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quinta-feira, novembro 12, 2015

Agora vai: Guarani contrata Flávio Caça-Rato

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Caça-Rato quer ir do Guarani ao Morumbi
Se Dunga não ouviu o côro "ão-ão-ão, Caça-Rato é seleção", outro time, que está pouca coisa pior que o escrete canarinho, atendeu o clamor da galera: Flávio Caça-Rato, o nosso "CR-7" tupiniquim, acertou com o portentoso Guarani de Campinas para disputar a famigerada Segunda Divisão do Campeonato Paulista de 2016, também conhecida como "Buraco Negro" e que, neste ano, reuniu nada menos que 30 clubes. Mas Caça-Rato é ambicioso e, nem bem chegou ao Bugre, já adiantou que seu sonho é defender Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos. "Se Deus quiser, ainda vou conseguir", garantiu o jogador, que ganhou o apelido porque, quando criança, tinha o costume de matar ratos com estilingue. Buenas, se depender do "planejamento estratégico" de contratações do São Paulo e da situação financeira do clube, podemos aguardar, em breve, a transferência de "CR-7" do Brinco de Ouro para o Morumbi. Talvez para a disputa da Série B de 2017...


quinta-feira, agosto 08, 2013

Na Ásia, parceiros deixam sua marca (no mesmo dia)

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Torcida pediu essa dupla na Copa de 2010
Em 2009, dois garotos lançados no time profissional do Santos começaram a fazer história: Paulo Henrique Ganso e Neymar. Nos três anos seguintes, seriam tricampeões paulistas, campeões da Copa do Brasil, da Libertadores da América e da Recopa Sul-Americana. O meia e o atacante brilharam juntos principalmente no primeiro semestre de 2010, levando milhões de brasileiros a pedirem suas convocações para a Copa da África do Sul (mas não foram atendidos pelo técnico Dunga). Parceiros dentro e fora de campo, Ganso foi o padrinho do filho de Neymar e este retribuiu sendo padrinho de casamento do amigo. Porém, a vida profissional dos dois bifurcou: depois de uma série de lesões, Ganso não apresenta mais o futebol brilhante de três anos atrás e amarga o banco de reservas no São Paulo; enquanto isso, Neymar acertou transferência para o Barcelona e já dá os primeiros passos no time de Messi. Curiosamente, nesta quarta-feira, 7 de agosto, os dois estavam excursionando pela Ásia com seus clubes - e fizeram gols. Ganso marcou o primeiro do São Paulo na derrota por 3 a 2 para o Kashima Antlers, no Japão, e Neymar abriu o placar para o Barça na goleada por 7 a 1 sobre a Tailândia, em Bangcoc.

Agora, atentem para a coincidência: o primeiro gol de Ganso com a camisa do Santos, em 15 de fevereiro de 2009, saiu de um chute de fora da área, no estádio da Vila Belmiro; ontem, no Kashima Soccer Stadium, apesar de ser no lado oposto do campo, o golaço do meia também foi de longa distância.

1º GOL DE GANSO COM A CAMISA DO SANTOS (15/02/2009):



GOL DE GANSO CONTRA O KASHIMA ANTLERS (07/08/2013):



E lances coincidentes também aconteceram com Neymar: seu primeiro gol pelo Santos, no Pacaembu, em 15 de março de 2009, ocorreu após um toque de primeira na risca da pequena área; ontem, no Estádio Rajamangala, no lado oposto do campo, ele também tocou de primeira - no mesmo local.

1º GOL DE NEYMAR COM A CAMISA DO SANTOS (15/03/2009):



1º GOL DE NEYMAR COM A CAMISA DO BARCELONA (07/08/2013):



Como se vê, assim como Muller e Silas (vejam esse post aqui), os caminhos de Ganso e Neymar parecem destinados a se cruzarem. Que o meia recupere seu futebol e ainda tente uma vaguinha na Copa de 2014. Porque Neymar, tudo indica, estará lá.

terça-feira, abril 16, 2013

Ressaca

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Só depois que o Guarani caiu para a Série A2 do Paulistão (o 10º rebaixamento em 12 anos, sendo que caiu para a Série C do Brasileiro há apenas 6 meses) foi que me lembrei da tentativa do time campineiro, no início deste ano, de trazer o semi-aposentado Adriano (ex)Imperador (foto). O que me levou a pensar numa dúvida Tostines: o Guarani foi rebaixado porque não contratou o Adriano ou o Adriano só não foi rebaixado porque o Guarani não teve dinheiro para contratá-lo? E quem está pior: o Guarani ou o Adriano? Dúvidas cruéis. Na moita, o (ex)atacante achou melhor tomar a saideira. Porque, afinal, deve estar com mais dinheiro que o Bugre...

segunda-feira, março 25, 2013

Corinthians ganha do Guarani no interminável Paulistão

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Guerrero e Sheik estão se entendendo (Ary Ferreira/Lance!Net)

Cara, como é chato o Paulistão. O 1 a 0 sobre o Guarani em Campinas manteve o Corinthians bem posicionado para garantir sua classificação para a fase eliminatória do torneio. Em mais um jogo chato desta primeira fase interminável e sem sentido, o mais inusitado foi o final jogado sob chuva de granizo.

Entendam, não estou detonando o estadual em si. Somos um país continental, com diferenças regionais relevantes, é válido ter competições que valorizem essa diversidade. Mas essa fórmula beira o desvario – o que não chega a ser novidade nas criativas mentes da FPF.

Ninguém consegue me convencer de que isso faz sentido: você joga 19 partidas medíocres para classificar oito clubes para uma fase de mata-mata que, essa sim!, vai ser emocionante. Mas aí faz a eliminatória só com um jogo! Ora, diminuam a fase de classificação e ampliem o mata-mata.

Não entendo bem o que ganha a federação ou seu presidente, Marco Polo del Nero, com esse formato esdrúxulo, os estádios vazios, os jogos sem titulares. Compreendo que ele não esteja nem aí  para nada além de seus interesses políticos, mas ter um campeonato tão mal organizado ajuda em alguma coisa suas ambições?

Enfim, de volta à partida, o Corinthians jogou bem no início, fez o gol com Guerrero em belo passe de Emerson (que mais uma vez jogou bem) e parou, o que também não é nenhuma novidade O Guarani não mostrou a menor força para empatar e ficou por isso mesmo.

Duas consequências funestas: Cássio e Renato Augusto saíram de campo machucados, ainda no primeiro tempo. Os dois não jogam na quarta-feira e preocupam para a sequência.

Ah, sim: o vestiário do Brinco de Ouro da Princesa alagou depois da partida, o que também foi novidade. Que beleza!

sábado, março 16, 2013

Montillo marca de novo, Neymar volta e Santos bate Guarani

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“Você esteve duas frente à frente do goleiro Renan [e não fez os gols]. Ele levou a melhor?”

“Claro que não, meu time ganhou de 2 a 1.”

Foi assim que um espirituoso Neymar respondeu a uma das perguntas feitas por jornalistas na saída do gramado da Vila Belmiro. Mais de uma vez, também, o craque sugeriu, sorrindo, que “cada um cuidasse da sua vida”, ao comentar um suposto atraso no treino de sexta, não confirmado pelo Santos, mas ventilado por jornalistas ou por alguém com interesse na venda do atleta.

