aos 14 minutos. O jogo dava esperanças de equilíbrio. Aos 31, Juan perdeu (sem novidade) chance de frente para o goleiro. A expectativa de reação parou por aí.

No segundo tempo, o São Paulo voltou sem Luis Fabiano, com dores musculares. Ainda que pouco útil e infeliz na peripécia defensiva que resultou no pênalti, o centroavante foi ausência sentida. O time ficou sem referência. O substituto era Fernandinho. Bem, Fernandinho é aquela coisa. Homem de uma jogada só, manjada. É sempre receber o esférico e tentar a saída pela esquerda (o Leão da Montanha era melhor nisso).

Sem a peça de área e, claro, sem articulação, restavam lances isolados para que o Tricolor empatasse. Aos 19, Dagoberto cobrou falta, Rhodolfo cabeceou e mandou para as redes. Num lance difícil, a arbitragem anotou impedimento.

Era sensação patente que a partida terminaria mal para o São Paulo. Aos 20, o técnico do Libertad, o argentino Jorge Burruchaga, aproveitando a paralisia do adversário, decidiu mudar o ritmo. Aos 20, colocou em campo Rodolfo Gamarra, no propósito de conferir velocidade ao time paraguaio. E o atacante nem precisou de muito tempo para aproveitar a oportunidade. Bastaram dois minutos e ele encontrou Ariel Núñez, livre, impedido, que sacramentou os 2 x 0.

Dali para frente, o Libertad matou o São Paulo na intermediária. E o único golzinho que o Tricolor teria para marcar em ao menos 25 minutos, garantindo a classificação, não saiu. Pior: de bom, o time não produziu nada. Ainda perdeu Rogério Ceni, que depois de 133 partidas seguidas sem sair de campo foi substituído com fortes dores no tornozelo esquerdo. Contra o Vasco, pelo Brasileiro, no domingo, além do capitão, não deve ter Luis Fabiano.

Enfim, a temporada são-paulina é um desastre até o momento. Troca de técnico quatro vezes, eliminado da Copa do Brasil pelo Avaí, goleado pelo maior rival por 5 x 0, e, agora, muito provavelmente fora da Libertadores de 2012, já que ontem, na Sul- Americana, uma porta se fechou e a outra, no Campeonato Brasileiro, do jeito que a coisa vai, deve se encerrar em poucas rodadas. Triste.

Racismo de novo?

Não foram somente a derrota e a eliminação que irritaram o lateral-esquerdo Juan na noite passada. Expulso no último minuto do jogo, o jogador deixou o gramado do estádio Nicolás Leoz acusando o árbitro colombiano Wilmar Roldán de racismo. De acordo com o são-paulino, Roldán o teria chamado de “macaco”. A diretoria do São Paulo deveria pedir apuração e a Conmebol, no mínimo, apurar a história. Duvido que o façam.

Um pouco da troca de técnico e Dagoberto

Segundo a direção do clube, Leão chegou para chacoalhar o elenco. Não aprecio essa coisa de “disciplinador”, “sargentão” e tal. Deixo isso para os quartéis que, sinceramente, no que me toca, não são modelos de civilidade. Os pontos fulcrais para contratar um treinador devem ser a capacidade de montar elencos e de aproveitar o melhor das características dos atletas. Emerson Leão soube fazer isso no passado. Foimuito bem no Santos e no próprio São Paulo.

De qualquer forma, para quem defende a necessidade do “choque”, deixo duas perguntas. Qual a motivação de contratar um técnico que a própria direção diz que não deve ficar mais do que até o final deste ano? Se a intenção é mexer com os jogadores acomodados, que condição moral um sujeito com data marcada para sair terá?

