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domingo, maio 13, 2012

Santos tricampeão - quando a História vem ao nosso encontro

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Por que um título como o de hoje, um Estadual que muitos dizem desprezar (embora seja fato que, se seus times ganhassem, a história seria outra), consegue me emocionar? Não foram dois jogos parelhos na final, o Santos mostrou sua superioridade técnica diante de um Guarani valente, brioso, mas inferior. Mas não são só as duas partidas que contam o que foi esse título. Trata-se de história, história... O Santos se tornou hoje tricampeão (três vezes campeão de forma consecutiva) do campeonato estadual mais disputado do país. Um feito que, da última vez que foi conseguido, os donos da bola eram Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Lima, Rildo, Toninho Guerreiro, Ramos Delgado... De lá pra cá, nenhum rival conseguiu tal feito.

Quando o tri vem, e remete àquele esquadrão sessentista, lembro de Eduardo Galeano, que disse, em uma entrevista concedida a mim e ao amigo Nicolau: “Mas a história é uma senhora que caminha devagar. É preciso ter paciência. O resultado dessa articulação de vozes não aparece em um ou nem mesmo em dez anos.” Essa tal de História, que caminha às vezes em passos muito mais curtos do que desejamos, pesava e chegava a assombrar quando eu era adolescente e vivia um jejum de títulos. Mas ela andou, lentamente, deu as caras com aquele Giovanni mágico de 1995, saiu um pouco mais da penumbra quando saímos da fila com Diego e Robinho em 2002, e chegou a seu apogeu com esse espetacular Neymar, que comanda um elenco valoroso que tem em Ganso outra estrela que brilha de forma irregular, mas que faz sonhar quando traz luz aos gramados.



Esse elenco que não tem medo de cara feia e nem de nenhum tabu. Não houve para o Santos a tal “maldição do centenário”, que se fez presente nos clubes que completaram a marca nos últimos vinte anos. O título está aí, e com Neymar como goleador máximo do campeonato paulista, com 20 gols, em um total de 108 com o manto santista, o que lhe garante a 16ª colocação entre os maiores artilheiros da história alvinegra. Também garantiu ao Peixe a marca de ter o maior número de artilheiros no Estadual. Em 23 vezes o Santos teve o goleador do Paulista.

Foram 58 gols em 23 partidas no campeonato paulista de 2012, média de 2,52 por peleja, fazendo jus à equipe profissional que mais fez gols no mundo. Mas dados e números dizem pouco quando se vê futebol bem jogado como aquele desenhado no primeiro gol peixeiro, em que Neymar serviu Elano que, de primeira, tocou para Allan Kardec fazer. Ou o retratado no tento de Neymar, que veio da direita do ataque para servir Juan, que deu um lindo drible da vaca no rival e serviu, em meio a seis defensores bugrinos, quem lhe deu o passe.

A bela história do Santos de ontem veio ao encontro do Santos de hoje. Que bom que eu pude esperar. Que bom que posso testemunhar.

segunda-feira, maio 07, 2012

Paulista 2012: Santos perto do tri

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Pregam os doutos da bola que, em um confronto entre um time grande e outro médio ou pequeno, o primeiro tem que se afirmar logo de cara na peleja. E foi o que Peixe tentou fazer logo a dois minutos na primeira partida da final do Paulista, com Neymar. Ele passou por seis rivais e foi derrubado perto da área. Elano cobrou a falta no travessão.

O lance mostrou o que todos já sabem, a habilidade e a técnica do camisa 11 alvinegro, mas também dava mostras das dificuldades que o Santos enfrentaria principalmente no primeiro tempo. A jogada só surgiu porque Neymar foi buscar uma bola na meia, quando seus companheiros de equipe encontravam dificuldade na saída de bola em função da marcação bugrina no campo santista. Após o susto inicial, o Guarani manteve a postura e conseguiu segurar por boa parte do tempo o ímpeto alvinegro, algo não tão surpreendente já que se trata de um time bem montado e armado por Vadão.

Mas, quando uma equipe é superior tecnicamente à outra, muitos esperam sempre um atropelo. Talvez tenha sido o caso dos comentaristas da Globo, que disseram que o Guarani “dominou territorialmente” o adversário na etapa incial. O repórter da emissora, no intervalo, perguntou a um atleta campineiro se ele estava frustrado com o resultado de 1 a 0 para o Santos por conta da “posse de bola” bugrina. Bom, achava que tinha visto outra partida ou que a emoção de torcedor havia turvado minha visão. Então, recorri a eles, os números.

