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domingo, março 31, 2013

Fora de casa, mas com apoio da torcida, Santos bate Oeste e Neymar desencanta

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Neymar, bem no jogo (Santosfc.com.br)
Esse post bem que poderia ser a continuação de um anterior em um quesito: a diferença que pode fazer o apoio ou não de uma torcida para o desempenho de uma equipe. Enquanto o Santos foi vaiado no empate com o Mogi Mirim na Vila Belmiro, a torcida que esteve presente no Alfredo de Castilho, em Bauru, na partida contra o Oeste (o clube de Itápolis preferiu mandar a partida em outra cidade por conta das condições de seu estádio e também da renda) apoiou a equipe e soube reconhecer o empenho dos jogadores, mesmo eles não indo tão bem em boa parte da peleja.

E quem sabe não tenha sido essa atitude dos torcedores que tenha ajudado Neymar não só a jogar bem e ser determinante para a vitória contra o Oeste, mas também a marcar depois de seis jogos sem ir às redes. O atacante contou com assistência precisa de Montillo, que fez boa jogada pela esquerda e passou para que o garoto, mesmo escorregando, contasse com a sorte para acertar o ângulo de Fernando Leal. Na comemoração, a homenagem foi ao jamaicano Usain Bolt, que está no Brasil e, fã de futebol, disse que gostaria de conhecer Neymar.

Foi o primeiro tento da partida, na segunda etapa, depois de um primeiro tempo sem nenhuma chance efetiva para os dois lados. Àquela altura, o time peixeiro não contava com o lateral direito Bruno Peres e tinha Felipe Anderson como falso ala, o que deu um pouco mais de movimentação à equipe. Dracena e Léo foram poupados e nem viajaram, dando lugar a Neto e a Guilherme Santos. Arouca, com uma lesão na última hora, também não jogou, cedendo a vaga ao promissor Alan Santos. Com o Peixe passando a mandar na partida, Neymar tirou da cartola alguns dos lances mágicos de seu repertório. E, curiosamente, em um lance no qual poderia ter marcado um golaço, foi puxado por um adversário mas – vejam só – não caiu. Acabou perdendo o gol e, na sequência, o Oeste empatou a partida. 


O autor do tento foi um ex-santista, o atacante Gilmar, que passou pela Baixada em 2006, no glorioso pacote da “parceria” Santos/Marcelo Teixeira-Luxemburgo-Iraty. Mais uma vez, assim como na partida contra o Mogi, o empate do rival veio no setor de Guilherme Santos, distante na marcação.

No entanto, bastaram três minutos para o Peixe ir à frente no placar novamente. Gol de Cícero depois de cobrança de escanteio pela esquerda do ataque. Foi o sexto tento do meia no campeonato paulista, um a menos que o principal goleador do time, Neymar. Aliás, o resultado foi o mesmo da partida de estreia do menino de ouro em 2009, no Pacaembu, e deixa o Santos na terceira colocação do campeonato, com 32 pontos, três a menos que o São Paulo.

O próximo adversário é o São Caetano, na quinta-feira, desta vez no Pacaembu. Que os peixeiros da capital tenham uma atitude parecida com a da torcida que esteve hoje em Bauru, e não como a do pessoal da Vila no meio da semana.

sexta-feira, março 22, 2013

Novato Giva salva a noite e Santos vira sobre o Mirassol

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Comemora, garoto! (Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Sem Neymar e Monitllo, que estão em suas respectivas seleções, e sem Cícero e Emerson Palmieri, Muricy mudou mais uma peça no time do Santos: Miralles voltou a atuar entre os titulares no lugar de André. Mas foi o novato e artilheiro da Copa São Paulo de Juniores, Giva, o astro da companhia que propiciou uma pobre apresentação à torcida. Ele fez os dois gols da virada do Peixe sobre o Mirassol, na Vila Belmiro.

Apesar de ter tomado uma bola na trave no começo, o time se portou bem, dominando as ações, e Miralles conseguiu perder dois gols praticamente no mesmo lance. Mas em um escanteio, o Mirassol marcou com André Luis, aos 20. Tudo bem que quando o nosso time toma gol temos o hábito de tirar o mérito do rival e ver a falha de nosso defensores, só que esse tento não deixou dúvida alguma sobre o vacilo alvinegro, uma falha grotesca de marcação que permitiu ao atacante rival finalizar sem ninguém para incomodar.

Após o gol tomado, o Santos seguiu na toada de tocar a bola, muitas vezes sem objetividade, e, na hora de um lance agudo como um passe mais longo ou um cruzamento, entregava o ouro para o Mirassol. O empate veio no fim da etapa inicial, em cobrança de escanteio na qual Giva fez seu primeiro gol como profissional.


O segundo tempo seguiu na mesma pasmaceira dos primeiros 45 minutos. O segundo gol de Giva veio em um lance irregular, considerando-se que Patito Rodríguez participou da jogada em condição de impedimento, aos 29. Felipe Anderson, que foi uma nulidade durante quase todo o tempo, coroou sua atuação com uma expulsão ridícula, depois ter retardado a cobrança de uma falta já tendo o cartão amarelo. Pato também foi expulso após entrada violenta e o time da casa teve que aguentar o ensaio de pressão dos visitantes durante quase oito minutos com dois a menos.

