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Além de ser excelente
com a bola nos pés (ou na cabeça, na canela, no joelho...), Neymar
também está um pouco acima da média quando concede uma entrevista
pós-jogo. Aguenta inclusive várias perguntas pouco amistosas e a
repetição ad nauseam da questão eterna sobre transferência
para fora do Brasil. Se fosse certo candidato a prefeito, talvez
mandasse o repórter perguntar para o árbitro, o Muricy, o Laor, o
adversário, mas o garoto aprendeu a ter paciência. E a refletir
diante dos microfones.
Ainda no gramado,
depois do tenebroso embate entre Santos e Náutico na liberada Vila
Belmiro, o atacante deu o diagnóstico da partida, pelo lado
alvinegro. Sobre ter reclamado no primeiro tempo com os colegas de
time, que não se mexiam para receber a bola, declarou: “Eu peço
para os companheiros jogarem, não para ficarem olhando para minha
cara esperando eu jogar. É só correr um pouco para confundir a
zaga”.
Era o que o torcedor,
na Vila diante da TV, queria que os santistas fizessem. Que se
movimentassem um pouquinho só. Mas André, no meio dos zagueiros,
lembrava os últimos dias de Ronaldo no Corinthians, ainda que a
diferença de idade e de “integridade” física não justificasse
a imobilidade do moleque. Patito até corria, mas não sabia pra
onde, enquanto Felipe Anderson falhava sempre que se esperava algo
dele, parece tremer diante da pressão da torcida, do técnico, dos
colegas... Miralles, contundido, foi ausência sentida.
Só, somente só (Santosfc) |
Um time lento, que
viveu de lampejos de Neymar e, pasmem, de subidas do zagueiro Bruno
Rodrigo ao ataque no tempo derradeiro, mais eficiente que seus
parceiros de frente. Na primeira etapa, o Náutico conseguiu encaixar
contra-ataques e, em uma jogada grotesca de Gerson Magrão (que
estava cobrindo o lateral do outro lado, diga-se), teve um pênalti a
seu favor. Talvez pelo ímpeto saltitante do arqueiro Rafael, o
atacante Kieza conseguiu ser tão bizonho quanto o lance que originou
a penalidade, mandando pra fora a bola. É, a partida não merecia um
gol...
No segundo tempo, o
Santos melhorou e os visitantes foram recuando e praticando o
tradicional antijogo, tolerado pela arbitragem brasileira. Um, dois,
três, quatro, cinco jogadores caíram no gramado no terço final do
segundo tempo, nada que quase qualquer outra equipe daqui não
fizesse em situação semelhante. O jogo teve 50 faltas e várias não
marcadas, o que pode mostrar que o problema dos árbitros brasileiros
talvez não seja o de “marcar qualquer faltinha”, mas sim de
tolerar sequências de faltas, às vezes de um mesmo atleta, sem
punição. Todos ficam à vontade para bater, de forma sutil ou de
forma viril.
Jogo tétrico, o jeito
para o santista é esperar 2013.