Vi que não era minha emoção. O Santos, segundo dados do IG, trocou 174 passes certos, enquanto os rivais chegaram a 67. Bela diferença, que também se refletiu na posse de bola, quesito barcelonístico: 63,36% contra 36,64% do Bugre. Mas, muitas vezes, a posse não reflete a peleja, já que chances de gol podem surgir para quem retém menos a redonda. Não foi o caso. O Guarani, na primeira etapa, não finalizou corretamente uma vez sequer ao gol de Aranha. As três tentativas foram para fora. Ou seja, o Santos, se não atropelou, chegou mais à meta adversária e teve mais a bola. Por isso, e pelo talento de seus atletas, chegou à vantagem de 1 a 0, gol de Ganso – que havia aparecido pouco até então –, após lance de Neymar na ponta e Arouca na área.


 
Na segunda etapa, qualquer esperança alviverde se esvaiu. O Guarani finalizou uma bola na trave logo no começo, mas, mesmo atacando pelo lado direito da defesa santista, onde estava o improvisado Henrique, continuou com dificuldades para concluir em gol. Já o Santos voltou mais atento e objetivo nas trocas de passes do meio de campo, com Ganso participando mais, tanto na transição para o ataque quanto na proximidade da área. Foi em um lance de Juan para ele, parcialmente interrompido pelo arqueiro bugrino Emerson, que Neymar aproveitou para fazer o gol que o isolava mais na artilharia do torneio. E que também lhe garantia o lugar de 20º maior artilheiro da história do Peixe, com 103 gols, empatado com Ary Patusca.

A partir daí, o time da Vila controlou o jogo, impondo seu ritmo e poupando seus atletas para o duelo com o Bolívar na quinta, na Libertadores. Mas Neymar ainda faria seu 104º tento, empatando com João Paulo e Serginho Chulapa como maior artilheiro da equipe pós Era Pelé. Ficou a impressão de que o Santos poderia até ter ido além na vantagem adquirida, deixando patente a supremacia sobre o adversário. Mas não deixa de ser uma grande vantagem, ainda mais dada a diferença técnica entre as duas equipes.

Difícil imaginar outro resultado que não o Peixe tricampeão no próximo domingo, mas futebol é futebol, então, melhor aguardar...Mas o feito conseguido pelo time de Pelé em 1969 ao obter o tricampeonato, e que nenhum outro clube conseguiu desde então, está bem próximo de ser igualado.

domingo, abril 29, 2012

Peixe na final do Paulista. E Neymar na História

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Ontem, na partida entre Mogi Mirim e Oeste, válida pelo Torneio do Interior, Hernane marcou dois gols e se isolou na artilharia do Paulista. Pensei: será que isso vai mexer com os brios de Neymar? Depois de receber pedras, laranja e banana em La Paz, o garoto ainda tinha a partida contra o Tricolor na primeira fase como fator de motivação. E não se fez de rogado.

A um minuto, pênalti para o Santos, sofrido por Alan Kardec, que entrou como titular no lugar de Borges. Neymar bateu sem dar sopa para o azar e para o arqueiro Dênis, fazendo seu centésimo com o manto santista. Tendo que correr atrás do placar, o Tricolor, que jogava em casa e com a torcida, foi pra cima e deu espaço para que Neymar, em um contra-ataque, passasse com facilidade por Paulo Miranda e marcasse seu 101º gol com a camisa alvinegra, empatando com Juary na lista dos maiores artilheiros peixeiros da Era Pós-Pelé. Como homenagem, imitou o menino da Vila de 1978 correndo em volta da bandeira de escanteio. Mostrou que conhece a história santista, já que muitos torcedores hoje nem sabem quem foi Juary.

Neymar: precisa de legenda?
Mas não seriam só os dois gols de Neymar que marcariam a memória do torcedor. Piris, o paraguaio que veio do Cerro Porteño para o São Paulo, autointitulado o “maior marcador das Américas” justamente por conta de uma atuação contra o Joia santista na Libertadores (curiosamente, o Santos venceu três das quatro partidas contra o adversário na competição), sofreu. Foi chamado para dançar cinco vezes por Neymar em uma sequência de lances, que terminou com o santista sendo suspendido pelo rival. Piris recebeu o amarelo, mas não seria absurdo ter sido expulso.

