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quarta-feira, dezembro 09, 2015

Muito simbólico também

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Ricardo Teixeira, Juvêncio e José Serra: Copa no Morumbi esfarelou-se
Outro dia observei aqui como foi simbólica a sova de 6 a 1 dada pelo Corinthians (ou melhor, os reservas do Corinthians) no São Paulo, fazendo um paralelo sobre a impressionante recuperação e reestruturação alvinegra, de 2008 pra cá, em contraposição à ainda mais impressionante e retumbante derrocada sãopaulina no mesmo período. Um saiu da Série B, ganhou o Brasil, o continente e o mundo, inaugurou um moderno estádio, que foi sede de abertura de Copa do Mundo, multiplicou suas fontes de renda (e sua torcida) e contempla uma sólida hegemonia estadual e nacional dentro de campo, nos próximos anos. O outro saiu do tricampeonato da Libertadores, do Mundial de Clubes e do Brasileiro, da perspectiva de sediar a abertura da Copa e de reformar seu estádio, da estabilidade de três anos de um técnico e das promessas das categorias de base para o jejum de títulos, a perda da Copa e do patrocinador master, o abandono do projeto para o Morumbi, a insolvência financeira, atraso de salários, lavação de roupa suja e porrada entre dirigentes em público e, mais do que tudo, para uma interminável série de surras e vexames dentro de campo.

Foi o 'soberano' Juvêncio quem elegeu presidente Carlos Miguel Aidar
Como já listei aqui, a maior responsabilidade por esse esfarelamento institucional sem precedentes, por esse verdadeiro caso de estudo que foi o que ocorreu com o São Paulo num curto prazo de sete anos, cabe ao ex-presidente Juvenal Juvêncio. Que morreu hoje, de câncer, na capital paulista. Como é, no mínimo, covardia ofender um falecido, que não pode mais se defender, não vou repetir e repisar a série inacreditável de decisões desastrosas que ele tomou quando dirigia o clube - e que, como disse, tiveram consequência direta na lamentável situação atual. Mas é muito simbólico, também, que, no momento em que o time termina mais uma temporada bem abaixo dos maiores rivais, sendo eliminado duas vezes pelo Santos (nas semifinais do Paulistão e da Copa do Brasil) e goleado impiedosamente pelo Palmeiras (3 x 0 no Paulista e 4 x 0 no Brasileiro) e pelo Corinthians (o já citado 6 x 1), que aquele São Paulo "soberano" bravateado (de forma muito infeliz) por Juvêncio esteja hoje inegavelmente morto. Como o dirigente. É o fim de uma fase, de uma mentalidade baseada na arrogância, na empáfia, no egocentrismo, na soberba, na "soberania".

Descanse em paz, Juvenal. Que, depois de você (e do Carlos Miguel Aidar, que você elegeu - lembrem-se disso!), precisará ser reconstruído totalmente. Das cinzas. Amém.


domingo, novembro 29, 2015

'Terceiro! Ôba-ôba! Pra mim tá louco de bom!'

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Imagem divulgada por Luís Fabiano ontem, antes de enfrentar o Figueirense

Em janeiro de 2012, Serginho Chulapa, o maior artilheiro do São Paulo, com 242 gols, opinava, sobre Luís Fabiano, que voltava ao clube: "Acho que tem tudo para me passar, para me alcançar, ainda mais agora, que voltou a fase boa dele. Torço para que isso aconteça e acho que o recorde foi feito para ser quebrado" (leia aqui). Na época, depois de marcar seu primeiro gol na volta ao Tricolor contra o Libertad, em outubro de 2011, o chamado "Fabuloso" já estava com 126 gols e precisava de mais 117, nos quatro anos seguintes de contrato, para ultrapassar Chulapa (o segundo colocado é Gino, com 233 gols). Um ano depois, em fevereiro de 2013, a diferença já havia caído para 80 gols, e Luís Fabiano mostrava-se otimista: "Acho que dá [para ultrapassar Serginho Chulapa e ser o maior artilheiro do clube]. É uma grande possibilidade, se eu fizer 30 e tantos gols nesses últimos dois anos, eu alcanço. Acho que dá, é algo que pode ser alcançado, se eu não me machucar e ter uma sequência. É uma coisa a se pensar" (leia aqui). Pois é, não deu.

'Fabuloso' marca e beija o símbolo do clube, ontem: despedida no Morumbi

Ontem, contra o Figueirense, Luís Fabiano abriu o placar e chegou a 212 gols com a camisa sãopaulina (leia aqui). Foi a última vez que marcou pelo clube no estádio, no qual é o segundo maior artilheiro pelo Tricolor, com 125 gols (só ficando atrás justamente de Serginho Chulapa, que fez 135 ali, jogando pelo time da casa). Não é possível cravar que tenha sido a última partida do "Fabuloso" pelo São Paulo, pois chegou a afirmar que não enfrentará o Goiás no derradeiro compromisso da equipe pelo Brasileirão, quando pode conquistar vaga na Copa Libertadores, mas depois voltou atrás (leia aqui). "Foi bom enquanto durou, até breve. Espero voltar como colaborador ou alguma coisa, porque a ligação com esse time é muito grande ", despediu-se o centroavante, já candidatando-se a um futuro emprego pós-pendura de chuteiras. Pelo o que se especula, Luís Fabiano vai ganhar mais de R$ 1,5 milhão mensais na segunda divisão da China, num contato de dez meses - algo que faria até o velho Serginho Chulapa voltar aos gramados, sem dúvida...



O engraçado é que essa bolada de grana, mais a expressão "foi bom", usada pelo jogador na despedida do São Paulo, remete a um trecho da letra de uma música do Ultraje a Rigor intitulada "Terceiro" ("Terceiro! Pra mim tá louco de bom!"), a mesma colocação que Luís Fabiano ficou entre os maiores artilheiros do clube. E, como se ilustrasse muitos jogos em que o centroavante "sumiu" em campo (principalmente os decisivos), a letra diz: "Se eu me esforço demais vou ficar cansado/ Já dá pra enganar eu ficando suado/ Se reclamarem eu boto a culpa no patrocinador". Então tá explicado: como o São Paulo está há um ano e meio sem patrocinador master, "Fabuloso" estava sem esse artifício - e o jogo de ontem foi o 171º dele pelo clube no Morumbi, número oficial do "migué". No fim, o artilheiro só igualou Serginho Chulapa no número de expulsões (leia aqui). Zàijiàn, Luís Fabiano!




20 MAIORES ARTILHEIROS DO SÃO PAULO *

1º - Serginho Chulapa (1973-1982) - 242

2º - Gino (1953-1962) - 233

3º - Luís Fabiano (2001/ 2002-2004/ 2011-2015) - 212

4º - Teixeirinha (1939-1956) - 188

5º - França/ Françoaldo Sena de Souza (1996-2002) - 182

6º - Luisinho (1941-1947) - 173

7º - Muller (1984-1988/ 1991-1994/ 1996) - 160

8º - Leônidas (1942-1950) - 144

9º - Maurinho (1952-1959) - 136

10º - Rogério Ceni (1993-2015) - 131

11º - Raí (1987-1993/ 1998-2000) - 128

12º - Prado (1961-1967) - 121

13º - Pedro Rocha (1970-1977) - 119

14º - Careca (1983-1987) - 115

15º - Dino Sani (1954-1961) - 113

16º - Remo (1940-1951) - 107

17º - Canhoteiro (1954-1963) - 105

18º - Friedenreich (1930-1935) - 102
       -Renato Pé Murcho (1980-1984) - 102

20º - Babá (1966-1970) - 94

* Dados oficiais do SPFC


quarta-feira, novembro 18, 2015

O maniqueísmo nosso de cada dia

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Laudo Natel com o ditador Ernesto Geisel
Desde sempre, como sãopaulino, ouço críticas veementes aos dirigentes do São Paulo Futebol Clube pela postura politicamente conservadora e elitista e pelo apoio à ditadura militar - época que um dos diretores do clube, Laudo Natel, chegou a ser governador de São Paulo e que o estádio do Morumbi teve ajuda (leia-se: dinheiro) do poder público para ser terminado. Até onde checamos aqui no Futepoca, é tudo verdade. Falamos da postura ostensivamente conservadora e elitista da torcida e da diretoria do São Paulo nesse post aqui, nesse aqui e mais esse aqui. E das ligações políticas comprometedoras e dos benefícios (públicos) para o Morumbi (particular) nesse post aqui, nesse aqui e esse aqui também.

