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Destaques
segunda-feira, outubro 06, 2014
Antipetismo crava dois terços do eleitorado em SP
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terça-feira, setembro 23, 2014
A 'nova' política de Marina Silva
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“Para nós, isso é um equívoco. Consideramos necessário manter independência e lançar uma candidatura própria, que dê suporte ao projeto de mudança para o Brasil liderado por Eduardo Campos, e que dê ao povo de São Paulo a chance de fazer essa mudança também no âmbito estadual”, disse Marina Silva.
quinta-feira, setembro 11, 2014
Luz no fim do turno
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quarta-feira, setembro 10, 2014
Eleições, bancos e jogadas pelas pontas
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Ficou assim: Dilma à esquerda, Aécio à direita e Marina no meio, piscando pro eleitorado dos dois |
sexta-feira, setembro 05, 2014
Leituras de cabeceira
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terça-feira, agosto 19, 2014
Eterno Deus Mu dança: mudar está na agenda da campanha
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A canção de Gilberto Gil sobre o Eterno Deus Mu Dança bem poderia ter embalado parte dos protestos de junho de 2013. Pra quem não conhece a canção, o ex-PV e ex-ministro fez, em meados dos 1990, a despeito do trocadilho, uma composição clamando por transformações sociais e culturais.
Mudança.
Ouviram do slogan do finado Eduardo Campos e de Marina Silva: "Coragem para mudar".
O nome da coligação do oposicionista Aécio Neves é "Muda Brasil".
No site de campanha da presidenta Dilma Rousseff, está lá: "mais mudança, mais futuro". O site de apoio ainda se chama "Muda Mais".
Lemas de campanha são formatados a partir de pestana queimada por marqueteiros com base em muita pesquisa qualitativa e outra dose de intuição. Se fosse só a oposição pautando a mudança, nada de inusitado. Quando a situação encampa a palavra-chave, mesmo que dentro de um direcionamento diferente, #significa.
Quem quer tanta mudança?
Em junho de 2013, mais ou menos 1% da população brasileira foi às ruas protestar. Justo e legítimo. Contra tudo o que está aí, jovens saíram às ruas como nunca antes na história da República. Havia menos agenda do que vilões; menos propostas do que críticas. Quando sobram motivos para reclamar, nem se pode cobrar tanto a elaboração completa de soluções.Nenhum candidato representa, plenamente, os anseios daquilo. Até porque nem os próprios manifestantes eram tão coesos no "contra tudo o que está aí". Mas todo mundo precisa se posicionar.
Para Dilma, há dois filões. Um, petista, que clama por mais medidas de transformação social e por retomada de reformas mais profundas que, num certo ideário, pautaram parte dos governos Lula. Tem a cota de saudade do barbudo, outrora sapo, outrora mais barbudo. Outro filão diz respeito a uma turma que reconhece que o Brasil melhorou em alguns aspectos mas que falta avançar em outros.
Aécio é ícone oposicionista. Precisa querer mudar tudo o que puder sem lhe tirar votos. Bolsa Família, ProUni, Mais Médicos? Nada disso muda. O discurso é que tudo isso precisa ser mais bem gerido, mas tudo permanece. Mudança de fato vai em corte de ministérios e na retomada do tripé macroecômico.
Marina Silva, herdeira da chapa de Eduardo Campos, aposta que pode ser a representante de quem quer mudar em relação à polarização PT-PSDB. Mudar em relação ao que foi Fernando Henrique Cardoso de 1995 a 2002, Luiz Inácio Lula da Silva de 2003 a 2010 e Dilma Rousseff de 2011 a 2014. Plebiscito só sobre maconha e aborto, embora já tenha defendido a medida para reforma política e união homoafetiva (ainda que haja controvérsias).
O que pode continuar?