Na segunda etapa, o São Paulo continuou em cima, mas, mesmo tendo mais posse de bola, um certo dado mostra que não foi uma pressão daquelas... Foram nove finalizações certas (ou seja, ao gol), contra sete do Santos. E o gol tricolor só saiu em um lance irregular, com Willian José em impedimento. Lance não tão difícil de marcar, mas que a arbitragem não anotou.

O Santos sentiu um pouco o gol, e bastante o cansaço, mas soube se defender. Arouca ficou mais em cima de Lucas no segundo tempo, marcação que funcionou quase todo o tempo. Fernandinho forçou em cima de Maranhão, um dos três reservas que atuaram na defesa peixeira durante os 35 minutos finais, mas não foi efetivo. E, bom, havia Neymar. E Dênis.

O garoto recebeu de Léo, chutou forte, e o goleiro tricolor falhou. O moleque ainda sofreria falta que resultaria na expulsão de Cícero. Protagonista, como na maioria das pelejas que disputa, ele está a dois gols de João Paulo e Serginho Chulapa para chegar ao primeiro posto de maior artilheiro pós-Era Pelé.


Tabu

A vitória do Santos contra o São Paulo foi a terceira semifinal de Paulista que o clube derrotou o adversário. E o quinto confronto eliminatório em que o Alvinegro passou pelo Tricolor no século XXI. Em todos os cruzamentos decisivos de 2001 até hoje, os santistas levaram a melhor. A lista dos encontros está aqui.

Agora, existe outra escrita recente para manter. Desde 2008, todo clube que supera o São Paulo na semifinal do Paulista se torna campeão. Palmeiras, em 2008; Corinthians, em 2009, e Santos em 2010 e 2011. Agora, o adversário é o Guarani, que bateu a Ponte Preta por 3 a 1. Os campineiros, que já enfrentaram o Palmeiras em uma final de Brasileiro em 1978, sagrando-se campeões; pegaram o São Paulo em 1986 e foram derrotados pelo Corinthians na final do campeonato paulista de 1988, enfrentam pela primeira vez em uma final o Peixe.

E é bom que Muricy lembre a seus atletas como foi difícil a final de 2010 contra um time não considerado “grande”, o Santo André. Que esse alerta ajude o Alvinegro a trazer o tricampeonato paulista, que nenhum time consegue desde 1969, quando o próprio time da Vila conseguiu três títulos seguidos.

domingo, março 04, 2012

Santos supera ex-invicto na volta da Vila (visão santista)

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Vice-artilheiro do Santos no campeonato, Ibson começa a se afirmar
A partida entre o atual campeão da Libertadores e o atual campeão brasileiro marcou a volta do santo gramado da Vila Belmiro ao futebol em 2012. Se não foi um grande espetáculo, a partida marcou a sétima vitória consecutiva do Peixe no ano, quebrou a invencibilidade corintiana e a quinta partida em sequência sem derrota do Alvinegro Praiano contra o coirmão da capital dos negócios. Em outros tempos neste Futepoca, menos que isso já configurou “freguesia”, mas o santista é um torcedor humilde, não tem a arrogância dos adversários...


O adversário veio a campo sem supostos setes titulares (digo “supostos” porque para termos certeza é necessário ver com que time o Corinthians vai entrar em campo na quarta-feira). O Santos entrou com seus titulares, não só por ter um elenco menos numeroso em termos de qualidade (para os esquemas adotados) do que o rival, mas pela simples justificativa apresentada por Muricy Ramalho antes da peleja. “Os torcedores pagaram o ingresso pra ver Neymar e Ganso, é brincadeira o treinador não colocar.” Vejam só, alguém pensou (ou diz que pensou) no dito torcedor.