Pois bem, em contraposição a essa pecha "direitista" do São Paulo, sempre vejo, da mesma forma, elogios ao Corinthians - o "time do povo", da "democracia" dos jogadores no início dos anos 1980. Falamos sobre isso aqui, aqui e mais aqui. Porém, precisamos tomar cuidado com o maniqueísmo nosso de cada dia. Tem muito sãopaulino (diretor, jogador ou torcedor) que não é conservador e/ou apoiou a ditadura militar, assim como tem muito corintiano (idem parênteses anterior) que sim. No que se refere especificamente aos cartolas, "é sempre bom lembrar" - como diz aquela música do Gilberto Gil - que patrão é patrão, em time "da elite" ou "do povo". E o patronato geralmente costuma simpatizar com governos ditatoriais, apoiá-los, financiá-los e tê-los como aliados. Ou, pelo menos, não afrontá-los.

Rose Nogueira no ato do dia 27 de outubro
Vai daí, fiquei sabendo que, no último dia 27 de outubro, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo fez, em sua sede, um ato em memória dos 40 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, e, na ocasião, a jornalista (e atualmente uma das diretoras da entidade de classe) Rose Nogueira, que foi presa e torturada pela ditadura militar, lembrou que naquela época Wadih Helu era um dos deputados estaduais que cobravam na Assembleia Legislativa repressão aos jornalistas comunistas. O mesmo Helu que foi presidente do Corinthians entre 1961 e 1971 e que, mais tarde, ocuparia o cargo de secretário estadual de Administração no governo - biônico, ou seja, nomeado sem eleição - de Paulo Maluf. Aliás, foi Helu quem apelidou o Palmeiras de "porco" (leia aqui) numa polêmica com o rival.

Enfim, Zé Rodrix já observava que "cada um acredita naquilo que quer, pode e consegue". Mas sempre é bom evitar maniqueísmos. Sãopaulinos e corintianos, uni-vos - no bar!




quinta-feira, novembro 12, 2015

Agora vai: Guarani contrata Flávio Caça-Rato

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Caça-Rato quer ir do Guarani ao Morumbi
Se Dunga não ouviu o côro "ão-ão-ão, Caça-Rato é seleção", outro time, que está pouca coisa pior que o escrete canarinho, atendeu o clamor da galera: Flávio Caça-Rato, o nosso "CR-7" tupiniquim, acertou com o portentoso Guarani de Campinas para disputar a famigerada Segunda Divisão do Campeonato Paulista de 2016, também conhecida como "Buraco Negro" e que, neste ano, reuniu nada menos que 30 clubes. Mas Caça-Rato é ambicioso e, nem bem chegou ao Bugre, já adiantou que seu sonho é defender Corinthians, Palmeiras, São Paulo ou Santos. "Se Deus quiser, ainda vou conseguir", garantiu o jogador, que ganhou o apelido porque, quando criança, tinha o costume de matar ratos com estilingue. Buenas, se depender do "planejamento estratégico" de contratações do São Paulo e da situação financeira do clube, podemos aguardar, em breve, a transferência de "CR-7" do Brinco de Ouro para o Morumbi. Talvez para a disputa da Série B de 2017...


segunda-feira, agosto 17, 2015

Manifestação justificada

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Depois de o São Paulo passar - mais um - vexame no sábado, sendo goleado por 3 a 0 pelo provisoriamente rebaixado Goiás em pleno Morumbi, nas fuças de 25 mil torcedores (e nem é a primeira vez que isso acontece, leia esse post aqui), vejam a cena que percebi num comercial de cerveja que está sendo exibido atualmente na TV:



quinta-feira, outubro 02, 2014

Filho de Peixe, Peixinho é

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Há exatos 54 anos, mais um lance de efeito, no futebol, era batizado: o mergulho para cabecear uma bola, geralmente em direção ao gol, ganhava o apelido de "peixinho". No caso, o jogador conseguiu balançar as redes, e numa ocasião muito especial. Em 2 de outubro de 1960, o gol do ponta-direita Arnaldo Poffo Garcia, aos 12 minutos de jogo, foi o primeiro do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi - e decidiu por 1 x 0, a favor do São Paulo, o amistoso inaugural contra o time português do Sporting.

Peixinho mergulha e manda a bola para a rede do Sporting, na inauguração do Morumbi
 
Vista por outro ângulo, a cabeçada que batizou esse tipo de jogada com o apelido de 'peixinho'

Acontece que o jovem atleta, na época com 20 anos, era filho do ex-jogador Arnaldo Alves Garcia, conhecido como Peixe, artilheiro do Campeonato Paulista pelo Ypiranga no mesmo ano do nascimento do filho, em 1940. Por isso mesmo, ao seguir a carreira do pai, foi apelidado naturalmente como Peixinho. E, ao marcar o primeiro gol do Morumbi, de cabeça, acabou por batizar com seu apelido, involuntariamente, a jogada no jargão futebolístico brasileiro.Veja vídeo da inauguração e do lance histórico:


"Eu me lembro que o Fernando tocou para o Jonas, que cruzou. Estiquei-me inteiro para alcançar a bola, dando um verdadeiro mergulho", contou Peixinho, em 2010, para a revista oficial do São Paulo Futebol Clube. Cria das categorias de base do próprio São Paulo, o ponta-direita deixou o clube em 1961 e passou por Ferroviária, Santos, Comercial de Ribeirão Preto, Bangu, Deportivo Itália, da Venezuela, Coritiba e First Portuguese, do Canadá. Atualmente, mora em Piracicaba, interior de São Paulo.

Peixe (à esquerda) e Peixinho: pai artilheiro e filho autor de gol histórico

Na inauguração do estádio Cícero Pompeu de Toledo, o São Paulo jogou com Poy; Ademar, Gildésio e Riberto; Fernando Sátyro e Vítor; Peixinho, Jonas (Paulo), Gino Orlando, Gonçalo (Cláudio) e Canhoteiro. O técnico era Flávio Costa. Já o Sporting Lisboa disputou o amistoso com Aníbal; Lino e Hidário; Mendes, Morato e Július; Hugo, Faustino, Figueiredo (Fernando), Diego (Geo) e Seminário. O técnico era Alfredo Gonzalez.

Peixinho, o primeiro agachado, à esquerda, com o time do São Paulo no dia da inauguração

Naquela época, o São Paulo começava o período de jejum de títulos que duraria até 1970, com elencos sofríveis e poucos jogadores de destaque, numa década dominada com sobras pelo Santos de Pelé e, também, pelo Palmeiras de Ademir da Guia. Do time campeão em 1957, só restavam Poy, Riberto, Vítor, Gino e Canhoteiro (estes dois últimos já decadentes). O Sporting de Lisboa tinha sido campeão português na temporada 1957/1958 e voltaria a conquistar esse título na temporada de 1961/1962.

