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sábado, novembro 17, 2012

Sem sustos, Santos bate Figueirense mas árbitro tira Neymar de clássico

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(Foto SantosFC)

Em outra partida na qual os dois times não tinham qualquer meta ou pretensão, o Santos venceu o Figueirense na Vila Belmiro por 2 a 0. Sem contar com o volante Adriano e o lateral Galhardo, Muricy desfez o malfadado esquema com três volantes e colocou o meia Patito Rodríguez e Bruno Peres na ala direita.

Até o gol alvinegro, no final da etapa inicial, o jogo era morno. O argentino jogava aberto pela esquerda, com Felipe Anderson atuando de forma semelhante no outro lado. Neymar se movimentava pelo meio, deu alguns bons passes, mas não brilhava. O Figueirense, por outro lado, não ameaçava o gol de Rafael, e tudo indicava um zero a zero daqueles que curam insônia.


No entanto, Felipe Anderson passou por três rivais, parou e cruzou para Pato, que fez de letra. Um belo gol que não teve a participação de Neymar, algo raro em 2012. O placar trouxe tranquilidade para o time da casa, que conseguiu uma trégua com a torcida, embora essa tenha quase perdido a paciência com uma peculiar competição dos dois laterais peixeiros, que disputavam quem conseguia errar mais. Bruno Peres, com cruzamentos bisonhos e uma virada de jogo malsucedida que resultou me contra-ataque perdido pelos visitantes, e Juan, que desperdiçava jogadas quando apoiava.

Felipe Anderson coroaria mais uma atuação interessante com um gol no qual o jovem e bom goleiro Tiago Volpi, que fez sua primeira partida pelo clube catarinense, defendeu a primeira tentativa mas deu o rebote para o meia. Dizem que olheiros do Milan estavam na Vila para conferir o futebol do jovem, dado que o Santos quer repatriar Robinho e o negócio poderia acontecer envolvendo atletas. Devem ter gostado do que viu.

De resto, mais uma arbitragem meia boca, como tem sido a tônica do Brasileirão. Se não afetou o resultado, pesou para o time no clássico contra o Corinthians. Neymar foi calçado por trás, numa falta algo evidente, caiu (quem não cairia?) e o juizão Cláudio Francisco Lima e Silva não só não deu a falta, como deu um cartão amarelo que impede a participação do jogador na próxima peleja. Num lance em que os dois jogadores caem, pressupõe-se que haja contato, mas vai explicar lógica pra árbitro de futebol...     

domingo, novembro 11, 2012

Rapidinhas sobre o fim de semana que consagrou o campeão Fluminense

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Fluminense é o campeão brasileiro de 2012. Com a vitória sobre o Palmeiras em Presidente Prudente, já assegurou a melhor campanha como visitante na história dos Brasileiros por pontos corridos e deve terminar como o campeão de melhor desempenho desde 2003. Significa

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Muita gente, principalmente na bairrista São Paulo, subestima o Fluminense e usa o argumento de que o campeão de 2012 não é um time, mas “um plano de saúde”. Besteira, o Tricolor carioca sempre fez história, independentemente dos parceiros, que tantos outros clubes já tiveram e tem, aliás. Seguindo a mesma lógica, pode-se dizer que o campeonato já teve empresa de laticínio e mesmo a máfia russa como campeões? Acho que não.


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O futebol brasileiro merece ver Neymar de perto, mas Neymar não merece tanto jogador mediano atuando ao lado dele no Santos. A torcida do Palmeiras merece um jogador como Barcos, mas Barcos não merece jogar com um elenco como o do Verdão hoje. Jogador e torcida não merecem a Série B.

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Nem Diego Cavalieri, nem Fred estão na seleção brasileira. Diz muito a respeito do quanto a CBF valoriza o campeonato nacional e também de como o técnico da seleção olha para o futebol daqui. Se jogassem na Ucrânia...

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O Paysandu garantiu uma vaga na Série B 2013, junto com Chapecoense, Icasa e Oeste-SP. Desde 2007, quando o Remo disputou a Segundona, a região Norte estava sem representantes na competição.

sábado, novembro 10, 2012

Faltou interesse, futebol, e Santos toma virada do Atlético-GO

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Falta de interesse. DE jogadores, do técnico, mas não de muita gente que compareceu ao estádio do Bezerrão, no Gama. Muita gente foi ver Neymar, que apareceu em duas oportunidades: no lance em que achou André, que serviu Bruno Rodrigo no gol do Santos; e outra vez em uma jogada na qual conseguiu o drible, mas finalizou para a defesa de Márcio.


Neymar não brilhou, e o Alvinegro fez uma partida pavorosa, porque só sendo abaixo da crítica para tomar uma virada do rebaixado Atlético-GO em quatro minutos, perto do final da partida. Claro que se pode atribuir parte da responsabilidade ao árbitro Emerson de Almeida Ferreira, que agiu de modo variado na peleja. Primeiro, não marcando falta em Neymar no lance que originou o primeiro gol do Dragão. Depois, deu uma “assistência” (calcanhar, coisa fina) para o ataque goiano, na jogada que terminou em pênalti para os donos da casa. Obviamente que a arbitragem não justifica a derrota, mais que merecida, mas é bom anotar o nome do juizão, que é ruim demais.

Dessa vez, Muricy Ramalho teve uma parcela de culpa considerável. Não só pela apatia, semelhante à dos jogadores, mas pela falta de capacidade de mudar o ânimo da equipe. E a composição da equipe. Quando colocou Victor Andrade, foi no lugar de André, que jogava mal (para variar), no entanto preocupava um pouco a zaga adversária. Poderia ter tirado um dos três volantes do time, já que o meio foi o ponto fraco do Alvinegro: Arouca, mais à frente, não foi o elemento surpresa que costuma ser, Henrique foi nulo e Adriano... foi Adriano. Como os atleticanos não se portaram como o Cruzeiro, dando espaços para as subidas santistas, era mais interessante colocar alguém que soubesse tratar melhor a bola no meio para chegar com um mínimo de qualidade na frente.

Os laterais foram mal atacando e marcando. Galhardo passou boa parte do segundo semestre no departamento médico, até se justifica o desempenho, e Gérson Magrão, hoje meia, foi pífio pela canhota. Noves fora, sobrou Neymar. Que mesmo jogando abaixo do que pode, é quem busca o jogo. Nem sempre faz milagre, e poderia receber ajuda de vez em quando dos companheiros. Hoje, não foi o caso.

Compensa? - Outro dado que vale para a arbitragem em geral, não apenas para esse jogo, pôde ser verificado num lance com o garoto Victor Andrade. Ele sofreu falta do zagueiro Gustavo, que já tinha cartão amarelo. Carrinho, daquelas infrações bem doídas só de assistir. Mas o garoto, assim como Neymar, parece antever o lance e ameniza a brutalidade adversária. Ao invés de ficar no gramado para evidenciar a falta, se levantou rapidamente e perdeu a bola dois segundos depois. Não se sabe se o árbitro não viu a falta ou se deu a vantagem inexistente. O que se sabe é que levantar e buscar a bola não foi bom negócio para o jogador. Compensa esse procedimento com o nível de arbitragem que temos por aqui?

segunda-feira, novembro 05, 2012

Birebaixamento, dez anos depois

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- Você vai ver - ensaiou consolar o corintiano - O rebaixamento vai ser a melhor coisa que poderia acontecer para o Palmeiras... Vai se livrar de um bando de trastes da cartolagem.