Candidato nenhum irá propor o fim de programas bons de voto. Mas a profundidade da tal mudança que está no ar -- transposta nos slogans marqueteiros -- é uma incógnita. É atribuída ao mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, sobrinho de José Bonifácio, a síntese do reformismo: "Façamos a revolução antes que o povo a faça". Fácil recorrer a ela numa hora dessas.Mas o apagão de campanha da última semana é inédito nas seis mais recentes disputas presidenciais. Uma semana sem atividades significa que no caldeirão político em que se cozinha o eleitorado em fogo brando, os pedaços sólidos dessa sopa tiveram tempo para decantar. Quando for retomada a movimentação dessa panela, haverá um cenário decantado, modificável, mas mais cristalizado sobre os apontamentos futuros.
A morte trágica de Eduardo Campos trouxe mudanças sobre os rumos da corrida eleitoral. Bem mais palpável do que o que possa ser alterado a partir de janeiro de 2015.
Marina e PSB: escolhas e riscos aceitos
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O resultado da pesquisa Datafolha de segunda-feira (18) dando empate de Marina Silva no primeiro turno com Aécio Neves (PSDB) e com Dilma (PT) no segundo, pode até ser menos avassalador do que temiam alguns tucanos e petistas. Mas é suficientemente significativo. Tanto para tirar o sono de quem esperava uma eleição polarizada entre PT e PSDB quanto para descartar algumas hipóteses. A definição sairá nos próximos dias, depois de estrear o horário eleitoral gratuito (aquele que só é gratuito para os partidos, não para o público nem para as emissoras).
A reflexão aqui é sobre três aspectos colocados para Marina e para o PSB. Onde cada lado escolhe e onde cada lado vai precisar aceitar os riscos associados.
Ressalva: o PSB é bem menos coeso do que a redação deste texto parece apontar. Marina Silva é bem mais hábil politicamente do que alguns de seus eleitores e muitos de seus detratores parecem acreditar.
1) Marina sai ou não sai candidata?
Quase certamente sai. E o que isso significa?Para Marina: Praticamente inexiste, diante de tais resultados, qualquer hipótese da ex-senadora não encabeçar a chapa do PSB à Presidência da República. Intenção de voto de 21% é muita coisa. Dos válidos, passa-se de 24%. É mais do que em 2010. E de começo. Promissor para a nova candidata.
Para o PSB: Tampouco há meios ou argumentos para fazer o PSB "negar legenda" a sua recém-filiada (há 10 meses nos quadros). Um candidato forte à Presidência é um requisito desejado por nove em cada dez candidatos em disputas proporcionais. É alento também para alguns candidatos a governador, ainda que não assegure transferência de votos.
2) Termos de uso?
As condições têm vantagens para cada lado. E incômodos também.Para Marina: encabeçar a chapa que tem PSB, PPS e outros partidos de menor expressão implica, para a ex-PT e ex-PV, uma opção para lá de pragmática. Nada grave na fauna política brasileira, mas uma decisão um tanto quanto "pés no chão" para quem se designava como "sonhática" na campanha de 2010 -- em contraposição justamente à práxis de quem faz aliança com qualquer um "só" para governar. A rigor, alguém que planeja formar um novo partido o quanto antes tem pouca afinidade ideológica e de princípios orientadores da prática com o restante da aliança. Mas será necessário que a turma ceda ao tamanho da candidatura de Marina. Nunca o PSB se viu diante de 21% das intenções de voto nacionais. Fica menor a margem para pedir restrições de agenda e de espaço para o PSB. A chapa e eventual governo são mais de Marina do que do partido.
Para o PSB: o deputado Beto Albuquerque, cotado a vice e porta-voz de certos setores socialistas, cobra que Marina largue mão do discurso de formação futura e iminente da Rede Sustentabilidade.
Precisa bancar o projeto do PSB para receber a legenda para concorrer. Em termos de retórica, fica fácil. Em termos práticos, pode trazer um futuro espinhoso que pode reduzir a legenda a muito pouco ou quase nada se Marina encontrar, daqui 18 meses, argumentos para justificar a criação de um novo partido. Difícil não lembrar que o PSUV de Hugo Chávez, na Venezuela, foi criado pelo presidente, desnutrindo outras legendas que compunham o governo em 2006-2007. Mas é outra história.