Sobre Dagoberto, que dizem ter um pré-contrato assinado com o Inter, para onde iria em abril de 2012, quando se encerra o vínculo com o Tricolor, é melhor sair já no fim deste ano. E que tenha boa sorte no sul. Dentro de campo, tem algum talento – longe do que pensa ter – mas é descompromissado, individualista e pouco decisivo. Como ser humano, pelo que mostrou em algumas oportunidades, tenho dúvidas. Não foram poucas as vezes que esbravejou na mídia contra técnicos e elenco, posando de vítima ou transferindo responsabilidades. Até mesmo de Muricy Ramalho, que muito o ajudou em 2007, na chegada do atacante ao Morumbi, reclamou, sempre usando câmeras e microfones. Se o acerto com o Colorado for fato, vai tarde.

sexta-feira, agosto 26, 2011

A zaga deveria ter medo do Jumar: Palmeiras vence o Vasco mas não se classifica

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Existem ironias que são divertidas. E outras que são trágicas. No dia em que o time estreiou um terceiro uniforme que aposenta o verde-limão-siciliano e resgata as listas brancas dos anos 1990 da era Parmalat, o Palmeiras venceu. Isso não acontecia havia seis jogos. Fez três gols, feito obtido pela última vez em 30 de julho, contra o Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro. E tudo isso na véspera de completar 97 anos

Mas não se classificou. É uma ironia. Mas a coisa piora.

Jumar foi um volante que esteve no time durante a última e nada saudosa passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo time. Não era o pior dos jogadores para a posição, mas tampouco deixou boas lembranças. Foi daqueles jogadores que pareciam da "cota" do treinador, que também tem (ou tinha) suas saidinhas como empresário ou agente de jogadores.

Foi Jumar quem marcou o gol de honra do Vasco repleto de reservas. E foi um golaço de fora da área. É uma ironia mais amarga ainda.

Se Jumar fosse bom, se fosse craque, não estaria no banco de suplentes de Ricardo Gomes. Se fosse tão ruim quanto acredita o torcedor alviverde médio (aquele que tem medo do Jumar), possivelmente nem teria passado pelo clube paulista nem estaria no elenco cruzmaltino. Mas não era para ele fazer esse gol. Ele não

A exemplo do que ocorreu na primeira partida, quando o Vasco venceu por 2 a 0, a equipe de origem na colônia lusitana entrou sem titulares. Diferentemente daquela ocasião, encontrou um Palmeiras mais esperto e capaz de atacar.

Luan abriu o placar no primeiro tempo. Kléber rompeu o jejum de gols que durava dez partidas aos 8 do segundo tempo. Foi quatro minutos depois que Jumar diminuiu e começou a sepultar o ímpeto da equipe de Luiz Felipe Scolari. O terceiro foi no último minuto, por Marcos Assunção.



O Palmeiras está fora da Copa Sul-Americana. Para quem achou que essa seria a forma "mais fácil" de alcançar a Libertadores, melhor se preparar para ter trabalho.

Domingo tem confronto contra o líder do Brasileiro, no clássico contra o Corinthians.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Revés na Sul-Americana: misto do Vasco vence o Palmeiras

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O Palmeiras perdeu do time misto do Vasco por 2 a 0 em São Januário na noite de quinta-feira, 11. O time de Luiz Felipe Scolari vive situação difícil na Sul-Americana, já que precisa vencer por três gols de diferença na partida de volta.

Quando Marcos, o Goleiro, disse que era hora de o Palmeiras priorizar o campeonato brasileiro em vez de sonhar com uma vaga na Libertadores via torneio continental não estava imaginando que a escolha poderia se dar por falta de opção. Ainda há a partida de volta, claro.

Diego Souza, ex-Verdão, marcou o primeiro. Elton, o segundo. Ambos foram em cruzamentos na área. O Vasco jogou melhor, e o Palmeiras só esteve em campo na etapa final – no primeiro tempo, não mostrou a que veio.

O que era um teste feito pelo técnico Ricardo Gomes com os suplentes do Vasco virou uma derrota um tanto quanto vergonhosa para o Palmeiras. Domingo tem repeteco, também em São Januário, desta vez sem os reservas.

O Palmeiras continua apresentando oscilações, incluindo dias e noites em que pouca coisa dá certo. Maikon Leite e Kléber foram uma dupla de ataque até interessante, até são capazes de tabelar e de criar jogadas, mas também têm suas instabilidades – e alguma falta de pontaria.

A cada partida do time que assisto me surpreendo um pouco com a colocação do time no Brasileirão. E sinto uma falta danada de um pouco mais de qualidade (e um pouco menos de bolas divididas e espirradas).


quinta-feira, novembro 25, 2010

Palmeiras perde e deixa 2010 no lixo

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O Palmeiras conseguiu o que parecia o mais difícil. Perdeu, na Copa Sul-Americana, para o penúltimo colocado no campeonato nacional. O Goiás venceu o alviverde paulistano por 2 a 1, de virada, em pleno Pacaembu.