É claro que o esboço de apoio moral veio depois de dez minutos de piadas sortidas, sobre o fim do Alviverde, sobre a ausente imponência de outrora, sobre finalidades alternativas da nova Arena Palestra Itália etc. Solidariedade de alvinegro paulistano numa hora dessas teria mesmo de ser farsa. Por nenhum outro motivo devolvi a solidariedade sem perder a ternura:

- Melhor coisa, só se for pra corintiano, são-paulino, santista, vascaíno. Pra palmeirense, a notícia é pior do que fim do mundo dos maias. Se fosse pra consertar aquela esbórnia, tinha resolvido há dez anos, na primeira queda, antes de o clube fazer 90 primaveras. Agora, dois carnavais antes de completar o primeiro século, é risco sério de viver o centenário na gloriosa segundona...

O diálogo terminou com um ou dois palavrões para amaldiçoar a situação. A conversa entre um sarrista e um desesperado aconteceu antes do empate em dois a dois entre Palmeiras e Botafogo, em Araraquara,no domingo, 4. O descenso está traçado há mais de dois meses, com as sucessivas falhas em inflar suspiros de esperança.

Sete pontos para baixo da linha da degola na tabela. A quatro rodadas do fim. Erros por falta de concentração e tranquilidade na tarefa de defender, e falta de pontaria e calma na hora de finalizar em gol. Esse roteiro, de desfecho triste, é conhecido.

Que é possível voltar em campo, em 2013, todos os que já caíram sabem. Em tese, o regulamento assim permite. Que é nada fácil, também é público e notório. Engana-se o torcedor que dá como certo o regresso, porque há um campeonato inteiro pela frente.

A foto é de 2010, depois da elminação da Sulamericana. A tristeza é atual (Ari Ferreira)
Com dois agravantes. Primeiro, o peso do repeteco, de duas quedas em duas décadas do milênio. Triste realidade para o campeão do século passado.

O segundo agravante liga-se à disputa da Taça Libertadores da América. Nenhuma crise existencial no fato de participar do continental e jogar a segundona do nacional. A dificuldade é de planejamento de contratações e organização do clima interno do clube. Fosse esta uma sociedade esportiva com histórico de gestão profissional, o receio poderia ficar escanteado. No cenário de priorizar a conquista da Copa do Brasil e perder o direito de manter-se na Série A, só pra citar o episódio mais recente,  vem um gosto amargo na boca que se confunde com a ressaca dos goles de ontem. Que perfil de elenco joga duas competições de clima e estilos tão dispares?

Resta a história e a paixão de torcedor para seguir firme, amarguras à parte. Tanto para acreditar em dias melhores sem Arnaldo Tirone no comando, sem Mustafá Contoursi interferindo, quanto para botar fé e torcer (e sofrer também) em qualquer divisão, campeonato ou condição.

Sobra um afônico porém sincero: Dá-lhe Porco.

domingo, novembro 04, 2012

Sob aplausos dos adversários, Neymar brilha e Santos goleia o Cruzeiro

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Reverência. O garoto com a camisa do Cruzeiro, que entrou em campo com o time da casa, corre para Neymar e pede seu autógrafo em uma camisa que estava por baixo do uniforme azul. Se a cena é simbólica, a tietagem infantil não é inédita. Antes de uma partida contra o Corinthians, neste ano, os guris também correram para afagar o Onze santista e o mesmo se deu em vários outros jogos.

Talvez os garotos, não tão contaminados pela rivalidade, vejam o futebol de forma diferente dos adultos. Os mais céticos dirão que se trata da influência da publicidade, o que de fato pode fazer diferença. Mas ontem, mesmo os adultos que eram fãs do time adversário aplaudiram Neymar, em um misto de reconhecimento mas também de protesto contra os comandados de Celso Roth.


O triplete de Neymar marcou a vitória santista. Deu mais uma assistência, uma bela jogada em que serviu Felipe Anderson. Seu segundo gol foi uma jogada que tem se tornado característica. Para diante do defensor e finaliza, colocado, aproveitando as pernas abertas do rival que esperam a movimentação do craque.

Foram apenas 14 partidas no Brasileiro, e 12 gols. Ironicamente, o jogador que o Santos faz esforço para manter no Brasil, jogou inúmeras partidas fora do país, em função da seleção brasileira. E ele segue fazendo marcas. Tornou-se o segundo maior goleador peixeiro em campeonatos brasileiros, atrás somente de Pelé. Soma com a camisa santista 122 gols e fez sua 29ª assistência em 2012, 17 pelo clube da Vila Belmiro.

Dava até pra falar da atuação do resto da equipe, de um André pouco móvel que só não deve perder a posição de titular para Miralles na próxima peleja porque o mesmo, depois de dar bela assistência para o último gol alvinegro, tomou o terceiro amarelo. Mas Neymar roubou a cena. Pra variar.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Em espetáculo bizonho, Santos empata com Náutico na Vila

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Além de ser excelente com a bola nos pés (ou na cabeça, na canela, no joelho...), Neymar também está um pouco acima da média quando concede uma entrevista pós-jogo. Aguenta inclusive várias perguntas pouco amistosas e a repetição ad nauseam da questão eterna sobre transferência para fora do Brasil. Se fosse certo candidato a prefeito, talvez mandasse o repórter perguntar para o árbitro, o Muricy, o Laor, o adversário, mas o garoto aprendeu a ter paciência. E a refletir diante dos microfones.

Ainda no gramado, depois do tenebroso embate entre Santos e Náutico na liberada Vila Belmiro, o atacante deu o diagnóstico da partida, pelo lado alvinegro. Sobre ter reclamado no primeiro tempo com os colegas de time, que não se mexiam para receber a bola, declarou: “Eu peço para os companheiros jogarem, não para ficarem olhando para minha cara esperando eu jogar. É só correr um pouco para confundir a zaga”.


Era o que o torcedor, na Vila diante da TV, queria que os santistas fizessem. Que se movimentassem um pouquinho só. Mas André, no meio dos zagueiros, lembrava os últimos dias de Ronaldo no Corinthians, ainda que a diferença de idade e de “integridade” física não justificasse a imobilidade do moleque. Patito até corria, mas não sabia pra onde, enquanto Felipe Anderson falhava sempre que se esperava algo dele, parece tremer diante da pressão da torcida, do técnico, dos colegas... Miralles, contundido, foi ausência sentida.

Só, somente só (Santosfc)
Um time lento, que viveu de lampejos de Neymar e, pasmem, de subidas do zagueiro Bruno Rodrigo ao ataque no tempo derradeiro, mais eficiente que seus parceiros de frente. Na primeira etapa, o Náutico conseguiu encaixar contra-ataques e, em uma jogada grotesca de Gerson Magrão (que estava cobrindo o lateral do outro lado, diga-se), teve um pênalti a seu favor. Talvez pelo ímpeto saltitante do arqueiro Rafael, o atacante Kieza conseguiu ser tão bizonho quanto o lance que originou a penalidade, mandando pra fora a bola. É, a partida não merecia um gol...

No segundo tempo, o Santos melhorou e os visitantes foram recuando e praticando o tradicional antijogo, tolerado pela arbitragem brasileira. Um, dois, três, quatro, cinco jogadores caíram no gramado no terço final do segundo tempo, nada que quase qualquer outra equipe daqui não fizesse em situação semelhante. O jogo teve 50 faltas e várias não marcadas, o que pode mostrar que o problema dos árbitros brasileiros talvez não seja o de “marcar qualquer faltinha”, mas sim de tolerar sequências de faltas, às vezes de um mesmo atleta, sem punição. Todos ficam à vontade para bater, de forma sutil ou de forma viril.

Jogo tétrico, o jeito para o santista é esperar 2013.

segunda-feira, outubro 22, 2012

E a taça já era do Flu...

