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O clássico envolvendo
Santos e Palmeiras na Vila Belmiro não foi marcado apenas por uma
bela apresentação alvinegra no primeiro tempo, que lhe rendeu a
virada e a vitória. Foi também uma noite de homenagem a Joelmir
Beting, falecido na madrugada da última sexta-feira. O time do
Palmeiras entrou com a faixa que reproduzia uma das máximas de
Joelmir, “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense,
é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense... É
simplesmente impossível!”
Do lado alvinegro,
coube a Neymar entregar a Mauro Beting (força, Maurão e família!), vestindo a camisa dez
palmeirense com o nome Joelmir (ao lado), uma placa em homenagem ao jornalista
que teve a grande sacada de registrar no Maracanã, justamente com
uma placa, o célebre gol de Pelé, marcado contra o Fluminense, em
1961. “Nunca fiz um gol de placa, mas fiz a placa do gol”, dizia
Joelmir sobre a ideia que inspirou a expressão utilizada
correntemente para traduzir os belos gols.
Começada a partida, o
Palmeiras dava até impressão de que, sem a pressão que viveu
durante a maior parte do Brasileiro, jogaria mais solto, se
aproveitando do oportunismo de Barcos e da velocidade de Maikon
Leite, que fez o primeiro gol do jogo aos quatro minutos, após
grande lançamento do centroavante alviverde. Dois minutos depois,
mais uma vez nas costas do lateral Juan, o ex-alvinegro finalizou,
mas dessa vez Rafael defendeu.
Passado o solavanco, a
caravana santista se aprumou e começou a criar chances. Neymar
atrapalhou Arouca e perdeu diante de Rafael Alemão e, logo depois,
perdeu novamente uma chance clara, quase na pequena área,
finalizando por cima do gol. Sim, um jogo elétrico, que o Santos
empatou aos 14 minutos, depois de belo lance de Pato Rodriguez que
serviu Neymar. O atacante driblou Rafael Alemão e passou para Victor
Andrade finalizar sem goleiro.
A essa altura, o Santos
já era melhor, e Roman quis ajudar um pouco mais a missão peixeira
ao fazer pênalti infantil em Neymar. Ele já havia sido advertido
com o cartão amarelo por uma falta desleal no craque alvinegro, e
foi expulso ao receber o segundo, depois do puxão de camisa. O Onze
converteu o pênalti e, a partir daí, os donos da casa viraram
senhores do jogo.
Pato perdeu chance.
Neymar finalizou uma bola que bateu no travessão, na trave, e depois
na sua cabeça para sair pela linha de fundo. Felipe Anderson cortou
errado o goleiro e perdeu o gol. Mas, aos 39, Neymar fez um gol de
pura técnica e frieza, chutando entre as pernas de Maurício Ramos.
O craque ainda perderia outra chance, superando o arqueiro rival mas
parando Maurício Ramos, que salvou o tento.
Na segunda etapa, o
jogo caiu demais e as chances rarearam. Aos 10 minutos, o Santos
perdeu seus dois volantes: Alan Santos, que entrou no lugar do
suspenso Adriano, foi expulso por ter feito uma falta justamente no
momento em que Arouca era atendido e desfalcava o time. Gérson
Magrão entrou na meia e Felipe Anderson foi recuado, permitindo que
o Palmeiras tivesse mais campo para tocar a bola, ainda que de forma
pouco incisiva.
Para o Santos, valeu a
experiência de jogar sem um centroavante enfiado, como Muricy tanto
gosta. Com muita mobilidade dos três avantes e uma forte marcação
na saída de bola alviverde, a parte ofensiva do Peixe foi bem, mas,
quando Arouca saiu, o time sentiu falta de um pouco mais de
articulação no meio de campo. Vale testar novamente a formação,
com gente de mais qualidade na meia o jogo santista – cadê as
contratações, Laor? – o jogo pode fluir melhor.
Do elenco peixeiro que
jogou hoje, Juan, que foi muito mal no primeiro tempo, deve ir
embora, para alívio da torcida alvinegra, mais que impaciente com o
atleta. Mas dois jogadores que evoluíram muito nesse segundo turno
foram Felipe Anderson, que hoje tem muito mais consciência tática
do que há alguns meses, e Pato Rodriguez, que também passou a
aproveitar mais a habilidade que tem para jogar mais para o time do
que para si. Faltam meias, e laterais.