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terça-feira, fevereiro 19, 2013

Petição contra Renan sem cobrar reforma política é perfumaria

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Figura do fim de semana por conta do lançamento de seu novo partido (que, pelo jeito, quer tudo menos ser chamado de partido, coisa suja, eca, nojeira de democracia), Marina Silva teve divulgada (ou forjada, não consegui confirmar) nesta sexta por uma fanpage de apoiadores no Facebook frase sua sobre um tema que encheu a timeline de muita gente nesta e em outras redes sociais. ‎Teria dito a ex-senadora: "Nunca tivemos tanta liberdade, mas nunca nos sentimos tão impotentes para usar esta liberdade para mudar a realidade das coisas. Milhões de assinaturas coletadas contra Renan Calheiros não sensibilizaram o Congresso".

De fato, já são mais de 1,5 milhão de assinaturas on-line na petição. Recebi uma penca de pedidos sobre o tema e, talvez por conta da quantidade razoável de cerveja ingerida durante o Carnaval, atrasei-me em comentar: sou contra. Não porque goste do senador alagoano, homem de direita, ligado a oligarquias e que, como a imensa maioria de seu partido, faz o que for necessário para manter seu status atual dentro de qualquer governo e qualquer conjuntura política e social. Mas pergunto aos autores e a Marina: tirar Renan resolve o que?

O PMDB tem 20 senadores eleitos pelo povo, o que dá um quarto da Câmara Alta. Neste texto, o mestrando em filosofia da USP Antonio David chama o partido de “direita fisiológica”, definição que parece interessante. É direita ao ser conservador, sem interesse nenhum em alterar uma estrutura social que favorece seus membros. E é fisiológico porque não tem uma agenda clara a propor – como tem o PSDB, defensor do liberalismo econômico.

Essa direita fisiológica, no entanto, vai muito além do PMDB. Partidos como PR, PTB e PP se pautam já há um bom tempo pela busca do melhor acordo para manter cargos e acesso ao poder. Se colocarmos o recém-nascido PSD, definido por seu patrono Gilberto Kassab como “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, em frase que já entrou na antologia política nacional, temos 38 senadores deste segmento sem agenda além da manutenção de um status quo que o mantenha.

Pensemos pois no governo Dilma. Se juntar PT (12), PSB (4), PDT (5, entre eles o adversário de Calheiros na eleição, Pedro Taques) e PCdoB (2), partidos que podemos chamar de esquerda, com óbvia variação de tons e inclinações, temos 23. Pode jogar o representante do Psol, que antes votaria em dez tucanos do que elegeria um petista, e ainda estamos com problemas.

Pegue então o outro lado da moeda: junte PSDB (12) e DEM (4), a aliança que, junto com o não representado PPS, defende com entusiasmo também variável as ideias de Milton Friedman e é bancada pela aliança hoje vigente no país entre capital financeiro e mídia tradicional. A soma dá 16, também longe da maioria necessária para eleger o presidente do Senado. Tal realidade não é tão diferente na Câmara dos Deputados, basta checar.

Então, não tem solução? Tem, mas ela não passa por uma caça às bruxas contra Renan, que sendo tudo que já disse que é, não tem condenação conhecida na Justiça – um ficha-limpa, portanto. A solução passa por uma reforma política que, entre outras medidas, implante financiamento público exclusivo de campanhas (diminuindo a influência do poder econômico), imponha limite de reeleições para cargos do Legislativo (um período longe do poder é fatal para personagens como Renan e muitos outros que vivem do e para o poder), mude ou acabe com as emendas parlamentares (moeda de troca favorita dos fisiológicos com o Executivo), pressione os partidos a aumentarem seus processos de democracia interna. Pode incluir aí novas regras para acabar com o monopólio na comunicação, coisa que, segundo Bob Fernandes, o próprio Calheiros discretamente cochichou aos donos da mídia em artigo publicado na Folha de S. Paulo que não sai de jeito nenhum.

Marina Silva não é ingênua, só finge ser. Seu novo partido traz uma série de ideias bacanas, como aumentar a democracia participativa e direta e o foco na sustentabilidade. Mas trata todas elas com uma superficialidade tremenda, como faz com a eleição do Senado. Exemplo: diz que não vai aceitar doações de “empresas sujas”, mas topa empreiteiras, as principais interessadas em influenciar decisões sobre obras públicas – ou as grandes hidrelétricas são tocadas por cooperativas? E tem entre as articuladoras financeiras do movimento uma herdeira do Itaú, que certamente faz um duro escrutínio sócio-ambiental antes de assinar empréstimos para empresários. A realidade é complicada e discurso fácil não resolve, tem que por a mão na massa.