As propostas das equipes eram claras. O Santos tomava a iniciativa e o Corinthians contra-atacava. Esse é o padrão de Tite que fez do Timão campeão do último Brasileiro, mas o padrão santista em partidas fora de casa também é priorizar a defesa. Entretanto, já é possível observar um tal “efeito Barcelona” na equipe da Vila, ainda que comentaristas que não veem jogos do Santos insistam na tese da “Neymardependência”. E vejam, Neymar nem jogou grandes coisas hoje... Muricy tenta fazer da equipe um Alvinegro menos óbvio, com os jogadores trocando de posição de acordo com a circunstância, o que também evidencia a novo posicionamento dinâmico de Paulo Henrique Ganso, que atribuiu sua recuperação a Muricy Ramalho. 

E mudar o estilo de se jogar não é fácil de se fazer, exige treino e certa perseverança do treinador, dos jogadores e da diretoria. Mas é só ver os gols santistas, melhor ataque do campeonato, e comprovar a tese. As bolas paradas têm sido fundamentais, com diferentes batedores: Neymar, Ganso e Elano (reserva). Ibson, autor do vitorioso gol de hoje, já marcou indo pela direita e pela esquerda do ataque. E também por isso ganhou a vaga do Elano.

Mas Neymar e Ganso jogam mais próximos pela canhota. Juan, que vem em um desempenho bem acima do apresentado no Tricolor Paulista, às vezes aparece na ponta, em outras na meia. O time toca mais a bola, sem perder a vontade de atacar e sem vergonha de tocar a pelota atrás na hora em que é preciso. As estatísticas da peleja mostram isso: o Peixe trocou 363 passes certos e 32 errados, segundo o IG, enquanto o rival trocou 286 passes certos e 44 errados. O Santos também desarmou mais, e continua como a equipe que mais foi eficiente nesse quesito até o momento no Paulista, algo que quase o time não fez contra o Barcelona na final do Mundial.

Ao fim, vitória merecida de quem foi mais à frente e teve mais chances (incluindo dois gols justamente anulados) e que dá esperanças para a partida contra o Internacional quarta-feira, na Libertadores. Um novo Santos parece estar em gestação e o torcedor merece esse novo time.

***** 

Há pouco vi um desses comentaristas esportivos dizer, com toda pompa e circunstância, que Tite é mais "maduro" que Muricy por poupar alguns titulares em vista de uma partida a Libertadores na quarta-feira. O dito douto não deve lembrar que os titulares da Vila, em 2012, voltaram mais tarde que os dos outros times paulistas, e que, por poupar titulares na reta final da temporada de 2011, muitos comentaristas criticaram Muricy depois da derrota para o Barcelona, dizendo que a equipe perdeu ritmo de jogo. Discordar sobre a atitude de um treinador ou da diretoria é uma coisa, já adjetivar alguém só porque não fez algo que está longe de ser uma receita pronta é só uma amostra de arrogância.

Outro ponto foi o mesmo comentarista criticar Neymar por ter feito "gracinhas" quando estava a partida em zero a zero. Oras, o que se critica de boleiros que fazem "gracinhas" é que eles só o fazem quando o placar lhes está favorável. Jorge Henrique, por exemplo, caiu bem menos ou quase nada quando sua equipe perdia a partida, e não prendeu a bola como costuma fazer para irritar rivais. Normal. O fato de Neymar fazer "gracinhas" mesmo quando o placar é adverso siginfica que ele pode achar que, em dado momento, tal lance seja a melhor saída, prova de que a estratégia em si não é para demoralizar ou enfezar o rival. Coerente.

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Emerson Sheik, que devia estar preocupado com outras coisas. Não foi desta vez.

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Corinthians goleia Portuguesa em noite de William

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A grande novidade alvinegra nesse começo de ano é a quantidade de bons jogadores em seu elenco. Não apareceu ainda nenhuma craque e os candidatos a tal estão ainda pegando forma, mas o time até agora manteve um jogo sólido com todas as formações que utilizou – e já foram a campo 28 jogadores na temporada.

O ponto negativo não é novidade: o baixo número de gols marcados, característica da equipe desde o ano passado. Pessoal vai falar da falta de pontaria, o Tite justifica por ter adiado os treinos de finalização para evitar lesões e coisa e tal. Mas pra mim, o problema é o excessivo e constante recuo sempre que o time se vê em situação minimamente positiva. Ontem não foi diferente. Nessas condições, o 2 a 0 aplicado sobre a Portuguesa é goleada.

