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Os mais jovens podem
não conhecer, mas o personagem vivido por Brandão Filho (ao lado) na
Escolinha do Professor Raimundo, programa do humorista Chico Anysio,
remete em dados momentos ao Santos atual. Sandoval Quaresma,
questionado pelo mestre em sala de aula, sempre começava respondendo
bem quando, em dado momento sádico, Raimundo introduzia a última
questão com a frase “Agora, para tirar um dez...”. E o aluno
colocava por terra todo o esforço anterior ao dizer alguma bobagem
sem sentido. E lamentava no final: “mas eu estava indo tão bem”.
Não que o Peixe ontem,
contra o Vasco, “tenha ido tão bem”. Começou com bom volume de
jogo, mas passou, ainda no primeiro tempo, a ter seu meio de campo
dominado pelo rival, que esbarrou na própria falta de competência
do seu ataque e no goleiro Aranha. Com Leandrinho no lugar de Alan
Santos, o Peixe voltou um pouco melhor do que terminou a etapa
inicial, mas mesmo assim eram os cariocas que chegavam mais à área
adversária. Até que Edu Dracena, em jogada de Montillo, marcou, aos
31. A partir daí, o Vasco pouco ameaçou e os donos da casa tiveram
mais de uma chance de matar a peleja. Até que a bola, como diria o
filósofo que deixou a Vila há alguns meses, puniu, e o empate veio
nos últimos minutos.
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Montillo se salva, mas não salva o resto (Foto Santosfc) |
Em certa medida, o jogo
pareceu mesmo reprise de outros do Brasileirão, um (Não) Vale a
Pena Ver de Novo ou um desses programas antigos do Canal Viva, que passa a
Escolinha citada acima. O time tomou um gol no final, tendo tido
chances de sacramentar a vitória e desperdiçando, como contra
o Coritiba. À semelhança do embate
contra o Corinthians, tomou um gol de escanteio no qual não se
sabe se houve tentativa de fazer linha de impedimento mal comunicada,
tal a solidão de Rafael Vaz ao marcar o gol de empate. Nem tanta
solidão assim, já que três outros companheiros seus estavam sem
marcação. Também reprise foi um jogador, Edu Dracena, criticar ao
fim da partida o ataque santista. Contra o Cruzeiro, foi o meia
Cícero que disse faltar “malandragem” ao pessoal da frente.
Não vejo os atletas
santistas tendo “sentido” a derrota vexatória para o Barcelona,
como alguns analisam. Antes, alguns já tinham sofrido queda de
rendimento, como Neílton, e, em outro grau, Giva, cuja produção
caiu barbaramente. Normal pela idade e pelo noviciado dos moleques
como profissionais. Mas Claudinei Oliveira parece ter sentido mais já
que, desde a viagem para a Europa, resolveu priorizar a defesa,
preterindo Leandrinho no meio de campo, que tem mais chegada no
ataque, e priorizando a dupla Alan Santos e Alisson, mais “pegadora”,
na ausência de Arouca. Só que, sem jogadores que tenham qualidade
para definir na frente – aqui, não significa que os garotos sejam
tão ruins assim, mas pecam pela imaturidade – , principalmente em
momentos cruciais da partida, o Santos tem vivido do esforço e da
habilidade de Montillo, que tem jogado bem nas últimas partidas. Mas
se nem Neymar fazia mágica sempre, que dirá o meia argentino...
O fato é que, com os
resultados recentes, três empates e uma derrota no Brasileirão, o
Alvinegro já vê se aproximar a zona perigosa. Tem, a bem da
verdade, dois jogos a menos que os times que estão imediatamente
atrás e um a dois a menos que os que estão na frente. Com o atual
aproveitamento, de 42%, porém, projetam-se 47 pontos no fim da
competição, o que livraria o time de jogar terça, sexta e sábado
em 2014, mas não serviria provavelmente nem para classificar na
Sul-Americana. Muito pouco.
Já o ambiente político na Vila... Bom, isso é assunto para outro post.
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