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terça-feira, setembro 29, 2009

Motivo para beber não faltou...

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Que o Milton Nascimento gostava de uma birita desde os primeiros tempos como músico, todo mundo sabe. Mas, no início dos anos 1970, o saudável hábito de molhar a palavra evoluiu para um quadro perigoso de alcoolismo, que quase comprometeu sua carreira profissional. O livro "Os sonhos não envelhecem: Histórias do Clube da Esquina", escrito pelo compositor Márcio Borges (Geração Editorial, 2002), narra um triste episódio em que Milton desabou de costas no palco, destruindo a bateria da banda, antes mesmo de terminar a primeira música. O show, no Rio de Janeiro, teve que ser cancelado. Na época, Milton costumava se isolar em Vitória, no Espírito Santo, para pegar uma praia e encharcar todas. Mas, pelo o que parece, conseguiu (felizmente) vencer o alcoolismo doentio e destrutivo.

Pois hoje, assistindo o documentário "Brasil, Brasil - Tropicalia Revolution", da BBC de Londres, no Youtube, vi um interessante depoimento do genial músico, cantor e compositor mineiro. Ele relembra sua participação na famosa Passeata dos 100 mil, o maior protesto popular contra a ditadura, quando foi fotografado pelos repressores na linha de frente (na foto acima, aparece à direita, de braços cruzados), e passou a sofrer ameaças. "O telefone tocou e era uma pessoa da ditadura dizendo que eu estava proibido de ir a São Paulo, principalmente na rua tal, que era onde morava minha esposa, na época, e meu filho. Porque, se eu fosse, eles iam raptar meu filho. Sem volta. Eles iam matar meu filho", revelou Milton.

Naquele tempo, ele era casado com a paulistana Káritas, com quem teve o filho Pablo. "Mas eu não liguei praquilo, fui (a São Paulo) mais umas três vezes. Então, quando eu cheguei em casa no Rio, outra vez, o cara (telefonou de novo e) falou assim, 'olha, essa foi a última vez, é o último aviso - se a gente te ver de novo aqui, ele vai sumir pra nunca mais'. Aí foi o mais horrível que aconteceu na minha vida, as pessoas não entendiam por que que eu bebia tanto, por que que eu não ia a São Paulo, e eu não podia falar nada. Nem pra minha mãe, eu não podia falar nada", desabafou Milton, no documentário da BBC. O artista, lógico, não quis pagar pra ver e passou muito tempo sem ver o próprio filho. Alguém imagina uma situação dessas? Pois é, tempos brabos. E tem gente que tem a cara de pau de tratar o período de "ditabranda"...

segunda-feira, março 30, 2009

Re-escrevendo a história de 64

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Fiquei sabendo agora há pouco de um evento que se realizará amanhã, dia 31/03, no CLube Militar. Simplesmente surreal:


Destaque para as “três placas em homenagem às vítimas do terrorismo”, a serem inauguradas como parte das “comemorações”, segundo destacado na parte em laranja do cartaz. O pessoal está determinado a demonstrar sua capacidade de re-escrever a história, como já mostrou a Folha de S. Paulo com sua "ditabranda".



Em tempo – Algumas pessoas estão se mobilizando para uma manifestação em frente ao Clube Militar, amanhã, às 14h30. Quem estiver no Rio e puder dar uma força, é uma boa. A “ditabranda” da Folha levou a essa mobilização interessante, relatada pelo colega blogueiro William Mendes aqui e aqui. Bora atrapalhar a "festa"!



Em tempo 2 - O site do Clube Militar é uma fonte de pérolas reacionárias. Há carta de apoio ao senador Jarbas Vasconcelos e afirmação de que o presidente Lula não tem "compostura moral nem preparo intelectual para presidir sequer um bloco carnavalesco de esquina". Lá, o ato é anunciado por um artigo do 1º vice-presidente da entidade, Gen. Div Clovis Purper Bandeira (íntegra aqui, em PDF). Nele o militar se dirige ao “novo camarada”, que já deve ter ouvido muitas histórias a respeito do 31 de março de 1964 que “infelizmente, não corresponde à verdade histórica e constitui uma releitura distorcida dos fatos, com a finalidade de confirmar, sob um falso manto de pretensa veracidade, as posições e convicções políticas dos derrotados em 1964”.

Bandeira afirma que o ocorrido em tal dia culminou em uma série de eventos que deixavam clara a existência de um movimento comunista para tomar o poder no Brasil. Dado isso, foi lançada a já planejada “contrarrevoução”, como relata o militar: “A sorte estava lançada e o aparentemente sólido castelo da subversão, inflado pela demagogia e pela propaganda, acreditando numa força que era apenas retórica, desmoronou ao primeiro embate. A Nação estava salva.”

Assustador.

sexta-feira, março 06, 2009

Ainda a ditabranda

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O Movimento dos Sem Mídia promove amanhã (sábado, 7 de março), às 10 da manhã, um ato contra a ditabranda, expressão infeliz utilizada recentemente em um editorial da nefasta Folha de S.Paulo para tentar atenuar a violência brutal das ditaduras militares do nosso continente, entre as décadas de 1960 e 1980. O protesto acontecerá em frente ao prédio do jornal, na Alameda Barão de Limeira, 425, Centro de São Paulo. Alguém se habilita?

segunda-feira, março 02, 2009

A ditabranda, de novo

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Marcelo Coelho nem é um dos piores no que restou da FSP de que um dia já gostei (confesso, não precisam me torturar por isso). 

Mas ao tentar defender o indefensável, a Ditabranda, acaba entregando o patrão. Diz com todas as letras que foi Otavio Frias Filho quem fez a grosseria com o professor Comparato. Quem milita em jornalismo sabe que uma coisa dessas não sai sem ordem do patrão, mas Marcelo Coelho desmascara, literalmente:  

"Veio então a carta de Fábio Konder Comparato, dedo em riste contra a pessoa do diretor de Redação, Otavio Frias Filho, chamando-o ao pelourinho em praça pública. O diretor de Redação reagiu chamando de cínica essa conclamação prosecutória. Konder Comparato excedeu-se, num gênero jacobino que contrasta com toda a retórica democrática em torno da liberdade de expressão.  Tratava-se de defender Chávez, mais do que acreditar na tese de que a “Folha” teria passado a apoiar a ditadura. A resposta de Otavio a Comparato quis denunciar essa hipocrisia, essa indignação postiça, chamando-a de cínica." 

Se alguém duvidar, acesse: http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/

Quase tão bom quanto isso é um comentário que mostra a linha dos editoriais da Folha na década de 1970. Não consegui checar se é verdadeiro, mas o próprio Marcelo não se contrapõe. Veja o comentário na íntegra e a resposta de Coelho.

"[Paulo Moreira] [paulo.moreira@yale.edu] [paulodaluzmoreira.blogspot.com] 
Vamos tentar mais uma vez e supor que meu comentário não apareceu por alguma falha técnica. Recordar é viver - Editorial da Folha de São Paulo de 1971 "Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca ouve. E de maneira especial não há hoje, quando um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social - realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama. O país, enfim, de onde a subversão - que se alimenta do ódio e cultiva a violência - está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da imprensa que reflete o sentimento deste." Octávio Frias de Oliveira, 22 de setembro de 1971.

RESPOSTA de Marcelo:
o editorial de 1971 é péssimo. Mas você não se lembra de nenhum outro?

Sem comentário.