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Teste de cardíaco assistir ao jogo entre o Galo e o Flu no domingo. O comentário desde o início era, se o Flu ganhar acabou o campeonato, se empatar já está praticamente com a mão na taça etc. A hipótese de o Galo vencer era longínqua...

No jogo, o que se vê é um quase campeão acuado, jogando com medo, retrancado, salvando-se pelo excelente goleiro e pelas traves benzidas sei lá quantas vezes...

No lance mais polêmico do jogo, Ronaldinho bate a falta e faz gol. Demorei bons minutos para entender por que, raios, o gol fora anulado. Com as justificativas televisivas fiquei mais atônito. Até então, nunca vira um gol desses ser anulado. Revi o lance várias vezes, confesso que não sou neutro, torço para o Galo, mas existe o empurra-empurra de toda a cobrança de falta, mas pelo que vi o Leonardo Silva não desloca o Thiago Neves nem o Fred, que sobem para tentar impedir a trajetória da bola, que passa pelo outro lado. Se querem marcar falta, reivindico que todos os agarrões e encontrões na área virem pênalti. Que todos veem e não marcam. Ou que anulem o gol do Flu contra o Vasco.

Acabado o chororô e com o 0 a 0 no primeiro tempo, pensei com meus botões, só falta agora o Flu fazer um gol no contra-ataque e ganhar a partida e o título. Começa o segundo tempo, mais bolas na trave e o temido gol tricolor. Pareceu  tudo acabado, a profecia se autocumpria.

Mas o time do galo deste ano tem mania de contrariar meus medos. Continuou jogando bem e virou a partida. Daí, viro para o lado e comento com minha companheira Simone, que sempre me dá sorte quando assiste aos jogos comigo: "só falta agora eles empatarem". Boca maldita a minha, em poucos minutos o Flu empata e praticamente acaba minha esperança.

Só que esse time tem a mania de me contrariar e me surpreender, vai lá e conquista uma vitória épica aos 47 minutos do segundo tempo. Como me surpreendera no jogo anterior contra o Santos, em que após os 2 a 0 no início da partida já imaginava a goleada que sofreríamos, não o empate heroico.

E assim ficamos a 6 pontos do líder Flu, a seis rodadas do final. Difícil, muito difícil, o título já é quase tricolor, mas quem sabe esse time me surpreenda mais uma vez. Só uma questão final, do que reclamavam os jogadores do Flu ao final da partida, quando cercaram o juiz? De não terem sido beneficiados novamente? Ouvi jogador reclamar que o tempo de 3 minutos de acréscimo fora demais... E depois dizem que é a gente que chora...

Uma última provocação. O Flu deve ser coroado o campeão mais medroso da história, com sua política de jogar mal, ganhar de 1 a zero e ser ajudado pela arbitragem em partidas consecutivas. Mas deve ser campeão mesmo assim...

domingo, outubro 14, 2012

O "peixe grande" Miralles marca dois e Santos supera o Vasco

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"O maior peixe do rio fica desse tamanho porque nunca é pego", diz uma mulher misteriosa a Edward Bloom, personagem de Ewan McGregor, quando ele se aventura a sair de sua cidade natal na fábula de Tim Burton Peixe Grande e suas histórias maravilhosas. A mensagem era de que, às vezes, você pode ser um peixe grande em um rio menor, mas ser grande em um maior, ou no oceano, exige muito mais destreza e perícia, além de outros tantos atributos como personalidade.

O generoso Miralles homenageia Felipe Anderson (Santos FC)
Ezequiel Miralles é argentino, mas só teve poucas chances em uma equipe grande de seu país, o Racing. Em passagem nada memorável, foi para o Everton, do Chile, e foi parar no Colo Colo, onde finalmente apareceu como um jogador capaz de decidir. Ídolo de um grande sul-americano, chamou a atenção de outros clubes e foi parar em outro grande do continente, o Grêmio. Durante um ano, não conseguiu fazer seu futebol fluir. Pediu para nadar em outras plagas, e foi atendido.

Chegou à Vila Belmiro, lugar por vezes milagrosos, onde se multiplicam meninos... e peixes. Finalmente conseguiu aquilo que os jogadores tantos pedem (embora alguns nem sempre mereçam), uma sequência de partidas. Contra o Vasco, hoje, o argentino fez sua terceira partida seguida como titular, feito obtido graças à ausência de Neymar. Contra o Botafogo, marcou um gol e, contra outro carioca na tarde deste domingo, fez dois.

Miralles fez um pouco antes dos dez da primeira etapa, após assistência de Rosimar Amancio, também conhecido como Bill, o que muitos de forma maldosa julgaram ser um milagre relacionado ao feriado religioso de sexta-feira. A etapa inicial do Santos foi muito boa e o Peixe poderia ter ido para o intervalo com uma vantagem ainda maior. Com dois laterais de ofício novamente no lugar de meias improvisados, houve triangulações dos dois lados do campo, com velocidade na saída de bola e objetividade ofensiva.

Logo no início da etapa final, vem o segundo gol. Felipe Anderson dá a assistência, Bill puxa a marcação e a bola chega limpa para Miralles, de primeira, finalizar como só um atacante com confiança faz. O dois a zero, na prática, determinou o fim do jogo, já que o Santos passa a segurar os laterais e o Vasco, mesmo com mudanças feitas por Marcelo Oliveira para levar o time adiante, tem a posse de bola, mas não chega lá. Os passes errados, em especial na hora da definição, predominam e a falta de assertividade do Vasco e a falta de capricho do Peixe na hora de chegar lá confirmaram a vitória dos donos da casa.

Com 41 pontos, o Santos está a onze da zona da Libertadores e catorze à frente da zona do rebaixamento, ou seja, deve permanecer na intermediária da tabela. Mas o fato de a equipe finalmente conseguir um relativo padrão de jogo, se livrando um pouco da dependência de Neymar, que disputou somente dez das 30 partidas do Peixe no Brasileirão (cadê a CBF para pagar parte do salário?), é animador. E o peixe argentino Miralles cresce, junto com “peixinhos” como Felipe Anderson. Mas o cardume precisa engrossar para 2013... 

quinta-feira, outubro 11, 2012

O fio de esperança do Palmeiras vai se desmanchando...

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O Palmeiras, mesmo tendo o mando de campo em Araraquara, foi superado pelo Coritiba e permaneceu com 26 pontos, a nove de sair da zona do rebaixamento. Já o Coxa chegou a 35 e ampliou a distância da área do medo depois do triunfo por 1 a 0.


Os dois times fizeram um primeiro tempo daqueles nem um pouco memoráveis. Nenhuma oportunidade de gol, com um resumo bem feito por Marcos Assunção na saída para o vestiário: as equipes estavam mais preocupadas em não tomar gols, além de existir um evidente nervosismo por parte do Palmeiras, que fazia dos passes um exercício de aleatoriedade.

Já no tempo final o Palmeiras começou assustando, e parecia que poderia ganhar. Mas os visitantes foram aproveitando aos poucos as brechas da defesa palmeirense, que aumentavam com o passar do tempo. Os palestrinos perderam o domínio, a pouca calma e a paciência. As entradas de Maikon Leite e Daniel Carvalho – este no lugar de Henrique – davam a medida do desespero. Se são esses que podem salvar a lavoura, melhor rezar.

O Coxa marcou, com Deivid, mas o auxiliar anulou o tento legítimo. E foi depois de uma falha de Corrêa que os paranaenses tiveram um pênalti a seu favor, feito por Maurício Ramos em Everton Ribeiro. Deivid, que atuou quase como um meia avançado fora da área na segunda etapa, marcou. O Palmeiras ainda chegou a ter uma chance em falta desperdiçada pelo eleito Messias Marcos Assunção. E acabou aí.