Mesmo sem quase meio time titular, o Alvinegro manteve a regularidade: futebol fraco, pouco objetivo e com somente alguns lampejos de um ou outro atleta. Difícil de assistir e também de escrever a respeito. O Peixe é vice-líder com 27 pontos e o Mirassol segue em seu namoro com a zona do rebaixamento.

quinta-feira, janeiro 31, 2013

Cícero mantém Santos líder no Paulista

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Após a execução – entenda como quiser – do hino nacional pela dupla Hugo e Tiago, aqueles que resistiram puderam assistir à peleja entre Ituano e Santos. A equipe visitante foi ao interior com três mudanças: Arouca e Renê Júnior foram poupados (mas já, professor?) e cederam lugar a Adriano e Miralles. Foi a terceira formação tática distinta de Muricy Ramalho no Paulista, depois de ter usado na segunda etapa do jogo contra o Bragantino o 4-4-2 clássico com Renê Júnior jogando mais à frente do lado de Arouca (ver mais neste post do Blog do Carlão).

Outra alteração foi a entrada do zagueiro Jubal, citado aqui, no lugar de Neto, que tomou um pisão no aquecimento (!). O moleque de 19 anos atuou bem, com a tranquilidade que lhe é característica, mas outros companheiros não atuaram tão bem. Guilherme Santos, como na partida contra o Bragantino, mostrou que tem dificuldades para defender o lado esquerdo. No esquema de Muricy com o losango do meio de campo, é justamente essa área que recebe a cobertura do meia que defende menos, Cícero, que não é mau marcador, mas “pega” menos que Renê Júnior e Arouca. Por ali, o Ituano tentou chegar mais, ainda que não tenha criado chances efetivas, daquelas de fazer o torcedor gritar “uh” durante os 90 minutos.


O Alvinegro também teve dificuldades ofensivas. Neymar não estava inspirado, embora tenha quase feito um gol fantástico no segundo tempo, e Monitllo criou muito pouco. André mais uma vez decepcionou, e foi substituído ainda no intervalo por Felipe Anderson. A mudança deu certo e o Santos tomou conta do jogo durante os primeiros 15 minutos do segundo tempo, período em que saiu o belo gol de Cícero, uma finalização de longa distância que deu um efeito inusitado na bola. O meia fez seu terceiro gol no Paulista e é um dos artilheiros da competição. Foi o suficiente para o Peixe levar o jogo em banho maria, com os donos da casa té tentando uma pressão infrutífera a partir dos 30 minutos. Mas faltou futebol.

sábado, dezembro 01, 2012

Em noite de homenagem a Joelmir Beting, Santos bate Palmeiras na Vila

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O clássico envolvendo Santos e Palmeiras na Vila Belmiro não foi marcado apenas por uma bela apresentação alvinegra no primeiro tempo, que lhe rendeu a virada e a vitória. Foi também uma noite de homenagem a Joelmir Beting, falecido na madrugada da última sexta-feira. O time do Palmeiras entrou com a faixa que reproduzia uma das máximas de Joelmir, “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É simplesmente impossível!”

Do lado alvinegro, coube a Neymar entregar a Mauro Beting (força, Maurão e família!), vestindo a camisa dez palmeirense com o nome Joelmir (ao lado), uma placa em homenagem ao jornalista que teve a grande sacada de registrar no Maracanã, justamente com uma placa, o célebre gol de Pelé, marcado contra o Fluminense, em 1961. “Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol”, dizia Joelmir sobre a ideia que inspirou a expressão utilizada correntemente para traduzir os belos gols.

Começada a partida, o Palmeiras dava até impressão de que, sem a pressão que viveu durante a maior parte do Brasileiro, jogaria mais solto, se aproveitando do oportunismo de Barcos e da velocidade de Maikon Leite, que fez o primeiro gol do jogo aos quatro minutos, após grande lançamento do centroavante alviverde. Dois minutos depois, mais uma vez nas costas do lateral Juan, o ex-alvinegro finalizou, mas dessa vez Rafael defendeu.

Passado o solavanco, a caravana santista se aprumou e começou a criar chances. Neymar atrapalhou Arouca e perdeu diante de Rafael Alemão e, logo depois, perdeu novamente uma chance clara, quase na pequena área, finalizando por cima do gol. Sim, um jogo elétrico, que o Santos empatou aos 14 minutos, depois de belo lance de Pato Rodriguez que serviu Neymar. O atacante driblou Rafael Alemão e passou para Victor Andrade finalizar sem goleiro.

A essa altura, o Santos já era melhor, e Roman quis ajudar um pouco mais a missão peixeira ao fazer pênalti infantil em Neymar. Ele já havia sido advertido com o cartão amarelo por uma falta desleal no craque alvinegro, e foi expulso ao receber o segundo, depois do puxão de camisa. O Onze converteu o pênalti e, a partir daí, os donos da casa viraram senhores do jogo.

Pato perdeu chance. Neymar finalizou uma bola que bateu no travessão, na trave, e depois na sua cabeça para sair pela linha de fundo. Felipe Anderson cortou errado o goleiro e perdeu o gol. Mas, aos 39, Neymar fez um gol de pura técnica e frieza, chutando entre as pernas de Maurício Ramos. O craque ainda perderia outra chance, superando o arqueiro rival mas parando Maurício Ramos, que salvou o tento.