De qualquer forma, Neymar está voltando. Depois de duas semanas sem jogar por conta de suspensão, voltou a apresentar jogadas plásticas, como um chapéu em cima de Ademir Sopa, e também dribles desconcertantes sobre os rivais. Sim, foi egoísta em algumas jogadas, especialmente no final da partida, quando chegou a incomodar os torcedores na Vila Belmiro. E a marcação do Guarani por vezes facilitou o trabalho, como no segundo gol santista, quando Neymar roubou uma bola no meio de campo e passou por dois adversários para dar uma assistência daquelas paternais a André, que marcou.

Neymar poderia ter jogado mais, mas foi melhor do que vinha sendo. Assim como Montillo, que foi o melhor em campo não só pelo primeiro gol (seu segundo pelo time), uma bela finalização após pedalar num contra-ataque armado por Arouca. Ele também o “arco” da equipe, ora tentando bolas longas, ora conduzindo a redonda até o campo adversário. Ainda fez por diversas vezes a cobertura do lado direito, onde Bruno Peres, pra variar, ofereceu verdadeiras vias expressas para o ataque bugrino.

Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC
Aliás, foi pelas laterais que o Guarani, após o zagueiro Tiago Pagnussat marcar seu gol em escanteio aos 13 do segundo tempo, forçou as entradas na defesa peixeira. Em dados momentos, a pressão campineira parecia que ia resultar em gol, já que a vontade dos comandados do treinador Branco (sim, o de 1994) parecia superior à dos santistas, que não tinham nenhuma compactação entre ataque e defesa e chegaram a ficar no mano a mano com o ataque adversário algumas vezes. 

Quando a equipe da Vila se postou para aproveitar os contra-ataques e jogar no (s) erro (s) do Guarani, criou chances. Uma, duas, três... Como as que Neymar não aproveitou diante do goleiro Renan, como lembrou o repórter na saída da partida. A propósito, Renan é aquele mesmo, convocado quando estava no Avaí por Mano Menezes em seu primeiro jogo pela seleção, contra os EUA. Contratado pelo Corinthians em 2011, estava no Estoril de Portugal mas ainda pertence o Alvinegro da capital paulista, que paga o salário do arqueiro.


Não foi uma peleja digna de nota, mas valeu por Montillo e pela volta de Neymar, que vai desfalcar o Santos contra o Mirassol, dia 21, e o Palmeiras, dia 24, porque estará na gloriosa seleção canarinha de Felipão. Mas não valeu pela atuação irregular de André, que, apesar de marcar um gol, continua jogando mal e teve que escutar a torcida aplaudindo Giva, que o substituiu aos 24 da etapa final, em seu primeiro lance.

Hoje, o Santos dorme na liderança da competição, embora possa acordar depois do fim de semana na mesma quarta posição em que estava antes do jogo. E seguimos em busca de um futebol melhorzinho...

sábado, fevereiro 09, 2013

Com gol de falta, Rogério Ceni garante vitória e já é o 15º maior artilheiro do São Paulo

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Depois de dois jogos afastado, por dores no ombro, o goleiro e capitão Rogério Ceni voltou ao time do São Paulo neste sábado, em Campinas, para comandar os reservas e fazer o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, no estádio Brinco de Ouro, pelo Campeonato Paulista. Com o gol de falta, o 57º que marcou dessa forma na carreira, atingiu 109 com a camisa do São Paulo (fez outros 51 de pênalti e um de bola rolando). Isso torna Rogério o 15º maior artilheiro de toda a História do clube, um feito impressionante para um goleiro, ficando atrás apenas de goleadores como Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233), Teixeirinha (189), França (182), Luizinho (173), Luís Fabiano e Muller (ambos com 160), Leônidas da Silva (144), Maurinho (136), Raí (128), Prado (122), Pedro Rocha (119), Careca (115) e Remo (110).

E, aos 40 anos, disputando provavelmente sua última temporada no futebol, as estatísticas positivas de Rogério Ceni continuam a engordar. Com a vitória de hoje, o goleiro manteve a escrita de nunca ter perdido para o Guarani: em 24 partidas, foram 17 vitórias e sete empates, além de chegar à três gols contra o rival. E mais: o jogo em Campinas foi o de número 1.054 com a camisa do São Paulo e, se disputar mais 63, vai superar Pelé como o atleta que mais vezes vestiu a camisa de um clube brasileiro (o Rei disputou 1.116 jogos pelo Santos). Diante de tantos recordes (ou iminência deles), a importância da vitória pelo Paulistão até diminui. Jogando com os reservas, o São Paulo só venceu porque o Guarani é muito fraco. De bom, o gol de Aloísio, seu primeiro pelo clube. De ruim, a expulsão de Cañete. Que venha a Libertadores.


TARDE DOS VOVÔS - Além de Rogério Ceni, outro quarentão se destacou neste sábado de Carnaval, pelo Campeonato Paulista. Em sua estreia pelo São Caetano, o (interminável) Rivaldo, que jogou pelo São Paulo em 2011, marcou um gol nos 2 a 2 contra o Corinthians, no Pacaembu. O Azulão só cedeu o empate aos 41 do segundo tempo, quando levou um gol de Paulinho. Rivaldo, que jogou pelo Kabuscorp, de Angola, em 2012, vai completar 41 anos em abril. Revelado pelo Santa Cruz, despontou no "Carrossel Caipira" do Mogi Mirim, no Paulistão de 1993, e logo em seguida foi contratado justamente pelo adversário deste sábado, o Corinthians. Logo em seguida, brilhou pelo Palmeiras. Mas seu auge ocorreu no Barcelona, quando foi eleito o melhor jogador do mundo. Na Copa de 2002, jogou uma barbaridade.


quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Experimentos contra os times de Campinas

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Aproveitando que a primeira fase do Campeonato Paulista vale pouco ou quase nada (assim como a competição, nos últimos anos), o técnico do São Paulo, Ney Franco, está aproveitando os dois compromissos dessa semana para tirar suas últimas dúvidas. O primeiro ocorreu ontem, no Morumbi: um modorrento empate sem gols contra a Ponte Preta, que, assim como em 2012, faz uma ótima campanha no estadual. O segundo ocorre no sábado, dia 9, em Campinas, contra o outro time da cidade, o Guarani - que, pra (não) variar, segue com desempenho sofrível.

Para o jogo contra a Ponte, Ney botou o time titular, desfalcado apenas de Rogério Ceni (contundido) e Luís Fabiano (que jogou pela seleção brasileira). Denis assumiu o gol e Aloísio ficou como centroavante, tendo Cañete na ponta-direita. No decorrer da partida, Rafael Tolói entraria no lugar de Rhodolfo, para ser testado como companheiro de zaga de Lúcio. Uma surpresa foi Douglas começar jogando na lateral-direita. E foi por ali que o técnico fez seu principal experimento: no segundo tempo, ao colocar (o ex-titular) Paulo Miranda para assumir a função, preferiu tirar o volante Wellington.

