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sexta-feira, junho 17, 2011

Golaço no futebol de várzea

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Todo mundo que já bateu uma bolinha, por mais medíocre que ela tenha sido, gosta de contar vantagens em mesa de bar. Conta que ganhou uma partida de forma heróica, que foi o melhor em determinada pelada, que enfileirou o time adversário, que marcou um gol antológico. Mas poucos, geralmente, têm como provar suas bravatas. Esse não é o caso do manguaça que aparece fazendo um senhor golaço num jogo de várzea, abaixo. O registro foi guardado como verdadeira preciosidade até que ele mesmo pudesse publicar a proeza no Youtube, 11 anos depois. Com todo o merecimento, convenhamos.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

VÁRZEA: vereador que vai à Câmara com camisas de futebol registra compra de votos em cartório!

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DIEGO SARTORATO*

Quando ouvi falar pela primeira vez, tardei a acreditar. Aí vi o papel, carimbado e protocolado, prova física do descalabro. Era verdade: o vereador Vandir Mognon (PSB), de São Bernardo do Campo (SP), registrou em cartório que ofereceria dois cargos públicos na Secretaria de Esportes a um cabo eleitoral – Júlio César Fuzari - caso ele conseguisse votos que garantissem a sua reeleição. Absurdo? Nem tanto quanto o parágrafo único do mesmo documento: "caso Vandir Mognon não seja nomeado secretário de Esportes no município, garante uma vaga no gabinete de vereador, na Câmara Municipal, com salário de R$ 3,3 mil ou mais". É sério isso! Quem duvida pode conferir com os próprios olhos:


Denunciei essa insanidade inacreditável no jornal ABCD Maior (que gentilmente cedeu ao blogue o fac símile e a foto abaixo, feita por Antonio Ledes). O grotesco da picaretagem formalizada começa pela linguagem cartorial: "As partes obrigam-se ao fiel e integral cumprimento deste contrato, que é firmado em caráter irretratável e irrenunciável". Encerrado o documento, está lá, oficializada, a compra de votos com registro em cartório. Não sei nem dizer quem estava mais manguaçado. Seria o escrivão, que lavrou uma ata de crime e nem se tocou? Ou o vereador-marreteiro, que voluntariamente registrou o crime eleitoral em cartório? Ou então o cabo eleitoral, que confia tanto no candidato que precisa fazer ele registrar a negociata pra ter certeza que vai ser cumprida?

Mas o mais engraçado é que o "compromisso legal" não serviu para seu devido fim: Mognon foi reeleito mas, como seu candidato a prefeito (o tucano Orlando Morando) não venceu as eleições, não teve como oferecer os cargos na Secretaria de Esportes. E mesmo o prêmio de consolação, o carguinho de assessor parlamentar que ele se comprometeu a ceder a Fuzari no documento oficial, o vereador ainda não pagou. Traduzindo: o maluco registrou a compra de votos em cartório, foi reeleito vereador e nem cumpriu o combinado com o comparsa! E depois o bêbado sou eu!

Mognon foi secretário de Esportes nos dois anos finais da gestão do ex-prefeito William Dib (PSB, 2002-2008) e é notório por ser o único vereador que não vai às sessões da Câmara com traje social: só usa camisetas de time de futebol (foto acima) - e nunca repetiu nenhuma! Dizem que tem mais de 200, de times latino-americanos, europeus, da primeira e da segunda divisão.

Mas parece mesmo que tem um gostinho todo especial pela várzea...

*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-palestinos, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.