Cartaz da inauguração do estádio e Rogério Ceni homenageando Peixinho com uma placa


Ainda inacabado, o Morumbi foi inaugurado com a presença de 56.448 torcedores. Seria terminado somente em 1970. O recorde de público ocorreria em 9 de outubro de 1977, no segundo jogo da decisão do Campeonato Paulista, quando 146.082 pessoas viram a Ponte Preta derrotar o Corinthians por 2 a 1. Depois de reformas estruturais nos anos 1990, a capacidade caiu gradualmente, chegando aos atuais 68.000 lugares. A última partida da seleção brasileira no estádio, em 2014, contra a Sérvia, teve 63.280 pagantes.

Edição do jornal Última Hora que noticiou a vitória sãopaulina contra a equipe portuguesa

Depois do jogo contra o Sporting, o São Paulo ainda disputou outro amistoso no Morumbi, logo em seguida, em 9 de outubro de 1960. Num gesto de amizade, os "clubes co-irmãos", Corinthians, Palmeiras e Santos, decidiram ceder jogadores para reforçar o Tricolor. Mas, na vitória por 3 x 0 sobre o uruguaio Nacional, só jogaram o corintiano Almir Pernambuquinho e os palmeirenses Djalma Santos e Julinho Botelho. Escalado por Flávio Costa, a maior estrela, Pelé, contundiu-se em cima da hora e não jogou.

Almir, Djalma Santos e Julinho com a camisa do São Paulo, no amistoso contra o Nacional
O São Paulo que derrotou os uruguaios, com Julinho Botelho na ponta, no lugar de Peixinho

quinta-feira, março 27, 2014

'É que Narciso acha feio o que não é espelho...'

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Narciso ontem, no Morumbi: histórico
O sentido dos versos de Caetano Veloso que dão título ao post não tem nada a ver com o que vou relatar, mas é irônico que eles estejam numa canção chamada "Sampa", porque citam o nome do grande carrasco do time homônimo na partida disputada ontem à noite no Morumbi. Sim, o ex-jogador Narciso fez história como treinador ao impor um vexame incontestável ao São Paulo, em pleno Morumbi, e sacramentar a maior façanha do Penapolense em toda a sua existência, a classificação para a semifinal do Campeonato Paulista. Mais do que isso: foi uma (justa) vingança.

No dia 25 de janeiro de 2010, no Pacaembu, Santos e São Paulo decidiram a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Narciso era o técnico do Peixe. No fim do primeiro tempo, os santistas já venciam por 1 x 0 quando partiram num contra-ataque fulminante, para sacramentar o título. Mas o goleiro Richard, do São Paulo, parou o atacante adversário com uma falta feia. Para perplexidade geral, e principalmente de Narciso, o juiz marcou a falta mas só deu cartão amarelo para o goleiro, que deveria ter sido expulso. O lance foi capital, pois, se ficasse com um a menos, dificilmente o Tricolor reverteria a derrota.

Em 2010, Narciso reclamou e foi expulso na decisão da Copinha
Por isso, depois que os sãopaulinos igualaram o placar no segundo tempo e o juiz apitou o fim do jogo, provocando a disputa de pênaltis, Narciso partiu pra cima da arbitragem, completamente fora de si. Tanto gritou e reclamou sobre a não expulsão de Richard no primeiro tempo que o técnico santista acabou expulso, deixando os garotos sob seu comando visivelmente nervosos. Prova disso é que erraram os três pênaltis que bateram. E o goleiro Richard, o mesmo que foi poupado do cartão vermelho, defendeu as cobranças e foi o herói do título do São Paulo na Copinha.

Richard deveria ter sido expulso
Narciso engoliu aquilo quieto. Ontem, exatamente 50 meses depois daquela injustiça, o técnico estava no comando do Penapolense, como "azarão" ou franco-atirador no confronto das quartas-de-final do Paulistão, em jogo único. De forma brilhante, armou um esquema de marcação que anulou todos os meias e atacantes do São Paulo - e deixou o tempo passar. Depois de "cozinhar" o time de Muricy Ramalho no primeiro tempo, em "banho-maria", Narciso soltou a equipe de Penápolis no contra-ataque na etapa final e por pouco não liquidou a fatura no tempo normal.

Mas a vingança tem requinte de detalhes: a decisão seria, como na decisão da Copinha de 2010, por pênaltis. Dessa vez, mesmo tendo assistido um jogador seu ser supostamente derrubado na área do adversário durante o segundo tempo, num lance em que a arbitragem não marcou pênalti, Narciso, mais maduro e experiente, manteve-se calmo e não reclamou. Provavelmente, deve ter dito ao seu time: "A pressão está em cima deles. A obrigação de se classificar é deles. Vão lá e acertem as cobranças, sem medo. Eles vão se complicar sozinhos". Não sei se foi assim. Mas foi o exatamente o que ocorreu, para glória máxima do treinador.

Narciso consola o derrotado Rogério Ceni: vingança, 4 anos depois
Por fim, outras duas curiosidades. Como técnico, Narciso vai enfrentar, na partida única da semifinal, o Santos, time que o projetou como jogador de futebol, que o amparou completamente quando ele enfrentou um tipo raro de leucemia e que permitiu que ele iniciasse a carreira de treinador em suas categorias de base. E o Penapolense foi o único time que conseguiu golear os santistas neste campeonato (4 a 1) - justo eles, que estão impondo aos adversários seguidas goleadas, como a de ontem (4 x 0), na Ponte Preta. Seja como for, estar na semifinal já é um título para Narciso.

Não, Rodrigo Caio não é o culpado
Sobre o São Paulo, o curioso é que caiu na mesma situação do Corinthians. Não adianta culpar Rodrigo Caio, que desperdiçou sua cobrança de pênalti, pois a eliminação é responsabilidade única e exclusiva do time inteiro, que não jogou absolutamente nada ontem. Assim como os corintianos não podem culpar ninguém, pois a não classificação para a reta final foi resultado daquilo que não jogaram no início da competição. Mas não custa lembrar que, ao sugerir que o São Paulo tinha "entregado o jogo" para o Ituano, para desclassificar o Corinthians, o técnico alvinegro Mano Menezes disse que os deuses do futebol puniriam tal atitude. Que língua! Deus me livre de praga de corintiano! (rsrs) E meu consolo, no momento, é que, jogando mal desse jeito, o São Paulo foi poupado de passar vexame maior ao sofrer uma sonora goleada na Vila Belmiro, como a que o Corinthians sofreu na primeira fase.

quinta-feira, novembro 21, 2013

'Boi da Cara Preta' dá três chifradas no 'Boi Bandido' e, sob muita chuva, a vaca vai mais cedo para o brejo

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Ganso comemora seu gol (Foto: Gazeta Press)
Quando Paulo Henrique Ganso recebeu passe do "Boi Bandido" Aloísio, fintou o volante pontepretano Baraka e tocou no canto do goleiro Roberto para abrir o placar para o São Paulo, ontem, minha filha Liz, de 11 anos, que assistia ao jogo comigo, improvisou uma paródia da tradicional cantiga de ninar: "Boi, boi, boi/ Boi da cara preta/ São Paulo vai ganhar/ 3 a 1 pra Ponte Preta...". Na hora, Liz percebeu seu engano no fim da musiquinha e tentou corrigir, cantando "3 a 1 na Ponte Preta". Mau presságio. Pouco depois, o mesmo Ganso que tinha aberto o placar no Morumbi deu um passe de calcanhar no meio de campo, demonstrando uma precoce - e preocupante - soberba do time de Muricy Ramalho. E, como o próprio treinador diz, "a bola pune". Antes do gol, o São Paulo jogava pra frente; depois, passou a esperar a Ponte Preta para dar o bote no contra-ataque. Mas não conseguiu fazer isso. Então, coube à Ponte fazer.