Com isso, Douglas foi deslocado para a ponta-direita, no lugar de Cañete, que recuou para compor o meio junto com Denilson e Paulo Henrique Ganso (que havia entrado no lugar de Jadson). Bom, o placar comprova que nada de muito útil resultou disso tudo. No sábado, o time reserva deve encarar o fraco Guarani, com Tolói na zaga, Fabrício de volante, Carleto de lateral-esquerdo, Maycon no meio e Ademilson no ataque, entre outros. E Ganso terá mais uma oportunidade para provar ao Ney Franco e à torcida que, por enquanto, ele é um excelente reserva de luxo...



quarta-feira, janeiro 30, 2013

Guarani leva vantagem

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Deitando por terra a tese de que "não existe mais bobo no futebol", alguns clubes ainda querem pagar pra ver (e muito!) a ressurreição do ex-Imperador Adriano. Pelo o que parece, o alviverde de Campinas tem um trunfo...



(Crédito da imagem: Gol Contra/Facebook)

segunda-feira, novembro 26, 2012

Guarani de 2012, Santo André de 2010: a maldição do sucesso no Estadual

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O Guarani, depois de chegar à final do Paulista de 2012, caiu para a Série C no Campeonato Brasileiro ao ser derrotado pelo São Caetano, no Brinco de Ouro. O que mostra algo sobre a situação de times menores no Brasil que, às vezes, são vítimas do próprio sucesso. Uma final de Estadual, ainda mais de um grande centro, chama a atenção de clubes com maior poder econômico e a debandada é fatal. Como muitos dos atletas são de empresários ou de “parceiros” e os contratos são no tempo mínimo estabelecido por lei, a saída fica bem mais fácil.

Deem uma olhada no time que disputou a final do Paulista contra o Santos: Emerson, Bruno Peres, Domingos, Neto e Bruno Recife; Éwerton Páscoa, Fábio Bahia, Medina e Danilo Sacramento; Fabinho e Bruno Mendes. Destes, três (Bruno Peres, Neto e Ewerton Páscoa) estão no Santos; Fabinho foi para o Cruzeiro; Bruno Mendes foi para o Botafogo (embora sua situação esteja indefinida atualmente); Domingos está no Al-Kharitiyath... A equipe que foi rebaixada contra o Azulão tinha: Emerson; Oziel, Ademir Sopa, Montoya e Bruno Recife; Lusmar (Kleiton Domingues), Fábio Bahia, Medina e Fabrício (Danilo Sacramento); Clebinho e Schwenck. Muito diferente.

Alegria andreense não chegou a 2011
Mas não se trata de novidade, talvez, de maldição. Em 2010, o Santo André quase foi campeão paulista em cima do badalado Santos de Dorival Júnior, com uma equipe que tinha na final: Júlio César; Cicinho (Rômulo), Halisson, Cesinha e Carlinhos; Alê (Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão) e Bruno César; Nunes e Rodriguinho. Mesmo roteiro do Guarani de 2012, Cicinho foi para o Palmeiras; Branquinho, para o Atlético-PR; Carlinhos e Rodriguinho, para o Fluminense; Bruno César, para o Corinthians. Na partida que definiu o rebaixamento do Ramalhão para a Série C, atuaram Neneca; Alex Silva (Marques), Douglas, Toninho e Dênis; Wendel, Walker, Makelele e Aloísio (Pio); Rychely e Borebi (Marcelo Godri).

Ou seja, chegar à final do Estadual mais rico do país pode significar mais dinheiro de premiação e outro quinhão de renda. Mas o prejuízo em disputar a Série C do Brasileiro (que não é uma competição fácil para equipes do porte de Santos André e Guarani) pode fazer essa vantagem financeira desaparecer rapidamente. E não dá pra culpar só a boa e velha falta de planejamento quando um clube tem que refazer a maior parte do elenco em um espaço de tempo tão curto. Sem mexer na distribuição de cotas de TV das competições, que deveriam incluir o fator “mérito” em sua composição, o abismo entre os grandes e os médios e pequenos só tende a aumentar.

domingo, maio 13, 2012

Santos tricampeão - quando a História vem ao nosso encontro

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Por que um título como o de hoje, um Estadual que muitos dizem desprezar (embora seja fato que, se seus times ganhassem, a história seria outra), consegue me emocionar? Não foram dois jogos parelhos na final, o Santos mostrou sua superioridade técnica diante de um Guarani valente, brioso, mas inferior. Mas não são só as duas partidas que contam o que foi esse título. Trata-se de história, história... O Santos se tornou hoje tricampeão (três vezes campeão de forma consecutiva) do campeonato estadual mais disputado do país. Um feito que, da última vez que foi conseguido, os donos da bola eram Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Lima, Rildo, Toninho Guerreiro, Ramos Delgado... De lá pra cá, nenhum rival conseguiu tal feito.

Quando o tri vem, e remete àquele esquadrão sessentista, lembro de Eduardo Galeano, que disse, em uma entrevista concedida a mim e ao amigo Nicolau: “Mas a história é uma senhora que caminha devagar. É preciso ter paciência. O resultado dessa articulação de vozes não aparece em um ou nem mesmo em dez anos.” Essa tal de História, que caminha às vezes em passos muito mais curtos do que desejamos, pesava e chegava a assombrar quando eu era adolescente e vivia um jejum de títulos. Mas ela andou, lentamente, deu as caras com aquele Giovanni mágico de 1995, saiu um pouco mais da penumbra quando saímos da fila com Diego e Robinho em 2002, e chegou a seu apogeu com esse espetacular Neymar, que comanda um elenco valoroso que tem em Ganso outra estrela que brilha de forma irregular, mas que faz sonhar quando traz luz aos gramados.



Esse elenco que não tem medo de cara feia e nem de nenhum tabu. Não houve para o Santos a tal “maldição do centenário”, que se fez presente nos clubes que completaram a marca nos últimos vinte anos. O título está aí, e com Neymar como goleador máximo do campeonato paulista, com 20 gols, em um total de 108 com o manto santista, o que lhe garante a 16ª colocação entre os maiores artilheiros da história alvinegra. Também garantiu ao Peixe a marca de ter o maior número de artilheiros no Estadual. Em 23 vezes o Santos teve o goleador do Paulista.

Foram 58 gols em 23 partidas no campeonato paulista de 2012, média de 2,52 por peleja, fazendo jus à equipe profissional que mais fez gols no mundo. Mas dados e números dizem pouco quando se vê futebol bem jogado como aquele desenhado no primeiro gol peixeiro, em que Neymar serviu Elano que, de primeira, tocou para Allan Kardec fazer. Ou o retratado no tento de Neymar, que veio da direita do ataque para servir Juan, que deu um lindo drible da vaca no rival e serviu, em meio a seis defensores bugrinos, quem lhe deu o passe.

A bela história do Santos de ontem veio ao encontro do Santos de hoje. Que bom que eu pude esperar. Que bom que posso testemunhar.

segunda-feira, maio 07, 2012

Paulista 2012: Santos perto do tri

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Pregam os doutos da bola que, em um confronto entre um time grande e outro médio ou pequeno, o primeiro tem que se afirmar logo de cara na peleja. E foi o que Peixe tentou fazer logo a dois minutos na primeira partida da final do Paulista, com Neymar. Ele passou por seis rivais e foi derrubado perto da área. Elano cobrou a falta no travessão.