E aqui vem o grande papel da opinião pública nesse processo (e os sonháticos marineiros poderiam começar por aí a construção de sua “nova política”): a pressão por essas medidas necessariamente terá que vir de fora do Parlamento. Com o poder que detém os fisiológicos – e com o qual tanto progressistas quanto neoliberais aprenderam a lidar em seu período de governo –, nenhuma reforma desse tipo passará sem uma enorme mobilização popular. Em vez de gastar bala combatendo nomes, temos que discutir ideias mais profundas que aperfeiçoem a nossa democracia. Sem isso, essa discussão sobre o Senado não passa de perfumaria.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Wando: ele cantou o amor em todas as suas formas

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Se existe alguém que interpretou o dito amor sob as mais diferentes formas, esse alguém foi Wando. Trilha sonora de muitos romances embalados em botecos de todo canto e lugares mais apropriados, deixa um legado que dificilmente será superado nesse quesito. Reconhecendo e recordando seus grandes momentos, e finalmente recuperados do choque nos causou o passamento, só hoje este Futepoca lhe presta uma singela homenagem registrando suas múltiplas formas de cantar o mais nobre dos sentimentos humanos:


Amor metafórico/metonímico/analógico

Você é luz
É raio estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é "sim"
E nunca meu "não"
Quando tão louca
Me beija na boca
Me ama no chão...(2x)


Amor filosófico

Eu sempre acredito nas mentiras
No fundo as mentiras são verdades
Viver é deixar rolar o sentimento
A gente tá perdendo tanto tempo
Preciso resolver meu coração
Viver é pôr o nosso amor em movimento
A gente tá perdendo tanto tempo


Amor contorcionista

Moça, moça eu te prometo eu me viro do avesso
Só pra te abraçar
Moça, eu sei que já não é pura
Teu passado é tão forte, pode até machucar
Moça, dobre as mangas do tempo
Jogue o teu sentimento todo em minhas mãos
Eu quero me enrolar nos teus cabelos





Amor, hã, animal

Vem minha safada
Vem minha bandida
Minha descarada
Quero um beijo gostoso
Dessa boca molhada
Vem matar o desejo
Desse seu animal...(2x)


Amor solitário (conhecido como onanista)

Eu já tirei a tua roupa
Nesses pensamentos meus
Já criei mil fantasias
De desejo e de prazer
Eu já troquei a tua pele
Já senti as tuas mãos
Já beijei a tua boca
Já senti teu coração
Só não tenho teus carinhos
Só não tenho teu querer


E, claro, a homenagem do nosso senador Eduardo Suplicy:

quarta-feira, setembro 15, 2010

Nisso que deu falar mal do Lula...

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De candidata à presidência da República em 2006, com espaços generosos em todos os meios de comunicação, a ex-histriônica Heloísa Helena teve que se contentar com um modesto mandato de vereadora em 2008 e agora vê ameaçada sua eleição para o Senado, por Alagoas. Segundo a mais recente pesquisa Ibope, Renan Calheiros (PMDB) lidera, com 54% das intenções de voto, e a segunda vaga do Estado nordestino está dividida entre a candidata do PSol, que caiu de 44% para 41%, e Benedito de Lira (PP), que cresceu 7 pontos e agora está com 35% das intenções de voto.

Com isso, empatou tecnicamente com Heloísa Helena, pois a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou menos. Sintomática essa queda nas intenções de voto da líder PSolista, pois ela, que sempre vociferou contra o popular presidente Lula (81,4% de aprovação), seu governo e seu partido, está concorrendo a uma vaga no Senado em um Estado onde a candidata do PT, Dilma Rousseff, já atingiu simplesmente 66% das preferências.

terça-feira, setembro 14, 2010

Cúmulo da desinformação

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Segunda de manhã, sinal para o ônibus, corrida até a porta. A bordo, posição alcançada, a conversa alheia está pela metade. Um manguaça dialoga sobre eleição deste ano. Este manguaça estica as orelhas e só ouve.

– Mas diz que ele bate na mulher... – esbravejou.

A interlocutora, com 20 anos a menos, não entende bem. Eu, tampouco.

– Ah, é?

– É, saiu até no jornal... Parece que ele bateu na mulher um tempo atrás.