3) Riscos
O cenário tem, embutidos, riscos. Não tá fácil para ninguém.Para Marina: com Campos, ela embarcou na candidatura da chapa "Eduardo e Marina", conforme expressava o site da coligação (não embarcou no fatídico voo do avião). Assumir a candidatura implica o risco da tal "cristianização", alusão ao que se sucedeu a Cristiano Machado, lançado pelo PSD em 1950 apenas por formalidade enquanto a legenda abraçava Getúlio Vargas com gosto. O risco só se concretiza se Marina perder fôlego nas próximas semanas.
Outro risco é ter que adiar, por mais tempo do que desejava, a criação da Rede. Mais complicado do que abraçar o PSB é precisar compor, além da turma da coligação, com PSDB e DEM que, seguramente, apoiariam a candidata em eventual segundo turno contra Dilma Rousseff. Em outras palavras: o risco é vencer a eleição e ter de lidar com a implosão da coesão ideológica. Se isso é motivo de desconversa para outras candidaturas, também o seria para Marina.
Para o PSB: Marina forte pode não catapultar as candidaturas estaduais a governos e ao Legislativo da legenda. É que nem sempre uma votação expressiva à disputa majoritária nacional se traduz em todas as unidades da federação, em especial na estrutura não verticalizada das coligações em que o PSB vai com o PSDB em São Paulo e Minais Gerais -- dois maiores colégios eleitorais.
Por outro lado, há um segundo risco. Se Marina levar, será necessário compor com PSDB e outros partidos a formação do governo. Até por falta de quadros expressivos para ocupar, simultaneamente, cadeiras relevantes no Congresso e ministérios. De repente, pode ter menos espaço para uma agenda socialista (seja lá o que isso signifique) do que o partido gostaria.
quarta-feira, abril 16, 2014
Projeto principal da oposição: contra os trabalhadores
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Armínio e Aécio: pelo mínimo mais mínimo |
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Campos e Jorge Bornhausen: a 'nova política' |
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Aécio e Merval: convergentes |
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José Serra e Maria Helena de Castro |
domingo, outubro 06, 2013
Adesão de Marina a Campos é pior para Aécio do que para Dilma
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Marina Silva e Eduardo Campos: opção programática? (José Cruz/ABr) |
Qual a diferença se for Aécio Neves, Eduardo Campos ou a Dilma? Tem diferença em relação ao modelo de desenvolvimento? Me parece que até agora todos estão no mesmo diapasão.” Era essa a opinião da então pré-candidata à presidência da República Marina Silva em entrevista concedida ao Estadão, em 23 de março deste ano. Em visita a Pernambuco, em maio, ela respondeu, ao ser indagada se haveria identificação programática com o PSB: "Vocês já perguntaram a ele (Campos) se ele tem identificação programática com a Rede?".
Marina respondeu ontem (6) a seu próprio questionamento de poucos meses atrás, após ver durante a semana o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, ser negado pelo TSE. Ela anunciou sua adesão ao PSB e à candidatura Campos ao Planalto em 2014, ainda sem dizer se seria vice ou candidata a algum outro cargo pelo partido.
Em seu discurso, por mais de uma vez fez referência às forças que impediram que seu partido fosse oficializado como tal, ainda que não nominasse quem seriam tais opositores, deixando à mídia tradicional tal papel. Mesmo quando houve uma pergunta direta de Kennedy Alencar sobre a frase atribuída a ela de que queria combater o “chavismo” representado pelo PT no poder, ela se esquivou.
Atribuir a culpa de uma estratégia equivocada às “forças ocultas” não é algo exatamente novo na política brasileira. Basta lembrar de Jânio Quadros. Culpar o juiz é uma tática velha também no futebol, quando jogadores, técnicos ou dirigentes querem desviar a atenção dos próprios erros e achar um inimigo externo. Mas a intenção de Marina ao ocupar boa parte do seu discurso com queixas sobre perseguição política é também justificar a entrada no PSB, um partido que tem vícios e virtudes semelhantes a quase todos os que compõem o quadro partidário brasileiro.