Antônio Carlos faz contra (Foto: Gazeta Press)
Desde o início do jogo, Jorginho, o técnico adversário, gritava com insistência para o (bom) meia Rildo, um dos destaques da vitória sobre o Vélez Sarsfiield em plena Buenos Aires, atacar com mais contundência o lado direito da defesa sãopaulina. Muricy havia barrado o lateral/meia Douglas e escalado o meia mais ofensivo Lucas Evangelista em seu lugar. Assim, Paulo Miranda ficou sobrecarregado na marcação daquele lado, com o volante Denilson, em noite muito ruim, na sobra. E foi exatamente Denilson que levou um humilhante drible da vaca do lateral-esquerdo Uendel, que cruzou na pequena área e o zagueiro Antônio Carlos, na tentativa de salvar, acabou empurrando a bola pra dentro. Ali, a vaca sãopaulina começou a ir para o brejo. Na volta para o segundo tempo, Muricy tentou corrigir seu erro substituindo Lucas Evangelista por Wellington, para reforçar o lado direito. A emenda foi pior do que o soneto...

Ponte vira o jogo no rebote (Foto: Gazeta Press)
Sob muita chuva, a Ponte multiplicou a pressão que já havia imposto no fim do primeiro tempo e partiu com tudo para o ataque. Após conquistar uma sequência de escanteios, a bola sobrou livre para Fernando Bob, dentro da área, que fuzilou Rogério Ceni. O goleiro fez uma defesa fantástica, mas rebateu nos pés de Leonardo Silva, que virou o placar. Dupla falha da defesa: ninguém marcou Fernando e um defensor ficou parado na linha de fundo, dando condição legal para Leonardo fazer o gol. Completamente atordoados e sem articulação para reagir, os sãopaulinos (reforçados pelos atacantes Luís Fabiano, que entrou no lugar do volante Maicon, e Welliton, que substituiu o improdutivo Ademilson) viram o lateral Uendel entrar sozinho novamente pela "avenida" do lado direito da defesa tricolor e chutar para fazer 3 x 1, com desvio no volante Wellington - aquele que tinha entrado para "resolver" o setor. No duelo de treinadores sob forte temporal, Jorginho deu "banho" em Muricy.

Sob chuva, o terceiro gol (Foto: Gazeta Press)
Fim de papo. Satisfeita com o (excelente) resultado, que obriga o São Paulo a fazer no mínimo três gols fora de casa, no jogo da volta, a Ponte se fechou na defesa e só observou Luís Fabiano perder dois gols, um de cabeça e outro após driblar o goleiro Roberto, e Welliton desperdiçar o mais incrível, na pequena área, chutando em cima do zagueiro. A torcida do time de Campinas ecoou vários "olés" em pleno Morumbi, o que deve ter esquentado principalmente a orelha de Paulo Henrique Ganso, que quis fazer firulas no primeiro tempo, depois de abrir o placar. Foi uma partidaça da Ponte Preta e a comprovação de que em campeonato disputado em "mata-mata" um mesmo time joga de forma completamente diferente do que faz nos pontos corridos. Afinal, o time de Jorginho está praticamente rebaixado no Brasileirão e o de Muricy só escapou do rebaixamento há três rodadas. Na Sul-Americana, a Ponte é forte. E favorita.

Vitória da Ponte foi justa (Foto: Gazeta Press)
Porque, nessa competição, ela vem atuando muito melhor que os adversários ao compactar a defesa e aproveitar as brechas no contra-ataque. Coisa que o São Paulo não conseguiu fazer - tanto por incompetência do ataque quanto por seguidas falhas dos defensores. No jogo de volta, terá que partir no desespero atrás de três gols e, com isso, abrirá todo o espaço que os velozes pontepretanos Rildo, Elias, Leonardo Silva e Uendel precisam. Ou seja, se a situação já parece praticamente irreversível, tomar mais um gol da Ponte pode desmontar de vez qualquer tipo de reação. Paciência. Nós, sãopaulinos, não podemos reclamar nem lamentar nada neste fim de 2013. Digo, repito e reafirmo: o técnico Muricy Ramalho fez um milagre ao salvar o clube de um rebaixamento que, em setembro, parecia terrivelmente possível. Contra a Ponte, agora, o time tem que ir todo à frente, mesmo que perca de novo (afinal, "perdido por um, perdido por mil"). Que seja, pelo menos, um jogaço. Vamo, São Paulo!


quarta-feira, setembro 11, 2013

Tem sempre o dia em que a casa cai...

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Benito quer 2,5 mas Metrô oferece só 1,1
Depois de desviar pelo menos R$ 425 milhões dos cofres público com um esquema de corrupção no metrô de São Paulo, o governo do PSDB quer usar a mesma companhia de transportes para tirar mais R$ 1,4 milhão do músico, cantor e compositor Benito di Paula. Isso mesmo: segundo notícia do site G1, o artista terá sua casa no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, desapropriada para as obras da Linha 17-Ouro. Ele e outros quatro vizinhos do mesmo quarteirão reclamam do valor pago pelos imóveis que, segundo os moradores, está abaixo do preço de mercado. Segundo Benito di Paula, o valor de sua casa estaria em torno de R$ 2,5 milhões.
“Recebi um comunicado dizendo que ia ser desapropriado no valor de 500 e poucos mil. O que eu compro com R$ 500 mil? Não compro nada. Aí eles melhoraram e o valor passou para R$ 1,1 milhão”, contou o artista.
A propriedade onde o artista vive há 28 anos, que está no trajeto previsto do monotrilho, tem 391 m² de área construída e um terreno com área total de 538 m², incluindo um estúdio musical. Irritado, Benito di Paula parece dar na música abaixo um recado ao governo de Geraldo Alckmin, gerente da Companhia do Metrô, de que o seu povo é pacífico, mas é melhor não ameaçar com despejo:

"A turma lá de casa é toda bamba
Não é de briga, mas é de amargar...
"




sexta-feira, setembro 06, 2013

8ª derrota em 18 partidas; Ceni perde 3º pênalti seguido

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Dessa vez, vou cravar a verdade nua e crua: o São Paulo perdeu ontem (a 6ª derrota dentro do Morumbi nesta competição!) pura e simplesmente porque É MAIS FRACO do que o Criciúma. Ponto. Da mesma forma que venceu o Náutico porque, no Brasileirão, o time pernambucano é o ÚNICO inferior à equipe treinada por Paulo Autuori. Pode-se dizer, assim, que Ponte Preta, Portuguesa e Fluminense estão mais ou menos no mesmo nível que o São Paulo. E que Flamengo, Santos, Vitória, Bahia e o já citado Criciúma são ligeiramente superiores. Resultados como a vitória sobre o Fluminense e o empate com o Flamengo foram, portanto, perfeitamente razoáveis. Os pontos fora da  curva foram os empates com Corinthians e Botafogo, que, ao que parece, aconteceram muito mais por partidas ruins de ambos os adversários do que pela realidade do São Paulo.

Por essa ótica, o time do Morumbi ocupa hoje o lugar onde, pela sua qualidade (ou falta de), deveria estar. No máximo, com um pouco de sorte e extrema superação, poderia estar emparelhado com o Flamengo (14º), o que seria um feito heróico - mas possível, dentro dessa análise de que os cariocas estão mais ou menos no mesmo patamar futebolístico. O resumo da ópera de ontem foi o seguinte: o primeiro gol do Criciúma saiu em pênalti ridículo cometido pelo zagueiro improvisado Rodrigo Caio, em jogada que, provavelmente, terminaria em tiro de meta. Lembremos que o mesmo zagueiro perdeu uma bola bisonha no jogo contra o Botafogo, deixando atleta adversário sozinho na cara do gol sãopaulino, que, felizmente, chutou por cima (o que reforça minha tese de que aquele foi um dia atípico para o alvinegro carioca). Portanto, a falha de ontem não surpreende.