Ela demora a puxar da memória os resquícios da lembrança do noticiário de 2005, quando Sandra Mendes de Figueiredo Crunfli registrou ocorrência por agressão, admitida por Netinho de Paula, atualmente candidato ao Senado pelo PCdoB. O caso é, indiretamente, tema de inserções de Aloysio Nunes, que começa uma defesa da Lei Maria da Penha condenando (com razão, diga-se) "quem bate em mulher". A crítica velada tem destino certo.

O episódio é também motivo de resistência para que este eleitor que escreve sequer cogitar o empenho de seu voto ao representante da Cohab no maior astral, apesar de ter sido motivo de "mea culpa" público em seu programa no SBT, em 2009.

Mas no coletivo, o clima era de papo entre amigos, mas com toda pinta de proselitismo a favor de algum outro candidato. Ledo engano.

– É bom isso... – insistiu o meliante, de camisa verde-água aberta até o terceiro botão.

– Como é que é bom, homem? – disse a moça, tirando as palavras de minha boca e apreensiva com tamanho acinte.

– É que é bom, né? Hoje, se eu pegar o chinelo pra dar no meu filho porque ele aprontou, se eu encostar em mulher, vou preso. Aí que é bom ter um cara lá pra defender a gente.

A chinelada é referência à lei da palmada, sancionada pelo presidente Lula em julho deste ano que veda tapas, beliscões e castigos físicos de outras naturezas. A parte de "encostar em mulher" é alusão à Lei Maria da Penha, assinada pelo mandatário em 2006 para proteger principalmente vítimas de violência doméstica, num dos maiores avanços apontados pelos movimentos de mulheres no país.

Ainda na sequência de tradução do que parece que o cidadão queria dizer, "um cara lá" significa um representante no Senado. A expressão "a gente", os que precisam ser defendidos, relaciona-se ao homem de que considera que a violência é ação legítima e eficaz do ponto de vista pedagógico na educação e (afe!) afirmador de masculinidade na relação "afetiva" com a senhora sua esposa. Ou algo assim.

A moça tentou arguir. Buscou "vejas bens" do fundo do estômago, mas havia poucas possibilidades de diálogo. Não ousei interferir nesse diálogo. Fui para o fundo do ônibus.

quarta-feira, maio 26, 2010

Futebol do Santos merece incentivo da Lei Rouanet

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Entusiasmado com os seguidos espetáculos de seu time do coração, o santista (de clube e nascimento, como o camarada Glauco) e senador Aloizio Mercadante defende Ganso e Neymar na seleção e faz um proposta inusitada:

sábado, março 27, 2010

Minas pode criar bancada de cachaceiros no Senado

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A depender dos resultados das eleições de 2010, o estado de Minas Gerais pode iniciar uma nova frente parlamentar no Congresso, a bancada dos cachaceiros. Ninguém está chamando os ilustríssimos postulantes ao parlamento nacional de beberrões nem de irmãos-da-opa.

Ocorre que o governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) e o vice-presidente José Alencar (PRB), ambos cotados para concorrer ao Senado, não têm como negar a alcunha, como explica qualquer alambiqueiro. Ocorre que o termo "cachaceiro" aplica-se, neste caso, aos produtores da marvada. Outro nome cotado, o do ex-presidente e ex-governador Itamar Franco tem outros elos com a malafa

Foto: Divulgação

Aécio e Alencar, criaram marcas próprias da molha-goela. A Mingote é apenas o rótulo mais recente da Fazenda da Mata, na cidade de Cláudio. Trata-se de uma homenagem a Domingos da Silva Guimarães, tetravô do governador de Minas Gerais, cujo retrato está no rótulo. Seu apelido era Mingote e foi ele quem reativou a atividade alambiqueira na propriedade. Consta que Aécio tem sociedade no empreendimento, fruto da união entre a família Guimarães Tolentino e a dinastia dos Neves em virtude do casamento entre dona Risoleta, pela primeira, e Tancredo, pela segunda.

Até 1985, o carro-chefe era a chambirra que respondia pelo nome de Mathusalem. Se o personagem bíblico chegou a 969 primaveras, a branquinha homônima foi descontinuada depois do falecimento de Tancredo Neves. Outras marcas de menor qualidade também são produzidas, mas sobre essas o governador nega qualquer ingerência.