O problema é que toda a trajetória da ex-senadora até aqui, desde que saiu do PV, é fazer a crítica de cunho moral aos partidos. Suas atitudes conduzem a uma interpretação de que o cenário institucional brasileiro pode ser avaliado pela divisão simplista entre “bons” e “maus”, colocando em um plano secundário, por exemplo, uma reforma política discutida com a sociedade civil, que poderia sanar parte das falhas gritantes do sistema político-eleitoral. A formação da Rede era a reafirmação desse tipo de pensamento, de que seria possível jogar o jogo dentro das regras que estão aí, contanto que se juntassem os “bons”.
Frustrada sua expectativa, Marina teve que jogar o jogo sem se juntar necessariamente aos que achava serem os “bons”. E justificou isso com o discurso da perseguição, como se fosse quase uma legítima defesa. Citou em sua fala o poeta Thiago de Mello, mas poderia ter feito referência a Raul Seixas: 'A arapuca está armada/E não adianta de fora protestar/Quando se quer entrar em buraco de rato/De rato você tem que transar”. Afinal, uma adesão "programática" não se decide em uma madrugada, a não ser que o "programa" seja algo frágil.
Com a união, levará parte de seus apoiadores para Campos, ainda desconhecido de parte do eleitorado. Contudo, verá alguns deles migrarem para Dilma, perdendo também a confiança de outros que optarão pelo branco/nulo, já que acreditaram que ela seria “diferente”, não entrando na peleja a qualquer custo. O fato de abrir mão da candidatura à presidência para exercer um papel teoricamente menor não é apenas uma questão de abdicação ideológica, como tenta sugerir, mas cálculo político pragmático, já que as outras opções acarretariam vários riscos com arranhões ainda maiores à imagem (caso de filiação ao PPS, linha auxiliar tucana, por exemplo) ou absoluta falta de estrutura para uma empreitada do tamanho de uma candidatura presidencial, se a escolha fosse pelo PEN ou PHS. A Marina de 2013 sabe que não pode sustentar uma campanha apenas “sonhática” pela internet, já que os 20% de votos válidos alcançados em 2010 a fizeram sentir de perto a possibilidade de chegar ao poder.
No cenário de 2014, obviamente o principal beneficiário é Eduardo Campos, que ganha visibilidade com um fato político grandioso e tem chances de avançar em um segmento, o dos jovens que estão nas redes e não necessariamente na Rede, simpatizantes de Marina. No entanto, o maior perdedor é Aécio Neves. Para ele, seria melhor que a ex-senadora saísse como candidata a presidente, reproduzindo um cenário semelhante ao de 2002, no qual quatro candidaturas fortes levaram a eleição para o segundo turno, algo que se repetiu, com diferenças, em 2006. Em 2010, ainda que fossem apenas três os candidatos competitivos, o segundo turno foi possível porque não havia possibilidade de reeleição para o então presidente Lula, o que criava dificuldades para sua candidata, Dilma Rousseff.
O cenário atual pode remeter à eleição de 1998, quando FHC venceu ainda no primeiro turno, enquanto Lula, mesmo com 31,6% dos votos, não conseguiu levar a eleição à segunda volta porque havia somente mais um postulante competitivo, Ciro Gomes, com 10% ao final. A diferença é que, agora, com dois candidatos que nunca disputaram a presidência antes, as dificuldades são maiores para a oposição, com um grande risco de parte do eleitorado, cansado da polaridade entre PT e PSDB, optar pela terceira via de Eduardo Campos. Como Dilma tem mais popularidade e votos do que os rivais na atual situação, o quadro se torna sombrio para Aécio, que teria uma tarefa dupla: forçar um segundo turno e bater um candidato que, até certo ponto, tem um perfil parecido com o seu, agora fortalecido pela adesão da ex-senadora.