O lance mostrou o que todos já sabem, a habilidade e a técnica do camisa 11 alvinegro, mas também dava mostras das dificuldades que o Santos enfrentaria principalmente no primeiro tempo. A jogada só surgiu porque Neymar foi buscar uma bola na meia, quando seus companheiros de equipe encontravam dificuldade na saída de bola em função da marcação bugrina no campo santista. Após o susto inicial, o Guarani manteve a postura e conseguiu segurar por boa parte do tempo o ímpeto alvinegro, algo não tão surpreendente já que se trata de um time bem montado e armado por Vadão.

Mas, quando uma equipe é superior tecnicamente à outra, muitos esperam sempre um atropelo. Talvez tenha sido o caso dos comentaristas da Globo, que disseram que o Guarani “dominou territorialmente” o adversário na etapa incial. O repórter da emissora, no intervalo, perguntou a um atleta campineiro se ele estava frustrado com o resultado de 1 a 0 para o Santos por conta da “posse de bola” bugrina. Bom, achava que tinha visto outra partida ou que a emoção de torcedor havia turvado minha visão. Então, recorri a eles, os números.

Vi que não era minha emoção. O Santos, segundo dados do IG, trocou 174 passes certos, enquanto os rivais chegaram a 67. Bela diferença, que também se refletiu na posse de bola, quesito barcelonístico: 63,36% contra 36,64% do Bugre. Mas, muitas vezes, a posse não reflete a peleja, já que chances de gol podem surgir para quem retém menos a redonda. Não foi o caso. O Guarani, na primeira etapa, não finalizou corretamente uma vez sequer ao gol de Aranha. As três tentativas foram para fora. Ou seja, o Santos, se não atropelou, chegou mais à meta adversária e teve mais a bola. Por isso, e pelo talento de seus atletas, chegou à vantagem de 1 a 0, gol de Ganso – que havia aparecido pouco até então –, após lance de Neymar na ponta e Arouca na área.


 
Na segunda etapa, qualquer esperança alviverde se esvaiu. O Guarani finalizou uma bola na trave logo no começo, mas, mesmo atacando pelo lado direito da defesa santista, onde estava o improvisado Henrique, continuou com dificuldades para concluir em gol. Já o Santos voltou mais atento e objetivo nas trocas de passes do meio de campo, com Ganso participando mais, tanto na transição para o ataque quanto na proximidade da área. Foi em um lance de Juan para ele, parcialmente interrompido pelo arqueiro bugrino Emerson, que Neymar aproveitou para fazer o gol que o isolava mais na artilharia do torneio. E que também lhe garantia o lugar de 20º maior artilheiro da história do Peixe, com 103 gols, empatado com Ary Patusca.

A partir daí, o time da Vila controlou o jogo, impondo seu ritmo e poupando seus atletas para o duelo com o Bolívar na quinta, na Libertadores. Mas Neymar ainda faria seu 104º tento, empatando com João Paulo e Serginho Chulapa como maior artilheiro da equipe pós Era Pelé. Ficou a impressão de que o Santos poderia até ter ido além na vantagem adquirida, deixando patente a supremacia sobre o adversário. Mas não deixa de ser uma grande vantagem, ainda mais dada a diferença técnica entre as duas equipes.

Difícil imaginar outro resultado que não o Peixe tricampeão no próximo domingo, mas futebol é futebol, então, melhor aguardar...Mas o feito conseguido pelo time de Pelé em 1969 ao obter o tricampeonato, e que nenhum outro clube conseguiu desde então, está bem próximo de ser igualado.

domingo, abril 29, 2012

Peixe na final do Paulista. E Neymar na História

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Ontem, na partida entre Mogi Mirim e Oeste, válida pelo Torneio do Interior, Hernane marcou dois gols e se isolou na artilharia do Paulista. Pensei: será que isso vai mexer com os brios de Neymar? Depois de receber pedras, laranja e banana em La Paz, o garoto ainda tinha a partida contra o Tricolor na primeira fase como fator de motivação. E não se fez de rogado.

A um minuto, pênalti para o Santos, sofrido por Alan Kardec, que entrou como titular no lugar de Borges. Neymar bateu sem dar sopa para o azar e para o arqueiro Dênis, fazendo seu centésimo com o manto santista. Tendo que correr atrás do placar, o Tricolor, que jogava em casa e com a torcida, foi pra cima e deu espaço para que Neymar, em um contra-ataque, passasse com facilidade por Paulo Miranda e marcasse seu 101º gol com a camisa alvinegra, empatando com Juary na lista dos maiores artilheiros peixeiros da Era Pós-Pelé. Como homenagem, imitou o menino da Vila de 1978 correndo em volta da bandeira de escanteio. Mostrou que conhece a história santista, já que muitos torcedores hoje nem sabem quem foi Juary.

Neymar: precisa de legenda?
Mas não seriam só os dois gols de Neymar que marcariam a memória do torcedor. Piris, o paraguaio que veio do Cerro Porteño para o São Paulo, autointitulado o “maior marcador das Américas” justamente por conta de uma atuação contra o Joia santista na Libertadores (curiosamente, o Santos venceu três das quatro partidas contra o adversário na competição), sofreu. Foi chamado para dançar cinco vezes por Neymar em uma sequência de lances, que terminou com o santista sendo suspendido pelo rival. Piris recebeu o amarelo, mas não seria absurdo ter sido expulso.

Na segunda etapa, o São Paulo continuou em cima, mas, mesmo tendo mais posse de bola, um certo dado mostra que não foi uma pressão daquelas... Foram nove finalizações certas (ou seja, ao gol), contra sete do Santos. E o gol tricolor só saiu em um lance irregular, com Willian José em impedimento. Lance não tão difícil de marcar, mas que a arbitragem não anotou.

O Santos sentiu um pouco o gol, e bastante o cansaço, mas soube se defender. Arouca ficou mais em cima de Lucas no segundo tempo, marcação que funcionou quase todo o tempo. Fernandinho forçou em cima de Maranhão, um dos três reservas que atuaram na defesa peixeira durante os 35 minutos finais, mas não foi efetivo. E, bom, havia Neymar. E Dênis.

O garoto recebeu de Léo, chutou forte, e o goleiro tricolor falhou. O moleque ainda sofreria falta que resultaria na expulsão de Cícero. Protagonista, como na maioria das pelejas que disputa, ele está a dois gols de João Paulo e Serginho Chulapa para chegar ao primeiro posto de maior artilheiro pós-Era Pelé.


Tabu

A vitória do Santos contra o São Paulo foi a terceira semifinal de Paulista que o clube derrotou o adversário. E o quinto confronto eliminatório em que o Alvinegro passou pelo Tricolor no século XXI. Em todos os cruzamentos decisivos de 2001 até hoje, os santistas levaram a melhor. A lista dos encontros está aqui.

Agora, existe outra escrita recente para manter. Desde 2008, todo clube que supera o São Paulo na semifinal do Paulista se torna campeão. Palmeiras, em 2008; Corinthians, em 2009, e Santos em 2010 e 2011. Agora, o adversário é o Guarani, que bateu a Ponte Preta por 3 a 1. Os campineiros, que já enfrentaram o Palmeiras em uma final de Brasileiro em 1978, sagrando-se campeões; pegaram o São Paulo em 1986 e foram derrotados pelo Corinthians na final do campeonato paulista de 1988, enfrentam pela primeira vez em uma final o Peixe.