Foto: Divulgação
Rótulos da Fazenda Cantagalo, que produz os isbeliques de José Alencar

Alencar se encarrega da Maria da Cruz, produzida na Fazenda Cantagalo, em Pedras de Maria da Cruz (MG). A proximidade da região de Salinas, no norte do estado, favorece. A propaganda boca-a-boca é feita pelo próprio empresário, até junto a garçons, segundo fontes. A propriedade ainda engarrafa com outras três marcas – Sagarana, Caninha 38 e Porto Estrela.

Assim como há diferenças políticas entre esses mineiros, as divergências também aparecem na forma de se envelhecer aquela-que-matou-o-guarda. A de Aécio descansa de cinco a dez anos em amendoim. A do vice-presidente, em amburana, madeira típica do semiárido brasileiro.

Não é à toa que Aécio ampliou a certificação de alambiques artesanais e incluiu a rapadura na merenda escolar da criançada.

Mas é bem verdade que quem tornou a caninha bebida oficial do estado foi seu antecessor, Itamar Franco, que também estuda concorrer ao Senado. Se tirar uma das vagas dos cachaceiros citados, também será bem-vindo à bancada da cachaça, além de instituir o 21 de maio como data comemorativa para a mata-velho.

A formação da bancada da cachaça – ou dos cachaceiros – depende  da formação das chapas, dos resultados das urnas e, claro, da disposição das figuras de abraçar a causa. Consta uma experiência sem grande repercussão a assembleia legislativa do Rio Grande do Norte. Muito diferente da bancada da cana-de-açúcar e do setor sucroalcooleiro.

Ministro
Foto: Divulgação

Os mineiros envolvidos na política valorizam as golos há algum tempo. O porta-voz de João Figueiredo e ex-ministro do Tribunal de Contas da União, Carlos Átila, abriu, depois da aposentadoria, seu alambique próprio. A Cachaça do Ministro dorme por cinco anos em carvalho ou jequitibá (foto), a depender do rótulo – ouro e prata.

Entre empresários, segundo reportagem da revista Época de 2008, o baiano Emílio Odebrecht, da empreiteira que leva seu nome, e o paulista Ivan Zurita, presidente da Nestlé, também se debruçam sobre uma boa pinga. São donos da Itagibá e da do Barão, respectivamente.

quinta-feira, março 11, 2010

O cerco aos manguaças continua

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Ser um manguaça, no Brasil, está ficando cada vez mais complicado. Ter uma infinidade de estabelecimentos que oferecem bebida e um bom papo não significa, necessariamente, que você pode frequentar todos. Antigamente, o bebum podia selecionar seu reduto por questões ideológicas: sempre evitava bares com "aquela velharada tucana dos infernos" ou "aqueles estudantes petistas insuportáveis". A escolha podia ser futebolística: "como tem corintiano chato naquele buteco", "mas que barzinho bambi, não vou lá de jeito nenhum!" etc etc. Tinha aqueles que não bebiam em lugares que só vendiam Kaiser ou Nova Schin. Que não tinham nenhuma comida "segura". E outros que não suportavam bar com karaokê, ou muito iluminados, ou onde não vai mulher, ou muito lotado, enfim, havia critérios plausíveis e para todos os gostos. Hoje não há opção, há cerco. Exclusão.

Numa cidade do tamanho de São Paulo, buteco longe é problema. É caro chegar lá, o trânsito emperra e, se depender de transporte público, meia-noite é o limite. Por isso, os manguaças começaram a se afeiçoar por bares no caminho do trabalho ou de casa (e vice-versa). E nem sempre são bons ou agradáveis - apenas é menos complicado ir até eles. Essa é uma das exclusões. As outras começaram há alguns anos, com uma ofensiva conservadora que lembra regimes fascistas. Em 2008, o desgovernador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB), proibiu o cigarro no bar. Não vamos discutir o mérito da questão, apenas concluir que, se tinha quatro bares no caminho do trabalho ou da casa para o pinguço, agora ele se obriga a ir só naquele em que é possível fumar sentado, na calçada (no meu caso, só conheço dois: o Gaspar e o da esquina da Benedito Calixto, ambos no bairro Pinheiros).