Vergonha.

No encontro de times frágeis, quebrou-se a equipe que acreditou que um gol na partida de ida e outro na de volta garantiam a vaga na final. Não foi o que aconteceu.

Luan abriu o placar aos 33 minutos do primeiro tempo. O empate veio aos 47 da etapa inicial, com Carlos Alberto, em uma sobra de falta. Ernando selou o placar , aos 36 do segundo tempo.

Escrever de cabeça quente é mais difícil.

O ano de 2010, que começou com Muricy Ramalho, teve Antonio Carlos e terminou com Luiz Felipe Scolari, termina na lata do lixo. Uma temporada que não serviu nem para revelar atletas, nem para formar time para o próximo período, nem para trazer alento ao torcedor.

As falhas cantadas nos posts anteriores vinham sendo contornadas na competição continental, mas não é todo dia que a sorte de Felipão, os chutes de Marcos Assunção ou o bom trabalho de Deóla salvam a pátria.

Muito trabalho para a formação do elenco em 2011.


quinta-feira, novembro 18, 2010

Deu o verde-limão-siciliano

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O Palmeiras venceu o Goiás na primeira partida da semifinal da Copa Sul-Americana. Com o resultado de 1 a 0 no Serra Dourada, o time paulista pode empatar na próxima partida, quarta-feira, que ainda garante a vaga. De camisa verde-limão-siciliano, os visitantes passaram pelo alviverde do Centro-Oeste, que amarga um rebaixamento quase certo no campeonato brasileiro.

Marcos Assunção marcou seu quarto gol na competição. Ao contrário dos outros três, não foi de falta. A exemplo dos anteriores, foi de fora da área. Um chutaço de longe, no alto, sem chances para o adiantado goleiro Harlei.



O jogo foi morno, até chato. Sem grandes oportunidades nem possibilidades de praticar o futebol. Enquanto Kléber e Luan e Lincoln cavavam faltas no campo ofensivo para o volante palmeirense chutar a gol, o Goiás apostava em alçar bolas para a área de Deola em escanteios e faltas.

O excesso de faltas dos goianos – quiçá inspirados pelo Sandro Goiano – favoreceu a esse tipo de estratégia.

Tinga não é o meia que o Palmeiras precisa (só de vez em quando) e Lincoln rende pouco isolado. Sem Valdívia em forma, sobram poucas opções no elenco. O Palmeiras conseguiu emplacar duas jogadas de contra-ataques durante os 90 minutos.

Rafael Moura rendeu pouco pelo time goiano. O mesmo pode ser dito dos homens de frente do time visitante.

Até bate um pouco de pena de ver Kleber em campo. Ele corre, tromba, mas não tem muito de onde esperar uma bola nem para onde encaminhar a rendonda. Resultado: ele também rende pouco, apesar das trombadas e da correria.

Não é a toa que o atacante tem 10 gols desde que voltou, o mesmo número de tentos conferidos por Marcos Assunção.

quinta-feira, novembro 11, 2010

Palmeiras vence reservas do Atlético-MG

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Depois de um empate na partida de ida, o Palmeiras venceu os reservas do Atlético-MG e está nas semifinais da copa Sul-Americana. A noite fria e de garoa no Pacaembu abrigou um gol olímpico de Marcos Assunção e outro de Luan, após um raro contra-ataque alviverde.

Os 2 a 0 mantém o Palmeiras em uma das duas competições que disputa no segundo semestre. O time vem jogando mal no Brasileirão, desencanado mesmo. Até porque, Luiz Felipe Scolari rende melhor em competições de estilo mata-mata.



O Atlético-MG jogou melhor do que o Palmeiras poderia ter permitido. Escrevendo de um jeito mais claro: o time mineiro teve boas chances de gol, com liberdade para avançar. Se o time não fosse o reserva ou se tivesse um meio-campo mais articulado, teria gerado problemas reais. Quando saiu o segundo gol, era o time de Dorival Jr. quem tinha melhores condições.

Valdívia entrou jogando, mas durou 16 minutos. Motivo para jornalistas perguntarem e para Felipão se irritar. O chileno está precisando tomar uns passes, uns banhos de cachaça ou qualquer coisa do gênero. Ô, fibrose chata.

