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Um time compacto na
defesa e que pressionou o rival no campo adversário, forçando erros
de passe e contando também com alguns não forçados. Na partida
entre Santos e Náutico, esta noite, o time descrito acima no
primeiro tempo era o lanterna do Brasileirão. O que se viu foi um
Alvinegro desligado, errando demais e não conseguindo achar espaço
na defesa pernambucana.
Não que o Santos não
tenha criado nada. Foram duas oportunidades reais de gol, ambas
desperdiçadas por Giva, garoto que, depois de um bom início como
profissional, sumiu e passou a jogar mal quase sempre quando entra.
Entrou como titular substituindo o suspenso Thiago Ribeiro porque
Gabriel, seu rival na posição, também tem oscilado.
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Cícero se salvou em meio à escuridão (Foto Santos FC) |
O companheiro de frente
de Giva, Willian José, se esforçou para ser vaiado pelos torcedores
na Vila. Em duas oportunidades recuou a bola para a defesa, dando a
redonda de graça para o Náutico. Uma junção de falta de técnica
com ausência de aproximação dos companheiros de time. O Santos, na
etapa inicial, não trocou passes com a competência que tem feito, e
os jogadores estiveram distantes uns dos outros.
Nos primeiros 45
minutos, só Cícero se salvou na articulação de lances, até a
saída do meia argentino Montillo, contundido, substituído por
Leandrinho aos 33. Não que o Dez alvinegro estivesse fazendo uma
grande partida, mas se movimentava muito e conseguia atrair a
marcação adversária. Sua ausência fez com que Cícero passasse a
ser presa fácil, e o Santos não criou nada até o intervalo.
Renê Junior, que
ocupava o lugar de Arouca, suspenso, ficou no vestiário. Léo
Cittadini entrou e Cícero recuou para trabalhar a transição da
sufocada retaguarda peixeira. Parecia até que ia dar certo. Em dois
minutos o Santos chegou perigosamente duas vezes, mas logo o Náutico
respondeu, com um dos gols mais perdidos da competição, mostra da
atual fase da equipe, aos 5. Maikon Leite cruzou e Rogério chutou
pra fora de dentro da área, com o gol livre. Dois minutos mais
tarde, Giva finalizou mais uma vez dentro da área. De canela. Pro
espaço.
E o jogo continuou com
seu nível rasteiro, por vezes indo ao subsolo. Mas sempre com a
vantagem para um Náutico mais aceso, interessado em tentar atacar
com qualidade e velocidade, jogando nos (inúmeros) erros santistas.
Aos 26, Claudinei finalmente faz a substituição que deveria ter
feito bem antes, sacando Giva e promovendo Gabriel.
Mesmo assim, foi o
Naútico que abriu o marcador. Aos 37, com um ex-santista e
palestrino emprestado Maikon Leite, que os pernambucanos tentaram
devolver ao Palmeiras, recebendo uma elegante recusa como resposta.
Mas o treinador Marcelo Martelotte, recém-chegado ao Timbu, resolveu
resgatar o atleta, com quem trabalhou no Santos. E o lance, mais uma
ironia, foi iniciado por outro ex-atleta do Alvinegro, Maranhão.
Não demorou muito, no
entanto, para que outro protagonista da partida desse as caras. O
árbitro Francisco Carlos do Nascimento, que já havia prejudicado as
duas equipes com faltas e cartões assinalados sem um critério que
se pudesse descobrir, inventou uma infração próxima à área
pernambucana. Cícero, até então sumido em seu novo posicionamento
– já que sua função, a de fazer a transição, não existia com
o afobamento e os passes longos dados pela defesa santista –
realizou uma bela cobrança e empatou o jogo.
Jogando muito mal e
oscilando entre o desinteresse e a ansiedade, o Santos desperdiçou a
chance de se aproximar do G-4, ficando na sexta posição, agora com
o mesmo número de jogos de seus rivais. Dado o nivelamento do
Brasileirão, pode disputar uma vaga na Libertadores mas,
infelizmente, o jogo sugere ao torcedor que a tônica do time será a
irregularidade.