Não importa se o cachaça fuma ou não; com certeza, conhece muitos amigos (e principalmente amigas...) que fumam. E ficar levantando toda hora pra acender cigarro e interromper a conversa é, para citar o filósofo Emerson Leão, desagradável. Somando com as tradicionais idas ao banheiro, não há tempo para falar nada. E agora a seleção de bares vai ficar ainda mais trabalhosa. Além de ficar perto e de liberar a fumaça na calçada, vai ter que ser do tipo que não cobra porcentagem para o garçom ou que funcione no esquema self service (você vai até a geladeira e pega sua cerveja, como no saudoso Bar do Vavá). Porque a Comissão de Assuntos Sociais do Senado acaba de dar parecer favorável ao projeto de Marcelo Crivella (PRB) instituindo gorjeta de 20% para o garçom, após as 23h, em bares, restaurantes e similares. Ou seja: se você gastar R$ 50, por exemplo, vai ter que desembolsar mais R$ 10. O preço de duas saideiras.

Já saquei, o sistema quer nos obrigar a beber e fumar só em casa. De preferência, assistindo novela ou Big Brother. E, no país da piada pronta, a comissão que deu o tal parecer é de "Assuntos Sociais". Mas tá ficando cada vez mais difícil para nós, manguaças, se socializar...

segunda-feira, novembro 23, 2009

Arthur Virgílio convoca o Cacique Cobra Coral para debater o 'apagão' elétrico em comissão do Senado

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E tem gente que ainda acha exagero classificar nosso Senado como um circo: depois que o Eduardo Suplicy (PT) vestiu uma cueca vermelha, agora foi a vez de Arthur Virgílio (PSDB) convocar Adelaide Scritori, presidente da Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC), no último dia 18, para "debater as questões atinentes ao “apagão” elétrico" na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática - confira o Item 2 da pauta aqui. A médium diz incorporar o espírito de um índio (à esquerda) que também foi de Galileu e Lincoln. Em 3 de agosto de 2001, ela teria enviado um e-mail à Casa Branca prevendo tragédias em Nova York e Washington. Dizem que o também tucano José Serra e o DEMoníaco prefeito de São Paulo Gilberto Kassab são seus clientes, tendo fumado no cachimbo da cobra para tentar evitar os seguidos alagamentos na capital paulista. Pelo jeito, sem sucesso...

quarta-feira, setembro 02, 2009

Azeredo libera caricaturas durante eleições, mas mantém restrições a campanha na internet

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(No pé do post, tem atualização)

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
O título pode até ser um pouco maldoso com o relator do substitutivo do projeto de lei 89/2003, batizado criticamente de AI-5 Digital.

Acontece que o relator da minirreforma eleitoral na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) declarou que caricaturas e performances artísticas que apostem no sarcasmo sobre candidatos devem ser permitidas. Quem se sentir ofendido, que processe o autor por difamação.

Ufa! A piada tá liberada na campanha. Mas se exagerar, chame um adevogado.

A maldade do título está em atribuir a Azeredo o poder de interpretar uma lei que sequer foi aprovada – tarefa que caberia ao Judiciário.

Vale dividir a bronca com Wellington Valadares (PMDB-MG), que criticou uma imitação do humorista Tom Cavalcante de Leonardo Quintão, candidato do mesmo partido à prefeitura de Belo Horizonte. Deve ser este daqui. O pemedebista acha que esse tipo de piada visa a acabar com a imagem do candidato.

Por outro lado, o motivo da bronca ao tucano vai além do passado de cerceamento de direito à privacidade promovido pelo AI-5 Digital.

As modificações na legislação eleitoral – uma minirreforma – relatadas agora por Azeredo e assinadas em conjunto com Marco Maciel (DEM-PE), encarregado do tema pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), preveem restrição a propaganda eleitoral na internet a sites noticiosos.

"Fica proibida a veiculação, no entanto, ainda que gratuitamente, de propaganda em sítios de pessoas jurídicas cuja principal atividade não seja a oferta de serviços noticiosos e sítios oficiais", mandou a matéria da Agência Senado.

Em 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definia que a propaganda pela internet era proibida fora da página do candidato – os famigerados domínios ".can.br". A medida avaliada como inconstitucional por Sérgio Amadeu, foi amplamente ignorada, mas meio mundo temia usar orkuts e facebooks e até blogues para emitir opiniões durante a campanha.

Com a formatação definida no Senado, diferente da criada na Câmara, mantém-se a confusão sobre o que pode ou não na internet. Por exemplo: um blogue que assumisse uma candidatura poderia ser campanha? Provavelmente, não, mas há margem para confusão.

A proposta ainda precisa ser aprovada no plenário do Senado e da Câmara dos Deputados novamente. Tudo até dia 30 de setembro.

Atualizando
O UOL soltou uma nota com alguns erros de informação, o Paulo Henrique Amorim radicalizou, e a confusão dos senadores está se misturando à da guerra de informações.