Se Marina agiu com o fígado, como pensam alguns, ao embarcar na canoa de Campos para tentar atingir Dilma, pode ter ferido de morte as pretensões de Aécio.
Publicado originalmente na revista Fórum.
quarta-feira, fevereiro 27, 2013
Eleições 2014: o suspense de Eduardo Campos
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Se sou candidato? Paga mais uma que eu te conto |
Tratemos hoje de tema recorrente na viciada cobertura política dos jornalões: eleição de 2014. Não passa um dia desde que a última urna se fechou na eleição do ano passado sem que alguém lance ou deslance um novo candidato, uma nova leitura, uma nova visão sobre a disputa. Sempre presente entre os citados está Eduardo Campos, bem avaliado governador pernambucano e presidenciável do PSB. O partido saiu fortalecido das eleições municipais e vislumbra fortalecer sua hoje pequena bancada no Congresso. Com isso, ensaia voo solo, deixando a barca de Dilma. Aspiração legítima tanto de Campos quanto de seu partido, que pode tanto ser fato quanto jogo de cena para valorizar o passe na coalizão a ser liderada pelo PT, disputando (como azarão) a vaga de vice hoje do PMDB.
O governador vive os últimos tempos de manter o suspense: ora insinua que é candidato, ora é Dilma desde criancinha. A última veio durante o seminário “Nordeste – Como Enfrentar as Dores do Crescimento”, promovido pela Carta Capital, em Recife. Campos disse, segundo a revista, que é preciso parar de falar em eleição e “discutir o Brasil da próxima década”, fala bem no estilo citado: não quer falar do assunto, mas quer mostrar que pensa num projeto para o país.
Outros dois movimentos mostram o estilo de Campos. Enquanto a maioria dos governadores e prefeitos esperneou contra a proposta defendida por Dilma, destinando 100% dos royalties do pré-sal para a educação, o pernambucano passou uma lei garantindo que, pelo menos em seu estado, é praí que vai esse dinheiro. Aproveitou a briga de Dilma e bota uma bandeira social em seu palanque. Por outro lado, levou seu PSB a se movimentar contra o PMDB nas eleições da Câmara e do Senado e, jogo jogado, contra a investigação sobre o procurador-geral da República, que segurou por dois anos uma denúncia contra Calheiros que vazou oportunamente uma semana antes das eleições do Senado, onde apoiava o senador e procurador Pedro Taques (PDT). Aqui, Campos puxa para si a bandeira da ética, único refúgio da oposição a um governo bem avaliado.
Sua provável candidatura teria, no mínimo, duas consequências. Aumentam as chances de segundo turno, imaginando cenário com Campos, Aécio e Marina, além de Dilma. Esta, porém, mantém o favoritismo desde que o emprego e a renda dos trabalhadores continuem bem – e a Copa não for um desastre completo em termos de organização. Outra: fica mais forte a possibilidade de um tucano não estar nesse segundo turno pela primeira vez desde 1994.
terça-feira, janeiro 29, 2013
Jornalismo "fófis"
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"Campos (...) esporeia com o ritmo acelerado de sua fluência verbal, (...) o dorso ainda atlético de 47 anos também assoma, enfático. Seus translúcidos olhos verdes são, surrupiando um autor contemporâneo, como pássaros querendo voar para fora da cara. Campos é, sobretudo, olhos. Na beleza variante da cor, que fisga a atenção, e, principalmente, na mirada, no manejo que lhes sabe dar, ora águia, ora cobra, focados na sedução."
Sem comentários.
sexta-feira, março 19, 2010
PSDB já fez Ciro 'encher a cara'
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Falando sobre o período em que rompeu com o PSDB e foi para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) revelou: "Enchia a cara de saquê, ouvindo Marisa Monte".
A declaração foi feita ontem, em debate do evento "Roda Viva" da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro Acadêmico XI de Agosto.
segunda-feira, março 15, 2010
'Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos?'