Ceni defende cabeçada fulminante: Criciúma é melhor (Eduardo Viana/Lance!Press)
 Segundo gol: bola levantada na área do São Paulo, em cima do zagueiro Rafael Tolói. Com 1,85m, ele não consegue cortar pelo alto e ela cai no pé do atacante, que dispara um petardo fulminante na pequena área, empurrando Rogério Ceni com bola e tudo para a rede. Não é a primeira vez que o goleiro sofre com Tolói; lembremos daquela atrasada horrível que entregou a bola no pé do corintiano Pato (Ceni fez pênalti e o Tricolor perdeu o confronto válido pelo 1º turno do Paulistão), da hesitação na goleada sofrida para o Atlético-MG, na eliminação da Libertadores (que permitiu a chegada de Tardelli e um golaço por cobertura) e nova hesitação ao marcar - marcar?!? - Renato Augusto na primeira partida decisiva da Recopa (outro golaço cobrindo Ceni). Ou seja, Tolói entregando gol também não surpreende. A zaga do São Paulo é HORROROSA. Prova disso é que o Criciúma perdeu chance incrível de fazer 3 x 0 logo nos primeiros segundos da etapa final, numa bola que bateu na trave, e ainda houve uma cabeçada que Ceni segurou em cima da risca.

Na frente, por mais que o time crie chances de gol, não consegue finalizar. Que o diga Luís Fabiano, que nem de longe lembra aquele que comandou a seleção brasileira nas eliminatórias da Copa da África do Sul. Negueba nada produziu de muito útil, assim como seu substituto, Osvaldo. Jadson não jogou nada, assim como seu substituto, Ganso. Fabrício sumiu, assim como seu substituto, Evangelista. O péssimo Douglas saiu (graças a Deus!) e seu substituto, Paulo Miranda, jogou muito mal. Por tudo isso, afirmo categoricamente: o elenco do São Paulo é fraco. No momento, mais fraco que Criciúma, Vitória e Bahia (perdeu para os três). O Rogério Ceni perder o terceiro pênalti seguido também não surpreende. Má fase destrói confiança e puxa erros. O que surpreende foi ele ter ido fazer a cobrança, sendo que Aloísio, que sofreu a falta, já estava com a bola nas mãos.

Após a partida, o "Boi Bandido" se atrapalhou com as palavras e respondeu a um repórter: "Só bate pênalti quem erra." Mesmo corrigindo o batido chavão logo em seguida ("Só perde quem bate"), ele acabou atestando, no engano, uma verdade: só bate pênalti no time do São Paulo quem erra - o Rogério Ceni, que errou contra o Bayern, a Portuguesa e o Criciúma, e o Jadson, que desperdiçou contra o Flamengo. Triste fase. E agora o time enfrenta o forte Coritiba, fora de casa, domingo. OREMOS AO SENHOR!


quinta-feira, julho 25, 2013

Oito derrotas seguidas. Sem poder de reação.

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Faixa de torcedor comum foi apreendida pela polícia ontem (Foto: Tom Dib/Lance!)

Seis derrotas seguidas jogando em seu próprio estádio. Oito derrotas seguidas se somados o amistoso contra o Flamengo, em Uberlândia, e a partida que selou o título da Recopa para o Corinthians, no Pacaembu. Pior sequência de derrotas da história do clube desde sua refundação, em 1936. A marca de 11 jogos sem vitória iguala as séries de 1951 (sete derrotas e quatro empates) e 1986 (duas derrotas e nove empates) - mas, como se vê, é bem pior. "Tem campeonatos que  você joga para ganhar, esse a gente joga para se salvar", cravou Rogério Ceni, após a derrota por 1 a 0 para o Internacional. Mas tem salvação?

Mais do que nunca, só resta ao torcedor sãopaulino a fé. MUITA fé. Porque, da diretoria, da comissão técnica e do elenco, não dá pra esperar quase nada. Só a intervenção divina. Só um milagre. Exagero? Não, infelizmente não. Por mais que se tente defender o elenco, fica mais visível, a cada jogo, a extensão de sua fragilidade. O gol do Inter saiu após mais uma investida inútil do zagueiro Lúcio ao ataque; como sempre, perdeu a bola, a defesa estava exposta, Tolói (lento, pesado e sem tempo de bola) chegou atrasado, Leandro Damião girou e fez o gol. Resumo: a zaga é ruim. E não faz diferença colocar Edson Silva.

Outro sinal de que a coisa, que está péssima, pode piorar ainda mais: Paulo Autuori está visivelmente perdido. Improvisou um zagueiro como volante (Paulo Miranda), um volante como lateral-direito (Rodrigo Caio) e um lateral-direito como ala esquerdo (Douglas). Deu tudo errado. Pior: assim como Ney Franco, ele parece estar sendo pressionado a escalar Paulo Henrique Ganso. É um peso morto, inútil e improdutivo, que atrapalha qualquer tentativa de esquema tático ou de estratégia emergencial. Complica os volantes (que são fracos), os laterais (que são horríveis), os meias e os atacantes. Mas Autuori insiste. E paga o preço.

Aliás, não custa lembrar que a única vitória do São Paulo no Morumbi, neste Brasileirão, foi uma goleada por 5 a 1 sobre o Vasco da Gama - que, naquela ocasião, era treinado por... Paulo Autuori. No mais, Luís Fabiano inventou outra contusão e Denilson poderá passar por artroscopia nos próximos dias, o que significa que ambos escaparam tanto do clássico contra o Corinthians, no Pacaembu, quanto da excursão à Europa e Japão, na sequência. Aloísio, suspenso, também não pega o Timão no Pacaembu (logo, o ataque será Osvaldo e Ademilson - MEU DEUS...). Jadson está muito mal. Não há reservas de qualidade.

Concordo que perder para o forte Internacional (que ficará ainda mais forte com as chegadas de Alex e Scocco) era mais do que plausível. Mas, assim como perdeu para Inter, Cruzeiro, Corinthians e Santos, o São Paulo também perdeu para Goiás, Bahia e Vitória exatamente da mesma forma: sem qualquer poder de reação, de finalização, de recomposição, de organização, de ânimo, de vontade. Basta o time adversário fazer um gol e administrar, seja quem for, do Goiás ao Corinthians. No resto do jogo, o São Paulo não oferece qualquer perigo. Quando cria alguma coisa, se perde sozinho. É assustador. É desesperador.

E, levando em conta que nenhuma grande contratação será feita, é com ISSO AÍ - e com Paulo Autuori! - que o clube tentará, desesperadamente (e mais desesperadamente a cada rodada), fugir da Série B. Difícil.