O artigo 57 previa a equiparação da cobertura de internet à de rádio e TV. Nos meios eletrônicos definidos por concessão pública, os candidatos nas disputas majoritárias devem ter o mesmo espaço dedicado em coberturas jornalísticas. Esse trecho veio da Câmara.

Nem é preciso dizer que se trata de algo inviável para a internet. A assessoria de imprensa do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que o parlamentar promete apresentar emenda supressiva deste item nesta quinta-feira (3). Quem viver verá (ou duvidará).

Vale notar que o nobre senador esteve em reunião de líderes do Senado para definir os pontos de consenso da minirreforma na noite de terça-feira (1º). Só se deu conta do tamanho da bobagem depois da grita geral.

O artigo 58 e 58-a definiam (e continuam definindo na proposta relatada pelo duo Azeredo-Maciel e aprovada pela CCJ) normas para direito de resposta na internet.

Outra parte do mal-entendido – e este é todinho de responsabilidade do Senado – diz respeito à propaganda eleitoral em sites de notícia. Apenas esse tipo de página, de teor noticioso, é que poderia dispor de anúncios apenas de candidatos à Presidência, desde que de mais de uma partido e ocupando menos do que um oitavo da página, com número limitado de inserções.

Para outros tipos de páginas – como institucionais de outras empresas, blogues e redes sociais – propaganda nem de graça. Ora, uma declaração de apoio a um candidato pode ser entendida como campanha – ou apologia, pra usar um termo bem pejorativo e policialesco – indevida, pode-se dizer que se lascou o debate na blogosfera. Mas isso já depende da interpretação da legislação. Pelo histórico do TSE, a projeção não seria muito favorável.

Aqui cabe outra crítica: o texto prevê um teto de 24 inserções para todos os meios, inclusive internet. Inserção na rede mundial de computadores é contada por impressões de página. Ou melhor, em lotes de mil impressões.

Se a coisa ficar como está, significa que nem os portais noticiosos vão faturar.


Mais atualização: Azeredo também promete emenda

sexta-feira, agosto 28, 2009

Num mundo ideal...

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Vale a pena reproduzir a tirinha dos Malvados, de André Dahmer

Gilmar Mendes com nariz de palhaço. Quem acredita que foi erro na impressão?

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A capa do jornal Correio Braziliense desta sexta-feira traz um cartão vermelho estourado com a seguinte chamada "Cartão Vermelho à gastança do Senado".

Logo abaixo vem uma foto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com uma "espécie de nariz de palhaço", tanto na versão impressa quanto na virtual, e a seguinte manchete "STF libera candidato Palocci". Vale lembrar que está semana, o senador Eduardo Suplicy (PT), em mais uma ação midiática, deu um cartão vermelho para o senador José Sarney e pediu sua renúncia.

A pergunta que não quer calar é: Quem acredita que foi erro na impressão?

quinta-feira, agosto 27, 2009

Marcha contra o aborto e acordo com Vaticano agrava a falta de laicidade do Estado brasileiro

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Que todo mundo sabe que o Estado brasileiro tem quase nada de laico, não é novidade. Mas esta semana em Brasília dois eventos estão marcando o aprofundamento das relações Estado- Igreja, em detrimento do debate democrático.

O primeiro é o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 1736/09, aprovado por deputados na noite desta quarta-feira, 26, e que dispõe sobre o acordo firmado entre Brasil e Vaticano que, em suma, institui o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.

De nada adiantou protestos de evangélicas, ateus, adeptos de religiões afros, a Câmara aprovou ontem o acordo que já havia sido assinado em novembro do ano passado pelo presidente Lula. Triste, mas a educação já tão afastada do cotidiano de seus alunos, agora vai ter uma corrida pela catequização, afinal o texto prevê o "ensino religioso católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa", como disciplina dos horários normais de escolas públicas de ensino fundamental.

O texto aprovado também entra no campo trabalhista, uma vez que está previsto que “fica determinado que a atuação de ministros ordenados e fiéis consagrados não geram vínculo empregatício com as dioceses ou institutos religiosos em que exerçam a atividade religiosa”. A íntegra do projeto aprovado pode ser verificado aqui. Já a matéria segue para o nosso hilário Senado.