E é bom que Muricy lembre a seus atletas como foi difícil a final de 2010 contra um time não considerado “grande”, o Santo André. Que esse alerta ajude o Alvinegro a trazer o tricampeonato paulista, que nenhum time consegue desde 1969, quando o próprio time da Vila conseguiu três títulos seguidos.

domingo, abril 22, 2012

Santos treina com o Mogi. Ponte surpreende o Corinthians e Palmeiras cai diante do Guarani.

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Diante de um Mogi Mirim que veio para jogar no contra-ataque (fórmula quase nada usada por equipes do Brasil), o modificado Peixe começou sufocando o adversário com a dita marcação pressão no campo rival. Sem Fucile e Henrique, e com Elano e Borges poupados, Maranhão foi o autor do primeiro tento santista aos 22 minutos, depois de um lançamento de Neymar do jeito que Ganso faria.

A vantagem poderia ser maior na primeira etapa, mas o Peixe desperdiçou a (s) chance (s). O Mogi, que quase nada ameaçou, mudou de postura no segundo tempo. Veio marcando mais no campo alvinegro, e o Peixe também veio algo desligado, dada a facilidade que encontrava até então. Mas tinha Neymar em campo. E o garoto estava sendo provocado por Edson Ratinho, que o marcava durante a maior parte da peleja. O jogador poderia até ter sido expulso ainda no primeiro tempo, mas não foi. Tomou dribles de Neymar, fez faltas, permaneceu no gramado. E irritou o atacante peixeiro que, como mostra seu histórico, não se intimidade com tais atitudes.

E a partida, modorrenta, ganhou vida com as quase brigas e veio o segundo gol santista. Neymar pegou a bola pela direita do ataque, avançou em velocidade, na diagonal, e aqui é necessário fazer uma consideração. Há jogadores que ganham a jogada sendo rápidos e fazem grandes gols ao passar por adversários; outros que aliam velocidade e habilidade e também propiciam grandes momentos ao marcarem golaços. Mas tem aqueles que aliam rapidez com habilidade e uma absoluta imprevisibilidade, e é o caso de Neymar. Quem observar o gol, com cuidado, vai ver que ele consegue reduzir a velocidade no lance duas vezes e, como é ambidestro, o marcador não só não sabe pra que lado ele vai como não prevê com qual perna vai tocar a bola e com qual delas vai chutar.

Assim, surge mais um golaço na coleção do atacante, o 99º dele com a camisa do Santos, a apenas dois de Juary, o terceiro no rol de artilheiros peixeiros pós Era Pelé. Também empata com Hernane, do Mogi Mirim, como artilheiro do campeonato paulista. Para uma peleja com jeito de treino, Neymar deu o tom e salvou a tarde do torcedor e daquele que curte bola bem jogada.


Agora, o Peixe pega o São Paulo pelas semifinais do Paulista, depois de ir até La Paz, a 3.600 metros de altitude, porque a Rede Globo quis adiantar o jogo do Santos, e não do Corinthians, na Libertadores. O que dará, no fim das contas, uma semana e meia de treino/descanso para a equipe da capital e uma maratona de decisões para o Peixe. É a televisão colaborando para o esporte. 

Soberba corintiana 

Não, não vi o jogo do Corinthians, como o relato acima deixa claro. Mas com o intertítulo não me refiro à torcida ou à atitude dos atletas, e sim ao presidente do clube, Mario Gobbi. Antes da rodada, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o cartola se descontrolou com uma pergunta que nem era ofensiva, mas mencionava a palavra “Libertadores”. Daí veio um festival de sandices: “"O Corinthians é um dos maiores clubes do mundo. Do mundo. A Libertadores é só um campeonato, mais nada. Quem nasceu para ser Libertadores não chega a ser Corinthians. Não vivemos de Libertadores. Somos muito maiores que a Libertadores. É só um campeonato". E concluiu, de forma imperial: "Nesse 102 anos, o Corinthians nunca se dedicou à Libertadores".

Comparar o tamanho de clubes com o de campeonatos já é um exercício bizarro e com muito pouco sentido. Óbvio que o Timão é grande, independentemente da Libertadores, assim como é o Fluminense, por exemplo. Mas fazer o jogo de menosprezar a competição sul-americana - que o Corinthians tem muitas chances de conquistar em 2012 – beira o ridículo. Qualquer torcedor tem o direito de dizer que não está nem aí pro torneio, faz parte da “defesa argumentativa de boteco”. Mas quando Gobbi fala isso, parece dizer que seu antecessor/padrinho mentiu ou fez um trabalho muito porco à frente do clube, pelo menos no que diz respeito à Libertadores. Quer dizer que Andres Sanchez e todos os torcedores que se dedicaram a ralar e ir aos estádios para incentivar o Corinthians foram logrados por uma diretoria que “nunca se dedicou à Libertadores”? Depois reclamam porque não se leva o futebol a sério...

Mas, falando da peleja em si, é claro que Júlio César pecou. Assim como no Brasileiro de 2010, contra o Goiás; na final do Paulista de 2011, contra o Santos, e em outras ocasiões em que o erro foi menos grave. É sempre bonito dividir o ônus com os companheiros de time, mas dado o histórico e levando em consideração a música de Jorge Benjor aí abaixo... Sendo eu, procuraria outro arqueiro.



Palmeiras, ah, o Palmeiras...

E o Palmeiras? Foi derrotado por 3 a 2 pelo Guarani, no Brinco de Ouro, e conseguiu ser derrotado duas vezes pela equipe de Campinas na competição. Não era totalmenete inesperado, mas quando acontece, não deixa de ser algo surpreendente, ainda mais com gol olímpico, obra de Fernando Fumagalli. Uma semifinal campineira poucos esperavam.

domingo, abril 15, 2012

O presente do Santos no Centenário, Lusa rebaixada e as quartas do Paulista

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Dando sequência às comemorações pelo centenário do clube, o Santos goleou o já rebaixado Catanduvense por 5 a 0, na Vila Belmiro. O primeiro gol depois do aniversário peixeiro foi uma pintura de Ganso, após passe de cabeça de Neymar. Nada mais simbólico que um belo gol de um jogador que veste a mítica camisa dez.

O meia ainda faria outro gol, sendo o artilheiro do Peixe na partida junto com Borges. Neymar, que foi o garçom da peleja, também fez o dele. O atacante chegou ao seu 97º gol na carreira com a camisa do Santos, empatando com Gradim (1936-1944) e Rui Gomide (1937-1947) na 22ª posição dos maiores artilheiros da história da Vila. E está a quatro de alcançar Juary, terceiro maior goleador pós Era Pelé.
Os lances e gols, que valem a pena ser vistos, estão abaixo. Além desse drible de Neymar que rendeu uma expulsão do rival já no fim da peleja.



Portuguesa rebaixada

E depois da vitoriosa campanha que a levou ao título da Série B no ano passado, a Portuguesa, caiu para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Mesmo com a derrota para o Mirassol, a Lusa ainda permanecia na primeira divisão até quase o final do jogo, já que o Botafogo empatava com o Guarani em casa e ia caindo. Mas aos 42 do segundo tempo o time de Ribeirão Preto conseguiu se livrar da degola.