A Lusa começou adiantando a marcação e dificultou um pouco a saída de bola do Corinthians. Mas isso só durou até uns 10 minutos do primeiro tempo, quando Alex e Danilo se acharam e começaram a ditar o ritmo da peleja, e Paulinho adiantou a marcação. A partir daí, as chances foram aparecendo. Numa dessas, Alex deu passe açucarado para Fábio Santos cruzar, Danilo ajeitar, Liedson proteger e William fuzilar para o gol do ex-corintiano Weverton.

O segundo tempo começou no tradicional recuo de Tite, chamando a Lusa pra cima. É uma estratégia perigosa. Acumula jogadores na intermediária defensiva e dificulta muito as opções ofensivas do adversário, que acaba mandando chutes de fora e cruzamentos. Mas, como o recuo é exagerado, o time fica praticamente sem opções de contra-ataque. Até Liedson vai lá correr atrás de adversário. Com isso, cai a chance de ampliar e aumenta a chance de levar um gol numa bola parada, num rebote, num desvio, essas coisas.

Mas o fato é que ontem deu certo: a Lusa não conseguiu ameaçar e ainda achamos um contra-ataque com Ramires, peruano que vem se mostrando um reserva importante para o meio campo. Ele carregou até perto da área, abriu na direita para William, que cruzou para Liedson. O centroavante, louco para marcar o primeiro, tentou um drible e chutou prensado. A sobra veio para os pés de Cachito, que mandou no cantinho.

William jogou muito bem. Além do gol, o segundo em dois jogos, acertou uma no travessão e participou do segundo gol. Pode ganhar a vaga de Emerson ao lado de Liedson no ataque. O centroavante também foi bem, mostrou inteligência, mas falta colocar pra dentro. Enquanto o time estiver achando quem resolva, tudo bem.


domingo, fevereiro 12, 2012

Reservas santistas goleiam Linense

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Mais uma vez no Paulista, o Santos entrou com seu time reserva, à exceção do goleiro Rafael. Desta vez, segundo o treinador Muricy Ramalho, além do resultado, o jogo também valia a definição dos 25 inscritos para a primeira fase da Libertadores, que poderia incluir um jovem jogador “em observação”. Os santistas estreiam quarta-feira no torneio contra o The Strongest, na alta La Paz.

Para o Linense, o comandante Pintado deu a dica do que o jogo valia em declaração antes do começo da peleja: “Nosso adversário direto não é o Santos”. Tanto que deixou de fora os volantes Makelelê e Elias, o meia Éder e o zagueiro Fabão, atletas pendurados ou com contusões. A ideia era preservá-los para as duas partidas do time (que jogou cinco das sete primeiras partidas fora de casa, que tabela, hein?) em Lins, contra Bragantino e Mirassol.

O resultado... o esperado: derrota do Linense diante do Santos, que jogou pela sétima vez em uma cidade diferente nesse Paulista. Desta vez, sua “casa” foi São Bernardo. A porteira se abriu logo após um pênalti perdido por Alan Kardec, falta sofrida por Rentería aos 24 do primeiro tempo. O zagueiro Bruno Rodrigo finalizou depois de cobrança de escanteio, o defensor do Linense tirou já depois da linha e Kardec chutou para o gol. Mas o árbitro de fundo (olha só, não é que teve utilidade?) anotou de forma correta o tento para o zagueiro santista, que só soube que tinha sido o autor no intervalo. “Poxa, mas nem beijei minha aliança...”, lastimou. Mas até o portal Uol, horas depois do jogo (abaixo), continuou acreditando que Kardec era o autor do gol, ainda que a matéria interna o desmentisse.

Reprodução
Foi o primeiro gol de Bruno Rodrigo pelo Santos. Outros três jogadores marcariam seus primeiros tentos pelo time. O Alvinegro seguiu dominando e o zagueiro Vinicius Simon fez o seu, de cabeça, aos 16 da segunda etapa. O Linense descontou aos 22, com Diego Macedo (sobrinho daquele Macedo, ex- São Paulo e Santos) e quase se empolgou. Mas o ânimo foi por água abaixo (e não faltou água na peleja) depois do tento de Anderson Carvalho aos 28. O volante ainda deu uma assistência para o atacante Dimba (primo em segundo grau daquele Dimba, ex-três dezenas de times) marcar o quarto.