Para se ter uma ideia da situação do Palmeiras e também dos outros três times que estão na zona do rebaixamento, no Campeonato Brasileiro de 2011, após a 29ª rodada, o primeiro time fora do Z-4 era o Cruzeiro, com 31 pontos, um a menos que o Ceará, e um a mais que a equipe que abria a área do medo, o Atlético-MG. Hoje, o 17º, Sport, está a oito pontos de Bahia, Flamengo e Coritiba, que tem 35 pontos cada um.

Claro que a inspiração para quem está embaixo é o Fluminense de 2009. Na 29ª rodada, o time vencia o Santo André e chegava a 25 pontos, a sete do primeiro fora da zona do rebaixamento, o Botafogo. Depois disso, empatou duas vezes e engatou uma série de seis vitórias e um empate. Ainda há esperanças para quem está embaixo, mas quando o parâmetro é a exceção, e não a regra, tudo vira questão de fé.

sexta-feira, setembro 21, 2012

Palmeiras: três motivos para alento e para desespero

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O palmeirense precisa de alento. Mas tem motivos de sobra para o desespero. O Futepoca prefere, então, de forma democrática, oferecer tanto alguns fios de esperança aos alviverdes que compartilham a lanterna dos afogados na tabela quantos motivos para novas troças dos torcedores rivais.

Verde esperança em três tons

Exemplo do Fluminense de 2009
Foi há três anos. O Palmeiras era líder do campeonato, e o Fluminense vivia o drama das últimas posições. Em uma recuperação histórica e contrariando todos os prognósticos de bom senso, o Tricolor carioca escapou da degola em uma campanha de recuperação com 28 pontos somados em 13 jogos. O final feliz para os cariocas só aconteceu na última rodada, para desespero do então centenário Coritiba, que terminou rebaixado.

Quem diria que a previsão de fim do mundo em 2012 do 
calendário Maia aplicar-se-ia exclusivamente a palmeirenses. Na foto, a pirâmide Kukulkan

Basta ao time paulista, agora em 2012, somar 25 dos 39 pontos (64%) em disputa para o ano da conquista da Libertadores pelo Corinthians não se converter no pior ano da história da humanidade para os palestrinos. É desempenho de time campeão, que pode até não ser provável, mas não é impossível.

Catarinenses
Ainda em 2009, faltando as mesmas 13 rodadas para o final, o Fluminense tinha 18 pontos, dois a menos do que possui hoje o Alviverde outrora imponente. A "arrancada da virada" se iniciou contra uma equipe catarinense, a saber: o Avaí, por 3 a 2.

A próxima partida do Palmeiras acontece contra outro time barriga verde, desta vez o Figueirense. Vai que...

Primavera
O Flu chamou Cuca no início de setembro para comandar a recuperação. Igualmente, antes do início da primavera, dá-se a troca de comando no Palmeiras neste ano, com Gilson Kleina assumindo a direção (?) do time do banco de reservas. E a estação das flores pode ver o renascimento do futebol no Verdão neste ano.

Foto: mauroguanandi no Flickr 
Uma das poucas chances de ver Palmeiras bem na foto no ano

Tripé do desespero

Segundona na veia
Em 2005, o Santo André derrubou o próprio Palmeiras e o Flamengo na semi e na final da Copa do Brasil. Da Série B do Nacional, foi percorrer as Américas para participar da Libertadores. Fez papel coadjuvante, mas debutou na fórmula. Uma queda depois de garantida a vaga no torneio continental nem representaria, assim, feito inédito. Só seria uma reprise indigesta.

Maldição da semifinal da Copa do Brasil
Mais grave: desde 2004, entre os quatro semifinalistas da Copa do Brasil ou havia um representante da Segundona ou um dos quatro acabou caindo. Em 2012, só times da suposta elite, ou seja, a maldição do rebaixamento assombraria ao menos um dos quatro. A escrita não poderia ser riscada assim, sem mais nem menos. Qual uma maldição, recairá sobre o vencedor da competição o fardo de reequilibrar esse retrospecto?

Semifinalistas rebaixados
Ceará e Avaí – 2011
Vitória – 2010
Coritiba – 2009
Semifinalistas que não estavam na Série A
Corinthians - 2008
Brasiliense – 2007
Ipatinga – 2006
Paulista e Ceará – 2005
Santo André, XV de Novembro, Vitória (rebaixado) – 2004
Brasiliense – 2002

Retrospecto de Série B
Na Copa do Brasil, foram disputados 11 jogos. Se fosse no Brasileirão, valeriam 33 pontos. Desses, apenas quatro foram contra adversários da Série A. Para conquistar o título, foi preciso bem menos esforço de elite do que para se manter na primeira divisão do Brasileirão. Acreditar que um time manco poderia se dar bem em uma competição de pontos corridos é motivo de alegria para os adversários.

Por um triz

Pontuação de quem escapou da degola na era dos pontos corridos

Ano Pontos Time Aproveitamento
2011 43 Cruzeiro 37,7%
2010 42 Atlético-GO 36,8%
2009 46 Fluminense 40,4%
2008 44 Náutico 38,6%
2007 45 Goiás 39,7%
2006 44 Palmeiras 38,6%
2005 51 Ponte Preta 40,4%
2004 51 Botafogo 37,0%
2003 49 Paysandu 35,5%

* Até 2004, eram 24 clubes, o que correspondia a quatro jogos a mais. Em 2005, foram 22 participantes. Em 2003, foram dois rebaixados apenas.

domingo, setembro 16, 2012

Coritiba 1 X 2 Neymar

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Meu pai tem birra da imprensa esportiva paulistana porque acha que, desde os anos 1950, ela menospreza o Santos por não ser da capital. De acordo com seo Orlando, uma das coisas que mais lhe irritava em tempos idos era quando o Peixe vencia alguém de forma inapelável e os jornais paulistanos estampavam: Pelé 5, 6, 7 ou 8 X tal time zero. Não que o Rei do futebol tivesse marcado todos os gols, mas tudo se resumia à atuação do Dez alvinegro.

É óbvio que, muitas vezes, o Rei monopolizava a atenção e talvez até justificasse uma ou outra manchete. Mas ele, quase sempre, na Vila Belmiro, contou com companheiros preciosos, talentosos, dos maiores que o futebol pôs os olhos. Não fosse entrar em uma equipe campeão e já entrosada, talvez não chegasse à Copa de 1958 e sabe-se lá o que seria da seleção. Mas o destino foi bom com ele, com o Santos e com o Brasil, e o resto da história todo mundo sabe.

Toda essa introdução é para justificar o título acima. Neymar não conta hoje, em seu clube, com companheiros próximos ao seu talento. Digo “próximos” porque, à altura, nem na seleção ele tem. Tem a seu lado um André que parece pesado, um Patito Rodríguez, habilidoso mas ainda perdido em boa parte do tempo; Gerson Magrão, talvez o mais lúcido na meia, mas... é Gerson Magrão. E Juan, no seu lado canhoto, o predileto, que também dispensa comentários. 

É o salvador em uma época de transição na qual o time do Santos busca uma nova cara, com a saída de diversos jogadores como Elano, Borges, Alan Kardec, Ibson (tá, esse não faz grande falta), e, fatalmente, o volúvel e inconstante Ganso. Ainda não conta com o calejado Léo na maior parte do tempo, tampouco com o contundido – e vital – para a defesa, Edu Dracena, além de outros no departamento médico. O Alvinegro não consegue repetir a mesma formação (hoje não contou com um recém-contundido Adriano, além de Felipe Anderson e Durval). Sem um conjunto formado para ajudar, Neymar carrega a responsabilidade, mas não é fácil seu jogo encaixar.