Lincoln jogou bem, Kleber trombou bem... E Marcos Assunção bateu faltas e chutou a distância bem. Segue sendo a principal arma do ataque. E o meio de campo continua com mania de chutão, com dificuldades de sair em contra-ataques.

Depois de vencer o 16º colocado no campeonato brasileiro, o Verdão espera o vencedor entre Avaí e Goiás, respectivamente o 18º e 19º da classificação, ambos na zona de rebaixamento.

Mas o que importa é que o Palmeiras está nas semifinais, entre os quatro melhores da competição. Algo assim não acontecia desde o brasileirão de 2008. Que melhore. É com isso que contam palmeirenses como os 35 mil torcedores que se molharam no Pacaembu.

quinta-feira, outubro 14, 2010

Palmeiras vence na altitude pela Sul-Americana

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Em Sucre, a 2.750 metros do nível do mar, o Palmeiras venceu o Universitário na partida de ida das oitavas-de-final da Sul-Americana. Foi por 1 a 0, gol de Marcos Assunção, de falta, ainda na primeira etapa.

Os visitantes tiveram um segundo gol anulado incorretamente no segundo tempo, conferido por Lincoln, que havia entrado no lugar do contundido Valdívia. Rivaldo ainda sofreu um pênalti, devidamente ignorado pela arbitragem.

A partida em si foi sofrível, e olha que ninguém pode culpar a tal altitude. Desde segunda-feira (11) na cidade, os palmeirenses celebraram o dia da criança e de Nossa Senhora Aparecida em território boliviano. Quem esteve em campo correu até o final.

Contra o chileno Colo-Colo e o paraguaio Cerro Porteño, o penúltimo colocado no campeonato boliviano usou bem o mando de jogo para se dar bem. Assim, vencer no país de Evo Morales é um passo importantíssimo na única competição que permite à representação de Palestra Itália sonhar com a Libertadores da América de 2011.

Gabriel Silva, lateral-esquerdo, foi bem, talvez inspirado pela camisa 10 que vestia – por uma questão de inscrição na competição. Lincoln também entrou bem, fazendo o meio de campo praticamente sozinho. Fabrício, quando entrou, também apresentou-se corretamente, apesar de ter tomado cartão amarelo por ter sido marcada uma falta que ele não cometeu.

Os bolivianos têm um time bem fraco e limitado. A retaguarda verde-limão-siciliano parecia rainha das bolas antecipadas. Muitos passes curtos ou tortos facilitaram a vida da marcação. E olha que o time vermelho teve duas ótimas chances, uma que parou nas mãos de Deola e outra tirada por Rivaldo no susto.

Não foi divertido ver um time tão limitado impondo pressão sobre o Palmeiras. Mas fazia parte do script de Luiz Felipe Scolari. Que até deu certo.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Com gol no último minuto, Palmeiras avança na Sul-Americana

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No 500º jogo de Marcos, o Goleiro, com a camisa do Palmeiras, quem operou milagres foi... o imponderável. Ou talvez a torcida. Do contrário, como explicar dois gols de Tadeu e um de Marcos Assunção, aos 44 minutos do segundo tempo? O alviverde bateu o Vitória por 3 a 0 na segunda partida da Copa Sul-Americana.

Com o placar, o Verdão reverteu a vantagem de 2 a 0 que o time baiano tinha obtido na partida de ida, no Barradão. Realmente poucos palmeirenses com quem conversei nos últimos dias acreditavam no feito. Todos estavam seguros de que algum resultado positivo viria, mas nenhum apostaria a sério na classificação.

Luiz Felipe Scolari conseguiu convencer a torcida a apoiar ensandecidamente durante toda a partida. Bastou um pedido com o "carinho" que é peculiar ao treinador gaúcho. O futebol apresentado indica que o time não exatamente respondeu à "festa no chiqueiro".

É que foi uma partida de poucas chances criadas e muitos passes errados. Mas o resultado é o que importava para quem estava nas arquibancadas vestindo verde (ou verde-limão-siciliano). Foi a segunda vitória (e consecutiva, diga-se) do treinador no comando da equipe.