Ps.: O São Paulo encara o Corinthians no domingo (outra derrota é bem plausível), embarca para uma desgastante viagem à Europa na segunda-feira, enfrenta o Bayern de Munique na quarta, pega Manchester City ou Milan já no dia seguinte, daí se aboleta para Portugal na sexta e joga contra o Benfica no sábado (outras três derrotas também são plausíveis). Sai correndo para o Japão na sequência, pega o Kashima, embarca para a - ainda mais - desgastante viagem de volta ao Brasil e cai direto no inferno do Brasileirão, sem pausa. Com o elenco, que já é fraco e está perdido, totalmente arrebentado e praticamente sem treinar. Vamos bem, Juvenal...

domingo, julho 07, 2013

Deu Claudinei Oliveira no duelo de interinos OU Problema do São Paulo não é o técnico

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Durval levou a melhor sobre Luís Fabiano (Ivan Storti/LANCEPress)
O Santos conseguiu uma boa vitória por 2 a 0 contra o São Paulo, fora de casa, e mostrou que pode ser uma boa insistir no técnico interino Claudinei Oliveira (ou transformá-lo em auxiliar de um eventual novo treinador). Na segunda etapa, o treinador decidiu o jogo ao colocar em campo os garotos Giva - que abriu o placar - e Pedro Castro, somando-os a Leandrinho, Neilton e Gustavo Henrique. Este último anulou completamente o centroavante Luís Fabiano e comprovou que a nova safra de moleques da Vila pode, com alguma lapidação, mostrar resultados bem consistentes. Pontos positivos, também, para o goleiro Aranha, que impediu com duas defesas de cinema que o São Paulo abrisse o placar no primeiro tempo, quando teve o domínio da partida; e para Montillo, meia que teve lampejos dos bons tempos de Cruzeiro.

O São Paulo, derrotado novamente em pleno Morumbi (onde já havia perdido para o Goiás), mostrou que, definitivamente, seu problema não é treinador. Milton Cruz, que comandou interinamente o clube após a demissão de Ney Franco, na sexta-feira, até tentou imprimir um toque pessoal: colocou Ganso como ponta-esquerda e desviou Osvaldo para o lado oposto do ataque, com Jadson centralizado na armação e Luís Fabiano na frente. Foi triste ver Osvaldo perder todas as bolas para o veterano Léo e Ganso praticamente não pegar na bola, consolidando-se, cada vez mais, como um peso morto no time e candidato ao banco de reservas com todos os "méritos". Luís Fabiano e Osvaldo perderam gols feitos no primeiro tempo, Jadson perdeu outro no início da segunda etapa e o ditado "quem não faz, toma" prevaleceu...

Mas é gritante a RUINDADE do time do São Paulo. A zaga pesada, lenta e mal posicionada formada por Lúcio e Rhodolfo conseguiu tomar dois gols de cabeça de jogadores que não deveriam superá-los em estatura (pelo menos isso). Rodrigo Caio levou um baile na lateral-direita tricolor, de onde vieram os cruzamentos para os gols. Juan é NULO na lateral-esquerda. O volante Wellington está virando motivo de piada no meio. Denílson, Ganso e Luís Fabiano praticamente não entraram em campo. Aloísio, Maycon e Ademilson não servem sequer como opções no banco de reservas. O locutor radiofônico Nilson César definiu muito bem: Ney Franco fez milagres com esse time enquanto o comandou. Arrisco dizer que 80% dos atletas que ali estão não deveriam nunca ter vestido a camisa do São Paulo - nem em teste.

Qualquer um que venha, Paulo Autuori (o mais provável) ou Muricy Ramalho, terá um imenso "abacaxi" nas mãos. Porque terá que trocar toda a zaga: Lúcio, Rhodolfo, Tolói e Edson Silva são tenebrosos, absolutamente inaproveitáveis. Porque terá, além da (ainda) incógnita Clemente Rodríguez, Reinaldo (que era vaiado recentemente no Sport) e o grosso Juan na lateral-esquerda. Terá que ser virar com o hediondo Douglas e os esforçados Rodrigo Caio e Mateus Caramelo na lateral-direita. Porque suas "opções" como volantes são Denílson (mediano), Wellington (ruim), João Schmidt (fraco) e Maycon (lento e improdutivo). Porque será obrigado, como todos os antecessores, a escalar o NULO Paulo Henrique Ganso. Porque terá Aloísio, Ademilson, Lucas Evangelista, Roni e Negueba no banco, quando pensar em mexer no ataque.

Ou seja: pesadelo. E, enquanto Juvenal Juvêncio for o presidente, NADA mudará. Mais vexames virão. Mais "reforços" inúteis chegarão. E mais técnicos serão trocados, ao sabor dos inevitáveis fracassos.




quinta-feira, junho 06, 2013

Nem 1.000 nem 1. E Muricy já incomoda o He-Man

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Pois é. Pelo jeito, ao contrário do que escrevi, o Túlio (ex-)Maravilha vai acabar fazendo seu suposto milésimo gol antes de o São Paulo ultrapassar os 999 já marcados no Brasileirão dentro do Morumbi. Ontem, como eu já previa no post sobre a goleada sofrida para o Atlético-MG (dizendo que aquilo não seria "o último vexame de 2013"), o time - time?!?!? - de Ney Franco sofreu a humilhação de perder em casa para o Goiás, que estava na zona de rebaixamento e não tinha uma vitória sequer em três jogos, tendo levado um vareio de 5 a 0 do Cruzeiro logo na primeira rodada. Pior: o São Paulo finalizou 23 vezes (VINTE E TRÊS VEZES!) e não conseguiu marcar nem um golzinho, condenando ao fiasco a campanha divulgada no site do clube que alardeou o possível gol 1.000, em Brasileiros, no próprio gramado - o que iludiu e convenceu quase 9 mil infelizes a testemunhar a vergonha (mais uma) no estádio.

Como o jogo começou às 19h30, cheguei em casa a tempo de acompanhar apenas os 15 minutos finais, pelo rádio. Nenhuma surpresa: locutor, comentarista e repórteres de campo frisavam a todo instante o futebol apático, descoordenado, inofensivo, feio e lamentável do São Paulo. Anteontem, com a notícia de que Juan assumiria a titularidade na lateral-esquerda (e também sem novidade jogou pessimamente ontem) eu já havia postado aqui no blog: "Vai mudar alguma coisa com os NULOS Douglas e Juan nas laterais? Com os sofríveis Lúcio, Tolói ou Edson Silva na zaga? Com os pouco produtivos Luís Fabiano ou Aloísio como centroavantes? Rodrigo Caio? Maicon? Negueba? Silvinho?" A partida de ontem respondeu as perguntas: sim, vai mudar - pra pior! E vai sobrar para o Ney Franco. Além das vaias, a torcida gritou o tempo todo: "É Muricy!". E dizem que o recém-desempregado treinador, que levou um pé do Santos, parece estar disposto a encarar novamente o bafo (de cana) do Juvenal Juvêncio em seu cangote...

Questionado sobre o clamor dos torcedores, o "He Man" Ney Franco garantiu: "Eu tenho força!" Mas, com esse time horrível e sem opções no elenco ou perspectiva de contratações, o prazo de validade do treinador parece menor do que o Nelson Ned. A informação de que Muricy Ramalho passará duas semanas em férias nos Estados Unidos dá a entender que ele já conversou com o Velho Barreiro, digo, o Juvenal Juvêncio, que o aconselhou a aguardar quietinho os próximos jogos (e maus resultados) do São Paulo e o fim do recesso futebolístico por causa da Copa das Confederações. Ou seja: o mesmo dirigente que mandou Muricy embora e que, desde aquela intempestiva atitude (mais uma), viu o time fracassar por quatro temporadas seguidas (e no início da atual), agora, meia dúzia de técnicos depois, não tem pudor de recorrer justamente a quem demitiu. TUDO ERRADO. Nem Muricy, nem Tite, nem Cuca, nem Pepe Guardiola, nem Deus podem fazer algo de útil com esse timinho do São Paulo. Pelo menos enquanto Juvenal estiver lá.



quarta-feira, junho 05, 2013

Antes do Túlio, São Paulo tenta o gol 1.000

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Enquanto o Túlio (ex-)Maravilha, 44 anos, processa o Botafogo por frustrar seu projeto de marcar o milésimo gol da carreira (nas contas dele) com a camisa do clube carioca, o São Paulo pode alcançar, hoje ou nas próximas rodadas, a marca de 1.000 gols feitos no Brasileirão dentro do estádio do Morumbi. Segundo a assessoria do clube, desde 1971, quando foi disputada a primeira edição do que a CBF convencionou chamar de Campeonato Brasileiro, substituindo o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o Tricolor balançou as redes pela competição em seu gramado 999 vezes - não considerando os gols do jogo anulado (injustamente) pelo STJD na edição de 2005, na vitória por 3 a 2 sobre o Corinthians.