Mais um gol de placa para a coleção de Neymar
Na primeira etapa isso ficou patente. Pra variar, o Santos tomou um tento dentro dos 15 primeiros minutos. Também nada incomum, tomou um gol de um ex-jogador, Deivid. O Coritiba marcava bem, atacava pelos lados e levava perigo nas bolas aéreas, ponto fraquíssimo dos zagueiros que estavam em campo, principalmente de Bruno Rodrigo. Já no segundo tempo, o posicionamento nas ditas bolas paradas foi bem melhor, e o Coritiba pouco ameaçou o Santos, que muitas vezes oferecia o campo para o contragolpe dos donos da casa.

Mas os peixeiros também não chegavam. Desde o primeiro tempo, os torcedores xingavam Neymar. Quando as ofensas subiram o volume, o atacante quase marcou de cabeça na primeira etapa. E quase desapareceu depois. No entanto, Muricy teve um ímpeto ofensivo e trocou Ewerthon Páscoa por Bernardo. Patito recuou mais para vir de trás, e o Peixe começou a ganhar terreno. Começava a se desenhar um cenário mais favorável à atuação de Neymar.

E, aos 26, veio o encanto. Neymar passou por cinco rivais (ou seis, conforme a conta), incluindo o arqueiro rival. Contou com a sorte, como todo craque, e fez um gol de placa. Um tento genial. E a virada chegou depois de uma finalização de Patito Rodríguez, que sobrou para Neymar complementar com a tranquilidade dos que sabem do que a bola gosta. Infelizmente, por conta de uma suposta provocação à torcida adversária que o xingou quase o tempo todo, tomou o terceiro amarelo e não pega a Portuguesa. Azar do Santos e de quem gosta de futebol. 


Números de Neymar

Com Neymar em campo, o Peixe tem um aproveitamento de líder: 20 de 26 pontos disputados, ou 76,9%. Fluminense e Atlético-MG tem menos de 71%. Mais um motivo para o torcedor não simpatizar nem um pouco com Mano Menezes e a sua seleção brasileira. O garoto chega a oito gols em nove partidas no Brasileiro (sim, ele não participou de mais de 60% dos jogos do Santos, boa parte deles em função do Brasil, e não é a CBF que paga o seu salário). Neste ano, em 52 partidas, fez 44 gols, sendo que, pelo Santos, foram 38 jogos e 36 tentos. Sua impressionante performance soma ainda 27 assistências no ano, 17 pelo Alvinegro e dez pela seleção. É top 5 de qualquer lista de artilheiro ou meia que dá passe para gol.

E ainda tem quem duvide do garoto.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Em dois minutos, Santos bate o Flamengo em noite de futebol fraco

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Santos e Flamengo, na Vila Belmiro, remete obviamente ao jogaço do ano passado, o melhor de 2012. Mas, dadas as situações das duas equipes no Brasileirão, que tinham as duas piores campanhas do segundo turno, não sugeria uma grande partida. Bingo. O jogo foi pavoroso na maior parte do tempo. Mais uma vez, um show de passes errados: 38 do Santos e fantásticos 54 do Flamengo, 92 ao todo.

Meninos salvam a noite do Santos
A partida foi equilibrada, com oportunidades para as duas equipes, apesar do péssimo futebol. O Rubro-negro de Dorival vinha com quase meio time de garotos, e os donos da casa com alguns jovens, muitos deles carregadores de bola corredores. Sem Gérson Magrão, suspenso, não havia na meia um atleta para pensar ou cadenciar um pouco o ritmo. Felipe Anderson, Pato Rodríguez e, quando subia, Arouca, carregavam e buscavam imprimir velocidade, mas pecavam no passe. André, pouco móvel, também. Talvez por conta das companhias pouco inspiradas, Neymar tentou quase durante toda a primeira etapa resolver sozinho. Sem sucesso.

No tempo final, os times vieram mais acertados na marcação. O Peixe dominou territorialmente, mas o Flamengo conseguiu controlar o ímpeto santista e chegou perto em contra-ataques. Em especial, aos 39, quando Vagner Love se aproveitou da falha de Léo e saiu na cara de Rafael, mas finalizou na trave. Àquela altura, Felipe Anderson, vaiado, e Pato Rodríguez tinham saído para as entradas de Bernardo e João Pedro. O Alvinegro tentava fazer a bola correr, e não correr com a bola.


Mas a troca que decidiu o jogo foi André por Victor Andrade. Bruno Peres deu um belo passe e o menino de 16 anos finalizou com classe, fazendo o gol que tirava o Peixe do sufoco. Vibrou, sacou a camisa, tomou amarelo, mas não estava nem aí. O torcedor, também não. E, no minuto seguinte, novamente Bruno Peres roubou uma bola no meio e tocou para Neymar, no mesmo lado esquerdo da defesa flamenguista, marcar um golaço.

Embora Victor Andrade tenha sido o nome do jogo, o lateral Bruno Peres, apagado ofensivamente durante parte dos 90 minutos, foi crucial Mesmo jogando mal, o Santos conseguiu uma vitória fundamental, para fugir da turma de baixo e se aproximar de novo do meio da tabela. Já o Flamengo segue em má fase e, embora esteja a quatro pontos da zona perigosa, o rebaixamento já começa a assombrar.


domingo, setembro 09, 2012

San-São: um castigo para quem assistiu

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As duas formações dos times que disputavam o clássico paulista da rodada não inspiravam muita coisa. O São Paulo não contava com Lucas, na seleção, assim como os donos da casa não tinham Neymar e Arouca, também com Mano Menezes. O Alvinegro não contava ainda com Ganso, Bruno Rodrigo (substituto de Dracena, que só volta em 2013), Juan e outros inúmeros reservas. Não, não seria um grande jogo, ainda mais com a postura dos dois treinadores.


Em relação à partida com o Fluminense, Muricy colocou Pato Rodríguez no lugar de Bill, e manteve dois volantes quase zagueiros, Adriano e Everton Páscoa. Ney Franco optou pela formação com três defensores de fato, com a entrada de Paulo Miranda.

O resultado: uma série de passes errados, principalmente no primeiro tempo, por conta das opções dos técnicos (sendo que as do santista eram mais limitadas) e também pelo modo dos times atuarem. No Santos, no primeiro tempo, os lances ofensivos estavam sob responsabilidade de três “corredores”: Pato Rodríguez, que jogou mais próximo de André; Felipe Anderson, perdido na marcação são-paulina, e Bruno Peres, o ala-lateral que ia à frente, falhando atrás muitas vezes. Atletas que carregam a bola sugerem que os de trás tenham que dar passes longos e, além disso, jogador que aposta uma, duas, três vezes uma corrida, sem se importar em passar a bola, na quarta tentativa não vai contar com a aproximação de um companheiro. Qualquer peladeiro sabe disso, mas tem muito atleta profissional não tem essa consciência.

 

Assim, os passes à distância faziam ambas as equipes errarem demais. O Santos, tentando lançar um velocista/driblador; o São Paulo, buscando a inspiração de uma bola enfiada para Luis Fabiano. Assim, algumas oportunidades surgiram de parte a parte, mas nada que empolgasse. As duas equipes jogavam com seu meio de campo distante do ataque ou da defesa, sem qualquer compactação. Muricy ainda pode justificar tal postura pelo fato de não poder escalar o mesmo time duas vezes seguidas, e Ney Franco pode dizer que chegou há pouco tempo, está testando alternativas etc e tal. Difícil é o torcedor aturar uma partida com tão poucas oportunidades de gol de lado a lado, um clássico quase vazio de sentido. De emoções também, com a anuência da CBF, que esvaziou o San-São em função de um amistoso portentoso com a perigosa China.

