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terça-feira, janeiro 13, 2009

Do momento de glória ao pó do esquecimento

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Ele quase foi nosso primeiro grande herói no futebol. Naquele domingo fatídico, 16 de julho de 1950, o Brasil só precisava de um empate contra o Uruguai, no Maracanã, para conquistar sua primeira Copa do Mundo. Mas ele, Friaça, tratou de encurtar o caminho ao título marcando um gol logo aos 2 minutos do segundo tempo (foto acima), para delírio das 174 mil pessoas no estádio (ou 200 mil, extra-oficialmente). Naquele instante, Albino Friaça Cardoso, 25 anos, poderia ter entrado para a célebre galeria dos artilheiros decisivos em mundiais, como Pelé oito anos depois, na Suécia.

Poderia, mas, no segundo tempo, os uruguaios Schiaffino e Ghiggia viraram o placar, levantaram a Jules Rimet e determinaram a maior tragédia do nosso futebol até os dias de hoje, que ficou conhecida como "Maracanazo". Com isso, o gol redentor de Friaça caiu no esquecimento - e sua carreira, como a da maioria dos jogadores daquele azarado elenco, entrou em declínio. Ontem, Friaça morreu aos 84 anos no Hospital São José do Avaí, em Itaperuna (RJ).

Além de vestir a camisa do Brasil, o ponta-direita foi jogador do Vasco, clube onde surgiu e se destacou (no chamado "Expresso da Vitória", papa-títulos da década de 1940). Depois, esteve por empréstimo no São Paulo de Leônidas da Silva, onde foi campeão paulista e artilheiro em 1949. Voltou ao Vasco, disputou a Copa e ainda jogou na Ponte Preta e no Guarani, antes de se aposentar, em 1958. Curiosamente, no ano em que o Brasil finalmente venceu uma Copa.

Segundo a Wikipedia, o ex-atacante foi dono de uma loja de materias de construção, posteriormente administrada pelos seus filhos. Dizem que Friaça sempre foi um homem alegre, mas ficou debilitado a partir da morte de um dos filhos em acidente de asa delta, na metade dos anos 1990. Depois disso, passou a abusar do cigarro e da bebida, que prejudicaram sua saúde.

Agasalho que Friaça usou durante a Copa de 1950

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7 comentários:

Glauco disse...

Esquecimento mesmo. Ontem a Carminha falou que o jogador brasileiro que tinha feito o gol na final de 50 tinha morrido e, obviamente, ela não lembrava o nome do cidadão. Lembrei que o Schiaffino e o Ghiggia tinham marcado os gols do Uruguai, mas não lembrava do autor do tento brasileiro.

Marcão disse...

Ah, mas a Carminha não lembra nem do autor do gol do último título santista!

Nicolau disse...

É bem triste a história do pessoal desse time. Sem diminuir a importância simbólica do fato, é muito complicado como, no esporte, uma partida determina tanta coisa...

Anônimo disse...

Belo texto, mas tem duas coisas a corrigir (ou uma). O gol do Brasil foi aos 2 minutos, mas do segundo tempo, o que torna maior a tragédia, pois a seleção aumentou a vantagem que já tinha. E outra correção, que fiquei na dúvida, o nome dele não era Albino?

Marcão disse...

André, você tem razão em tudo e mais um pouco (rs). O gol foi no início da segunda etapa, mesmo, e o nome do Friaça era Albino, não Alberto. E ainda tinha uma terceira correção: ele ainda não tinha feito 26 anos ao marcar aquele gol. Correções feitas, obrigado pela sua atenção e continue nos prestigiando com seus comentários. Abração!

Olavo Soares disse...

Pois é, fui na mesma do Glauco. Bati o olho em um portal e vi, de maneira uma atravessada, uma manchete: "Morre autor do gol do título de 1950". Pensei: uai, mas o Ghigghia já não tinha morrido? Depois fui reler e constatar que eu não saberia dizer, de cabeça, quem havia feito o tento brasileiro naquele dia.

Marcão disse...

Olavo, o Ghigghia ainda tá vivo. Tô fazendo um post sobre o cabra, que merece.