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Para quem se surpreendeu com a Miriam Leitão defendendo as cotas raciais em universidades, uma senhora resposta de Ciro Gomes, na edição de hoje da Folha de S.Paulo, sobre o posicionamento do governo Lula em relação à Cuba e Irã. De fazer o senador Eduardo Suplicy corar de vergonha...
Folha - A política externa do Brasil está no rumo correto? Pergunto-lhe em função das últimas polêmicas sobre o relacionamento do governo brasileiro com Cuba e Irã.
Ciro Gomes - Estrategicamente o governo brasileiro está muito correto. Somos contra a intervenção em assuntos domésticos, seja de quem for, somos pela solução pacífica dos conflitos, e advogamos uma ordem mundial multipolar. Tudo o que o Lula faz guarda coerência com esses princípios. Nós consideramos que o embargo norte-americano a Cuba --e não é o governo Lula, eu estou falando --é a causa de todos os abusos que hoje ainda temos que assistir em Cuba. O embargo, essa coisa anacrônica, prepotente, e injusta dos americanos, que inacreditavelmente continua com o governo Obama, justifica a atitude defensiva de Cuba. O país está acossado por um inimigo externo iminente, a maior potência do planeta. Eu acho odiento o crime político. Mas, o embargo dá ao governo de Cuba a faculdade de dizer que aquilo não é crime de opinião, mas sabotagem, espionagem, serviço ao inimigo externo. Essa é a questão que tem que ser posta em perspectiva. De qualquer forma, não é o Brasil que vai resolver isso. O Brasil deu asilo ao [Alfredo] Stroessner, no que acho que fez muito bem. Isso tira da moral dessa gente, da direita truculenta, esse papo. Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos? Que dia? Em que circunstância nacional ou internacional? Esse papo furado é só para quem não tem memória. E o Irã: deixa os americanos fazerem uma aventura militar no Irã para você ver o que vai acontecer com o planeta. O Irã não é o Iraque. O Brasil não é a favor que o Irã desenvolva artefato nuclear. O Brasil tem uma posição contra armamento nuclear no mundo. Ele não é ingênuo. Queremos que o mundo se desarme.
Vale a pena ler outros trechos da entrevista. Além de dizer que sua candidatura ao governo de São Paulo seria "artificial" e de que o PT "é um desastre" no Estado (o que mereceu resposta), Ciro Gomes fala, na cara da Folha: "O Serra erra menos porque é protegido pela grande mídia."
quinta-feira, março 11, 2010
Primeira Lei da Política
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Lendo no Valor Econômico sobre uma possível chapa com Aloizio Mercadante (PT) para governador paulista e Paulo Skaf (PSB) como vice, um amigo jornalista comentou sobre o que, para ele, é a Primeira Lei da Política:
- Nenhum amigo é tão amigo que não possa virar seu inimigo; e nenhum inimigo é tão inimigo que não possa virar seu amigo.
sexta-feira, março 05, 2010
Decisões importantes, fóruns adequados
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O PT paulista ainda aguarda novidades sobre a chapa que disputará o governo do Estado. Mas não perde por esperar:
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) participa nesta segunda-feira, dia 8, a partir das 17h30, do Programa do Ratinho, no SBT, comandado pelo apresentador Carlos Massa.
Isso é que é debate político em alto nível! Quem procura, acha!
quinta-feira, março 04, 2010
Serra, saia da moita!
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Tudo como d'antes. Serra encolhido quietinho na moita, matutando sobre o surpreendente empate técnico com Dilma nas pesquisas. E, na fila, Ciro aguarda sua decisão para saber o que fazer, Lula aguarda Ciro e Mercadante aguarda Lula. Fora disso, tudo é pastel de vento na mídia paulistana. Mas que o grupo da Marta trabalha bem nos bastidores, ah, isso trabalha...
quarta-feira, fevereiro 24, 2010
Questão de interpretação
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Depois da reunião entre Ciro Gomes e Lula, a mídia ainda parece confusa sobre a possibilidade de uma dobradinha entre PSB e PT na disputa do governo de São Paulo. Vejam dois exemplos:
Ciro admite desafio de disputar governo de SP (Site IG)
Ciro diz que possibilidade de disputar governo de SP é remota e improvável (Site G1)
E aí? Ciro vem ou não vem enfrentar os tucanos em seu ninho?