Pois é, do jeito que a coisa tá feia no (magro) futebol do São Paulo, que levantou uma única taça nas últimas quatro temporadas, qualquer marca envolvendo número de gols - como foi o centésimo do Rogério Ceni, em 2011 - já serve pra tentar empolgar a torcida. O site do clube organizou até uma campanha: quem acertar o autor e chegar mais perto do instante do milésimo gol, ganha uma camisa autografada (clique aqui para acessar). A expectativa fez com que o - contestado - centroavante Luís Fabiano esquecesse mais uma de suas contusões para voltar ao time hoje. Saindo ou não o milésimo contra o Goiás, vale recordar, para a torcida sãopaulina, cinco dos gols mais bonitos marcados pelo time no Morumbi, pelo Brasileiro:

Everton, de primeira, contra o Botafogo, em 1981:


Careca, um senhor golaço contra o Fluminense, em 1987:


Tilico faz o gol do título contra o Bragantino, em 1991:


Simplício, de calcanhar contra o Corinthians, em 2003:


Dagoberto arrancando contra o Internacional, em 2008:


sexta-feira, março 01, 2013

Blitz falha e Ganso entra para dar gol a Luís Fabiano

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Ney Franco age bem quando promove o tradicional "abafa" nos 15 ou 20 primeiros minutos de uma partida. Já deu certo muitas vezes. Mas, quando a blitz falha e o São Paulo não consegue fazer ao menos um gol nesse período de pressão (e forçar o adversário a sair em busca do empate, abrindo espaços para contra-ataques), o caldo entorna. Porque o time cansa muito e, naturalmente, o adversário aproveita para fazer a sua própria blitz. Foi o que aconteceu ontem no Morumbi, no segundo jogo pela fase de grupo da Libertadores, contra o The Strongest. O Tricolor, que parecia um rolo compressor nos primeiros minutos, criando uma chance após a outra no ataque e não deixando os bolivianos pensarem, não conseguiu marcar, botou a língua de fora precocemente e levou um gol exatamente aos 20 minutos de jogo, em (mais uma) falha de marcação da defesa. O time se perdeu.

Só que, mais uma vez, como aconteceu contra o São Caetano, pelo Campeonato Paulista, o São Paulo conseguiu "achar" o empate mesmo jogando mal, no fim do segundo tempo, já no desespero. Isso o recolocou no jogo e deu chance ao técnico de pensar em alguma outra estratégia. E a solução foi melhorar o meio de campo, colocando Paulo Henrique Ganso no lugar de Denílson, deixando o setor defensivo com apenas um volante, Wellington, e mantendo o ataque com dois pontas abertos e um centroavante. Funcionou. Logo ao entrar, Ganso "pôs fogo" no jogo e, de cara, participou do lance em que Jadson mandou uma bola no travessão. Depois, Cañete entrou no lugar de Aloísio, pela ponta-direita, e iniciou a jogada que terminou com passe de Ganso para o gol da vitória marcado por Luís Fabiano, a dez minutos do fim. Moral da história: vai ser muito difícil vencer em La Paz...



sexta-feira, fevereiro 22, 2013

A diferença que uma letra faz

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sábado, fevereiro 16, 2013

Dessa vez, Ganso fez

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Depois de perder um gol (mais ou menos) feito nos últimos instantes da partida contra o Atlético-MG, na quarta-feira, o que garantiria um empate salvador fora de casa, Paulo Henrique Ganso não desperdiçou sua chance hoje, aos 43 do segundo tempo, e garantiu a vitória por 3 a 2 sobre o Ituano, no Morumbi, pelo Campeonato Paulista. Mais do que aliviar o já questionado técnico Ney Franco, o camisa 8 livrou mesmo foi a cara do goleiro Rogério Frango, digo, Ceni, que cometeu mais uma daquelas falhas inacreditáveis e vexaminosas no primeiro gol do adversário (volto a comentar sobre isso no último parágrafo).

O São Paulo até que não jogou mal, mas os velhos problemas ficam cada vez mais nítidos. Assim como observei no post sobre a derrota para o Atlético-MG, os dois gols sofridos surgiram pelo lado esquerdo da defesa. Não adiantou trocar Rhodolfo por Rafael Tolói, pois o volante Wellington, incumbido de dar cobertura pelo setor, continua falhando e dando motivos para perder o posto no time titular (Maicon entrou em seu lugar e mostrou mais serviço). Ainda pelo lado esquerdo, Cortez não consegue atacar nem marcar direito. E, no ataque, Luís Fabiano vive má fase e Aloísio não se acerta como ponta-direita.

De útil, Jadson fez outra excelente partida, dando uma assistência e fazendo um gol. O técnico está certo em tentar manter o esquema que deu certo no fim do ano passado, com um centroavante e dois pontas abertos. O problema é que o São Paulo não tem lateral-direito (Douglas não serve pra nada e Paulo Miranda é zagueiro de ofício) e, pela esquerda, há uma avenida para os adversários. A saída de jogo também está complicada. Uma solução paliativa seria efetivar Maicon como segundo volante, avançado, e recuar Denílson. Wellington poderia ser um lateral-direito mais marcador. Tolói também é melhor que Rhodolfo.

Este seria um possível caminho para que Ganso fosse melhor aproveitado. Se o São Paulo conseguisse uma dupla de laterais mais marcadora, a velocidade dos pontas poderia ser explorada por um meia clássico, mais fixo e com passes de longa distância, como o ex-santista. Porém, seria uma pena sacrificar Jadson, que é, hoje, o melhor do time. Enfim, Cortez e Luís Fabiano precisam acordar para a vida. E o problema emergencial é setor defensivo pela esquerda. Denílson, recuado, poderia ajudar. Mas esse abacaxi eu deixo para o Ney Franco descascar - até porque, convenhamos, ele ganha muito mais do que eu...


"CAGADA" - "No intervalo, após o primeiro tempo, eu disse para o time: 'Se a gente perder, a responsabilidade será minha, a cagada fui eu quem fiz'." Dessa forma, Rogério Ceni resumiu o frangaço que levou no primeiro gol do Ituano, em chute despretensioso de Kleiton Domingues. Ao cair para fazer a defesa, a bola quicou na grama, bateu em sua mão, resvalou na trave e, para surpresa do próprio atacante, entrou no gol. Prato cheio para quem odeia Ceni, que já tinha passado por bobo no último jogo, em lance com Ronaldinho Gaúcho. Mas o camisa 1 sabe que, no próximo gol que marcar, a torcida o perdoará.

sábado, janeiro 26, 2013

Uma tarde e dois meias

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Em setembro de 2012, depois de longa "novela", o São Paulo acertou a contratação de Paulo Henrique Ganso. Fiquei feliz, claro. Mas, logo em seguida, no início de outubro, o meia Alex anunciou sua saída do Fenerbahçe, da Turquia, e avisou que voltaria ao Brasil. Fiquei chateado. Porque, com a contratação de Ganso, dificilmente o meu time se meteria no "leilão" por mais um grande jogador da posição. E porque, apesar do ex-santista ser muito jovem e ainda poder jogar muito mais tempo (e possivelmente dar grande retorno financeiro quando sair do clube), eu prefiro Alex. Sim: na minha seleção brasileira, o veterano meia, que encantou palmeirenses, cruzeirenses e turcos, seria titular absoluto. Mesmo ao 35 anos.