Jogo besta, com um zero a zero sendo final justo. Fica até difícil escrever.

domingo, agosto 26, 2012

Corinthians 1 X 2 São Paulo - Para “elevar o moral”, ainda que só por enquanto

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POR MORITI NETO



Que o time do São Paulo é instável e faz uma temporada apenas mediana, é dispensável comentar, por tão óbvio. Ao torcedor tricolor que, neste ano, viu os principais rivais campeões e já é chamado de “quarta força” no atual contexto do futebol paulista, um post menos sisudo cai bem após a grande vitória contra o Corinthians, ontem, no Pacaembu.
Fabuloso conhece... (Por Rubens Chiri/saopaulofc.net)
Primeiro: ganhar do maior rival é sempre delicioso. Segundo, porque foi de virada. Terceiro: a quebra do “tabu” de seis derrotas seguidas no estádio Paulo Machado de Carvalho. Quarto, a vitória veio num belíssimo jogo em que, aliás, o cenário começou bastante desfavorável aos visitantes, causado pela forte pressão desde os primeiros toques na bola por parte dos donos da casa.

De cara, o Corinthians procurou impor o estilo característico de marcar no campo adversário e tomar a redonda perto do gol. Deu certo. Nos primeiros 15 minutos, o Tricolor não conseguia jogar, nem mesmo articular um contra-ataque. O abafa enervava os são-paulinos, que não sabiam como e com quem sair da defesa. Nesse ritmo, aos cinco minutos, Paulinho, num cochilo de Paulo Assunção, desarmou saída de jogo. Rápido, o volante corintiano invadiu a área. De frente para Rogério Ceni, passou para Emerson Sheik bater de perna direita e fazer 1 x 0.
A ducha gelada provocada pelo gol no início, o palco do Pacaembu, a falha individual e o estado aparentemente grogue do time, remetiam o são-paulino ao histórico recente de contundentes derrotas para o adversário. O momento frágil de um clube e o de conquistas de outro davam a impressão de leveza nas camisas alvinegras e de peso nas tricolores.
              

Contudo, o futebol também existe para ceder espaços a reviravoltas. Principalmente, quando o ídolo joga o que sabe e consegue se equilibrar em momentos decisivos. E, na peleja de ontem, era um jogador que retornava aos gramados – após outra entre tantas contusões – quem inverteria a lógica reinante nas mesas de bar.

Luis Fabiano jogou demais. Aos 24, recebeu de Lucas, que vinha em bela arrancada. No canto direito do ótimo goleiro Cássio, cruzou o disparo rasteiro para empatar. O gol, na verdade, fez muito mais do que igualar o placar, reanimou os são-paulinos e retirou o ímpeto dos corintianos. Graças a ele, o desenho do segundo tempo seria outro.
Na etapa final, a posse de bola inverteu-se. Denílson batia com Paulinho e anulava as subidas do ótimo volante adversário, tantas vezes escoadouro nas ações ofensivas do Corinthians. Ney Franco, que havia invertido os laterais no primeiro tempo, puxando Douglas para a direita e Paulo Miranda à esquerda, perdendo a saída de bola nesse lado, mas fortalecendo a marcação, tinha participação importante no confronto.

O ritmo alvinegro caía. E os méritos eram tricolores. Assim, foram necessários 16 minutos para que a virada ocorresse. Jadson deu ótimo passe. O Fabuloso arrancou, deu meia-lua em Cássio e rolou até as redes. Golaço. Comemoração intensa do atacante, que batia no peito e parecia querer dizer da importância que tem no clube.
São 22 gols em 27 jogos na temporada. Artilheiro, inclusive entre os que lideram a lista de goleadores do Brasileiro. Precisa é manter o equilíbrio, indispensável não só no aspecto disciplinar, mas também para ser decisivo.

Final de jogo, fim de primeiro turno no Campeonato Brasileiro. O São Paulo consegue passar da casa dos 30 pontos (está com 31) e virar ao returno entre os cinco primeiros da tabela. Não é ruim para um time que perdeu três seguidas não faz muito tempo, com direito a vexames, como os 3 x 0 contra o Náutico.
Não dá para fazer planos. O Tricolor é imprevisível ainda. Necessita, antes de tudo, priorizar jogar bem, encontrar um jeito convincente e regular de atuar. Com elenco completo, pode funcionar. Por enquanto, saboreemos o prazer de vencer de virada, com quebra de tabu e meia-lua, o rival. Carência? Pode até ser, mas que é bom para “elevar o moral”, isso é.

sábado, agosto 25, 2012

Santos bate Palmeiras de virada com dois de Neymar

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Antes da partida, quase toda a mídia esportiva lembrava que o Santos, recentemente, tem levado a pior contra o Palmeiras, mesmo em ocasiões nas quais tinha time superior (o que é verdade). E também destacando que Neymar tinha, até a partida, 29% de aproveitamento contra o Alviverde. Esta, a propósito, era uma das três matérias negativas em relação a Neymar no portal Uol, nenhuma delas original. As outras duas diziam respeito a uma reportagem curiosa da Forbes sobre possíveis gastos excessivos do atacante (ah, como ele tem pais em todo o mundo) e outra comentando a respeito de um colunista do Ole que disse que o atacante praticava “futebol foca”, tal qual Cristiano Ronaldo. Realmente, está faltando pauta.

Sempre ele. (Santosfc)
Talvez por conta desse seu histórico contra o Palmeiras, o atacante foi individualista em excesso na primeira etapa, buscando resolver por conta própria quando nem sempre era a melhor opção. Com os donos da casa procurando mais o gol (ainda que sem criar muita coisa, exceção de um lance de Barcos, que tentou uma assistência para Mazinho), o Alvinegro não conseguia levar perigo nos contra-ataques, a exceção foi uma jogada do Onze santista, aos 29 minutos. Uma partida truncada, pegada e, nesse cenário, foi o Palmeiras quem marcou aos 41, uma grande finalização fora da área de Côrrea, que ainda tocou no gramado e ganhou velocidade antes de entrar.

No entanto, ainda no primeiro tempo, Ganso, que pouco fazia àquela altura, sofreu uma falta desnecessária de Valdívia que voltou pra mostrar “vontade”, ao marcar na intermediária. Neymar cobrou a falta que vale o adjetivo dos locutores de rádio de outrora: magistral, sem chances para Bruno.

Na segunda etapa, o Santos voltou tocando mais a bola, marcando melhor no meio de campo e não deixando o Palmeiras fazer a pressão que tentou no tempo inicial. Mais uma vez coube ao Onze peixeiro “achar” uma finalização no canto direito do arqueiro rival. A partir dali, deu pra perceber o quanto a situação palmeirense na tabela pesa. Jogadores errando passes fáceis, nervosismo e poucas chances efetivas de gol. As duas principais foram com Barcos. O avante desperdiçou diante de Rafael e, mais tarde, cabeceou certo mas esbarrou em uma defesa incrível do arqueiro santista.

Essa última finalização de Barcos, aliás, veio depois de uma oportunidade espetacularmente perdida por Ganso que, à frente do goleiro, preferiu dar o passe – errado – para o lado. Mas o meia, ainda santista, merece um capítulo à parte aqui.

O Santos consegue assim sua terceira vitória seguida, sendo duas em clássicos, e termina o primeiro turno em uma posição menos vexatória do que se ensaiava. Dos últimos quinze pontos, foram treze ganhos, e o sonho da Libertadores ainda está vivo, ainda que o caminho seja árduo e Neymar vá desfalcar o time em algumas ocasiões por conta da seleção.



