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segunda-feira, junho 02, 2008

Bellini, Feola e Gilmar falam sobre a Copa de 1958

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O "Grandes Momentos do Esporte" de ontem, na TV Cultura, recuperou um programa antológico gravado pela emissora em 1974, chamado "Todas as Copas do Mundo", com apresentação do jornalista Orlando Duarte e participação de três campeões mundiais de 1958: o técnico Vicente Feola e os ex-jogadores Bellini e Gilmar (na foto, os três no dia do título). Eles foram entrevistados pelos jornalistas Luiz Noriega, José Carlos Cicarelli, Paulo de Aquino, José Silveira e José Carlos Carbone. Vários mitos da Copa da Suécia foram desmentidos e/ou confirmados - e o mais legal é que Feola estava lá, vivo, para dar a sua versão. Vamos a algumas delas:

Jogadores que escalavam - Reza a lenda que Nilton Santos, Didi e Bellini teriam pressionado Feola para substituir Dino Sani, Joel, Dida e Mazola por Zito, Garrincha, Pelé e Vavá. No livro "Estrela solitária", sobre Garrincha, o escritor Ruy Castro já havia dito que tal insubordinação seria impensável naquele grupo. Gilmar e Bellini confirmaram. "Isso é mentira, é uma fofoca criada por amigos do Nilton e do Didi no Rio, depois me envolveram na história", disparou Bellini. Feola acrescentou que Garrincha e Pelé só não começaram a Copa como titulares porque o primeiro estava fora de forma e o segundo contundido. Dino Sani e Mazola perderam os postos por não terem rendido o que ele esperava.

Mauro no banco - Muitos jornalistas consideram que o zagueiro Mauro Ramos de Oliveira já poderia ter sido titular (e capitão) na Copa de 1958, quatro anos antes disso acontecer no Chile. A titularidade de Bellini (que jogava no Vasco) teria sido uma "cariocada" da CBF. Mas Feola, que treinou Mauro no São Paulo por muitos anos, considerava que ele era muito técnico, não marcava forte e não dava bico na hora do sufoco. Por isso, preferiu Bellini - com a ressalva de que, depois disso, Mauro mudou seu estilo e virou titular no Santos e na seleção. Gilmar e Bellini concordaram com isso. "O Bellini não tinha medo de dar uma 'injeção" (um bico) na bola", disse Gilmar. "Agulhada", corrigiu Bellini, rindo.

Pepe no banco - O ponta-esquerda Pepe foi reserva de Zagallo em 1958 e 1962. Teria sido outra "cariocada"? Feola disse que deu várias oportunidades para Canhoteiro e Pepe mas que Zagallo conquistou a posição antes da Copa, por ser o jogador que mais corria e que conseguia voltar do ataque para compor a defesa mais rápido que todos os outros. "Ele foi fundamental para a conquista", afirmou o técnico. "Na semifinal contra a França o Zagallo estava meio gripado e consultei o Pepe para saber se estava disposto a jogar. Ele ficou muito tímido, retraído. Mantive o Zagallo".

Final antecipada - Questionados sobre o jogo mais difícil, tanto Gilmar quanto Bellini disseram que a França, na semifinal, foi o adversário mais forte que enfrentaram (contrariando palpites dos jornalistas sobre a Inglaterra e o País de Gales). "Nós tínhamos uma defesa mais compacta, mas o ataque francês era excelente. Nesse duelo, vencemos a Copa", resumiu Bellini.

'Volta, Nilton!' - Na estréia do Brasil na Copa, contra a Áustria, o lateral-esquerdo Nilton Santos foi ao ataque e fez o segundo gol da seleção no início da segunda etapa. Reza a lenda que, enquanto ele avançava, Feola gritava com raiva do banco: "-Volta, Nilton, volta!". E que depois teria dito, cinicamente: "-Boa, Nilton!". O técnico deu sua versão: "Nilton tentou arrancar e perdeu a bola no meio do campo. O conta-ataque da Áustria seria fulminante, por isso gritei para ele voltar. O estádio era pequeno e todo mundo ouviu. Mas, em cima do lance, o Didi desarmou os austríacos e lançou o Nilton, que fez o gol. Nunca proibi ninguém de ir ao ataque e nem deixei de incentivar quando algum defensor tinha chance de gol".