Na segunda etapa, o jogo caiu demais e as chances rarearam. Aos 10 minutos, o Santos perdeu seus dois volantes: Alan Santos, que entrou no lugar do suspenso Adriano, foi expulso por ter feito uma falta justamente no momento em que Arouca era atendido e desfalcava o time. Gérson Magrão entrou na meia e Felipe Anderson foi recuado, permitindo que o Palmeiras tivesse mais campo para tocar a bola, ainda que de forma pouco incisiva.

Para o Santos, valeu a experiência de jogar sem um centroavante enfiado, como Muricy tanto gosta. Com muita mobilidade dos três avantes e uma forte marcação na saída de bola alviverde, a parte ofensiva do Peixe foi bem, mas, quando Arouca saiu, o time sentiu falta de um pouco mais de articulação no meio de campo. Vale testar novamente a formação, com gente de mais qualidade na meia o jogo santista – cadê as contratações, Laor? – o jogo pode fluir melhor.

Do elenco peixeiro que jogou hoje, Juan, que foi muito mal no primeiro tempo, deve ir embora, para alívio da torcida alvinegra, mais que impaciente com o atleta. Mas dois jogadores que evoluíram muito nesse segundo turno foram Felipe Anderson, que hoje tem muito mais consciência tática do que há alguns meses, e Pato Rodriguez, que também passou a aproveitar mais a habilidade que tem para jogar mais para o time do que para si. Faltam meias, e laterais.

sábado, novembro 17, 2012

Sem sustos, Santos bate Figueirense mas árbitro tira Neymar de clássico

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(Foto SantosFC)

Em outra partida na qual os dois times não tinham qualquer meta ou pretensão, o Santos venceu o Figueirense na Vila Belmiro por 2 a 0. Sem contar com o volante Adriano e o lateral Galhardo, Muricy desfez o malfadado esquema com três volantes e colocou o meia Patito Rodríguez e Bruno Peres na ala direita.

Até o gol alvinegro, no final da etapa inicial, o jogo era morno. O argentino jogava aberto pela esquerda, com Felipe Anderson atuando de forma semelhante no outro lado. Neymar se movimentava pelo meio, deu alguns bons passes, mas não brilhava. O Figueirense, por outro lado, não ameaçava o gol de Rafael, e tudo indicava um zero a zero daqueles que curam insônia.


No entanto, Felipe Anderson passou por três rivais, parou e cruzou para Pato, que fez de letra. Um belo gol que não teve a participação de Neymar, algo raro em 2012. O placar trouxe tranquilidade para o time da casa, que conseguiu uma trégua com a torcida, embora essa tenha quase perdido a paciência com uma peculiar competição dos dois laterais peixeiros, que disputavam quem conseguia errar mais. Bruno Peres, com cruzamentos bisonhos e uma virada de jogo malsucedida que resultou me contra-ataque perdido pelos visitantes, e Juan, que desperdiçava jogadas quando apoiava.

Felipe Anderson coroaria mais uma atuação interessante com um gol no qual o jovem e bom goleiro Tiago Volpi, que fez sua primeira partida pelo clube catarinense, defendeu a primeira tentativa mas deu o rebote para o meia. Dizem que olheiros do Milan estavam na Vila para conferir o futebol do jovem, dado que o Santos quer repatriar Robinho e o negócio poderia acontecer envolvendo atletas. Devem ter gostado do que viu.

De resto, mais uma arbitragem meia boca, como tem sido a tônica do Brasileirão. Se não afetou o resultado, pesou para o time no clássico contra o Corinthians. Neymar foi calçado por trás, numa falta algo evidente, caiu (quem não cairia?) e o juizão Cláudio Francisco Lima e Silva não só não deu a falta, como deu um cartão amarelo que impede a participação do jogador na próxima peleja. Num lance em que os dois jogadores caem, pressupõe-se que haja contato, mas vai explicar lógica pra árbitro de futebol...     

sexta-feira, outubro 26, 2012

Em espetáculo bizonho, Santos empata com Náutico na Vila

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Além de ser excelente com a bola nos pés (ou na cabeça, na canela, no joelho...), Neymar também está um pouco acima da média quando concede uma entrevista pós-jogo. Aguenta inclusive várias perguntas pouco amistosas e a repetição ad nauseam da questão eterna sobre transferência para fora do Brasil. Se fosse certo candidato a prefeito, talvez mandasse o repórter perguntar para o árbitro, o Muricy, o Laor, o adversário, mas o garoto aprendeu a ter paciência. E a refletir diante dos microfones.

Ainda no gramado, depois do tenebroso embate entre Santos e Náutico na liberada Vila Belmiro, o atacante deu o diagnóstico da partida, pelo lado alvinegro. Sobre ter reclamado no primeiro tempo com os colegas de time, que não se mexiam para receber a bola, declarou: “Eu peço para os companheiros jogarem, não para ficarem olhando para minha cara esperando eu jogar. É só correr um pouco para confundir a zaga”.


Era o que o torcedor, na Vila diante da TV, queria que os santistas fizessem. Que se movimentassem um pouquinho só. Mas André, no meio dos zagueiros, lembrava os últimos dias de Ronaldo no Corinthians, ainda que a diferença de idade e de “integridade” física não justificasse a imobilidade do moleque. Patito até corria, mas não sabia pra onde, enquanto Felipe Anderson falhava sempre que se esperava algo dele, parece tremer diante da pressão da torcida, do técnico, dos colegas... Miralles, contundido, foi ausência sentida.