Improvável. Mas perturbador
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Diz o texto que, ontem, Ciro parou no plenário da Câmara para cumprimentar o deputado Humberto Souto, do PPS mineiro. "Aposto com você que o (José) Serra vai desistir de ser o candidato do PSDB a presidente. Ele está caindo nas pesquisas. Não aguenta. Vai desistir, sim. E o seu governador (Aécio Neves) voltará a ser candidato", teria dito Ciro. No que Souto alfinetou: "Você sabe que o Aécio só será candidato a presidente se você aceitar ser o vice da chapa. Você aceita, Ciro?". Segundo a reportagem do IG, Ciro "parou por alguns segundos, sorriu e saiu rapidamente do plenário".

No exercício hipotético, é incômodo imaginar Serra disputando em São Paulo, para vencer com sobras, e Aécio enfrentando Dilma Rousseff com Ciro de metralhadora giratória a tiracolo. Isso também mexeria muito com as disputas estaduais. Hoje é o "Dia C" (de Ciro), quando o presidente Lula terá a conversa definitiva com o deputado do PSB para tentar convencê-lo a disputar o governo do estado paulista, com um vice do PT.
Mas tá difícil. Mesmo sabendo de suas parcas chances de ser presidente, Ciro parece intransigente. "Agradecerei a todos e direi claramente que não quero disputar o governo de São Paulo. Sou candidato a presidente da República e teria muito prazer em montar uma chapa com todos esses partidos para a eleição presidencial", garantiu ontem, segundo a matéria do IG.
Participam do encontro de hoje em Brasília representantes do PSB, PT, PDT, PCdoB, PTC, PRB, PSC e PTN. O PPL (Partido Pátria Livre), surgido do MR8 e ainda sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PHS e o PR também negociam a adesão ao grupo, que poderia chegar a 11 partidos.
Façam suas apostas. E suas preces!
quinta-feira, abril 02, 2009
Lei quer proibir venda de bebida a embriagados
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Eu vô chamá meu adevogado!
Como alertou Mouzar Benedito, em artigo para a revista Fórum, o fundamentalismo está realmente tomando conta da manguacice no Brasil. Depois da Lei Seca para motoristas, querem aprovar agora um projeto que torna crime vender, fornecer, entregar ou servir bebida "a quem se acha em estado de embriaguez", entre outros casos específicos, como quem "sofre das faculdades mentais" e quem estiver "judicialmente proibido de frequentar lugares onde se consome bebida". A pena pode variar de seis meses a dois anos de prisão, além de multa. Alerta geral: a lei "Anti-saideira" já está na Câmara dos Deputados e pode ser votada ainda este mês. É mais um atentado contra o Estado de Direito Etílico defendido pelo nosso Manguaça Cidadão!Acho que seria o caso de perguntar: quem serão os "fiscalizadores de embriaguês" autorizados a proibir o prosseguimento da bebedeira e mandar os bêbados para casa? Qual será o limite para proclamar que alguém está encachaçado? A deputada federal Sandra Rosado (PSB), relatora do projeto na Comissão de Constituição e Justiça, afirma que "a embriaguez é algo evidente" e que, por isso, trata-se de "uma lei fácil de cumprir, porque a pessoa embriagada ou com problemas mentais já faz parte da comunidade, da vizinhança". Como assim, cara pálida? A deputada Rita Camata (na foto acima, após um tombo), do PMDB, autora do projeto que tramita desde 1995, acredita que o governo "já tem uma estrutura de fiscalização" que pode ser usada nos casos previstos em sua proposta.
