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O Guarani, depois de
chegar à final do Paulista de 2012, caiu para a Série C no
Campeonato Brasileiro ao ser derrotado pelo São Caetano, no Brinco
de Ouro. O que mostra algo sobre a situação de times menores no
Brasil que, às vezes, são vítimas do próprio sucesso. Uma final
de Estadual, ainda mais de um grande centro, chama a atenção de
clubes com maior poder econômico e a debandada é fatal. Como muitos
dos atletas são de empresários ou de “parceiros” e os contratos
são no tempo mínimo estabelecido por lei, a saída fica bem mais
fácil.
Deem uma olhada no time
que disputou a final do Paulista contra o Santos: Emerson, Bruno
Peres, Domingos, Neto e Bruno Recife; Éwerton Páscoa, Fábio Bahia,
Medina e Danilo Sacramento; Fabinho e Bruno Mendes. Destes, três
(Bruno Peres, Neto e Ewerton Páscoa) estão no Santos; Fabinho foi
para o Cruzeiro; Bruno Mendes foi para o Botafogo (embora sua
situação esteja indefinida atualmente); Domingos está no
Al-Kharitiyath... A equipe que foi rebaixada contra o Azulão tinha:
Emerson; Oziel, Ademir Sopa, Montoya e Bruno Recife; Lusmar (Kleiton
Domingues), Fábio Bahia, Medina e Fabrício (Danilo Sacramento);
Clebinho e Schwenck. Muito diferente.
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Alegria andreense não chegou a 2011 |
Mas não se trata de
novidade, talvez, de maldição. Em 2010, o Santo André quase foi
campeão paulista em cima do badalado Santos de Dorival Júnior, com
uma equipe que tinha na final: Júlio César; Cicinho (Rômulo),
Halisson, Cesinha e Carlinhos; Alê (Pio), Gil, Branquinho (Rodrigão)
e Bruno César; Nunes e Rodriguinho. Mesmo roteiro do Guarani de
2012, Cicinho foi para o Palmeiras; Branquinho, para o Atlético-PR;
Carlinhos e Rodriguinho, para o Fluminense; Bruno César, para o
Corinthians. Na partida que definiu o rebaixamento do Ramalhão para
a Série C, atuaram Neneca; Alex Silva (Marques), Douglas, Toninho e
Dênis; Wendel, Walker, Makelele e Aloísio (Pio); Rychely e Borebi
(Marcelo Godri).
Ou seja, chegar à
final do Estadual mais rico do país pode significar mais dinheiro de
premiação e outro quinhão de renda. Mas o prejuízo em disputar a
Série C do Brasileiro (que não é uma competição fácil para
equipes do porte de Santos André e Guarani) pode fazer essa vantagem
financeira desaparecer rapidamente. E não dá pra culpar só a boa e
velha falta de planejamento quando um clube tem que refazer a maior
parte do elenco em um espaço de tempo tão curto. Sem mexer na
distribuição de cotas de TV das competições, que deveriam incluir
o fator “mérito” em sua composição, o abismo entre os grandes
e os médios e pequenos só tende a aumentar.
5 comentários:
"Sem mexer na distribuição de cotas de TV das competições, que deveriam incluir o fator “mérito” em sua composição, o abismo entre os grandes e os médios e pequenos só tende a aumentar."
Assino embaixo.
O desmantelamento do time somado às falcatruas nos bastidores do Guarani, além da falta de vontade dos jogadores que restaram no elenco são os responsáveis por este rebaixamento do Guarani. Quem diria, um time que dava gosto de ver jogar, que venceu times da capital e seu maior rival numa semi-final histórica, além de jogar (quase) de igual pra igual com o todo poderoso Santos, ser rebaixado dessa forma horrível.
Vale ressaltar que, há alguns anos, aconteceu também o oposto - Icasa e Guaratinguetá caíram nos estaduais e depois subiram no nacional (da C para a B). Isso foi em 2009 ou 2010, se não me engano.
Acredito que mais do que qualquer fator objetivo o que determina "fenômenos" como esses é a imprevisibilidade do futebol brasileiro, o cenário de caos administrativo que faz com que catadões deem certo na mesma proporção que esquadrões relativamente planejados fracassem.
Talvez o "certo", para esses times, era o rebaixamento, e não o sucesso estadual - de certo modo, é como qualifico a temporada de 2012 do Palmeiras, na qual a queda era um destino talvez mais esperado do que o título da Copa do Brasil.
Vale ressaltar que, há alguns anos, aconteceu também o oposto - Icasa e Guaratinguetá caíram nos estaduais e depois subiram no nacional (da C para a B). Isso foi em 2009 ou 2010, se não me engano.
Acredito que mais do que qualquer fator objetivo o que determina "fenômenos" como esses é a imprevisibilidade do futebol brasileiro, o cenário de caos administrativo que faz com que catadões deem certo na mesma proporção que esquadrões relativamente planejados fracassem.
Talvez o "certo", para esses times, era o rebaixamento, e não o sucesso estadual - de certo modo, é como qualifico a temporada de 2012 do Palmeiras, na qual a queda era um destino talvez mais esperado do que o título da Copa do Brasil.
Vale lembrar que para o Santo André a queda foi bem pior. O Ramalhão também caiu no Campeonato paulista, indo para a A-2; e no Brasileiro o time desceu agora para a Série D, depois de haver escapado por um triz em 2011 (o Brasil de Pelotas acabou caindo em seu lugar, por haver escalado um atleta em situação irregular). Terá o Guarani o mesmo destino?
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