Só, somente só (Santosfc)
Um time lento, que viveu de lampejos de Neymar e, pasmem, de subidas do zagueiro Bruno Rodrigo ao ataque no tempo derradeiro, mais eficiente que seus parceiros de frente. Na primeira etapa, o Náutico conseguiu encaixar contra-ataques e, em uma jogada grotesca de Gerson Magrão (que estava cobrindo o lateral do outro lado, diga-se), teve um pênalti a seu favor. Talvez pelo ímpeto saltitante do arqueiro Rafael, o atacante Kieza conseguiu ser tão bizonho quanto o lance que originou a penalidade, mandando pra fora a bola. É, a partida não merecia um gol...

No segundo tempo, o Santos melhorou e os visitantes foram recuando e praticando o tradicional antijogo, tolerado pela arbitragem brasileira. Um, dois, três, quatro, cinco jogadores caíram no gramado no terço final do segundo tempo, nada que quase qualquer outra equipe daqui não fizesse em situação semelhante. O jogo teve 50 faltas e várias não marcadas, o que pode mostrar que o problema dos árbitros brasileiros talvez não seja o de “marcar qualquer faltinha”, mas sim de tolerar sequências de faltas, às vezes de um mesmo atleta, sem punição. Todos ficam à vontade para bater, de forma sutil ou de forma viril.

Jogo tétrico, o jeito para o santista é esperar 2013.

quarta-feira, outubro 10, 2012

A metafísica vitória do Santos, sem Neymar, contra o Botafogo

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Foram três bolas que tocaram ou resvalaram a trave, só na primeira etapa. Em outras ocasiões ela também rondou perigosamente a área do Santos, e parecia questão de tempo para o Botafogo marcar no Engenhão, tal a superioridade na maior parte do primeiro tempo.

A partir daí, pense em bordões do futebol do tipo “Quem não faz, toma” (ou “leva”, de acordo com o gosto do freguês). E, você, torcedor, que mesmo ateu, sabe que no futebol existem uns deuses gozadores que adoram brincadeira, lembre de outro chavão, aquele que diz que tem coisas que só acontecem com o Botafogo. Está aí a receita algo metafísica que fez o Santos bater os donos da casa, com um segundo tempo no qual fez dois, mas poderia ter feito pelo menos outros dois. Tudo o que os alvinegros cariocas não fizeram na etapa inicial.


Mas seria injusto colocar só na conta do imponderável a vitória peixeira. Desta vez, Muricy Ramalho tem sua cota de méritos. Trocou Bernardo, perdido taticamente, ainda no fim do primeiro tempo e colocou Henrique em seu lugar. Ganhou o meio de campo e contou com a fragilidade defensiva botafoguense, que marcava em linha e deu muitas oportunidades para os visitantes depois do intervalo.

Miralles fez o segundo (Ricardo Saibun/Santos FC)
André marcou o primeiro, em cobrança de escanteio de Felipe Anderson escorada por Ewerton Páscoa. Mesmo com pouca mobilidade, o centroavante continua fazendo o seu vez ou outra, o que o livra das críticas mais severas da torcida. Seu companheiro de ataque, o argentino Miralles, fez o segundo com uma bela assistência de Felipe Anderson, cuja evolução é notável nas últimas partidas, não se sabe se por conta do “tratamento de choque” do pouco afável técnico ou da saída de Ganso que não lhe faz mais sombra do departamento médico.

Parte da torcida da casa já havia desistido antes da partida, dado o comparecimento de pouco mais de quatro mil pessoas. E quem estava lá já protestava antes da metade da segunda etapa, pedindo a volta de Loco Abreu à equipe. O Botafogo até batalhava em campo, mas as almas já estavam longe dali. Antes a torcida pedisse Garrincha...

O Santos perdia chances, com André, com Miralles, com Felipe Anderson. Até o improvável Patito Rodrigues levou perigo quando entrou. Foi uma das raras vezes que os jogadores santistas pareciam saber o que faziam nesse campeonato. Ainda que tenha sido por pouco mais de 45 minutos. Destaque para Arouca que, mais solto, parecia – ou era – dono do time, conduzindo e organizando o meio de campo, o que não é sua característica. Às vezes a personalidade e a confiança valem mais do que a técnica.

Assim o Santos bateu o Botafogo, a primeira vitória fora de casa sem Neymar. Sim, foi sem Neymar. Porque tem coisas...

quinta-feira, agosto 09, 2012

Santos bate Cruzeiro em jogo de "primeiros gols"

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Comemora, garoto (Santos FC)
Aos 44 minutos do primeiro tempo, uma bola vem da intermediária do Santos e para em Victor Andrade. O moleque, 16 anos, domina. Sandro Silva, volante do Cruzeiro, dá um passo para trás e guarda posição. O garoto põe a bola de lado e só não vai adiante porque toma a falta do marcador. Mas o importante, naquele momento, é que o rival não deu ou tentou dar o bote porque temeu o garoto. Temeu não, respeitou.

Pra quem não sabe, futebol tem disso, qualquer peladeiro é testemunha. Mas não é só a técnica e a habilidade de um adversário que invocam o respeito de um marcador. É a personalidade, a confiança que demonstra. Victor Andrade tem entrado nas partidas, oscila, às vezes hesita, mas quem não hesita aos 16 (e muito depois dos 16)? A labuta constante que faz o atleta, e o primeiro gol do menino como profissional, comemorado junto ao treinador e aos parceiros da equipe, refletiu no seu peito estufado. Não que tenha feito uma grande partida, mas ganhou moral e, no momento do Santos, isso é importante para ele e para o clube.