Ainda sem meias de criação, já que Lincoln segue de molho e Valdívia continua sem inscrição para o torneio continental, as jogadas dependiam de Tinga e Marcos Assunção. O 3-5-2 que deu certo na última partida, foi mantido, e funciona melhor.

Mas tampouco dá para falar em grandes testes superados, porque o arqueiro alviverde não teve trabalho. Teve de sair para se antecipar em dois cruzamentos. E também precisou torcer, claro. Mas o fato é que o Vitória não criou muito perigo, dispensando o goleiro de operar milagres.



O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Tadeu. Mais ou menos 15 minutos antes, o mesmo atacante havia mandado no travessão de Viáfara. Trabalho para o goleiro visitante só tinha ocorrido ainda alguns minutos para trás, quando Rivaldo, na lateral-esquerda, finalizou com perigo.

Na segunda etapa, os passes tortos repetiram-se, mas o mundo ficou melhor. Primeiro com 12 minutos, quando Viáfara quis sair jogando fora da área, mas errou o passe. O ataque conseguiu aproveitar e, em um breve momento pinball na área, Tadeu conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes – com um desvio na zaga. Era a sorte sorrindo.

Com o segundo tento, o jogo caminharia para os pênaltis. Era mais do que os pessimistas acreditavam e menos do que um time que joga em casa deve fazer. Era hora de pressionar, apertar, só que o time não conseguia. Parava na defesa rubro-negra (e na baixa qualidade do passe, especialmente nas proximidades da área).

Então, Tinga sofreu uma falta que poderia ser classificada como desnecessária. Em disputa de bola, o defensor do Vitória empurrou o palmeirense. A bola estava, então, nos pés de Marcos Assunção, justo no pênultimo minuto do tempo regulamentar.

O chute do camisa 5 foi no ângulo, na forquilha, onde a coruja faz o ninho. Com efeito, numa parábola perfeita e indefensável, o terceiro gol palmeirense garantia a classificação.

Fazia tempo que o Palmeiras não dava uma satisfação, pequena que fosse, para o torcedor. Quem olhar de fora, vai achar que é muita alegria para muito pouco, que vaga nas oitavas da Sul-Americana não vale tanto contentamento.

Ante o primeiro semestre, o resultado é um sinal de que as coisas melhoram. Alguma hora isso tem que começar. É essa esperança que essa vaga representa. Longe de fazer do time de Felipão favorito na competição e menos ainda no Brasileirão, resta torcer para que essa evolução se confirme.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Estranho

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Tudo foi esquisito no jogo de ontem entre Santos x Avaí pela Copa Sul-Americana. A começar pelo placar, claro: nem o mais otimista torcedor do Leão da Ilha esperava enfiar 3x1 no Santos fora de casa ontem. Mas as estranhezas também se fizeram em outras circunstâncias.

Em primeiro lugar, pelo público que esteve no estádio ontem. O jogo foi realizado em São Paulo; assim, o Santos atendida à tradicional demanda do público da capital paulista, que sempre reclama que o Peixe pouco joga na cidade e que é difícil ir a Santos ver os jogos, em especial nos meios de semana.

Com isso, e com o apelo do fato de ser o primeiro jogo do Peixe após o título da Copa do Brasil, esperava-se casa cheia no Pacaembu ontem; porém, o que se viu foi um Paulo Machado de Carvalho às moscas, com apenas 7 mil pagantes. Era a Copa Sul-Americana, um torneio ainda não muito querido pelo público? Foi às 21h50, horário indigesto para muita gente? Não importa. Acho que não cabem desculpas. A torcida do Santos fez feio, muito feio ontem. E deu argumentos para os santistas (falo dos moradores de Santos) mais tradicionais reclamarem das transferências dos jogos para a capital. Difícil digerir.


Estranho também - e aí puxando para o lado positivo - foi o comportamento dos torcedores após o término do jogo. Já fui em inúmeras partidas em que o Santos empatou ou até mesmo venceu e mesmo assim deixou o campo sob vaias, perseguido e atacado pela própria torcida. Ontem, mesmo com a derrota, o time recebeu aplausos após o fim da peleja. Diferente. Mas, repito, positivo.