O técnico Jorginho se desculpou com a torcida. “A responsabilidade é minha. Não tem jeito. Ano passado foi de muita alegria, mas este ano foi isso. Peço desculpas.” Dado que o clube perdeu jogadores importantes como Edno e Marco Antônio, além de outros por contusão, como Marcelo Cordeiro, sem a reposição à altura, é o caso de refletir para o Brasileirão. Outros fatores certamente influenciaram na queda lusa, e se a diretoria e a torcida resolverem culpar só o treinador, o caminho do rebaixamento também no Brasileiro já estará bem encaminhado... 

Quartas de final 

Os reservas do Corinthians bateram a Ponte, que também tinha praticamente meio time reserva, e o São Paulo, surpreendentemente, perdeu para o Linense por 2 a 1, deixando a liderança para o rival na última rodada. Já o Palmeiras seguiu na sua fase de baixa, empatando com o rebaixado Comercial, no Pacaembu, poe 2 a 2, mesmo tendo atuado boa parte do segundo tempo com dois jogadores a mais. As quartas, que serão disputadas em jogo único, ficaram assim: 

Corinthians X Ponte Preta 

A Ponte, que perdeu para os reservas do Timão e tomou uma goleada do Santos por 6 a 1 deve ter muitas dificuldades... Pra se generoso. 

São Paulo X Bragantino 

O Tricolor empatou com o Bragantino em 3 a 3 na fase de classificação (valeu pela correção, Moriti e Renato K.). O time do interior concorre com a Ponte pela alcunha de azarão dessa fase. 

Santos X Mogi Mirim 

O time do interior bateu os reservas peixeiros por 3 a 1 na primeira fase do Paulista. Mesmo com os titulares, o Peixe vai enfrentar uma equipe bem postada, que toca bem a bola na frente e chega rápido ao ataque. Não vai ser fácil 

Guarani X Palmeiras 

Na penúltima rodada da fase inicial, o Guarani superou o Palmeiras em uma partida eletrizante. Não se pode esperar nem o Bugre, nem o Verdão, jogando aberto como naquela partida. Mas essa é talvez a partida mais importante dos campineiros na elite do Paulista no século XXI. No Brasileiro de 1978, os bugrinos levaram a melhor, podem repetir o feito?

sábado, janeiro 21, 2012

Paulistão começa. Já era hora

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É lugar comum o papo de que o ano só começa depois do carnaval. Do ponto de vista do futebol, é na Copa São Paulo de Futebol Júnior, para os mais doentes. E nos estaduais para os que mantém controlada a febre futebolística.

O Campeonato Paulista de 2012 começa neste sábado, 21, com uma partida entre os campeões das séries A1 e A2 do ano passado, Santos e XV de Piracicaba, respectivamente. A partida, precedida de um "megaevento" da Federação Paulista de Futebol (FPF), será sediada na terra da pamonha, da multinacional Raizen (que controla operações da Shell e Esso no Brasil), da montadora sul-coreana Hyundai e da Caterpillar.

Foto: Divulgação XV de Piracicaba

Nem parece que já foram 16 os anos durante os
quais o XV ficou fora da primeira


O desenvolvimento a reboque dos automóveis e do etanol da cana-de-açúcar trouxe o time de volta à elite do futebol estadual depois de longos 16 anos. Em todo esse período sem pôr os pés nos gramados da primeira divisão, o time que homenageia o dia da proclamação da República havia ascendido da terceira para a segunda em 2010. No ano em que cedeu Doriva (ex-São Paulo) para três amistosos da seleção Brasileira, em 1995, o time começou o processo de quedas, só revertido recentemente.

Dois outros times tradicionais subiram para este ano, promovendo derbis importantes para o interior. O Guarani poderá repetir o embate campineiro com a Ponte Preta. O Comercial terá o Botafogo, no Comefogo de Ribeirão Preto. Completa a lista dos debutantes a Catanduvense, do oeste paulista.

Os grandes vem com perspectivas diferentes. Enquanto Corinthians e Santos mantém a maior parte de seus elencos, preparados para a Libertadores, torcedores de São Paulo e Palmeiras convivem entre a esperança e o ceticismo. Se o Tricolor tem em Émerson Leão e Luís Fabiano a possibilidade de um ano diferente do anterior, o alviverde vê pouca cara nova em quem apostar.

A Portuguesa merece menção especial porque subiu da segundona do Brasileirão em 2011. E venceu um segundo título, ainda que com uma boa dose de simbolismo, da Taça Sócrates Brasileiro, disputada entre os vencedores das séries A e B do Nacional, disputada contra os reservas do Corinthians. Seja como for, é a maior sequência de conquistas em tão curto intervalo da história do time da colônia lusitana. De repente a onda veio para ficar.

quarta-feira, setembro 14, 2011

A angústia de ficar sem a bola

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Por Moriti Neto

Nesta terça-feira, 13, o resultado de Barcelona x Milan, no Camp Nou, pela Liga dos Campões, empate em 2 a 2, não mostra nem de longe o que foi a peleja. O time catalão teve amplo domínio da situação e não venceu por que o futebol é um negócio estranho, como bem observou o Nicolau outro dia.

O Barça teve mais de 70% de posse de bola. Chutou 14 vezes com perigo ao gol milanês. Só Messi finalizou oito vezes, mais do que o time italiano todo, que realizou seis arremates. Domínio mais que amplo e com bom futebol. Claro que não à altura do que os azul-grenás apresentaram na temporada passada, mas, salvo alguma anormalidade, ficou nítido que o Milan, para arrancar o empate, precisou jogar no limite. Não deve exibir muito mais no restante do ano. Já o Barcelona tem espaço para crescer consideravelmente. Talvez ao ponto em que chegou à finalíssima da Liga passada, quando protagonizou um dos maiores bailes da história numa decisão de torneio de expressão mundial. Os 3 x 1 contra o nada frágil Manchester United, na Inglaterra, foram uma aula de futebol.

Ainda ontem, o atacante do Corinthians, Emerson Sheik, em participação no Cartão Verde, da TV Cultura, dizia que assistiu a Barcelona e Milan e que, apesar do empate, a partida parecia um treino de ataque contra defesa.

A declaração me lembrou um Portuguesa e Flamengo, disputado lá em 1984, pelo Campeonato Brasileiro. A Lusa jogava no Canindé contra o Rubro-Negro de Júnior, Leandro, Andrade, Adílio, enfim, aquele timaço que, mesmo sem Zico (negociado com a Udinese, da Itália) jogava um bolão.

Tá aí o Tite no Guarani, vice-campeão brasileiro em 1986
Terminado o primeiro tempo, o 0 x 0 no placar, pela força do adversário, dava impressão de “lucro” à equipe paulista. Ao menos foi o que achou um jornalista da Rádio Record. Na saída do gramado, o sujeito disse a Tite, atual técnico do Corinthians e que atuava, naquela partida, como atacante da Portuguesa : “Agora é manter o bom resultado, não é?”. A resposta veio surpreendente: “Que bom resultado? Só eles é que ficam com a bola. Não tem coisa pior pra um jogador do que, em 45 minutos de jogo, não conseguir pegar na bola”. O placar foi 1 x 0 para os cariocas. Pouco, segundo o próprio Tite, ao final da contenda.