O tento do jovem veio num momento difícil para a equipe da Vila no jogo. Saiu na frente com Felipe Anderson, em bela finalização. Aliás, ele joga muito melhor quando não fica confinado em uma ponta do ataque, com Bill saindo mais para o lado e abrindo espaços, seu futebol ganha outra cor. Mas o volante Adriano fez uma falta absolutamente desnecessária em Montillo. Quer dizer, o lance poderia até ser de perigo, mas foi gerado pelo próprio jogador, que deu as costas para o meia-atacante. Erro primário que, aliás, Adriano já tinha cometido pelo menos três vezes na peleja contra o Atlético-MG. Há quem seja fãzaço do jogador, mas, pra mim, vale uma lei básica de boteco: jogador bom, mas não esforçado, resolve às vezes; jogador bom e esforçado resolve muitas vezes; jogador só esforçado resolve quase nunca e, às vezes, facilita para o adversário. O atleta pode ser útil – e é – em dados contextos. Mas isso é sinal de que é necessário um volante melhor...

Digressão feita, da falta se originou o gol, e a culpa não é só de Adriano, claro. Nenhuma defesa que se digne deixa Borges sozinho na área, mas a dupla de Brunos, Rodrigo e Peres, achou por bem (mal) deixar. Sorte que Victor Andrade salvou o primeiro tempo, depois de assistência do também jovem Leandrinho, volante de 18 anos que fez sua estreia na triste partida contra o Náutico. 

No entanto, o Cruzeiro empatou logo no começo do segundo tempo. Uma sina do Alvinegro, tomar gols de ex-atletas seus. Além de Borges, o lateral Ceará marcou de falta. Sabe-se lá se com ou sem intenção, mas a rede não pergunta isso, e o gol foi bonito. O Santos não tardou a reagir e, também depois de cobrança de falta, de Felipe Anderson, marcou com o zagueiro Durval, após uma sequência de fliperama na área.

Os mineiros continuaram desorganizados e nem os lampejos de Monitllo, que salvaram os azuis na primeira etapa, apareceram no segundo tempo. O Alvinegro marcou em uma trama veloz no ataque, tão rápida que enganou o auxiliar que não viu o impedimento sutil de Bruno Peres. O lateral avançou e cruzou para Bill fazer seu primeiro gol pelo Santos. Merecido, já que o atacante se movimentou, prendeu a bola, fez a parede e cumpriu um papel tático importante.

Também é preciso destacar a atuação de Arouca, que retornou depois de suspensão, marcou, foi bem ao ataque, com velocidade na hora que pode e cadenciando quando era preciso. Foi quem passou a segurança que alguns moleques do time ainda não têm.

Assim, o clube que fez mais gols nesse planeta saiu da vexatória condição de pior ataque do Brasileirão, legando a (des) honraria para Bahia e Portuguesa. Mas, com os jogadores à disposição, vale o lugar comum: um jogo de cada vez.

domingo, maio 27, 2012

Em jogo difícil de assistir, Santos não sai do zero com o Sport

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O Santos não fez como em sua primeira partida, quando contou somente com reservas em campo. Mas a lista de ausências peixeiras na peleja contra o Sport era notável, a começar por Neymar e Rafael, ambos na seleção brasileira, e Ganso, em recuperação de uma artroscopia. Além deles, Elano foi poupado, Léo, herói do meio de semana, também ganhou folga para visitar o filho; Borges de Dimba continuam contundidos, assim como o lateral Fucile. O resultado de um confronto entre um time sem criatividade no meio de campo e ataque contra um visitante que jogou na defesa o tempo inteiro só podia ser 0 a 0.


Foi a terceira partida do ano em que o Peixe não fez gol. Mas o jogo deve ter servido para Muricy fazer algumas observações. Galhardo saiu sentindo dores, ainda no primeiro tempo, mostrando que os dois atletas que vieram do Flamengo estão em condições físicas precárias, pra ser bondoso (David Braz, em sua estreia, saiu lesionado e deve ficar fora entre 30 e 45 dias). Maranhão entrou em seu lugar e deixou evidente a razão do treinador improvisar Henrique na lateral direita. Além de perder de forma bisonha uma oportunidade de gol no primeiro tempo, não conseguiu fazer um cruzamento razoável para a área.



Outro que decepcionou foi Felipe Anderson. Tem habilidade, o que já foi dito aqui, mas foi precipitado e, mesmo jogando com mais liberdade, em boa parte do tempo no setor em que Neymar gosta de fazer a festa, não foi bem. Aqui, é preciso recorrer ao mestre Tostão, que diferencia técnica e habilidade: a técnica é o conjunto dos fundamentos como passe, drible, finalização, domínio etc, e a habilidade é o uso da técnica frente a um obstáculo. Se o jogador aprimorar a técnica (o que também pode incluir a noção de posicionamento tático), sua habilidade vale mais. Fica a dica para Felipe Anderson, que é um dos postulantes à vaga aberta por Ganso no meio de campo peixeiro. Não dá pra se fiar apenas em lampejos.