Agora, o outro vacilo de nosso governo diz respeito ao show contra o aborto, que acontece neste domingo, 30, na Esplanada. Chamada de 3ª Marcha Nacional da Cidadania Pela Vida, o evento conta com a participação de Elba Ramalho e pasmem, a manifestação foi financiada com dinheiro público. Foram R$ 143 mil do Fundo Nacional da Cultura, um fundo público do Ministério da Cultura para financiar projetos e ações culturais. O recurso foi garantido através do projeto "Cultura, Cidadania e Vida", apresentado no ano passado pela ONG Estação da Luz, do Ceará, e que ganhou uma emenda parlamentar do deputado Luiz Bassuma (PT-BA), que preside a Frente Parlamentar em Defesa da Vida e Contra o Aborto.

Justamente pela complexidade do assunto, dinheiro público não deveria financiar uma marcha contra ou a favor do aborto. O estímulo deveria ser para o debate e para a informação da sociedade.

Se alguém tiver interesse, segue links interessantes: Você é a favor ou contra o aborto? Vai pensando aí, Católicas pelo Direito de Decidir, entrevista com a diretora do filme “O aborto dos outros”, "Magnitude do aborto no Brasil: Aspectos Epidemiológicos e Sócio-Culturais", "Histórias de mulheres em situação de violência e aborto previsto em lei".

quarta-feira, agosto 26, 2009

Suplicy mostra cartão vermelho para Sarney

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Desta vez não teve Bob Dylan, nem Racionais, nem Cat Stevens. O impagável senador Eduardo Suplicy (PT) apelou para o discurso futebolístico, afim de mostrar toda sua insatisfação com os rumos da política brasileira
Ele que já fez gol no Zidane, agora driblou a posição de seu partido, subiu na tribuna do Senado e sacou um enorme cartão vermelho, destinado para senador José Sarney (PMDB), que já não se encontrava mais no plenário. “Se há uma forma de o povo brasileiro compreender bem o que isso significa é nós falarmos a linguagem do esporte mais popular do Brasil. Ali (no Conselho de Ética) eu estava na função de juiz. Era o terceiro suplente e não chegou a minha vez de dizer o meu voto. Então, o que faz um juiz no campo de futebol para que todos entendam? Apresenta um cartão vermelho. Nessa altura, o melhor passo para a saúde do Senado e do próprio presidente Sarney é simbolizado neste cartão vermelho. Que ele deixe a presidência e possa permitir que o Senado volte aos seus trabalhos normais”, explicou Suplicy.
Em seguida, o senador bateu-boca com Heráclito Fortes (DEM), que saiu em defesa de Sarney. Heráclito também recebeu cartão vermelho de Suplicy. Já para Heráclito, o senador deveria mostrar o cartão ao presidente Lula, que por sua vez deu o cartão amarelo para o "irrevogável" líder do PT, Aloizio Mercadante.
A sessão, que era presidida pelo senador Mão Santa (PMDB), acabou ganhando a solicitação do próprio, pelo encerramento do bate-boca, afinal quem estava com o "apito era ele" e até "futebol tem fim".

Confira o vídeo e aproveite para participar do Troféu Cara-de-mamão de xingamentos: Senado.
Para ajudar ainda mais na inspiração, vale conferir o infográfico produzido pelo G1, com os melhores xingamentos no Senado.

terça-feira, agosto 25, 2009

Campanha cívica

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Tem circulado por e-mail, mas vale a pena divulgar.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Troféu Cara-de-mamão de xingamentos: Senado

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O Futepoca tem tradição em xingamentos. Apesar de pedirmos a gentileza aos leitores de evitarem o palavreado chulo nos comentários, valorizamos sempre o xingamento-arte, a ofensa-meniiiina, o que esculacha sem perder a elegância. Foi assim com o grande Benedito, mas o alvo era o árbitro.

E por toda a blogosfera, está claro que todo mundo está cansado do Senado, ou da mídia, ou do governo... A Globo e a Record, por exemplo, se ofendem com reportagens e acusações de toda ordem. Os senadores, entre si, se desprestigiam enquanto ajeitam o paletó.

Fernando Collor, por exemplo, disse que Pedro Simon era "parlapatão". Tasso Jereissati disse que Renan Calheiros tinha "dedo sujo", ao que ouviu que era "coronel de m...". Flávio Arns considera que o PT jogou seu passado no lixo.
O fato é que muita gente está precisando desabafar. Só que para não perder o decoro, o desafio é manter o respeito:

Troféu Cara-de-mamão de xingamentos: Senado



Envie um e-mail para o Futepoca e mande seu xingamento.

