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sexta-feira, agosto 28, 2009

Gilmar Mendes com nariz de palhaço. Quem acredita que foi erro na impressão?

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A capa do jornal Correio Braziliense desta sexta-feira traz um cartão vermelho estourado com a seguinte chamada "Cartão Vermelho à gastança do Senado".

Logo abaixo vem uma foto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com uma "espécie de nariz de palhaço", tanto na versão impressa quanto na virtual, e a seguinte manchete "STF libera candidato Palocci". Vale lembrar que está semana, o senador Eduardo Suplicy (PT), em mais uma ação midiática, deu um cartão vermelho para o senador José Sarney e pediu sua renúncia.

A pergunta que não quer calar é: Quem acredita que foi erro na impressão?

Palocci viu mas não olhou e as eleições de 2010

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Foi curiosa a justificativa do voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo arquivamento da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal a partir de inquérito da Polícia Federal contra Antonio Palocci. O deputado federal e ex-ministro da Fazenda era acusado de ter mandado violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, que testemunhava na mídia e na CPI dos Bingos sobre a "República de Ribeirão", uma mansão onde havia festas (ou orgias) com lobistas.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
"Não há dúvida quanto ao recebimento por Palocci dos extratos, mas não foi ele quem acessou a conta, e sim, funcionários da Caixa, autorizados por suas competências funcionais a acessar os dados".

Então ele recebeu os extratos, mas não violou. Teve com a papelada em suas mãos, mas não olhou.

À minha cabeça (fervilhando bem menos do que a do réu na foto) veio a famosa declaração do ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, quando disputava a eleição, em 1996. Inquirido se já havia fumado maconha, ele respondeu: "Fumei, mas não traguei". Tudo bem que o legado de Monica Lewinsky e do promotor Kennedy Star e as aulas sobre o que é ou não relação sexual teve mais projeção do ponto de vista do folclore político.

O agora defensor da descriminalização das drogas Fernando Henrique Cardoso teria dito: "fumei mas não gostei". O condicional "teria" se justifica por todo o ranço dos desmentidos à ainda mais polêmica "esqueçam o que eu escrevi".

Por outro lado, é melhor o ex-ministro se safar com o "vi mas não li" do que com um "me perseguem pelo que eu represento pra..." em que "..." pode ser substituído por "a esquerda deste país", a luta de algum setor da sociedade, a liberdade de expressão, a governabilidade da gestão do presidente Lula etc. E aqui não quero desprestigiar os representantes do que quer que seja, porque essa é ainda uma retrospectiva por vir.

O Palocci era alvo de denúncias porque era quem faltava atacar na cúpula do governo, depois das quedas de José Dirceu e Luiz Gushiken, em 2005.

Mas ele poderia representar uma candidatura que empolgaria menos a petistas do que a certos setores do empresariado. O passado trotskista, com direito a passagem pela Libelu e tudo, se transformou em uma trajetória no comando da economia de opções conservadoras. Apesar de ele considerar natural a reação do PT à época, não quer dizer que o ressentimento entre os críticos tenha passado. Mesmo ele se considerando certo ao fazer o que fez na economia, não quer dizer que não poderia ter sido mais favorável ao crescimento.

Então, se fosse para representar algum setor, teria gente que diria que ele representou a "traição" do governo de Lula. Outros diriam que representou uma das faces pragmáticas da gestão. Outros a simples oportunidade que as pessoas têm de mudar de ideia.

Mas esse retrospecto, aliado às 21 denúncias arquivadas – a maioria por falta de provas – contra ele durante suas gestões como prefeito de Ribeirão Preto e como ministro da Fazenda, tornam-no "o cara" de Lula para enfrentar o PSDB de José Serra e Geraldo Alckimin em São Paulo em 2010? O Emídio de Souza, então pré-candidatíssimo, já disse que sim.

Pessoalmente acho que não é tão simples.