Gérson Magrão, outro que disputa um lugar na meia, ainda não está com o o ritmo de jogo ideal. O elenco segue carecendo também de uma opção veloz no ataque, algo que Richely não foi no ano passado, nem o garoto Tiago Alves, emprestado para o Boa Esporte há poucos dias. E, para um clube que se reforçou visando suprir os desfalques que sabia que teria no Campeonato Brasileiro, começar com dois empates contra equipes que dificilmente brigarão pelo topo da competição é algo a se preocupar.  

domingo, fevereiro 12, 2012

Reservas santistas goleiam Linense

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Mais uma vez no Paulista, o Santos entrou com seu time reserva, à exceção do goleiro Rafael. Desta vez, segundo o treinador Muricy Ramalho, além do resultado, o jogo também valia a definição dos 25 inscritos para a primeira fase da Libertadores, que poderia incluir um jovem jogador “em observação”. Os santistas estreiam quarta-feira no torneio contra o The Strongest, na alta La Paz.

Para o Linense, o comandante Pintado deu a dica do que o jogo valia em declaração antes do começo da peleja: “Nosso adversário direto não é o Santos”. Tanto que deixou de fora os volantes Makelelê e Elias, o meia Éder e o zagueiro Fabão, atletas pendurados ou com contusões. A ideia era preservá-los para as duas partidas do time (que jogou cinco das sete primeiras partidas fora de casa, que tabela, hein?) em Lins, contra Bragantino e Mirassol.

O resultado... o esperado: derrota do Linense diante do Santos, que jogou pela sétima vez em uma cidade diferente nesse Paulista. Desta vez, sua “casa” foi São Bernardo. A porteira se abriu logo após um pênalti perdido por Alan Kardec, falta sofrida por Rentería aos 24 do primeiro tempo. O zagueiro Bruno Rodrigo finalizou depois de cobrança de escanteio, o defensor do Linense tirou já depois da linha e Kardec chutou para o gol. Mas o árbitro de fundo (olha só, não é que teve utilidade?) anotou de forma correta o tento para o zagueiro santista, que só soube que tinha sido o autor no intervalo. “Poxa, mas nem beijei minha aliança...”, lastimou. Mas até o portal Uol, horas depois do jogo (abaixo), continuou acreditando que Kardec era o autor do gol, ainda que a matéria interna o desmentisse.

Reprodução
Foi o primeiro gol de Bruno Rodrigo pelo Santos. Outros três jogadores marcariam seus primeiros tentos pelo time. O Alvinegro seguiu dominando e o zagueiro Vinicius Simon fez o seu, de cabeça, aos 16 da segunda etapa. O Linense descontou aos 22, com Diego Macedo (sobrinho daquele Macedo, ex- São Paulo e Santos) e quase se empolgou. Mas o ânimo foi por água abaixo (e não faltou água na peleja) depois do tento de Anderson Carvalho aos 28. O volante ainda deu uma assistência para o atacante Dimba (primo em segundo grau daquele Dimba, ex-três dezenas de times) marcar o quarto.

De positivo, bom saber que Rafael está voltando à forma, depois de ter feito algumas defesas difíceis e saídas de gol, por baixo, importantes. Anderson Carvalho também vai mostrando mais confianças, assim como Felipe Anderson. Dimba tem bola e pode evoluir, outro garotos idem. Falta o técnico confiar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Neymar: o ator que fez um filme ruim valer a pena

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Muitas vezes gostamos de um filme não pela história em si, pelo roteiro ou pela direção, mas apenas por conta da atuação de um ator. Ontem, Santos e Botafogo foi desses filmes, tecnicamente ruins, mal dirigidos, um desenrolar entediante, mas com um protagonista que fez valer o ingresso em uma sequência de pouco menos de 15 minutos de belas cenas.

Neymar, pra variar, apanhou. Esse filme você já viu. Também ensaiou saltos e valorizou alguns lances. Filme repetido também. E o árbitro Flavio Rodrigues Guerra não quis contribuir com o bom andamento do enredo: é daqueles que se costuma atribuir a qualidade de “deixar o jogo fluir”. E, assim, acaba não dando uma série de faltas e esquece cartões, reservando-os para o terço final da partida. Contribui para que haja mais lances “viris” e menos futebol. É a tal lógica torta de deixar “fluir o jogo”.

Ele resolveu em 15 minutos
O Joia peixeiro voltava muito para pegar a bola no meio de campo durante o primeiro tempo, facilitando a marcação dupla do Botafogo em cima dele. Os volantes não chegavam ao ataque com qualidade e as laterais... ah, as laterais. O menino Paulo Henrique estreava pela esquerda, enquanto Pará, pela direita, fazia o seu tradicional “corre-corre de novo-erra passe”. Em 50 segundos do segundo tempo, Fucile, pela direita, fez mais que a dupla Pará-Maranhão pelo setor em 2012.

Mesmo mais animado e bem postado em campo na segunda etapa, o Santos não conseguia reverter a vantagem conseguida pelo time de Ribeirão Preto no segundo tempo, em uma rara finalização. Foi preciso uma falta, quase do mesmo lugar daquela que resultou no centésimo gol do Joia, para que Neymar, de novo de cabeça, empatasse a partida aos 31 minutos. E, um minuto depois, após roubar uma bola e passar por três jogadores do Botafogo, o atacante foi derrubado na área. Bateu e converteu.