  • A escolha dos melhores será feita pelos integrantes do Futepoca. Os critérios são:
  • originalidade
  • relação o/e x d (em que "o" é poder da ofensa, "e" é elegância e "d" é decoro, seja lá o que isso signifique)
  • Em caso de empate, o critério para definir o ganhador é a capacidade de ofender
Chamar de "cara-de-mamão" não vale.
O melhor xingamento ganha um exemplar do Dicionário Brasileiro de Insultos, de Altair Aranha (Ateliê Editorial).
Mãos à obra.

terça-feira, agosto 11, 2009

Saideira nº 7

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Clique na imagem para baixar em alta resolução.

Valeu, garçom!

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No bar, no restaurante, na padaria. Onde há atendimento na mesa, há esse herói, cuja amizade é ambicionada por todo manguaça do planeta. Tudo bem que nem todo garçom consegue manter o humor ao aturar e embriaguez da clientela, mas eles continuam a merecer a homenagem.

Dia 11 de agosto é dia do garçom.

Não encontrei a origem da data, apenas menções ao fato de que também se tratado do dia do advogado (lê-se "adevogado"), quando também acontece a "pindura" que vitimiza profissionais do setor de serviços de alimentos.

E além da pauta obrigatória da corrida de garçons com bandeija e traje característico – incluindo gravata borboleta – há temas muito mais importantes para a vida de quem vive de anotar pedidos e manter copos e pratos abastecidos.

Por exemplo, enquanto todo mundo só faz criticar o Senado pelos escândalos envolvendo José Sarney, dedos em riste e trocas de acusações com ajeitadas de paletó, houve um momento – um, só um – de parar e apontar um assunto relevante.

O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) se comprometeu, nesta terça-feira, 11, a apresentar um projeto regulamentando o repasse à categoria da gratificação de 10% sobre o valor consumido em bares e restaurantes, tradicionalmente cobrado dos clientes.

Parece absurdo, mas há denúncias frequentes de empresários do setor de alimentação que não repassam o valor. Para o conterrâneo de Marina Silva, o garçom faz jus à gorjeta "pela sua lhaneza, pela sua gentileza no trato, no atendimento".

Arte: gabinete da dep. estadual Maria Lúcia Amary
Na Assembleia Legislativa de São Paulo uma regulamentação foi aprovada em junho e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito ter abordado o tema. A CPI da Gorjeta está prevista para o segundo semestre, mas entra na fila dos temas não investigados da gestão paulista.

Conste que os empresários reclamam do risco de transformar a gorjeta em salário e ter mais encargos trabalhistas por conta disso. Mas o problema é quando não repassam a verba.

Polêmicas à parte, recomendo que todos que respeitam e contam com o trabalho desses profissionais compareçam ao bar mais próximo para fazer um brinde ao garçom.

segunda-feira, agosto 10, 2009

Saideira nº 6

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Contribuiu Cris Toledano.

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sexta-feira, agosto 07, 2009

Saideira nº 5

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Veja abaixo suas excelências, entretidos com seus xingamentos e paletós.

Após semana de ânimos exaltados, Suplicy canta "Father and Son" no plenário

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É impagável a homenagem do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ao dia dos pais na sessão plenária desta sexta-feira, 7. À capela, ele cantou Father and Son, de Cat Stevens. No sábado, pelo que se apreende, durante o programa de TV de seus filhos Supla e João Suplicy, o senador acompanhará a prole na canção.

Antes, ele leu a letra traduzida. Ao final do improviso, Paulo Paim (PT-RS) que presidia a sessão declarou que "não são necessárias mais palavras".

(Se não abrir, clique aqui. Foi o único jeito de publicar o vídeo da TV Senado. Se alguém achar em outro veículo que permita reprodução mais facilitada, a gente troca. Ou ouça só um trechinho aqui)

A cantoria vem após uma semana conturbada de brigas entre Fernando Collor (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL) contra Pedro Simon (PMDB-RS) e também contra Tasso Jereissati (PSDB-AL). Nesta sexta, Paulo Duque (PMDB-RJ), presidente do Conselho de Ética, mandou arquivar as representações contra o presidente da Casa José Sarney que ainda esperavam seu parecer. Por ele, tudo vai para a gaveta.

Como semana que vem é o momento dos recursos da oposição ao governo federal no Conselho e também o primeiro depoimento na CPI da Petrobras, é improvável que o clima melhore muito.

Também vale assistir: há nove anos, em 2000, Jader Barbalho (PMDB-PA) e Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) quebravam o pau.