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O Santos não fez como
em sua primeira partida, quando contou somente com reservas em campo.
Mas a lista de ausências peixeiras na peleja contra o Sport era
notável, a começar por Neymar e Rafael, ambos na seleção
brasileira, e Ganso, em recuperação de uma artroscopia. Além
deles, Elano foi poupado, Léo, herói do meio de semana, também
ganhou folga para visitar o filho; Borges de Dimba continuam
contundidos, assim como o lateral Fucile. O resultado de um confronto
entre um time sem criatividade no meio de campo e ataque contra um
visitante que jogou na defesa o tempo inteiro só podia ser 0 a 0.
Foi a terceira partida
do ano em que o Peixe não fez gol. Mas o jogo deve ter servido para
Muricy fazer algumas observações. Galhardo saiu sentindo dores,
ainda no primeiro tempo, mostrando que os dois atletas que vieram do
Flamengo estão em condições físicas precárias, pra ser bondoso
(David Braz, em sua estreia, saiu lesionado e deve ficar fora entre
30 e 45 dias). Maranhão entrou em seu lugar e deixou evidente a
razão do treinador improvisar Henrique na lateral direita. Além de
perder de forma bisonha uma oportunidade de gol no primeiro tempo,
não conseguiu fazer um cruzamento razoável para a área.
Outro que decepcionou
foi Felipe Anderson. Tem habilidade, o que já foi dito aqui, mas foi
precipitado e, mesmo jogando com mais liberdade, em boa parte do
tempo no setor em que Neymar gosta de fazer a festa, não foi bem.
Aqui, é preciso recorrer ao mestre Tostão, que diferencia técnica
e habilidade: a técnica é o conjunto dos
fundamentos como passe, drible, finalização, domínio etc, e a
habilidade é o uso da técnica frente a um obstáculo. Se o jogador
aprimorar a técnica (o que também pode incluir a noção de
posicionamento tático), sua habilidade vale mais. Fica a dica para
Felipe Anderson, que é um dos postulantes à vaga aberta por Ganso
no meio de campo peixeiro. Não dá pra se fiar apenas em lampejos.
Gérson
Magrão, outro que disputa um lugar na meia, ainda não está com o o
ritmo de jogo ideal. O elenco segue carecendo também de uma opção
veloz no ataque, algo que Richely não foi no ano passado, nem o
garoto Tiago Alves, emprestado para o Boa Esporte há poucos dias. E,
para um clube que se reforçou visando suprir os desfalques que sabia
que teria no Campeonato Brasileiro, começar com dois empates contra
equipes que dificilmente brigarão pelo topo da competição é algo
a se preocupar.