Ali, a defesa botafoguense já estava rendida diante do garoto. Ele roubou outra bola e quase marcou novamente. O Botafogo chegou a ensaiar uma pressão, contudo, outro moleque também brilharia. Felipe Anderson, que entrou na segunda etapa, deu uma assistência preciosa para Neymar passar pelo zagueiro e encobrir o arqueiro. Outro belo gol. E o atacante retribuiu o presente em outra arrancada, servindo Felipe Anderson, que fez o quarto tento.

O Santos tem muito a arrumar em seu esquema tático, definir quais serão os titulares – aliás, Felipe Anderson e Ganso juntos no meio seria uma ótima pedida -, mas é muito bom saber que Neymar voltou a fazer uma atuação de gala.

sábado, janeiro 21, 2012

Santos B só empata com XV na estreia do Paulista

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O gol de Kardec não bastou

Antes da partida que marcou a abertura oficial do Paulistão 2012 entre XV de Piracicaba e Santos, Corinthians e Mirassol jogavam no Pacaembu. A tônica de comentaristas e jogadores no intervalo da partida, quando a equipe da casa perdia por 1 a 0, era de que havia uma diferença de preparo físico entre os dois times: o do interior, como teve mais tempo para fazer a pré-temporada, estava à frente no quesito. Só quando o Mirassol teve um atleta expulso que o Timão conseguiu a virada.

Vendo a peleja entre XV e Peixe, tal diferença física ficou nítida na segunda etapa. O Santos foi com o time reserva enfrentar o campeão da A-2 em 2011, sendo que os titulares alvinegros do ano passado só se apresentaram ontem. A vantagem conquistada no primeiro tempo, com o gol de Alan Kardec, não bastou para o segundo, quando o Nhô Quim passou a dominar a partida, ainda que sofrendo riscos em contragolpes.

Com Rentería e Kardec, o Santos tinha pouca velocidade e várias vezes o ataque foi quebrado com passes errados. Thiago Alves, ora na direita, ora na esquerda, foi nulo; e os repentes de bom futebol ofensivo vinham de Felipe Anderson, que cansou no segundo tempo. O volante/meia Anderson Carvalho, de 21 anos, foi bem no segundo tempo, quando jogou mais à frente, com Ibson permanecendo na intermediária. É um dos jogadores que pode aproveitar o recesso dos titulares para ganhar confiança e, quem sabe, mais oportunidades no decorrer do ano. Vinicius Simon, que ganhou a vaga de reserva imediato na zaga com a ida de Bruno Aguiar para o Sport, também foi bem.

No entanto, as laterais foram problemáticas para o Santos. Maranhão, na direita, tomou baile do avante Paulinho, e também passou maus bocados com os avanços de Alex Kazumba. A maioria dos ataques do XV foram por ali. Emerson Palmieri, de 17 anos, pela esquerda, foi discreto. Saiu no segundo tempo dando lugar a Crystian, lateral direito improvisado na canhota, que fez o tosco pênalti em André Cunha aos 44, resultando no empate dos donos da casa.

No saldo geral, dá para o torcedor ficar preocupado com os lados do elenco. Danilo, único do time do segundo semestre a ir embora, foi substituído por Fucile, jogador da seleção uruguaia que estava no Porto. Pode dar certo, mas, ainda que o recém-contratado jogue nas duas alas, é preciso ter alguém para substituir o veterano Léo. Em temporada que promete ser puxada, buracos no elenco podem ser fatais...

sábado, junho 11, 2011

Cruzeiro 1 X 1 Santos - Borges, três gols em duas partidas, salva

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Com as atenções voltadas para a primeira partida da final da Libertadores, na quarta, contra o Peñarol em Montevidéu, o Santos mais uma vez entrou em campo com o time reserva. A exceção era Borges, autor de dois tentos contra o Avaí, mas que não pode atuar pela Libertadores. Com uma equipe com média de idade de 24 anos, jogando contra o Cruzeiro, tido como time sensação do país há pouco tempo, não era de se esperar muita coisa do Peixe.

E boa parte da primeira etapa contribuiu para essa sensação. O clube mineiro, jogando com uma camisa verde inspirada na mesma usada em 1926, ano do primeiro título do então Palestra Itália, dominou as ações. No papel, o Santos tinha três atacantes, Rychely e Thiago Alves pelas pontas e Borges pelo meio, mas os dois primeiros voltavam para compor o meio de campo. Roger Gaúcho era o principal responsável pela armação daquelas que deveriam ser as jogadas de contra-ataque, mas pouco fez enquanto esteve em campo para acionar os velozes ponteiros alvinegros.

O Cruzeiro se impunha. O bom atacante Wallyson teve chances, Anselmo Ramon e Montillo também chegaram bem, mas Aranha foi quase perfeito e os cruzeirenses não primaram pela pontaria.

No segundo tempo, o zagueiro Vinícius Simon tomou o segundo amarelo e foi expulso aos 4 minutos. O Santos, que quase chegou a equilibrar o jogo nos dez minutos finais da etapa inicial, com um a menos via suas chances se esvairem. O Cruzeiro fez um gol cinco minutos depois, com Montillo cobrando um pênalti cometido pelo defensor Wallace, jovem que entrou no lugar de Tiago Alves, em Anselmo Ramon. 