Caso Ganso

Neymar tem muitos “pais”. É gente querendo dar lição de ética, moral, educação cívica, educação financeira, cortesia, relação com a mídia, gerenciamento de carreira, de como influenciar pessoas etc e tal. Mas Paulo Henrique Ganso, um jogador que pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu, não conta com tanta gente na mídia e na imprensa esportiva, especificamente, lhe dando conselhos ou ensinando como proceder. Talvez porque alguns – ou muitos – joguem com a confusão e queiram mesmo que o jogador saia da Vila, ainda mais se for para times bem quistos pelos media, como um que “comprou” o meia no ano passado ou o outro que tenta levá-lo hoje.

Que pena, Ganso... (Ricardo Saibun / Santosfc.com.br)
Claro que veículos de comunicação são atores desse enredo, não os principais responsáveis pela situação do meia hoje. Estes são o próprio jogador e seu estafe, além da diretoria do Santos. Se a Forbes se preocupasse com a situação financeira de Ganso, e não de Neymar, veria que o meia perdeu alguns milhões ao não aceitar uma das propostas de contrato do clube, lá atrás. Talvez porque, autossuficiente, o jogador confiasse que iria receber uma proposta milionária pelo seu futebol. Todas as três propostas recebidas até agora (Porto, Inter e São Paulo) não são o que se pode esperar para um atleta que fez outrora atuações dignas de gala. Mas que muitos enxergam serem coisa do passado.

Uma rotina de contusões, operações e uma extrema instabilidade fora de campo fazem de Ganso uma incógnita no futuro. E o cenário de leva-e-traz que o envolve irritou Muricy Ramalho, que o protege em entrevistas mas que na coletiva pós-jogo de hoje espetou o colega de profissão e técnico do São Paulo, Ney Franco, ao afirmar que não sabia se poderia escalar o meia hoje, já que o “cara lá até escalou ele”. O fato é que a diretoria do Santos se vê acuada não só pela movimentação da DIS, que detém 55% dos direitos econômicos do atleta, mas também por clubes rivais e pela própria imprensa, que martelou durante toda a semana que a transação envolvendo Ganso estava concretizada e que era possível até mesmo ele atuar no clássico de domingo. Só esqueceram de “combinar com os russos”, no caso, o contratante Santos. 
 
Se Ganso sair pelo valor da multa, será ótimo para o clube, mas é pouco provável que isso aconteça sem seus investidores colocarem a mão no bolso, coisa que aparentemente eles não farão, a despeito de todo apreço que tentam passar ter pelo atleta. E, caso não seja negociado agora, a vida seguirá e o meia vai ter que lutar para recuperar o espaço nobre perdido na seleção, no coração dos santistas e na mente de quem gosta de futebol bem jogado.

domingo, agosto 19, 2012

Santos 3 X 2 Corinthians - para refrescar a memória do Fenômeno

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Esse aí era o tuíte do ex-atacante do Corinthians entre 2009 e 2011 após o clássico em que o Santos venceu o Corinthians na Vila Belmiro, hoje. Procurei, mas não achei nenhuma reclamação do empresário em duas partidas de 2010 envolvendo as duas equipes, a não ser o queixume em relação a uma peleja do campeonato paulista, quando reclamou que alguns meninos santistas estariam “fazendo gracinha”. Hoje, ele ganha dinheiro com a imagem de um desses meninos e talvez pudesse até ganhar mais alguma coisa, caso a transferência do garoto para o Real Madrid tivesse dado certo.

Mas as duas partidas das quais Ronaldo não reclamou naquele ano foram um Corinthians 4 X 2 Santos, no Pacaembu, e um Santos 2 X 3 Corinthians, na Vila. Na primeira, Marquinhos fez o tento que seria o de empate para o time praiano (aqui e aqui). Já no segundo jogo, um impedido Danilo fez o passe para Paulo André marcar o gol da vitória corintiana (aqui e aqui). Também não lembro de nenhum repórter se portar indignado “exigindo” atitudes do treinador da equipe prejudicada, como vi hoje com um sentimento de vergonha alheia na coletiva dada por Tite.

Erros acontecem, é justo o prejudicado se mostrar indignado. Mas parte da mídia esportiva e do meio futebolístico levam a coisa ao limite tão desnecessário quanto o empurrão de Guilherme em Neymar no final do jogo. Mais “equilibridade”, Tite.

*************

A partida em si foi um jogo movimentado, rápido, que mostrou coisas novas e nem tanto. Em relação ao Corinthians, uma equipe concentrada, que no início dos dois tempos marca no campo adversário e depois joga no erro do rival. Forte nas bolas paradas à frente, já o Santos pena no mesmo tipo de lance atrás, o que não é novidade. Novo é o time da capital tomar gol desse jeito, assim como o Peixe fazer. 

Meninos curtem a casa (Ricardo Saibun/Santosfc.com.br)
Também é nova a movimentação santista no ataque, com Patito Rodriguez no lugar de Henrique e Adriano assumindo uma função praticamente de terceiro zagueiro. Embora na etapa inicial isso tenha criado um buraco no meio de campo no qual o Timão deitou e rolou, no segundo, a equipe foi um pouco mais compacta, dificultando as ações adversárias, com Ganso voltando mais e particpando mais da partida, o que fez pouco na etapa inicial.

Pelo lado peixeiro, bela atuação do goleiro Rafael, que foi bem em duas finalizações de Romarinho, e de Neymar, que fez uma senhora jogada no primeiro gol do Santos, deu assistências e cobrou o escanteio do gol da vitória de Bruno Rodrigo. André já se mostra à vontade na casa que foi sempre sua e Patito cai nas graças da torcida pelo estilo impetuoso de atuar, sem tremer em seu clássico de estreia. Bons augúrios pelos lados da Baixada.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Santos vence a primeira fora de casa. Milagre de São Neymar

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Logo depois de disputar o amistoso pela seleção brasileira contra a Suécia (valeu, Mano), o atacante Neymar retornou, de jatinho fretado, para o Brasil. Após 14 horas de viagem, chegou às dez, pela manhã, desta quinta. Querendo jogar. A decisão de entrar em campo hoje foi do craque alvinegro, segundo a diretoria do Santos. O atleta e seus patrocinadores, não o clube, bancaram sua viagem de volta.

Sou contra um jogador atuar com tão pouco tempo de descanso. Mas parece que o menino queria esquecer as Olimpíadas, chegar logo no lugar em que se sente à vontade. Sua “casa móvel”. Ver seus amigos, reencontrar André, o filho pródigo. E quem não gosta de chegar em casa depois de uma situação estressante? E há quem julgue e condene o garoto até por gostar do seu lar.

Perdeu um gol incrível, aos 29 da primeira etapa. Pensei: “tá vendo, não é pra ele estar jogando, nem deu pra se adaptar ao fuso horário”. Logo depois, o volante Túlio, notório carniceiro, deu um carrinho sem bola no Onze. Cartão vermelho que equilibrou o jogo, pois o lateral Juan tinha sido expulso aos 9, depois de uma falha coletiva impressionante do Santos na qual o atleta (desta vez) foi dos que teve menos culpa. De resto, Rafael, na sua reestreia após a contusão da seleção brasileira (valeu, Mano), fez pelo menos duas defesas importantes.