De positivo, bom saber que Rafael está voltando à forma, depois de ter feito algumas defesas difíceis e saídas de gol, por baixo, importantes. Anderson Carvalho também vai mostrando mais confianças, assim como Felipe Anderson. Dimba tem bola e pode evoluir, outro garotos idem. Falta o técnico confiar.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Arrogante e preguiçoso, Corinthians joga dois pontos fora em Mogi

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Tá certo, a primeira fase do Paulista vale pouco. Nas últimas 3 edições, o oitavo colocado teve 27 ou 28 pontos, logo faltam uns 16 em 13 jogos pra conseguir uma vaga no mata-mata. Logo, nada grave, do ponto de vista estritamente aritmético, o empate do Corinthians contra o Migi Mirim na noite desta quarta-feira.

Isto posto, vamos falar claramente: foram dois pontos desperdiçados por arrogância, preguiça e outros defeitos de um time que, se tem um pecado, é a falta de ambição dentro de cada partida.

Não foi uma nem duas vezes que a equipe de Tite fez 1 a 0 e tirou o pé do acelerador – e até pisou no freio. Várias e várias emoções desnecessárias passaram os corações alvinegros na temporada passada por esse tipo de comportamento. Mas essa noite foi complicado.

O jogo começou com o Mogi melhor, marcando a saída de bola e complicando a armação alvinegra. O pessoal não chegou a criar grandes chances, mas controlou o jogo até os 12 minutos, quando Paulinho fez uma grande jogada e cruzou para Liedson, que dominou tirando o zagueiro e se enroscou como goleiro. A bola rolava lentamente rumos às redes, mas foi desviada com a mão direita por um atabalhoado Edson Ratinho. Penalti, convertido por Emerson, e expulsão do jogador de Mogi.

Um parênteses: Arnaldo Cesar Coelho concordou com o juiz na hora do lance, mas achou depois um toque de mão de Liedson. Curiosamente, ele afirma que o toque não foi intencional, mas mesmo assim o juiz deveria ter parado o lance, tornando irregular a a marcação do pênalti. Interpretação, digamos, curiosa. Para mim, se teve algo diferente do assinalado pelo árbitro, foi um pênalti em Liedson cometido pelo goleiro , que já caído levanta a perna para impedir a progressão do jogador. Mas vamos em frente.

Quer dizer, com 12 minutos do primeiro tempo, o Corinthians abre 1 a 0 e fica com um jogador a mais. O jogo fica absolutamente sob controle, com toque de bola paciente e boas inversões de Alex e Danilo. Uns cinco minutos após o gol, numa dessas mudanças de lado, Liedson acerta uma cabeçada para defesa espetacular do goleiro Anderson. E parou por aí.

A necessidade de se poupar para o clássico contra o São Paulo e, mais importante, a estréia na Libertadores na quarta explicam a vontade de desacelerar o jogo. Mas com um a mais por tanto tempo – e enfrentando um equipe fraca como se mostrou o Mogi – era só focar um pouquinho para ter resolvido a parada. Não foi feito e, aos 40 minutos, veio o castigo: contra-ataque do Mogi – pelo menos o quarto com chance clara de gol –, Júlio César falha num chute de longe e Hernane, o artilheiro do torneio, mandou pra dentro.

Merecido, se me perguntar. Quem sabe o pessoal não acorda e começa a botar em ponto morto só depois do 3 a 0?

Jogadores

De positivo, Edenilson entrou no lugar de Emerson e foi jogar como meia pela esquerda no 4-2-3-1. Foi muito bem e criou algumas boas situações. É um bom jogador e merece ser observado, até para encontrar sua melhor posição – que eu acho que pode ser meia ou segundo volante, nessa ordem. E o fato de que, quando quis jogar, o time mostrou qualidade, especialmente Danilo, Alex e Paulinho, que controlaram o meio campo. O volante, aliás, vem fazendo jogadas mais agudas – no período em que se importa com o jogo. Parece ter ganho mais confiança, o que pode fazê-lo crescer mais adiante.

Nota negativa para Welder, que foi muito tímido. Fiquei com boa impressão do lateral nas poucas vezes que o vi atuar ano passado e acheiq ue ele aproveitaria a chance para botar pressão em Alessandro. Mas não foi o caso.