A partir daí, era de se esperar uma goleada cruzeirense sobre o Alvinegro desentrosado e inferior numericamente. O domínio azul (ou verde?) aumentou, mas não se traduziu em gols. O Santos marcou com Borges, mas o auxiliar Roberto Braatz anotou, de forma equivocada, impedimento. E, aos 44, novo lance de falta, cobrada por Felipe Anderson, aliás, bem mais útil que Roger Gaúcho na partida. Pela terceira vez em duas partidas, Borges marcou e salvou o Alvinegro da derrota.

Um empate redentor para o Peixe, que só volta a jogar pelo Brasileirão daqui a duas semanas. Já a batata do técnico Cuca, que não conseguiu vencer no campeonato ainda, começa a exalar um leve odor de queimado.

domingo, março 06, 2011

Oeste 0 X 2 Santos - Martelotte e o "DNA ofensivo"

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Não foi nenhum show, mas depois de quatro partidas de jejum, a vitória do Santos sobre o Oeste, em Itápolis, serviu ao menos para que o torcedor passasse um carnaval mais tranquilo. Sem Arouca, contundido, Elano e Léo, gripados, e Neymar, que finalmente teve merecida folga, o Peixe contou com Zé Eduardo, autor dos dois gols da partida e vice-artilheiro do campeonato, para superar o Palmeiras na tabela de classificação e ir à quarta posição, três pontos atrás do líder Corinthians.

O interino (por enquanto) Marcelo Martelotte colocou Zé Eduardo e Maikon Leite na frente, com Diogo fazendo as vezes de ponta de lança e jogando mais próximo do ataque. Na meia, começou com Adriano, Danilo e Felipe Anderson. No papel, uma equipe mais ofensiva que as últimas formações de Adílson Batista, ainda mais levando-se conta que o ala direito Jonathan frequentou bastante o ataque, com Adriano fazendo a cobertura no setor. Mas o decorrer do jogo mostrou que a disposição ofensiva não era tanta assim.

O Oeste começou pressionando, mas logo o Santos equilibrou a partida. Com a expulsão do atacante Fábio Santos aos 30 do primeiro tempo, por uma entrada criminosa em Adriano, a missão peixeira ficou menos difícil. O pênalti em Zé Eduardo, convertido pelo mesmo, no fim da primeira etapa, facilitou ainda mais.
Mas o que se viu, mesmo quando estava onze contra onze, foi um Santos que não tinha as lacunas no meio de campo com excesso de passes longos, como em boa parte da era Adílson Batista, mas uma equipe que toca, e muito, a bola, porém, muitas vezes sem qualquer volúpia ofensiva. Nesses 90 minutos, foram 575 passes trocados (41 errados), mais que o dobro do rival (249 e 25 errados). Mas verificando quem foram os maiores passadores, nota-se onde tais passes foram feitos: Edu Dracena, 80, e Durval, 75 bolas tocadas para companheiros.

Não que o Santos não tenha o toque de bola no seu “DNA”, parafraseando o presidente do clube. A diferença é que ontem, por várias vezes, o Peixe tocou a bola não para esperar uma grande oportunidade ofensiva, mas para passar o tempo e/ou fazer a marcação do time do interior cansar. E isso significou perder contra-ataques preciosos, em função também de jogadores que mataram esses contragolpes, como Diogo e, principalmente, o jovem – e acredito, promissor – Felipe Anderson. Quando Róbson entrou no lugar do último, aliás, deu um belo passe para Zé Eduardo marcar a eliminar as possibilidades do adversário. O meia deu um pouco mais de velocidade ao jogo, o que faltou durante quase todo o tempo, mas ainda foi pouco.


Agora, fala-se da efetivação de Martelotte. É preciso lembrar a justificativa do presidente Luís Álvaro Ribeiro para demitir Adílson Batista. Disse ele que “ [Adílson] era um técnico que jogava para frente, adepto do futebol ofensivo, que faz parte da nossa história, da nossa composição celular. Foi com essa expectativa que imaginamos que o Adilson faria um bom trabalho. (...) Mais do que isso, a postura dentro de campo. Entramos com três volantes na Venezuela (contra o Deportivo Táchira, pela Libertadores). O Colo Colo, mais audacioso, fez 4 a 2 lá. Essas coisas foram nos preocupando, pois o DNA do Santos estava sendo mudado e isso não nos servia”.

Maravilha, presidente. Estou de acordo que, por mim, o Santos sempre vai jogar pra frente porque essa é a história do clube, que é o time profissional que mais marcou gols na Terra. Mas vamos ver com quantos volantes o Santos terminou a partida de ontem... opa, três, Possebon, Danilo e Pará! Contra um adversário com um a menos. Claro, as circunstâncias eram outras e um interino tem sempre a cautela como palavra de ordem. Mas Martelotte foi técnico do Alvinegro no ano passado e não percebi nenhuma afinidade com o DNA ofensivo. Para recordar, a campanha do hoje interino somou cinco vitórias, seis empates e cinco derrotas, aproveitamento pior que o de Adílson. Foram 29 gols marcados, 1,8 por partida. O de Adílson foi 2,09 e, ressaltando-se, obviamente, a diferença entre competições, não parece que o hoje interino tenha mais requisitos que o credenciem a não ser o "bom relacionamento com o elenco", argumento repetido à exaustão e que revela um dos principais motivos da demissão do técnico anterior. Só uma aposta no nível da que o Flamengo fez com Andrade, que foi de tiro curto mas até bem sucedida, justificaria a efetivação de Martelotte. Mas também evidenciaria que o planejamento deu errado.

Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles eriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?