Neste sábado liguei a TV para ver sua reestréia no Coritiba, clube que o revelou, em um amistoso contra o argentino Colón. O jogo foi fraco e nem teve nada de amistoso: cinco expulsões. O Coxa perdia até os 47 da segunda etapa, quando Deivid cabeceou para definir o 1 a 1. Mas Alex, mesmo desentrosado, mostrou a velha categoria. Armou jogadas, ajudou a marcação e cadenciou o meio-campo com uma propriedade raramente vista em colegas brasileiros da posição. E ainda acertou duas bolas na trave, em cobranças de falta, e fez um incrível gol olímpico - que foi anulado (justamente) porque a bola fez a curva por fora da linha de fundo. Craque! É uma pena que mais esse veterano não terá uma passagem pelo São Paulo.



Ao mesmo tempo, no Morumbi, o São Paulo conseguiu manter aproveitamento de 100% no Paulistão, com o time reserva: 2 x 1 contra o Atlético de Sorocaba. E, curiosamente, a abertura do placar  foi feita pelo outro meia citado, Paulo Henrique Ganso. Foi seu primeiro gol com a camisa Tricolor. Porém, o festejado meia - que já chegou a ser considerado o melhor do Brasil - continua sem mostrar sua habitual categoria. Apagado, movimenta-se muito pouco e, sempre que é acionado, dá pequenos passes laterais e meio que se esconde. Tomara que seja mesmo um período passageiro, de readaptação depois de tantas lesões - e ainda ambientando-se no novo clube. Torço por ele e acredito que há grande chance de virar titular e protagonista. Mas, que ainda está bem longe do que sabe jogar, é inegável.



quinta-feira, janeiro 24, 2013

Osvaldo, "o cara"

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Mais uma vez, devo iniciar uma análise de jogo do São Paulo com "guardadas as devidas considerações sobre a fragilidade do adversário". Ainda assim, a convincente goleada de 5 a 0 sobre o Bolívar, no Morumbi, pelo jogo de ida da pré-Libertadores, teve diversos "heróis". Ney Franco, muito corajoso ao botar Paulo Henrique Ganso no banco e apostar (certeiramente) em Aloísio na ponta-direita; Luís Fabiano, que voltou a ser convocado pela seleção brasileira e marcou dois gols (apesar de mais um cartão amarelo bobo no fim do jogo); o agora quarentão Rogério Ceni, com três belas defesas e um gol; Jadson, que está voando baixo nesse início de temporada, com dois gols em dois jogos. Mas o melhor em campo, sem dúvida alguma, foi Osvaldo. Com a saída de Lucas, ele agora é "o cara" no ataque do São Paulo.

Primeiro, abriu o placar com um golaço de perna esquerda (após belo passe de Jadson), deixando o goleiro boliviano atônito. Depois, no segundo tempo, retribuiu a assistência para Jadson marcar o quarto e sofreu o pênalti que originou o quinto gol, de Rogério Ceni. Atuação perfeita, impecável, nota  10. E o que mais me impressionou foi que, aos 37 minutos do segundo tempo, depois de correr sem parar todo o jogo, Osvaldo ainda estava dando piques de 40 metros atrás de bolas na linha de fundo... Monstro. O preparo físico do camisa 17 salta aos olhos, principalmente se comparado a figuras sonolentas, desatentas e improdutivas como Ganso. Cañete, mais uma vez, entrou na ponta-direita no final e mostrou disposição. Bem como Casemiro, que está com fome de bola. Bons sinais. Que venha o jogo de volta.


quinta-feira, setembro 01, 2011

Quase uma clínica de reabilitação

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Por Moriti Neto

Corra, Rivaldo, corra!
Sem sustos, companheiros. O título do post não remete ao ocaso das experiências de um manguaça. No entanto, é impossível afirmar que não se refira a um “final”. Talvez, ao começo do fim do sonho de ver o São Paulo ganhar o sétimo título de campeão brasileiro.          

Tomando cuidado com as delongas, até para não irritar o já chateado torcedor são-paulino com obviedades, a análise que segue, pela repetição de situações mostradas nos últimos tempos, é mais uma “análise de conjuntura” do que simplesmente a história de outra derrota dentro do Morumbi, ontem, contra o Fluminense, por 2 x 1.

Um pouco do mesmo
   
A equipe teve duas alterações em relação ao jogo com o Santos. Na lateral-direita, Jean no lugar de Piris, convocado pela seleção paraguaia. No meio, Rivaldo substituía o suspenso Carlinhos Paraíba.

No começo de jogo, o São Paulo começava com posse de bola, mas a objetividade era baixa. Com sistema de marcação bem definido por Abel Braga, o Fluminense marcava forte, por pressão, e, aos 6 minutos, já assustava. Em jogada de Fred, Ciro obrigou Ceni a fazer boa defesa. O Tricolor das Laranjeiras pressionava a saída dos donos da casa, que não sabiam o que fazer com a redonda. Aos 8 minutos, Wellington salvou o São Paulo de tomar o primeiro gol, travando, no último instante, chute do argentino Lanzini.

E só o Fluminense jogava. Aos 18 minutos, numa falha de marcação do meio de campo são-paulino, a bola sobrou de novo para Lanzini, que dessa vez finalizou sem chances para Rogério. Flu 1 x 0.
 
O visitante se propunha a jogar nos contra-ataques. Contudo, como contragolpear um time que não atacava? O São Paulo não oferecia nenhum perigo ao onze carioca e o   jogo ficou morno até o final do primeiro tempo.

Para a segunda etapa, Adilson Batista voltou com Willian José no lugar de Rivaldo. Não funcionou. O atacante não segurou uma bola no ataque, não deu um cabeceio, nenhum um chute. Nada.

Aos poucos, o jogo se mostrava o mesmo da etapa inicial. No primeiro contra-ataque encaixado pelo Fluminense, gol de Rafael Sóbis, que recebeu passe de cabeça de um desmarcado Fred. Aos 28 minutos, o São Paulo ainda diminuiu. Ceni, de pênalti, fez o de honra.

A coisa poderia ter sido pior. O gol do Tricolor Paulista saiu de falta inexistente marcada em cima de Dagoberto, que se jogou acrobaticamente após o zagueiro Leandro Euzébio dar um carrinho dentro da área. Antes disso, aos 44 do primeiro tempo, Juan deu um tapa no rosto do atacante Fred em frente ao bandeirinha, que preferiu ignorar. Detalhe: o lateral já tinha cartão amarelo. O capitão são-paulino, no fim da partida, para tornar o enredo ainda mais repetitivo, teve a desfaçatez de reclamar com a arbitragem e foi brindado com o cartão amarelo.

15  

O São Paulo, ainda com Paulo César Carpegiani no comando técnico, começou o Brasileiro de forma fulminante. Cinco vitórias seguidas.15 pontos que o time tratou de queimar dentro do Morumbi com uma sequência desastrosa.

Depois da humilhante goleada contra o Corinthians sofrida na sexta rodada, o Tricolor perdeu pontos em casa para Botafogo, Atlético Goianiense, Atlético Paranaense, Vasco, Palmeiras e Fluminense. Nos seis confrontos – três empates e três derrotas – foram exatamente 15 pontos perdidos.




Anfitrião generoso
Curioso é que os adversários citados, exceto o Palestra, subiram de produção e melhoraram as campanhas ao menos temporariamente depois de passarem pelo Cícero Pompeu de Toledo. Vamos ver se o mesmo ocorre com o Flu.

De qualquer forma, para quem procura recuperar-se, aos que necessitam “ganhar moral”, é uma boa passar pelo Morumbi e fazer uma sessão de reabilitação. Venham tranquilos. Vocês serão bem recebidos.