Douglas

Um comentário sobre a volta do meia Douglas ao Timão. Fiquei bastante feliz com a contratação. Acho que ele tem certas características – prender a bola, cadenciar o jogo, passar em profundidade – que complementam as melhores virtudes de Alex. Acredito que, com o tempo, Douglas ganha a vaga de Danilo e libera Alex para jogar mais solto, chegando mais para bater pro gol e dar o último passe. Com Liedson e Sheik, acho que pode dar um baita samba.

Além disso, o Corinthians fica com uma das maiores concentrações de meias por metro quadrado, com Vitor Júnior se somando aos três supracitados. Coisa boa num elenco que ano passado tinha grande dificuldade de substituir Danilo.

Adriano

Até aqui, trágica a passagem do Imperador da Manguaça pelo Corinthians. Bom, nem tanto, porque aquele gol contra o Atlético MG valeu muita coisa. Mas a demora do cara para entrar em forma e jogar já deu no saco. Podia até jogar mal, mas pelo menos estaria ali para ser avaliado.

Hoje, depois de tudo, eu que fui defensor do atacante e das chances que lhe foram dadas, já não espero muita coisa. Mesmo assim, e de foram contraditória. inscreveria o cabra na Libertadores. vai que ele se anima...

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Corinthians vence Mirassol na estreia do Paulistão

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No último sábado, o Corinthians venceu de virada o Mirassol pela primeira partida do Campeonato Paulista 2012. Sobre o bom resultado tenho pouco a falar, pois não vi o jogo. O que li e ouvi por aí é que o Mirassol começou melhor e dominou o jogo no primeiro tempo, abrindo 1 a 0.

Na segunda etapa, Tite trocou William por Jorge Henrique – o que só é relevante por demonstrar alguma recuperação de espaço pelo baixinho com o treinador – e a coisa melhorou um pouco. Mas só se resolveu quando lá pelos 20 e poucos minutos o jogador Alex Silva foi expulso. Aí, Adenor ousou, trocou Paulo André por Elton e Alessandro por Danilo. No abafa, o centroavante empatou e Alex fez a jogada para a zaga interiorana marcar contra.

Resgato os fatos para discuti-los por meio dos dois amistosos disputados nas duas últimas semanas. Segundo consta, a grande dúvida de Tite era entre usar Danilo e Alex no meio campo – formação que ganhou o primeiro tempo com dois presentes da zaga do Flamengo – ou trocar o primeiro por William, que joga mais aberto – opção utilizada no OxO do primeiro tempo contra a Lusa.

Além dos resultados, a dinâmica apresentada pelo time indicava que a melhor opção era a primeira. Danilo prende mais a bola e completa bem o futebol de Alex, que é melhor no passe e no chute de longa distância. Além disso, circula mais e divide as atenções dos marcadores adversários no meio campo. Já William, seja por característica ou ordens superiores, fica muito aberto na ponta, isolando Liedson e Alex.

Tite, no entanto, optou pelo atacante. Não se pode atribuir apenas a isso o domínio mirassolense. O time do interior começou sua preparação já há dois meses, visando exatamente o estadual, enquanto o Timão só voltou das férias há uns 20 dias. Mas é importante que Tite fique atento para o fato.


Copinha


Enquanto isso, os garotos sub-18 do Corinthians cumprem excelente campanha na Copa São Paulo de Futebol Júnior. No mesmo sábado, sacolaram o Atlético Paranaense por 6 a 0 e garantiram um lugar na final do evento, contra o Fluminense – segundo maior vencedor do torneio na história, com 5 títulos contra 7 do Timão.

Mas mais que o resultado, impressiona a consistência do time e o número de bons jogadores - apesar de nenhum craque saltar aos olhos. Até aqui, são 28 gols marcados e apenas 1 sofrido, sempre tomando a iniciativa, marcando no campo do adversário e controlando o jogo. A zaga de Marquinhos e Antônio Carlos é boa, encara os marcadores e sabe sair jogando com tranquilidade. No meio campo, os dois volantes sabem tratar a bola, sendo Gomes mais marcador e Anderson quase um meia, com belos passes verticais – característicos da equipe.

