Destaques

Mostrando postagens com marcador Otavio Frias Filho. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Otavio Frias Filho. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, março 02, 2009

A ditabranda, de novo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Marcelo Coelho nem é um dos piores no que restou da FSP de que um dia já gostei (confesso, não precisam me torturar por isso). 

Mas ao tentar defender o indefensável, a Ditabranda, acaba entregando o patrão. Diz com todas as letras que foi Otavio Frias Filho quem fez a grosseria com o professor Comparato. Quem milita em jornalismo sabe que uma coisa dessas não sai sem ordem do patrão, mas Marcelo Coelho desmascara, literalmente:  

"Veio então a carta de Fábio Konder Comparato, dedo em riste contra a pessoa do diretor de Redação, Otavio Frias Filho, chamando-o ao pelourinho em praça pública. O diretor de Redação reagiu chamando de cínica essa conclamação prosecutória. Konder Comparato excedeu-se, num gênero jacobino que contrasta com toda a retórica democrática em torno da liberdade de expressão.  Tratava-se de defender Chávez, mais do que acreditar na tese de que a “Folha” teria passado a apoiar a ditadura. A resposta de Otavio a Comparato quis denunciar essa hipocrisia, essa indignação postiça, chamando-a de cínica." 

Se alguém duvidar, acesse: http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/

Quase tão bom quanto isso é um comentário que mostra a linha dos editoriais da Folha na década de 1970. Não consegui checar se é verdadeiro, mas o próprio Marcelo não se contrapõe. Veja o comentário na íntegra e a resposta de Coelho.

"[Paulo Moreira] [paulo.moreira@yale.edu] [paulodaluzmoreira.blogspot.com] 
Vamos tentar mais uma vez e supor que meu comentário não apareceu por alguma falha técnica. Recordar é viver - Editorial da Folha de São Paulo de 1971 "Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa que reflete o sentimento deste." Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971.

RESPOSTA de Marcelo:
o editorial de 1971 é péssimo. Mas você não se lembra de nenhum outro?

Sem comentário. 

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

A ditabranda do Otavinho na Folha de S.Paulo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Assunto jé é meio velho, mas não pode passar sem registro aqui no Futepoca por misturar política e, provavelmente, cachaça que alguém bebeu. Basicamente porque o líquido ajuda a destravar a língua, daí alguns acabam falando (ou escrevendo) sinceramente demais.


Em 18 de fevereiro, a Folha de S.Paulo, mais uma vez, soltou um editorial raivoso contra Chavez cahamando-o de ditador etc... pelo resultado do plebiscito em que poderá se reeleger quantas vezes quiser (e o povo deixar, óbvio). Até aí nada demais, Estadão e o Globo fazem o mesmo cotidianamente.

O pior foi a comparação: "Mas, se as chamadas "ditabrandas" -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente."

Ok, dá vontade de perguntar ao Otavinho (publisher do jornal) quem mais chama de Ditabranda a ditadura brasileira. Até onde sei, a Folha inventou essa agora. 

Não vou me estender muito em comentários, mas publicar as cartas enviadas pelos professores Fábio Konder Comparato e Maria Victoria Benevides, por coincidência dois personagens que já entrevistei e dos quais tenho as melhoes impressões possíveis.

Cartas

Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" 
MARIA VICTORIA DE MESQUITA BENEVIDES , professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP) 


"O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." 
FÁBIO KONDER COMPARATO , professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP) 

Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa. 

Dizer que as indignações de Comparato e Benevides são obviamente cínicas e mentirosas... O que foi então esse editorial e a resposta da Folha, que não teriam saído sem a aprovação do dono do jornal, ou seja, Otávio Frias Filho?

Cabem as perguntas, o que eles beberam, fumaram ou cheiraram antes de tanta bobagem? Essas acho que nem Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi publicariam na Veja. Ou publicariam?