Falando agora estritamente do que aconteceu dentro de campo, não há como não usar o adjetivo "estranho" mais uma vez. O Avaí foi melhor que o Santos e mereceu, sim, a vitória. Mas falar que o time catarinense deu um passeio no Pacaembu foi um exagero. O Santos criou boas chances durante o desenrolar do jogo e, apesar da melhor atuação do adversário, não seria absurdo dizer que uma derrota menor ou um empate seria um placar injusto na noite de ontem.

O Peixe começou o jogo com o 4-3-3 que encantou o Brasil no primeiro semestre. Mas, ao invés de ter sua linha de frente formada por Ganso, Robinho, Neymar e André, coube a Marquinhos, Mádson, Marcel e Zé Eduardo desempenharem o papel. A diferença dos nomes já sugere que haveria uma queda de rendimento, e foi o que ocorreu. Marquinhos esteve devagar. E Madson é uma sombra do jogador que encantou os santistas no ano passado. No português claro, está fazendo hora extra na Vila.

Veio o segundo tempo, quando o Avaí já vencia por 1x0, e Dorival Júnior mancou a campo Neymar e Ganso. Houve aí uma sensível melhora na criação do time. Ganso esteve um tanto quanto disperso, mas deu seus passes fatais. Já Neymar impôs sua velocidade característica e fez jogadas ótimas, como a que resultou no gol de Zé Eduardo.

E, para fechar a dose de estranhezas, o Santos acabou o jogo com apenas 10 atletas em campo. Mas não porque alguém foi expulso; o que ocorreu é que Neymar, após receber uma entrada dura de um zagueiro adversário, não tinha mais condições de ficar em campo. E o Santos já tinha feito as suas três alterações: para colocar Ganso, o próprio Neymar e... Felipe, o goleiro reserva, que foi a campo porque o titular Rafael sofreu um traumatismo craniano (!).

É, não era dia...

quarta-feira, agosto 11, 2010

Na estreia da Sul-Americana, Palmeiras perde do Vitória

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O Palmeiras perdeu para o Vitória por 2 a 0 na estreia do time da Copa Sul-Americana. Em dois lances de bola parada, uma falta com Ramon e uma cabeçada de Neto Coruja em escanteio, o time baiano levou a melhor em uma partida em que os visitantes mal ameaçaram o time da casa.

Escalado com quatro volantes, sem meias de criação e sem atacantes dedicados (daqueles que entravam em campo para jogar futebol), o Palmeiras fez uma apresentação muito ruim. Criou pouco e só no primeiro tempo. O Vitória não foi virtuoso no gramado enlameado do Barradão, mas o que fez bastou para faturar uma vantagem significativa para a partida de volta, no Pacaembu.

Sem Lincoln, contundido, nem Kléber, suspenso, o Palmeiras abusou das faltas. Pierre deveria ter sido expulso em dois lances diferentes. Edinho, que compõe a dupla de volantes exclusivamente marcadores, também se apresentou atabalhoado. Marcio Araújo e o estreante Rivaldo foram discretos. Ainda no primeiro tempo, Felipão tirou o lateral-esquerdo Armero para promover a estreia do atacante Luan. Rivaldo foi para a lateral, mas não melhorou muito.

A equipe do técnico estreante Toninho Cecílio, ex-diretor de futebol do alviverde paulistano, fez seu time buscar faltas perto da área. A desconcentração da defesa do Palmeiras facilitou. Ramon fez o goleiro Deola trabalhar duas vezes na primeira etapa nesse tipo de lance. E, com um minuto do segundo tempo, na terceira cobrança, marcou.

O Palmeiras parecia que iria melhorar, mas não rolou. Não a ponto de promover estragos. Um pouco mais de qualidade bastaria. A correria imposta favoreceu mais aos baianos, que tiveram boas chances. Enquanto teve fôlego, Ramon garantia a criação com qualidade. Depois dos 30 do segundo tempo, por cansaço justificável de quem tem 38 anos e não para de correr, saiu.

Isso rendeu algum alento ao Vitória, que ainda pressionou no fim. Tanto, até expandir a vantagem.

Luiz Felipe Scolari continua sem vencer no Palmeiras. Sem meias de criação, tem muito pouca chance de sequer fazer um gol. Com Lincoln e se Ewerthon for para o banco, o Verdão pode pensar em balançar as redes adversárias. Se isso vai ser em volume suficiente para a classificação, é outra história. No Barradão, um retrocesso significativo se mostrou.