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Diante de um Mogi Mirim
que veio para jogar no contra-ataque (fórmula quase nada usada por
equipes do Brasil), o modificado Peixe começou sufocando o
adversário com a dita marcação pressão no campo rival. Sem Fucile
e Henrique, e com Elano e Borges poupados, Maranhão foi o autor do
primeiro tento santista aos 22 minutos, depois de um lançamento de
Neymar do jeito que Ganso faria.
A vantagem poderia ser
maior na primeira etapa, mas o Peixe desperdiçou a (s) chance (s). O
Mogi, que quase nada ameaçou, mudou de postura no segundo tempo.
Veio marcando mais no campo alvinegro, e o Peixe também veio algo
desligado, dada a facilidade que encontrava até então. Mas tinha
Neymar em campo. E o garoto estava sendo provocado por Edson Ratinho,
que o marcava durante a maior parte da peleja. O jogador poderia até
ter sido expulso ainda no primeiro tempo, mas não foi. Tomou dribles
de Neymar, fez faltas, permaneceu no gramado. E irritou o atacante
peixeiro que, como mostra seu histórico, não se intimidade com tais
atitudes.
E a partida,
modorrenta, ganhou vida com as quase brigas e veio o segundo gol
santista. Neymar pegou a bola pela direita do ataque, avançou em
velocidade, na diagonal, e aqui é necessário fazer uma
consideração. Há jogadores que ganham a jogada sendo rápidos e
fazem grandes gols ao passar por adversários; outros que aliam
velocidade e habilidade e também propiciam grandes momentos ao
marcarem golaços. Mas tem aqueles que aliam rapidez com habilidade e
uma absoluta imprevisibilidade, e é o caso de Neymar. Quem observar
o gol, com cuidado, vai ver que ele consegue reduzir a velocidade no
lance duas vezes e, como é ambidestro, o marcador não só não sabe
pra que lado ele vai como não prevê com qual perna vai tocar a bola
e com qual delas vai chutar.
Assim, surge mais um
golaço na coleção do atacante, o 99º dele com a camisa do Santos,
a apenas dois de Juary, o terceiro no rol de artilheiros peixeiros
pós Era Pelé. Também empata com Hernane, do Mogi Mirim, como artilheiro do campeonato paulista. Para uma peleja com jeito de treino, Neymar deu o tom
e salvou a tarde do torcedor e daquele que curte bola bem jogada.
Agora, o Peixe pega o
São Paulo pelas semifinais do Paulista, depois de ir até La Paz, a
3.600 metros de altitude, porque a Rede Globo quis adiantar o jogo
do Santos, e não do Corinthians, na Libertadores. O que dará, no
fim das contas, uma semana e meia de treino/descanso para a equipe da
capital e uma maratona de decisões para o Peixe. É a televisão
colaborando para o esporte.
Soberba corintiana
Não, não vi o jogo do
Corinthians, como o relato acima deixa claro. Mas com o intertítulo
não me refiro à torcida ou à atitude dos atletas, e sim ao
presidente do clube, Mario Gobbi. Antes da rodada, em entrevista à
Rádio Bandeirantes, o cartola se descontrolou com uma pergunta que
nem era ofensiva, mas mencionava a palavra “Libertadores”. Daí
veio um festival
de sandices: “"O Corinthians é um dos maiores clubes do
mundo. Do mundo. A Libertadores é só um campeonato, mais nada. Quem
nasceu para ser Libertadores não chega a ser Corinthians. Não
vivemos de Libertadores. Somos muito maiores que a Libertadores. É
só um campeonato". E concluiu, de forma imperial: "Nesse
102 anos, o Corinthians nunca se dedicou à Libertadores".
Comparar o tamanho de
clubes com o de campeonatos já é um exercício bizarro e com muito
pouco sentido. Óbvio que o Timão é grande, independentemente da
Libertadores, assim como é o Fluminense, por exemplo. Mas fazer o
jogo de menosprezar a competição sul-americana - que o Corinthians
tem muitas chances de conquistar em 2012 – beira o ridículo.
Qualquer torcedor tem o direito de dizer que não está nem aí pro
torneio, faz parte da “defesa argumentativa de boteco”. Mas
quando Gobbi fala isso, parece dizer que seu antecessor/padrinho
mentiu ou fez um trabalho muito porco à frente do clube, pelo menos
no que diz respeito à Libertadores. Quer dizer que Andres Sanchez e
todos os torcedores que se dedicaram a ralar e ir aos estádios para
incentivar o Corinthians foram logrados por uma diretoria que “nunca
se dedicou à Libertadores”? Depois reclamam porque não se leva o
futebol a sério...
Mas, falando da peleja
em si, é claro que Júlio César pecou. Assim como no Brasileiro de
2010, contra o Goiás; na final do Paulista de 2011, contra o Santos,
e em outras ocasiões em que o erro foi menos grave. É sempre bonito
dividir o ônus com os companheiros de time, mas dado o histórico e
levando em consideração a música de Jorge Benjor aí abaixo...
Sendo eu, procuraria outro arqueiro.
Palmeiras, ah, o Palmeiras...
E o Palmeiras? Foi derrotado por 3 a 2 pelo Guarani, no Brinco de Ouro, e conseguiu ser derrotado duas vezes pela equipe de Campinas na competição. Não era totalmenete inesperado, mas quando acontece, não deixa de ser algo surpreendente, ainda mais com gol olímpico, obra de Fernando Fumagalli. Uma semifinal campineira poucos esperavam.