Na cara larga, sem maiores explicações, ela empurra o abacaxi e afirma que "os detalhes da fiscalização ficarão a cargo do Executivo e serão definidos depois da aprovação do projeto no Congresso Nacional". Ah, então tá! Não contente, Rita Camata queria proibir, também, a venda de bebidas alcoólicas para menores de 21 anos. Sua justificativa era que "o amadurecimento, geralmente, só se completa nessa idade" (só se for o dos filhinhos dela!). Graças ao Deus Mussum, o artigo foi suprimido ao passar pelas comissões, pois os relatores decidiram que a questão da maioridade - de 18 anos - já estava contemplada no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Diante de tanta opressão, já tem gente gritando: o superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Enio Rodrigues, não crê na aplicabilidade do projeto. "A aplicação deste projeto é complicada. Vai ter um bafômetro em cada lugar para medir a embriaguez? Tem que pensar na praticidade também na hora de fazer um projeto", observa Rodrigues, com lucidez. Porém, cabe aqui a observação de que não existem mocinhos nem bandidos nesse rolo. O projeto trmitou 14 anos, a passo de tartaruga, única e exclusivamente pela influência do lobby da indústria de bebidas.
Questionado, Rodrigues abusou do cinismo: "As empresas trabalham no sentido de conscientizar os parlamentares de que existem posições contraditórias sobre o tema". Mais tucanês que isso, impossível!
sexta-feira, fevereiro 27, 2009
VÁRZEA: vereador que vai à Câmara com camisas de futebol registra compra de votos em cartório!
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DIEGO SARTORATO*
Quando ouvi falar pela primeira vez, tardei a acreditar. Aí vi o papel, carimbado e protocolado, prova física do descalabro. Era verdade: o vereador Vandir Mognon (PSB), de São Bernardo do Campo (SP), registrou em cartório que ofereceria dois cargos públicos na Secretaria de Esportes a um cabo eleitoral – Júlio César Fuzari - caso ele conseguisse votos que garantissem a sua reeleição. Absurdo? Nem tanto quanto o parágrafo único do mesmo documento: "caso Vandir Mognon não seja nomeado secretário de Esportes no município, garante uma vaga no gabinete de vereador, na Câmara Municipal, com salário de R$ 3,3 mil ou mais". É sério isso! Quem duvida pode conferir com os próprios olhos:
Denunciei essa insanidade inacreditável no jornal ABCD Maior (que gentilmente cedeu ao blogue o fac símile e a foto abaixo, feita por Antonio Ledes). O grotesco da picaretagem formalizada começa pela linguagem cartorial: "As partes obrigam-se ao fiel e integral cumprimento deste contrato, que é firmado em caráter irretratável e irrenunciável". Encerrado o documento, está lá, oficializada, a compra de votos com registro em cartório. Não sei nem dizer quem estava mais manguaçado. Seria o escrivão, que lavrou uma ata de crime e nem se tocou? Ou o vereador-marreteiro, que voluntariamente registrou o crime eleitoral em cartório? Ou então o cabo eleitoral, que confia tanto no candidato que precisa fazer ele registrar a negociata pra ter certeza que vai ser cumprida?Mas o mais engraçado é que o "compromisso legal" não serviu para seu devido fim: Mognon foi reeleito mas, como seu candidato a prefeito (o tucano Orlando Morando) não venceu as eleições, não teve como oferecer os cargos na Secretaria de Esportes. E mesmo o prêmio de consolação, o carguinho de assessor parlamentar que ele se comprometeu a ceder a Fuzari no documento oficial, o vereador ainda não pagou. Traduzindo: o maluco registrou a compra de votos em cartório, foi reeleito vereador e nem cumpriu o combinado com o comparsa! E depois o bêbado sou eu!
Mognon foi secretário de Esportes nos dois anos finais da gestão do ex-prefeito William Dib (PSB, 2002-2008) e é notório por ser o único vereador que não vai às sessões da Câmara com traje social: só usa camisetas de time de futebol (foto acima) - e nunca repetiu nenhuma! Dizem que tem mais de 200, de times latino-americanos, europeus, da primeira e da segunda divisão.
Mas parece mesmo que tem um gostinho todo especial pela várzea...
*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-palestinos, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.