Na etapa final, o gol do Figueirense parecia querer confirmar o medonho retrospecto peixeiro fora de casa, aos 3 minutos. No entanto, Neymar, em jogada rápida e depois de passar por dois marcadores, fez o primeiro tento do Santos no Brasileirão fora de casa. Sua rapidez daria o ar da graça em outras jogadas e a defesa do Figueirense foi sendo minada até ruir em jogada individual de Bruno Peres. A defesa catarinense se preocupou com Ganso e Mirales, enquanto o lateral marcou o gol (requintado) da virada.
Boas recordações para o santista. Farão igual? (Twitter)

E Ganso, apagado na partida, também fez o seu depois de fazer um belo passe para o santo Neymar, que devolveu com sobras o presente para o meia alvinegro. Rafael chegou a evitar um segundo gol dos donos da casa, mas o Peixe, agudo, também foi algumas vezes à frente ameaçando a meta do Figueirense. 

Depois do apito final, o torcedor teve esperanças de, talvez, chegar a uma Libertadores em 2013. Com Neymar jogando livre e não confinado a um quinhão do gramado (viu, Mano?) o Santos é uma outra equipe, mas as novas peças da equipe podem permitir a Muricy fazer uma equipe que jogue um pouco mais bonito do que as formações que vinham atuando ao longo do Brasileiro.

Ney Franco, crise no São Paulo e mensalão

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Da série "Oi? Acuma?":

"[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém. Estamos todos os dias no CT, tentando fazer ajustes no time, e podemos sair na rua de cabeça erguida"
(Ney Franco, técnico do São Paulo, a respeito da má fase e da derrota do Tricolor para o Náutico por 3 a 0. Será que a crise no Morumbi e o gol contra do Rogério Ceni também são culpa do Lula?)

quinta-feira, agosto 09, 2012

Santos bate Cruzeiro em jogo de "primeiros gols"

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Comemora, garoto (Santos FC)
Aos 44 minutos do primeiro tempo, uma bola vem da intermediária do Santos e para em Victor Andrade. O moleque, 16 anos, domina. Sandro Silva, volante do Cruzeiro, dá um passo para trás e guarda posição. O garoto põe a bola de lado e só não vai adiante porque toma a falta do marcador. Mas o importante, naquele momento, é que o rival não deu ou tentou dar o bote porque temeu o garoto. Temeu não, respeitou.

Pra quem não sabe, futebol tem disso, qualquer peladeiro é testemunha. Mas não é só a técnica e a habilidade de um adversário que invocam o respeito de um marcador. É a personalidade, a confiança que demonstra. Victor Andrade tem entrado nas partidas, oscila, às vezes hesita, mas quem não hesita aos 16 (e muito depois dos 16)? A labuta constante que faz o atleta, e o primeiro gol do menino como profissional, comemorado junto ao treinador e aos parceiros da equipe, refletiu no seu peito estufado. Não que tenha feito uma grande partida, mas ganhou moral e, no momento do Santos, isso é importante para ele e para o clube.

O tento do jovem veio num momento difícil para a equipe da Vila no jogo. Saiu na frente com Felipe Anderson, em bela finalização. Aliás, ele joga muito melhor quando não fica confinado em uma ponta do ataque, com Bill saindo mais para o lado e abrindo espaços, seu futebol ganha outra cor. Mas o volante Adriano fez uma falta absolutamente desnecessária em Montillo. Quer dizer, o lance poderia até ser de perigo, mas foi gerado pelo próprio jogador, que deu as costas para o meia-atacante. Erro primário que, aliás, Adriano já tinha cometido pelo menos três vezes na peleja contra o Atlético-MG. Há quem seja fãzaço do jogador, mas, pra mim, vale uma lei básica de boteco: jogador bom, mas não esforçado, resolve às vezes; jogador bom e esforçado resolve muitas vezes; jogador só esforçado resolve quase nunca e, às vezes, facilita para o adversário. O atleta pode ser útil – e é – em dados contextos. Mas isso é sinal de que é necessário um volante melhor...

Digressão feita, da falta se originou o gol, e a culpa não é só de Adriano, claro. Nenhuma defesa que se digne deixa Borges sozinho na área, mas a dupla de Brunos, Rodrigo e Peres, achou por bem (mal) deixar. Sorte que Victor Andrade salvou o primeiro tempo, depois de assistência do também jovem Leandrinho, volante de 18 anos que fez sua estreia na triste partida contra o Náutico. 

No entanto, o Cruzeiro empatou logo no começo do segundo tempo. Uma sina do Alvinegro, tomar gols de ex-atletas seus. Além de Borges, o lateral Ceará marcou de falta. Sabe-se lá se com ou sem intenção, mas a rede não pergunta isso, e o gol foi bonito. O Santos não tardou a reagir e, também depois de cobrança de falta, de Felipe Anderson, marcou com o zagueiro Durval, após uma sequência de fliperama na área.

Os mineiros continuaram desorganizados e nem os lampejos de Monitllo, que salvaram os azuis na primeira etapa, apareceram no segundo tempo. O Alvinegro marcou em uma trama veloz no ataque, tão rápida que enganou o auxiliar que não viu o impedimento sutil de Bruno Peres. O lateral avançou e cruzou para Bill fazer seu primeiro gol pelo Santos. Merecido, já que o atacante se movimentou, prendeu a bola, fez a parede e cumpriu um papel tático importante.

Também é preciso destacar a atuação de Arouca, que retornou depois de suspensão, marcou, foi bem ao ataque, com velocidade na hora que pode e cadenciando quando era preciso. Foi quem passou a segurança que alguns moleques do time ainda não têm.

Assim, o clube que fez mais gols nesse planeta saiu da vexatória condição de pior ataque do Brasileirão, legando a (des) honraria para Bahia e Portuguesa. Mas, com os jogadores à disposição, vale o lugar comum: um jogo de cada vez.

domingo, agosto 05, 2012

Santos vergonhoso perde para o Náutico por 3 a 0. Escolha seu culpado

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E o Santos perdeu mais uma, agora para o Náutico, fora de casa, por 3 a 0. O time tinha dez desfalques, mas o campeonato é longo e se tem uma equipe que sabe desde sempre que vai ter desfalques é o Alvinegro, por conta da seleção. Todos vão jogar vez ou outra com desfalques, o campeonato é longo...
Muita gente está no departamento médico. Bom, então é o caso de se analisar o que está errado? É só azar? Foram contratados atletas sem condições? Tem algo errado na preparação física? É hora de responder a essas perguntas agora e tentar corrigir os erros, antes que o campeonato acabe.
Nessa hora, surge todo tipo de acusação, é o tal do ditado da casa que falta pão. Quem tem saudades do Marcelo Teixeira, berra a plenos pulmões contra Laor. A diretoria deve ser criticada, e muito, mas não esqueço dos vexatórios anos de 2008 (quando o Santos foi quase rebaixado no Brasileiro pela primeira vez) e de 2009, quando, mesmo com Luxemburgo ganhando um dos maiores salários do país, não pegou sequer a Sul-americana. Além da ”herança maldita” da DIS, cujos efeitos vivemos na pessoa de Paulo Henrique Ganso até hoje.
Também tem quem não goste de Muricy e aproveite o momento. Não sou muito fã dele, mas pelamordedeus, é só olhar os jogadores que o treinador tem à disposição para ver a tristeza. Entre moleques e refugos, o mais “titular” do time que entrou em campo hoje é um jogador que falhou clamorosamente contra o Barcelona na final do Mundial e teve períodos pavorosos no Santos, o zagueiro Durval. Do resto, só Aranha se salva.
Em resumo, não tenho saudades do Teixeira, e não tem técnico melhor que o Muricy disponível (de novo, recorro à memória: Marcelo Martelotte, Adilson Batista, Luxemburgo, Vagner Mancini, Márcio Fernandes...). E o time que tem, por enquanto, é esse aí. Simples assim, na minha opinião. De resto, é evitar o pior, que todos sabem o que é...
Em homenagem ao momento, Demônios da Garoa cantam abaixo Time Perna de Pau.