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quinta-feira, novembro 21, 2013

'Boi da Cara Preta' dá três chifradas no 'Boi Bandido' e, sob muita chuva, a vaca vai mais cedo para o brejo

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Ganso comemora seu gol (Foto: Gazeta Press)
Quando Paulo Henrique Ganso recebeu passe do "Boi Bandido" Aloísio, fintou o volante pontepretano Baraka e tocou no canto do goleiro Roberto para abrir o placar para o São Paulo, ontem, minha filha Liz, de 11 anos, que assistia ao jogo comigo, improvisou uma paródia da tradicional cantiga de ninar: "Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ São Paulo vai ganhar/ 3 a 1 pra Ponte Preta...". Na hora, Liz percebeu seu engano no fim da musiquinha e tentou corrigir, cantando "3 a 1 na Ponte Preta". Mau presságio. Pouco depois, o mesmo Ganso que tinha aberto o placar no Morumbi deu um passe de calcanhar no meio de campo, demonstrando uma precoce - e preocupante - soberba do time de Muricy Ramalho. E, como o próprio treinador diz, "a bola pune". Antes do gol, o São Paulo jogava pra frente; depois, passou a esperar a Ponte Preta para dar o bote no contra-ataque. Mas não conseguiu fazer isso. Então, coube à Ponte fazer.

Antônio Carlos faz contra (Foto: Gazeta Press)
Desde o início do jogo, Jorginho, o técnico adversário, gritava com insistência para o (bom) meia Rildo, um dos destaques da vitória sobre o Vélez Sarsfiield em plena Buenos Aires, atacar com mais contundência o lado direito da defesa sãopaulina. Muricy havia barrado o lateral/meia Douglas e escalado o meia mais ofensivo Lucas Evangelista em seu lugar. Assim, Paulo Miranda ficou sobrecarregado na marcação daquele lado, com o volante Denilson, em noite muito ruim, na sobra. E foi exatamente Denilson que levou um humilhante drible da vaca do lateral-esquerdo Uendel, que cruzou na pequena área e o zagueiro Antônio Carlos, na tentativa de salvar, acabou empurrando a bola pra dentro. Ali, a vaca sãopaulina começou a ir para o brejo. Na volta para o segundo tempo, Muricy tentou corrigir seu erro substituindo Lucas Evangelista por Wellington, para reforçar o lado direito. A emenda foi pior do que o soneto...

Ponte vira o jogo no rebote (Foto: Gazeta Press)
Sob muita chuva, a Ponte multiplicou a pressão que já havia imposto no fim do primeiro tempo e partiu com tudo para o ataque. Após conquistar uma sequência de escanteios, a bola sobrou livre para Fernando Bob, dentro da área, que fuzilou Rogério Ceni. O goleiro fez uma defesa fantástica, mas rebateu nos pés de Leonardo Silva, que virou o placar. Dupla falha da defesa: ninguém marcou Fernando e um defensor ficou parado na linha de fundo, dando condição legal para Leonardo fazer o gol. Completamente atordoados e sem articulação para reagir, os sãopaulinos (reforçados pelos atacantes Luís Fabiano, que entrou no lugar do volante Maicon, e Welliton, que substituiu o improdutivo Ademilson) viram o lateral Uendel entrar sozinho novamente pela "avenida" do lado direito da defesa tricolor e chutar para fazer 3 x 1, com desvio no volante Wellington - aquele que tinha entrado para "resolver" o setor. No duelo de treinadores sob forte temporal, Jorginho deu "banho" em Muricy.

Sob chuva, o terceiro gol (Foto: Gazeta Press)
Fim de papo. Satisfeita com o (excelente) resultado, que obriga o São Paulo a fazer no mínimo três gols fora de casa, no jogo da volta, a Ponte se fechou na defesa e só observou Luís Fabiano perder dois gols, um de cabeça e outro após driblar o goleiro Roberto, e Welliton desperdiçar o mais incrível, na pequena área, chutando em cima do zagueiro. A torcida do time de Campinas ecoou vários "olés" em pleno Morumbi, o que deve ter esquentado principalmente a orelha de Paulo Henrique Ganso, que quis fazer firulas no primeiro tempo, depois de abrir o placar. Foi uma partidaça da Ponte Preta e a comprovação de que em campeonato disputado em "mata-mata" um mesmo time joga de forma completamente diferente do que faz nos pontos corridos. Afinal, o time de Jorginho está praticamente rebaixado no Brasileirão e o de Muricy só escapou do rebaixamento há três rodadas. Na Sul-Americana, a Ponte é forte. E favorita.

Vitória da Ponte foi justa (Foto: Gazeta Press)
Porque, nessa competição, ela vem atuando muito melhor que os adversários ao compactar a defesa e aproveitar as brechas no contra-ataque. Coisa que o São Paulo não conseguiu fazer - tanto por incompetência do ataque quanto por seguidas falhas dos defensores. No jogo de volta, terá que partir no desespero atrás de três gols e, com isso, abrirá todo o espaço que os velozes pontepretanos Rildo, Elias, Leonardo Silva e Uendel precisam. Ou seja, se a situação já parece praticamente irreversível, tomar mais um gol da Ponte pode desmontar de vez qualquer tipo de reação. Paciência. Nós, sãopaulinos, não podemos reclamar nem lamentar nada neste fim de 2013. Digo, repito e reafirmo: o técnico Muricy Ramalho fez um milagre ao salvar o clube de um rebaixamento que, em setembro, parecia terrivelmente possível. Contra a Ponte, agora, o time tem que ir todo à frente, mesmo que perca de novo (afinal, "perdido por um, perdido por mil"). Que seja, pelo menos, um jogaço. Vamo, São Paulo!