Matheus (que deixou de lado um diminutivo no meio da competição) é um meia canhoto habilidoso e Giovanni um destro aguerrido e de muita personalidade. No ataque, que talvez seja o setor mais fraco, está o técnico Leonardo na movimentação e o grandalhão Douglas na centroavância.

Esse último, é uma incógnita. Com 18 anos, tem 1,87 m e mais de 90 quilos, o que lhe dá uma vantagem física impressionante. Em alguns jogos, demonstrou inequívoca falta de intimidade com a bola, matando várias de canela e errando passes absurdos. Em outros, como na semifinal, fez bem o papel de pivô e marcou gols de todo jeito – no caso, 3, um em chute colocado, outro forte e de direta (o pé ruim) e o terceiro em oportunismo típico da posição. Na reserva dele, está Leandro centroavante mais técnico e inteligente, mas obviamente menor. Acho que cabe a aposta no grandão – que se conseguir se entender com a pelota, tem vantagens naturais importantes. Isso tudo vale ganhe ou perca do Fluminense, que não vi jogar.

Em outras equipes, interessante o meia palmeirense Bruno Dybal, bem como o também meio campista Pedro Castro e o atacante Neilton, ambos do Santos.

Na equipe peixeira, o mais curioso no entanto é o modo de jogar, com muita movimentação e jogadores habilidosos. Segundo esse texto do Olheiros, foi uma opção consciente da diretoria santista tomada antes mas muito acelerada após a lavada tomada frente ao Barcelona. Decidiram priorizar jogadores leves e habilidosos e montar um time ofensivo – características que vêem como parte do DNA santista. Bonita ideia. Quero ver convencer o Muricy.

sábado, janeiro 21, 2012

Santos B só empata com XV na estreia do Paulista

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O gol de Kardec não bastou

Antes da partida que marcou a abertura oficial do Paulistão 2012 entre XV de Piracicaba e Santos, Corinthians e Mirassol jogavam no Pacaembu. A tônica de comentaristas e jogadores no intervalo da partida, quando a equipe da casa perdia por 1 a 0, era de que havia uma diferença de preparo físico entre os dois times: o do interior, como teve mais tempo para fazer a pré-temporada, estava à frente no quesito. Só quando o Mirassol teve um atleta expulso que o Timão conseguiu a virada.

Vendo a peleja entre XV e Peixe, tal diferença física ficou nítida na segunda etapa. O Santos foi com o time reserva enfrentar o campeão da A-2 em 2011, sendo que os titulares alvinegros do ano passado só se apresentaram ontem. A vantagem conquistada no primeiro tempo, com o gol de Alan Kardec, não bastou para o segundo, quando o Nhô Quim passou a dominar a partida, ainda que sofrendo riscos em contragolpes.

Com Rentería e Kardec, o Santos tinha pouca velocidade e várias vezes o ataque foi quebrado com passes errados. Thiago Alves, ora na direita, ora na esquerda, foi nulo; e os repentes de bom futebol ofensivo vinham de Felipe Anderson, que cansou no segundo tempo. O volante/meia Anderson Carvalho, de 21 anos, foi bem no segundo tempo, quando jogou mais à frente, com Ibson permanecendo na intermediária. É um dos jogadores que pode aproveitar o recesso dos titulares para ganhar confiança e, quem sabe, mais oportunidades no decorrer do ano. Vinicius Simon, que ganhou a vaga de reserva imediato na zaga com a ida de Bruno Aguiar para o Sport, também foi bem.

No entanto, as laterais foram problemáticas para o Santos. Maranhão, na direita, tomou baile do avante Paulinho, e também passou maus bocados com os avanços de Alex Kazumba. A maioria dos ataques do XV foram por ali. Emerson Palmieri, de 17 anos, pela esquerda, foi discreto. Saiu no segundo tempo dando lugar a Crystian, lateral direito improvisado na canhota, que fez o tosco pênalti em André Cunha aos 44, resultando no empate dos donos da casa.

No saldo geral, dá para o torcedor ficar preocupado com os lados do elenco. Danilo, único do time do segundo semestre a ir embora, foi substituído por Fucile, jogador da seleção uruguaia que estava no Porto. Pode dar certo, mas, ainda que o recém-contratado jogue nas duas alas, é preciso ter alguém para substituir o veterano Léo. Em temporada que promete ser puxada, buracos no elenco podem ser fatais...