Como diz o Xico Sá, o Barcelona, em cada jogo, “não tem tempo de sentir saudade da bola”. Os adversários, ao contrário, devem ter sensação semelhante à de Tite: angústia por não conseguir tocar o grande objeto de desejo presente no campo.

domingo, dezembro 05, 2010

Fluminense - do quase rebaixamento em 2009 ao título de 2010

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Na última rodada do Brasileirão de 2010, em nenhum momento o Fluminense deixou de ser campeão. Tentando realizar a tarefa esquizofrênica de acompanhar quatro partidas ao mesmo tempo, era possível notar nas pelejas dos candidatos ao título que o que imperava era a ansiedade. Só o Tricolor do Rio enfrentava um adversário que colocou os titulares em campo, enquanto Corinthians e Cruzeiro pegavam os reservas do Palmeiras e os suplentes do rebaixado Goiás. Todos jogavam de olho nas partidas alheias e isso parecia aumentar ainda mais o nervosismo de cada atleta, dos mais novos aos mais experientes.

E o primeiro gol entre os pretendentes ao título saiu de quem menos se esperava. Mas o tal do Goiás parece destinado a surpreender. O Corinthians chegou ao empate, acertou a trave no segundo tempo, mas não demonstrou aquele algo a mais que caracteriza os campeões. O time é mais ou menos a cara do técnico, que em coletivas gosta de dar repostas vazias e supostamente sofisticadas, com pitadas de auto-ajuda e filosofia duvidosa. O Timão várias vezes fazia a bola rodar, tocava demasiadamente a pelota na intermediária sem ser incisivo contra um rival vários degraus inferior tecnicamente. 

Não se impôs, como não se impôs também sobre o hoje rebaixado Vitória. Ali, caso tivesse superado a equipe baiana, não precisaria se preocupar com os adversários. Mas Tite achou por bem não ousar. Caiu para o terceiro lugar e terá que disputar a repescagem da Libertadopres para ir à fase de grupos. Nada muito assustador, mas um baque moral.


Já o Fluminense também penava contra um Guarani com três zagueiros e seis homens no meio de campo, anabolizado financeiramente e com a meta de evitar ser vazado pelo ataque que tinha Fred e Emerson. O nervosismo tricolor era evidente e, agora, não custa pensar o que teria acontecido se Corinthians ou Cruzeiro tivessem saído na frente em seus jogos. Será que o Fluminense, cujo elenco era composto por atletas “virgens” em títulos do campeonato brasileiro - com exceção do reserva André Luiz – ficaria ainda mai tenso? Isso nunca saberemos porque seus rivais não tiveram competência para tanto. E palmas para o Tricolor que conseguiu fazer o seu gol aos 18 minutos do segundo tempo e, desde então, praticamente não foi ameaçado pelo Guarani.

No fim, o título ficou com o time que tinha o melhor meia, o argentino Conca, a melhor defesa estruturada pelo tetracampeão brasileiro Muricy Ramalho e uma torcida que merecia ser recompensada por ter jogado junto com o time em 2009, quando a equipe parecia fadada ao rebaixamento e se salvou de forma milagrosa. A recompensa está aí. Parabéns aos tricolores.

sábado, dezembro 04, 2010

O Guarani, a mala branca e o desprezo pelo esporte

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Em 1995, o Santos enfrentava o Guarani em um Pacaembu lotado e uma vitória simples o colocaria nas semifinais do Brasileiro daquele ano. Disputando vaga com o time da Vila estava o Atlético-MG, que enfrentava o Vitória mas precisava de um revés santista diante do Bugre para conseguir ficar entre os quatro. Durante todo o período pré-jogo, o assunto mala branca foi recorrente, sendo que um dono de uma loja de eletro-eletrônicos chegou a anunciar, para quem quisesse ouvir, que daria uma TV 29 polegadas (à época, artigo bem mais valioso do que é hoje) para cada jogador campineiro caso arrancassem um empatezinho que fosse com a equipe de Giovanni e cia.

Provavelmente o aparelho de televisão não foi o único incentivo prometido ao Guarani. Depois do apito inicial, os verdes pareciam disputar uma final de campeonato. Corriam, marcavam, planejavam o bote em contra-ataques, exploravam toda a ansiedade do Peixe que penava enquanto seu rival à vaga já virava o primeiro tempo vencendo por 2 a 0 o desinteressado Vitória, que não havia sido agraciado com promessas financeiras.

O martírio alvinegro durou até os 37 minutos do segundo tempo, quando Marcelo Passos acertou um dos belos chutes que costumava arriscar sempre no lado direito da grande área. Giovanni ainda faria o segundo e tudo o que cercou aquele jogo acabou um pouco obscurecido pela vitória santista e pelo que o Brasileirão reservava nas semifinais e finais daquele ano. Mas, para mim, torcedor, o Guarani ficou como um time malquisto. Havia visto outras pelejas do Bugre naquela competição e em momento algum tinha visto tanta entrega como naquele jogo contra o Santos, ficando a nítida impressão de que a única motivação da maioria dos jogadores naquele torneio eram as 30 moedas que seriam pagas em caso de sucesso. Pensei como um torcedor bugrino deveria se sentir desprezado vendo a diferença de atuação do seu time quando bem “incentivado” por um “co-irmão”.


Não sou daqueles que acha que um jogador é “mercenário” porque negocia um salário melhor ou um prêmio por conquista com a direção de um clube. Idem para aquele atleta que sai de um time para ir a outro que lhe oferece condições econômicas melhores ou perspectivas de ganhos futuros. O atleta em geral é um proletário que vende seu pé-de-obra e que tem uma carreira mais curta que as demais profissões, natural que ele precise pensar no seu bolso. Mas um dos pontos que faz parte da avaliação de qualquer profissional da bola é o quanto ele se entrega a uma partida e como interage e respeita sua própria torcida., seja ela de um time pequeno ou de um grande. E correr mais por causa de uma mala branca é um evidente sinal de desrespeito.

Além de muitos entenderam ser ilegal de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e de estimular um sistema de extorsão e chantagem – afinal, um time que acha que deveria receber o tal incentivo financeiro pode falar para um possível interessado: “e aí, não vem nada pra gente, não? Olha que entregamos o jogo, hein...” – a mala branca é a síntese de um sistema em que o mais forte economicamente aproveita da fragilidade do pequeno para tratá-lo... como pequeno. Pela lógica, seria mais fácil o Corinthians, por exemplo, “incentivar” o Palmeiras para que ganhasse do Fluminense, já que o Guarani é muito inferior tecnicamente que o Palestra. Mas os jogadores palmeirenses não aceitariam tal “ajuda” por ser algo obviamente desonroso em função da rivalidade que ainda dá alguma proteção moral à competição. A mala branca é feita prioritariamente para o time dito pequeno, que aceita se apequenar ainda mais. Como o Guarani fez em 1995 e como deve fazer amanhã.

O dinheiro oferecido pelo grande ao menor só serve para legitimar o sistema de castas estabelecido no futebol brasileiro atual. Se antes era mais fácil um pequeno se sobressair e se manter em alta por um período, como aconteceu com o próprio Bugre em parte dos anos 1970 e 1980, hoje isso é impossível. Os recursos advindos da venda de direitos de televisão, por exemplo, que constituem boa parte das receitas dos grandes, são distribuídos em cotas fixas que não levam em conta, como em outros países, o mérito esportivo. Um clube grande pode ter um ano desastroso, meter os pés pelas mãos, ter gestões tenebrosas, cair para a segunda divisão que o dinheiro dele da TV estará lá no ano que vem, intacto. Premia-se a incompetência e muitas vezes a corrupção enquanto o pequeno que faz uma boa gestão e se destaca não vai ganhar mais por conta disso, um contrassenso levando-se em conta o espetáculo.

A mala branca nada mais é que as migalhas que o grande oferece ao pequeno para legitimar esse sistema de perpetuação de diferenças, que tendem a ficar maiores. Paga-se para que ele continue pequeno. Azar do Guarani, azar do torcedor e do futebol, que cada vez mais parece deixar claro que o gol é, de fato, um mero detalhe.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Brasileirão do chororô: três na briga em cima, seis fugindo da degola

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Mais uma rodada completada da reta final do Brasileirão, vulgo o torneio do mimimi e do chororô, tão presentes nas três últimas rodadas e que ainda vão ser a tônica nas próximas vinte partidas. Agora, o Fluminense volta a estar na frente depois da goleada sobre o São Paulo, o Corinthians está um ponto atrás após o empate com o Vitória em 1 a 1 e o Cruzeiro voltou à briga ao vencer o Vasco por 3 a 1.

Ontem, o choro de novo mudou de lado. O treinador corintiano Tite reclamou da marcação de pênalti no lance em que Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. O técnico diz que o jogador não teve intenção. Mas talvez devesse explicar porque retirou Jorge Henrique para colocar o volante Paulinho, fortalecendo a defesa, quando o São Paulo empatava com o Fluminense. Como que por castigo, quase no mesmo instante o Tricolor carioca marcou o segundo gol.



Novas conspirações, teses, antíteses e sínteses duvidosas estão sendo refeitas toda semana. Há duas rodadas, as lamúrias vinham do Parque São Jorge por conta da suposta falta de vontade que Palmeiras e São Paulo teriam ao enfrentar o Fluminense. Na rodada seguinte, as lamentações mudaram de sinal por conta da marcação do pênalti em Ronaldo e vinham principalmente do Cruzeiro e, um dia depois do "polêmico" jogo, do Fluminense, que não conseguiu superar o então quase rebaixado Goiás em casa. Os torcedores rivais do Corinthians também não deixaram de chiar.


E é principalmente por conta dessa postura do treinador que é difícil ver no Corinthians uma equipe em que se pode apostar sem reservas. O clube não joga um futebol convincente com Tite, precavido demais para quem tem que vencer, e a prova disso é que, talvez pela terceira vez consecutiva, o arqueiro Júlio César tenha sido o melhor atleta alvinegro em campo.

Nas próximas rodadas, tanto Fluminense quanto Corinthians podem e devem vencer suas partidas. O Tricolor topa com o Palmeiras em Araraquara, que deve escalar reservas como vem fazendo há algumas partidas, e encontra o Guarani no Rio, podendo passar com relativa tranquilidade. Já o Timão tem o Vasco no Pacaembu e o rebaixado Goiás fora, na última rodada. Para um time que quer ser campeão, nenhum bicho papão também. Mas a lógica já foi escanteada nas duas últimas rodadas, nada impede que o seja de novo. O Cruzeiro agradeceria.

Fuga da degola

Já na parte de baixo, Neymar fez três e conseguiu um feito pessoal: marcou um gol de pênalti. É o vice-artilheiro isolado do campeonato com 16 gols e sua performance no 4 a 1 de virada sobre o Goiás no Serra Dourada decretou o que já se sabia ser inevitável há algumas rodadas, o rebaixamento do clube do cerrado.


Restam ainda duas vagas para a Série B de 2011. Guarani, com 37 pontos, e Vitória, com 40, seriam os punidos se o Brasileirão terminasse hoje. Mas o Avaí e o Atlético-GO também namoram a Segundona com 40 pontos, enquanto Atlético-MG, com 42, e Flamengo, com 43 respiram um pouco mais aliviados. Na próxima rodada, o Bugre pega o Grêmio, em casa, e o Vitória vai a Porto Alegre enfrentar os reservas do Internacional que, aliás, não deram mole para o Botafogo e derrotaram os cariocas em pleno Engenhão por 2 a 1. Parada dura para ambos os ameaçados.

O Avaí enfrenta o Santos em casa e o Atlético-GO pega o São Paulo também nos seus domínios. Já o Atlético-MG tem tudo para se livrar do pesadelo enfrentando o Goiás na Arena do Jacaré, enquanto o Flamengo vai ter que se desdobrar para superar o Cruzeiro. Emoções fortes. E chororô e mimimi garantidos.

quinta-feira, maio 27, 2010

Vitória com chatices

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"Não vai ser outro 8x1". Esse mantra foi repetido incessantemente por imprensa e jogadores e torcedores de Santos e Guarani antes da partida de ontem. A referência, claro, era ao 8x1 que o Santos impôs ao time campineiro pela Copa do Brasil.

De fato, ninguém esperava outro massacre. Principalmente pelo fato de que o Guarani que joga o Brasileirão atual é completamente diferente da equipe que disputou (e fracassou) a A2 Paulista, e a própria Copa do Brasil.

Ainda assim, quando o Santos fez 1x0 com Neymar a dois minutos de jogo, uma sensação geral de "vai ter goleada de novo" se instalou na Vila.

Mas o Guarani endureceu, endureceu e endureceu, até chegar ao empate com Baiano (em falha de Felipe? Deixo o julgamento para vocês).

No segundo tempo, quando parecia que o empate se confirmaria, Marcel e Wesley fizeram os dois gols que decretaram a vitória santista.


Segunda vitória consecutiva pelo Brasileiro, mais três pontos na conta, e uma confiança maior para o clássico contra o Corinthians, no domingo.



Crise?
E não é que, apesar dos três pontos conquistados, o clima na Vila ontem esteve longe de ser pacífico?

Já havia uma aura tensa no ar, por conta do afastamento dos baladeiros André, Ganso, Neymar e Madson do jogo de sábado passado. Os três primeiros foram reintegrados (e jogaram como titulares) na partida de ontem; já o mini-atleta permaneceria fora do time, com normalização das atividades ainda não definida.

E quando o Santos fez o primeiro gol, o que deveria representar um alívio para time e torcida, veio justamente fazer o efeito oposto, concretizar a tal tensão. Neymar não dançou. Não celebrou, nem pulou. Apenas fez cara de bravo e abraçou os companheiros. No intervalo, quando questionado por um repórter, respondeu dizendo que "não havia clima para dancinhas".

A atuação do jovem foi entre média e ruim. Não se pode dizer que estava sem vontade; pelo contrário, era a vontade excessiva que o prejudicava. A ampla maioria das vezes em que dominou a bola tentou resolver o lance por contra própria, sem servir o companheiro. A ponto de, em um desses lances, a reclamação de Paulo Henrique Ganso (que foi ainda pior ontem) sair nítida na transmissão da Bandeirantes: "ele não passa uma!".

O fato é que o Santos está passando por um momento tão desagradável quanto desnecessário. É inconcebível que o time que joga o melhor futebol no Brasil em 2010, que foi campeão do único torneio já concluído que disputou e que é finalista do outro em curso, encontre tempo para esse tipo de chatice.

Vem agora o clássico contra o Corinthians, que faz a melhor campanha do torneio até agora. É o jogo que definirá o espírito do Santos até a parada para a Copa do Mundo. Vejamos o que acontece.